Nicolas, meu amigo da polícia civil já havia chegado no local. Dona Joana ainda estava nervosa pelo que aconteceu, ao seu lado estava Pepe, que ainda estava tentando entender por que a própria mãe disse que quem pode ter feito aquilo foi o pai dele. Na verdade, Pepe não sabia absolutamente nada sobre o pai, a não ser que ele foi o grande responsável pela prisão da mãe. Pepe odiava o pai, na verdade não queria absolutamente nada dele. Depois de tomar um copo de água com açúcar para se acalmar, Dona Joana nos olhou e começou a contar a sua história:
— João Pedro, meu filho, você é tudo que eu tenho. A única coisa boa que aquele desgraçado trouxe pra minha vida.
— Mãe, se precisamos enfrentar algo, preciso saber qual é o nome do meu pai, quem é ele, e como podemos lidar com ele. — Perguntou Pepe a sua mãe, enquanto a observava respirar fundo, e se preparar para nos contar. Ela foi direta.
— Seu nome é Alberto, eu conheci aquele desgraçado quando eu era bem mais nova. Sabe meu filho, antes de você nascer eu era enfermeira. Um dia eu acabei atendendo esse homem, ele havia chegado no hospital com um tiro. Eu sabia que ele era bandido, mas conforme eu fui cuidando dele ele começou a ser tão carinhoso comigo, e assim eu acabei me deixando levar. Tivemos um romance, ele precisou viajar para os Estados Unidos. Disse que iria tentar arrumar a vida lá e sair do crime, mas que um dia iria vir me buscar. Eu acreditei e aí com isso me guardei pra ele durante meses. Mas quando eu já estava desistindo, pensando que ele estava apenas me enrolando, eu recebi um telefonema dele. — Dona Joana contava aquilo, e chorava, e eu secava suas lágrimas, junto de Pepe. Ela continuou.
— Aquele desgraçado me disse que já estava estabilizado nos Estados Unidos e que agora faltava apenas a mim por lá. Naquela época eu já estava grávida dele, de 5 meses. Eu contei isso a ele, então ele disse que precisávamos nos reunir. Foi então que ele pediu para que eu fosse até o seu irmão, e assim trouxesse para ele uma mala, e eu fiz sem sequer ver o que poderia ter na mala. É claro, quando eu cheguei em solo americano, eu fui detida e na mala tinha cocaína. Fui presa, e ali me ameaçaram: se eu contasse sobre Alberto, seu irmão e a organização que fazia tráfico e transporte de drogas do Brasil para os Estados Unidos, eles iriam atrás de mim e também do meu filho. Eu fiquei quieta durante anos, vi uma oportunidade assim fiz um acordo com a polícia norte-americana, onde eles deixaram que João Pedro vivesse com a minha mãe e esconderam o paradeiro dele durante anos.
— Não se preocupe, dona Joana, irei falar com meus superiores sobre e também sobre a ameaça, iremos proteger a senhora e sua casa. — Disse Nícolas, meu amigo, que pegou então seu depoimento.
Também claro, prometi falar com meus superiores e fazer tudo que pudesse dentro da minha alçada. Observei pepe sempre tenso, falando com a mãe, logo ele viu seu celular tocar, e assim o observei sair da sala. Provavelmente era a namorada dele, pedindo notícias ou algo assim, o que assim que ele voltou, foi confirmado por ele, mas não só isso. Ela parecia assustada, já que a casa do pai também sofreu um atentado. O que foi confirmado por Nícolas, que recebeu um chamado para ir até a casa do Dr. Fontes, o patrão de Pepe.
— Irmão, eu preciso ir pra casa do Dr Fontes, tenho certeza que minha namorada está lá, ela me ligou bem nervosa, disse que chegou em casa e o pai informou que deram tiros lá também. Será que foi a mesma coisa? — Perguntou Pepe, enquanto me oferecia para ir junto.
— Pepe, eu vou junto com você me dá só cinco minutos. — Perguntei ao meu irmão.
— Não precisa, eu vou sozinho. Quero que fique com minha mamãe, ela deve estar nervosa, e ela te considera um filho também. Eu não me demoro. — Assim, vi Pepe indo embora, sem mim, e hoje penso que se tivesse ido com ele naquela época, insistido, poderia ter evitado a tragédia que iria acontecer daqui algum tempo.
Acabou que dormi na casa de dona Joana naquela noite. Até mesmo pela segurança dela resolvi ficar, eu acabei dormindo no quarto que é de Pepe. Mandei uma mensagem para Beatriz pedindo desculpas por ter saído tão rápido de nosso encontro, mas passados meia hora ela ainda não havia respondido e nem havia aparecido ainda. Acabei pegando no sono e no dia seguinte, olhei meu celular e já era praticamente 6 e meia da manhã. Tinha exatos 40 minutos para me arrumar e ir trabalhar, Pepe não tinha aparecido, sinal que acabou aproveitando a namorada, pelo menos eu esperava que isso tivesse acontecido. Beatriz também não respondeu às minhas mensagens, e também não havia visualizado. Espero que ela não esteja brava comigo.
Depois daquele episódio se passou uma semana. Não se teve notícias, nem de nenhum atentado novo e muito menos de alguma ameaça. Dona Joana informou que pretende se mudar com o filho, Pepe também é a favor disso. Mas tinha que ser discreto, em um momento em que ninguém soubesse de nada. Naquele momento sou surpreendido por uma ligação, era de Beatriz. Já fazia uma semana que ela não falava comigo, já estava até achando que ela estava brava. Pedi licença para um colega e fui atendê-la. Ela me pedia desculpas do outro lado da linha:
— Diego, desculpe eu não poder atender, e nem te responder, eu tive muitos problemas essa semana. A situação em casa não estava boa, eu não sei o que fazer...
— Como assim, Beatriz? O que aconteceu, fale para mim. Posso te ajudar, ajudar sua família.
— Eu não posso falar, Diego, me desculpe. Você é tão fofo, lindo. Podemos nos ver?
— Podemos, só me falar onde e quando.
— No mesmo motel da semana passada. Quero você, só seu sexo me faz se sentir feliz.
Fui até onde ela estava, quarto 201. Ela já tinha deixado as instruções para me dar a cópia da chave, ela estava me esperando ali. Fiquei pensando no quão doida e excitante era o que estava me aguardando do outro lado daquela porta.
Ela estava me esperando, na banheira de hidromassagem, era enorme. Estava completamente nua, eu não consegui me segurar. Tirei peça por peça daquela roupa, entrei naquela banheira e tomei seus lábios, a beijei. Nossos beijos sempre eram carregados, praticamente transmitindo nos toques de nossos lábios todo desejo, tesão, vontade que tínhamos um do outro. Era sempre uma maravilha poder beijá-la, poder tocar sua pele com meus lábios.
Logo, meu corpo se encaixou ao dela, e estavamos ali, no meio de nosso sexo. Com nossos corpos praticamente colados um no outro enquanto meu quadril foi se movendo rapidamente contra ela. Suas pernas abraçam a mim, enquanto ela praticamente foi se doando ali no meio daquele sexo delicioso. Estava praticamente matando a saudade daquele corpo, da minha Beatriz, de penetrar e de sentir aquele cheiro, de sentir aqueles lábios carnudos praticamente beijando minha boca ou até mesmo chupando meu pescoço. Logo ela me virou para se deitar sobre a banheira, então levou as suas mãos para começar um movimento lento segurando o meu pau e assim movimentar com as mãos a me masturbar ali mesmo, enquanto a sua língua foi chupando a minha cabecinha, passeando com aquela língua quente enquanto estávamos na banheira.
Mudei com ela para a cama, estávamos de quatro, troquei a camisinha e agora estava penetrando o rabo dela. Figurei a bunda dela com as minhas mãos e fiquei massageando, ela fazia questão de deixar aquela bunda bem empinada enquanto estava sendo comida. Me deu algumas bundadas enquanto olhou para trás e pedia mais. Transamos muito gostoso naquele dia e acabamos gozando.
Na cama, ela que sempre foi contida com seus sentimentos, falando mais sobre sexo, pela primeira vez estava se abrindo pra mim.
— Foi muito gostoso.
— Sempre com você é gostoso. — Dizia ela pra mim, enquanto acariciava meu peito. Logo, ela virou pra mim, e ficou me olhando.
— Eu te amo. Quero ser sua namorada.
— Não era eu que devia pedir? — Perguntei, na brincadeira, rindo. Ela respondeu.
— Oras! Estamos no mundo moderno, seu bobo. Queria falar mais uma coisa também.
Aqui, ela ficou quieta por quase um minuto. Até hoje eu não sei o que ela estava pensando, mas ficou ali pensando em me falar algo enquanto me olhava e mordia seu próprio lábio. Depois ela simplesmente disse:
— Não é nada, amor. É muito fantasioso de minha parte. Você quer namorar comigo?
— Quero. Muito.
Naquele dia nos beijamos, e assim nos tornamos namorados. Perguntei quando iria conhecer a família dela e ela disse que assim que terminar alguns problemas, poderia marcar um jantar entre eu e o pai dela. Naquela altura ela também não sabia que eu era policial federal, eu nunca havia dito isso para ela. Perguntei para ela se ela tinha interesse em conhecer a minha família, e ela disse que sim e que estava bem animada com isso. Comentei que havia alguém especial que eu gostaria de apresentar, meu irmão Pepe. Ela pareceu curiosa e perguntou sobre ele, para mim Pepe era o cara mais incrível que eu conhecia. Não estávamos tão próximos ultimamente por conta de alguns problemas, mas éramos muito próximos.
Durante a semana encontrei Beatriz pelo menos mais duas vezes e foram encontros regados a muito romance e sexo. Tínhamos uma relação muito intensa. Também voltei a falar com Pepe dia desses, que veio com um papo um tanto estranho.
— Diego, eu queria um conselho seu.
— Pode falar, Pepe. O que aconteceu?
— Minha namorada me perguntou algo constrangedor, eu disse que não, não gosto disso, mas eu fiquei pensativo.
— O que foi homem, fale! — Disse, enquanto enchia o copo dele de uma boa cerveja gelada. Ele completou.
— Homem, ela veio com um papo sobre o que eu achava sobre poliamor, se eu acreditava que uma pessoa pudesse amar mais de uma e viver com elas.
Aquela conversa foi muito estranha. Eu era policial e não acreditava em coincidências. Não acreditava em coisas sendo jogadas sem nenhum tipo de propósito. Naquele momento eu agi como um irmão, olhei para o Pepe e assim eu mandei a real para ele.
— Existe a possibilidade dela estar perguntando isso por pura curiosidade, mas eu tenho para mim que ela perguntou isso justamente para saber sua opinião, pra depois ela revelar alguma coisa.
— Como assim, caralho? Ela então tá querendo ficar comigo e mais alguém?
— Calma irmão. Como eu falei para você, são apenas suposições. As vezes ela perguntou por pura curiosidade também, não tinha neura. Mas de qualquer forma, se você acha que tem alguém na jogada, observe bem, tenha certeza, consiga provas e confronte-a. Você é ótimo nisso.
— Diego. — Naquele momento, ele me olhou fundo nos olhos, e falou bem sério. — Eu quero falar sério, se eu descobrir que eu fui corno algum dia por causa dela eu não sei o que eu faço cara. Eu sou capaz até de fazer uma besteira!
Conversamos naquele dia mais algumas coisas e assim ele foi embora. No dia seguinte fui chamado pelo meu superior, ele estava destacando a mim e a minha equipe para uma missão especial em São Paulo. Alguns advogados estavam cometendo o crime de associação criminosa, recebendo recados e bilhetes de presos e repassando estes mesmos recados para criminosos. Em uma interceptação, um dos advogados foi preso carregando uma maleta de 100 mil dólares em dinheiro vivo, em notas de 100. E um recado que eu estava enviando para um assassino em São Paulo, mandando eliminar alguém. Essa pessoa era o Dr. Fontes, o renomado advogado criminalista que também fazia parte deste esquema. O advogado, inclusive, era da firma dele, em sede no interior paulista.
A Equipe foi designada para investigar o caso, o motivo de eliminar o doutor Fontes, era simplesmente porque ele havia aceitado fazer uma delação premiada para a polícia federal, entregando um grande esquema. Naquela semana ele havia sido afastado da própria empresa, praticamente todos ali, inclusive os sócios, tinham ligações com facções criminosas. Um nome me chamou a atenção: Alberto, ou como era conhecido, gringo. Não que ele fosse gringo, mas o chamavam devido aos olhos azuis e cabelo liso. O que foi repassado para nossa equipe, é que um capanga com esse nome receberia o montante, e daria cabo para acabar com a vida do advogado. Parece fazer total sentido então toda aquela situação, principalmente o atentado que houve na casa do doutor Fontes.
Minha parte na investigação seria seguir o doutor Fontes, em dias de escala, para não sobrecarregar os demais, além de entrar em sua mansão e colocar escutas e grampos para a investigação, já com uma autorização judicial em curso, porém correndo em segredo de justiça. Isso não poderia ser vazado, mesmo para Fontes, que era um conhecedor da lei. Em uma quarta-feira, eu coloquei escutas na casa dele, ele morava em um verdadeiro casarão. Porém, algo me chamou a atenção naquele dia. Beatriz!
A casa era repleta de fotos de Beatriz. Tinha várias fotos, muitas fotos mesmo. Inclusive tinha uma foto dela junto com o próprio doutor Fontes. Aquilo não podia ser coincidência, se fosse... Se tudo aquilo fosse apenas coincidência, ou se Beatriz fosse talvez uma conhecida do doutor Fontes, seria ótimo. Mas aquilo? Não, Beatriz era filha do Doutor Fontes, e por coincidência, era namorada do Pepe! Precisava tirar a prova daquilo, e então liguei imediatamente para Beatriz, mas ela não atendia minhas ligações. Liguei uma segunda vez, e ouvi o telefone dela tocar, enquanto a porta era aberta, e corri para me esconder, afinal, entramos sem a autorização da família. A cena que eu vi a seguir, foi uma coisa que nunca na minha vida eu poderia imaginar.
Beatriz entrava em sua casa, com Pepe segurando seus dedos com a mão dele. Os dois se encaram, e logo ela o beija. Os dois se beijaram ali na sala, com Pepe segurando seu rosto com os dedos dele, enquanto os lábios se encontravam. Ela parecia ter paixão ao beijá-lo, diferente de quando me beijava, com mais tesão. Logo eles se encaram.
— Foi bacana o passeio hoje. — Dizia Pepe, Beatriz em seguida respondia.
— Foi sim, meu amor. E... Desculpe a pergunta daquele dia. Foi só uma curiosidade, eu estava vendo algo em uma revista.
— Nos vemos amanhã? No escritório?
— Sim, José Pedro, meu amor. Nos vemos.
Pepe foi embora, e Beatriz fechou a porta. Logo ela pegou o celular e tudo que imaginei é que ela iria me ligar. Desliguei o meu celular rapidamente para que ela não conseguisse iniciar uma chamada comigo. Eu poderia dar o flagra ali mesmo e contar a verdade para Pepe, mas se eu fizesse aquilo, colocaria minha missão a perder. Eu estava ali apenas para colocar uma escuta na casa, não para resolver algum problema no meu relacionamento. Mas eu não podia deixar ela continuar brincando com nós dois, precisava mostrar a verdade para o Pepe. Mas como?
Consegui sair do casarão, por sorte Beatriz não me viu. Durante todo o restante do dia resolvi deixar o meu telefone desligado. Não quis falar com ela, na verdade estava sentindo um grande nojo só de pensar no fato de que ela estava dormindo comigo e com o Pepe ao mesmo tempo. Ela talvez soubesse que somos amigos? Não, eu sou um policial. E uma das coisas que eu sou muito bom, é em deduzir coisas. Muito provavelmente ela não conhece ele como Pepe, e sim como José Pedro. É só ver como ela chamou ele de José Pedro dentro do casarão algumas horas atrás. Quando mencionei que iria apresentá-la para o meu amigo Pepe, ela apareceu ser completamente curiosa sobre, mas não demonstrou em nenhum momento saber quem era. Então ela provavelmente não conhece nenhum de nós como amigos, e principalmente parece tentar convencer pelo menos de início meu irmão a aceitar um relacionamento a três. Mas eu conheço o Pepe, ele é muito ciumento. Eu também não aceitaria isso apesar de ser um cara bem safado. Não sou do tipo que divide minha mulher com alguém. Precisava falar sobre isso com Pepe de alguma forma. Chamei Pepe para almoçar no dia seguinte. Não ia contar nada para ele ainda, apenas fazer algumas sondagens. Quero saber o que ela já falou ou fez para ele.
— Irmão, você nunca me falou sobre sua namorada, qual é o nome dela?
— Verdade! Que cabeça minha, mas também ela acabou pedindo para que eu nunca falasse muito sobre ela para minha família, até porque no início nós não estávamos namorando de verdade. Começamos a namorar mesmo faz duas semanas, o nome dela é Beatriz. Beatriz Fontes, filha do meu patrão.
— E ela age como? Tipo, como é o relacionamento de vocês?
— Diego, por que perguntar essas coisas, meu irmão?
— Porque Você é meu irmão e não posso permitir que ninguém machuque você
— Bom... Meu relacionamento com ela é bom, ela sempre me leva para lugares, cinema e restaurantes. Ontem mesmo fui assistir um filme novo com ela, agora... Sobre o que nós fazemos, acredito que seja algo que todos os casais fazem não? Nós dois saímos e nos divertimos e às vezes transamos.
— E vocês se vêem sempre?
— Não. Nas Terças e Quintas ela passa boa parte do seu dia fora. Acabamos nos vendo somente no dia seguinte, mas ela não me diz muito sobre o que faz. Mas também, nesse dia são os dias que mais trabalho com consulta e defesa de réus.
— O pai dela sabe do relacionamento de vocês?
— Não. Ele não sabe, Ela disse que está preparando ele para contar. O pai dela gosta de mim mas ao mesmo tempo sinto que não sabe? Não sei se é porque eu sou filho de uma ex-presidiária ou se porque tenho como pai adotivo um ex policial civil. Eu não sei se eu te contei Diego, Aliás eu contei sim. Mas, não o que me ocorreu ontem depois que saí da casa dela.
— O que ocorreu?
— Dois dos seus amigos, da Polícia Federal. Eles pediram minha ajuda. Eles querem que eu ajude em uma investigação que está colocando a vida do Fontes em perigo. Eles também estavam em uma viatura que mais parecia uma van, que estava totalmente aparelhada para uma escuta dentro da casa. Uma das pessoas que estava na Van era seu amigo Caio. Você hoje está me perguntando sobre a minha namorada então... Você só está curioso mesmo, ou todas essas perguntas são apenas para investigação? Você estava naquela mansão ontem?
Pepe realmente era um homem formidável e inteligente, era muito difícil enganar ele. Mas eu não queria que ele soubesse que eu estava lá, pelo menos não por enquanto. Me desculpe Pepe, mas dessa vez eu teria que mentir para você.
— Não meu amigo, eu estou sim designado nessa missão e fiquei sabendo que sim, o doutor Fontes sofreu um atentado.
No meio daquela conversa, recebi uma ligação de meu superior e notei que Pepe recebeu também uma ligação da própria Beatriz observando o sorriso que ele ficou depois de tal ligação. Enquanto ele atendeu ela, aproveitei para atender meu superior, que me deu a trágica notícia: Dr. Fontes foi baleado e está em estado grave no hospital.
Parece que ele havia sido baleado em sua casa quando estava estacionando o carro e abrindo a garagem. Os assassinos esperaram a troca de turno dos policiais que estavam vigiando a casa, e assim pegaram ele de surpresa. Foram disparados pelo menos cinco tiros nele mas ele ainda não estava morto. Dois órgãos vitais foram atingidos e ele está na UTI, lutando pela vida. Pela reação de Pepe ele também ficou sabendo disso, o sorriso no início da ligação se transformou em pesar e preocupação.
— Pepe, recebi a notícia que Doutor Fontes foi baleado!
— Eu também irmão. Minha namorada está desesperada, e eu também estou. Mas quem será que pode ter feito isso com ele?
— Eu estou indo para a delegacia para saber mais sobre. Você quer alguma carona para algum lugar?
Naquele momento, enquanto estávamos nos despedindo e pedindo a conta na lanchonete, um tiro acertou a mesa ao nosso lado, e outro acabou acertando bem próximo de nós. A dona do estabelecimento correu para os fundos enquanto eu saquei a minha arma. Vi que o tiro estava sendo dado por um homem usando uma máscara e ele não parecia querer me acertar. Pedi para Pepe correr entrar dentro do estabelecimento. Quando Pepe se levantou, o homem começou a atirar em direção dele. Percebi naquele momento que o alvo era meu irmão.
Me levantei, e dei dois tiros à queima roupa contra o homem encapuzado que caiu morto na hora. Tudo aquilo estava se tornando um verdadeiro mistério, mas aquele dia ainda seria muito longo.