Eu já tinha ficado assustada quando Igor disse aquilo. Pedi para ele me explicar o que tinha descoberto. Ele veio até a mesa da Gabi e começou a falar que tinha muita coisa sobre o Daniel, mas as mais importantes eram que ele era filho de uma família rica e, pelo que viu, recebeu uma boa herança. Essa herança foi dividida entre ele e uma irmã mais nova, que hoje é dona de uma empresa de marketing muito famosa no Rio. Ao longo dos anos, Daniel esteve envolvido em vários negócios, mas todos deram errado, porque nos últimos anos ele só trabalhou por um ano na empresa da irmã e não há registro de nenhuma outra atividade dele.
No entanto, havia alguns registros dele na polícia nos últimos tempos: um por estelionato, um por agressão a uma mulher e um por posse ilegal de arma. Ele também tinha algumas multas de trânsito, uma delas por dirigir embriagado. O que mais me chamou a atenção foi que o processo por estelionato foi movido pela própria irmã contra ele, e a agressão foi movida pela ex-esposa. Ele foi casado por quatro anos, depois se divorciou, e esse processo por agressão ocorreu um pouco antes da data do divórcio. O processo por estelionato está sob segredo de justiça. Ele poderia tentar descobrir, mas achou melhor eu pedir ajuda ao Hugo, porque se ele tentasse, correria o risco de ser pego, e não queria se arriscar a não ser que fosse a única saída. Eu disse a ele que de jeito nenhum era para ele correr risco por minha causa.
Ele disse que tinha mais informações. Primeiro, que Daniel não trabalhava na empresa com Alexandre e que ele não era casado, pelo menos no papel. Ele procurou nos registros bancários em nome dele e só encontrou dívidas, cheques devolvidos e cartões de crédito bloqueados. Ele conseguiu gastar sua herança, que não era pouca, algo em torno de 50 milhões, em cinco anos. No último ano, ele só vinha acumulando dívidas e provavelmente iria perder a única coisa que restou: sua casa.
Eu estava em choque com tudo aquilo, mas Igor continuou. Ele disse que, pelo que viu e descobriu, Daniel parecia ser um gastador compulsivo, e seus maiores gastos eram em boates famosas do RJ. Provavelmente, ele estava envolvido com prostituição, drogas ou ambos. Ao que tudo indica, ele entrou em desespero quando perdeu tudo e começou a fazer besteiras para conseguir dinheiro. Se Alexandre estava mesmo envolvido com ele, com certeza ele estaria de olho no dinheiro de Alexandre.
Eu disse que Alexandre nem tinha tanto dinheiro assim, que na verdade o rico era meu pai. Eu e Alexandre, tirando a nossa casa, os carros e meu escritório, não tínhamos nada, a não ser um pouco de dinheiro em uma conta conjunta, que nem era muito, e o dinheiro da conta do escritório, mas nessa só eu mexia.
Andressa, que estava ali caladinha, disse que, pelo jeito, Alexandre tinha algum dinheiro sim, porque o pacote de notas que ele mostrou era bem grande e ele disse que tinha mais de onde veio aquilo. Ele até comprou joias para a Fernanda e provavelmente pagou à vista, porque se usasse o dinheiro da nossa conta conjunta, eu iria desconfiar. Claro que ele poderia estar com algum dinheiro guardado, já que provavelmente ganha bem, mas era bom eu abrir o olho.
Ela me deixou ainda mais preocupada, mas Igor disse algo que me deixou sem chão. Ele disse que, quando descobriu tudo sobre Daniel, desconfiou de algo e a primeira coisa que fez foi verificar Alexandre. Ele descobriu que Alexandre não tinha só uma conta no banco, mas duas, e a última foi aberta há quase três meses. O movimento dela era grande; o volume de dinheiro não era muito, mas o volume de transações era bem significativo. Eu perguntei de quanto ele estava falando. Igor disse que sempre entravam depósitos em torno de 50 a 100 mil, e as retiradas variavam de mil a dez mil. O mais interessante é que os depósitos eram feitos por uma conta que estava em nome de uma empresa fantasma. Igor disse que precisaria investigar mais, mas provavelmente Alexandre estava desviando dinheiro da empresa para uma empresa fantasma e, dessa empresa fantasma, o dinheiro iria para sua conta. Se ele estivesse fazendo isso, provavelmente estava recebendo ajuda de alguém.
Meu estômago chegou a embrulhar ao ouvir aquilo. Perguntei a Igor o que eu deveria fazer e o que ele aconselharia para descobrir tudo isso. Ele disse que, em primeiro lugar, eu deveria conversar com meu pai para saber até onde Alexandre tinha acesso ao dinheiro da empresa e se havia como deixá-lo ter acesso a algum computador da empresa para pegar todos os documentos e alguém tentar encontrar onde estava o vazamento. Também sugeriu que eu pedisse ajuda ao Hugo.
Eu disse que poderia resolver isso. Ele perguntou se eu fazia limpeza na minha casa. Fiquei sem entender. Ele sorriu e disse que se referia à limpeza no sistema de segurança, no Wi-Fi, verificar se havia alguma câmera ou microfone escondido, como ele fazia no escritório. Eu disse que nunca fizemos isso e perguntei se era mesmo necessário. Ele disse que todo cuidado era pouco, já que um simples microfone escondido ou um celular grampeado poderia alertar Alexandre ou Daniel. Talvez o roubo na empresa tivesse a ajuda de um hacker. Mesmo achando que isso era coisa de amador, já que ele achou fácil, era melhor não arriscar.
Falei para Igor que ele estava mais que certo e que ele iria comigo para minha casa, se pudesse. Ele disse que, se tivesse almoço, poderia ir. Eu confirmei que teria sim. Gabi falou que ia ligar para Hugo ir almoçar comigo, assim eu já poderia pedir ajuda a ele. Eu disse que seria ótimo. Chamei Andressa e Igor e saímos, depois de nos despedir da Gabi. Antes, fui à minha sala, peguei meu celular e minha bolsa, e falei com minha secretária, dizendo para cancelar toda a minha agenda da semana e me ligar se algo urgente acontecesse. Ela disse que eu teria que estar em uma audiência na sexta. Falei que resolveria isso e perguntei qual era o processo. Ela me passou as informações, fui até a sala de uma das advogadas que trabalhava comigo e perguntei se ela poderia assumir. Ela disse que iria olhar o processo e me daria uma resposta até o fim do dia. Agradeci e saí para ir para casa. Igor falou que tinha que levar uns equipamentos e que estavam na casa dele, mas era quase caminho. Falei que a gente passava na casa dele sem problemas.
Passamos na casa do Igor. Ele saiu com uma bolsa de viagem e pediu para eu abrir o porta-malas. Ele colocou a bolsa lá dentro e seguimos para minha casa. Dona Ana, quando nos viu, veio abraçar Andressa. Eu estava pensando em uma desculpa para dar a ela, mas Andressa, assim que saiu do abraço da mãe, me olhou e disse que depois conversaria com a mãe dela, que explicaria tudo. Eu falei que tudo bem. Igor perguntou onde havia um computador que ele poderia usar. Eu disse que só no quarto da minha filha, porque eu e Alexandre só usávamos notebook.
Levei-o até o quarto da Dani e disse para ele ficar à vontade. Vi que ele ficou um bom tempo olhando uma foto da Dani em cima da mesinha do computador. Já falei logo para ele tirar o olho. Ele sorriu, todo sem graça, e pediu desculpas. Eu disse que era brincadeira e saí rindo dele. Fui para a cozinha e Dona Ana estava terminando o almoço. Andressa estava ajudando-a. Dona Ana veio até mim, me deu um abraço e agradeceu por eu cuidar da filha dela. Eu falei que Andressa era como uma irmã para mim e que sempre iria ajudá-la no que pudesse. Saí e pensei comigo mesma que se Dona Ana soubesse como eu cuidei da filha dela, talvez eu não tivesse ganhado aquele abraço.
Fui ao meu quarto e corri para o banheiro. Tomei um banho rápido, como dizia minha avó, e saí para vestir uma roupa mais leve. Quando saí do quarto, Dani estava parada na porta com uma cara assustada, dizendo que tinha um cara no quarto dela. Eu disse que era o Igor, que ele estava fazendo um favor para mim, que ela podia ir lá, que ele era inofensivo. Ela me olhou com uma cara estranha e saiu.
Voltei para a cozinha e a mesa já estava servida. Logo vi o carro do Hugo no portão. Pedi para Andressa ir atender e ela foi. Logo vejo os dois se aproximando, rindo um para o outro. Hugo chegou e veio me dar um abraço. Perguntei do que eles estavam rindo. Andressa olhou para ver onde estava Dona Ana e disse baixinho que era sobre a troca de casais, e saiu rindo. Olhei para Hugo e ele disse que a mulher dele tinha bom gosto. Andressa era realmente bem bonita.
Eu disse que também achava, mas que o assunto que eu queria falar com ele era outro. Ele disse que Gabi já tinha explicado mais ou menos, mas que era para eu contar detalhadamente. Eu disse que era melhor a gente almoçar primeiro e depois eu contava. Dei um grito na Dani e ela apareceu. Pedi para ela chamar o Igor e ela saiu com um sorriso no rosto, meio suspeito. Logo os dois chegaram e falei para Andressa e Dona Ana se sentarem e almoçarem com a gente. Andressa agradeceu, mas disse que iria almoçar em casa, porque queria conversar com sua mãe. Eu disse que tudo bem e que ela podia falar o que quisesse no que dependesse de mim. Ela falou que só não ia contar o que não podia e soltou um “patroinha” e saiu rindo. Dani ficou me olhando com uma cara desconfiada. Eu disse que depois eu explicava.
Almoçamos e conversamos bastante. Já fui adiantando a história para Hugo, já que só ficaram Igor e Dani na mesa, e eles sabiam praticamente de tudo e eram da minha confiança. Omiti alguns detalhes que achei que não eram importantes, mas no mais fui contando tudo. Fiquei quase uma hora falando, os três só ouvindo, até que Igor pediu licença e se levantou, dizendo que iria terminar o seu trabalho. Eu disse para ele que, se precisasse de algo, era só pedir. Ele se foi e eu prossegui no meu relato. Quando contei o fim, tanto Hugo quanto Dani ficaram de boca aberta. Dani começou a xingar Alexandre.
Pedi para ela não fazer aquilo. Ela me olhou, pediu desculpas e veio me abraçar. Logo percebi que ela estava chorando. Tentei acalmá-la, dizendo que ia ficar tudo bem, que eu resolveria aquilo da melhor maneira possível. Aos poucos, ela foi se acalmando, se levantou e disse que ia lavar o rosto. Eu continuei conversando com Hugo. Perguntei qual seria a melhor saída. Ele disse que, como policial, diria para eu fazer uma denúncia e apresentar as provas que tinha, deixando na mão das autoridades. Como amigo, ele diria para eu agir com calma e com a cabeça fria, para tentar descobrir tudo que realmente estava acontecendo, para só depois decidir o que fazer, e que eu podia contar com a ajuda dele nas duas situações.
Eu disse a ele que não tinha a intenção de fazer uma denúncia no momento, que também não queria que isso caísse na boca da mídia. Preferia seguir o segundo conselho dele: agir com calma e descobrir o que realmente estava acontecendo antes de tomar uma decisão definitiva. Mas de uma coisa eu já tinha certeza: Alexandre não era e nunca mais voltaria a ser meu marido, e eu iria fazer ele pagar pelo que fez.
Hugo falou que ia tentar descobrir tudo sobre o processo de estelionato movido pela irmã de Daniel contra ele e perguntou se eu precisava de alguma coisa. Eu disse para ele tentar achar o processo da Fernanda. Ele perguntou se eu desconfiava dela. Eu disse que, sinceramente, tinha quase certeza de que ela não mentiu sobre nada, mas no momento eu precisava ter certeza, porque se ela fosse mesmo honesta e confiável, poderia me ajudar, já que era a única que sabia quase toda a história e trabalhava dentro da empresa, e ainda por cima com Alexandre. Ele concordou e disse que iria ver isso. No caso da Fernanda, seria até fácil, mas no caso do processo contra Daniel poderia ser mais complicado, mas ele tinha uns favores que poderia cobrar.
Dani voltou com uma carinha melhor. Hugo se despediu de nós e voltou ao trabalho. Dani me perguntou se o rapaz que estava no quarto dela era o mesmo que tinha ajudado a achar a família dela. Eu disse que sim. Ela abriu a boca para falar algo, mas desistiu. Perguntei o que ela ia dizer e ela disse que não era nada. Eu insisti, aí ela falou que só ia dizer que ele era muito gatinho. Eu dei um sorriso, acho que nervosa, mas perguntei a ela se ela tinha se interessado nele. Ela disse que não, que só achou ele gatinho. Eu disse que ele também tinha achado ela gatinha, porque ficou babando olhando a foto dela no quarto. Ela perguntou se eu jurava, só que falou com muito entusiasmo, e eu comecei a rir dela. Ela ficou toda sem graça. Eu disse que jurava e que se ela estivesse interessada nele, por mim estava tudo bem, que Igor era um cara legal, mas era tímido, e podia invadir qualquer rede social dela e até seu celular. Ela fez uma cara de espanto e ficou pensando em algo.
Logo Igor apareceu e disse que não tinha nada de errado na casa, que só iria olhar se tinha algum microfone escondido nos cômodos. Eu disse que tudo bem. Ela saiu para buscar algo na bolsa. Dani disse que precisava ir ao seu quarto e saiu meio às pressas. Perguntei por que ela estava saindo correndo. Ela disse que estava indo apagar umas conversas nas redes sociais só para prevenir. Eu ri muito dela.
Logo Dona Ana apareceu. As duas pareciam estar com uma carinha boa. Dona Ana chegou perto de mim e me deu outro abraço, disse que sentia muito por eu estar passando por algo tão ruim e que podia contar com o apoio dela para o que precisasse. Eu agradeci. Eu não sabia o que Andressa tinha contado a ela, mas pelo jeito contou muita coisa. Tomei um café e fui para meu quarto. No meio do caminho, chamei Andressa. Ela veio e eu saí puxando-a pela mão. Entramos e perguntei o que ela tinha contado para a mãe dela. Ela disse que contou tudo até o momento em que saímos do apartamento da Fernanda e que foi comigo para o escritório, mas não contou o que fizemos lá e nem que transamos. Perguntei se a mãe dela tinha reagido bem ao saber que ela era lésbica. Ela disse que a mãe confessou que já sabia, que descobriu quando a viu beijando uma garota que estudou com ela há muito tempo atrás. Mas, de todo jeito, a mãe dela disse que a amava e que nada iria mudar isso. Fiquei muito feliz de ouvir aquilo.
Pedi para Andressa pedir para Dona Ana agir naturalmente quando Alexandre voltasse do Rio. Ela disse que já tinha feito isso. Logo fomos interrompidas por Igor, que apareceu no meu quarto dizendo que a casa estava limpa. Falei para ele que já o levava em casa, mas que ainda tinha tempo de conversar com Dani um pouco e talvez conseguir o número dela de maneira honesta. Andressa deu uma gargalhada e Igor ficou todo sem jeito, dizendo que iria tentar, e saiu.
Andressa me perguntou por que eu falei aquilo. Eu disse que, pelo jeito, Dani tinha se interessado no Igor e Igor nela, mas se eu não desse um empurrão, não ia sair nada, porque os dois eram muito tímidos. Andressa me perguntou se Igor era boa gente assim a ponto de eu deixá-lo se aproximar de Dani. Eu disse que sim, que ele tinha um bom coração por natureza, que poderia ter feito muita coisa errada na vida, poderia ter roubado milhões para si, mas nunca fez isso. O único erro dele foi sair invadindo os lugares mais difíceis de serem invadidos, e um desses lugares foi a sede da Polícia Federal, onde o pegaram. Mas ele só invadia e deixava sua assinatura, nunca usou isso para roubar ou fazer algo de ruim. Ele só queria provar que era o melhor no que fazia; era como uma diversão para ele.
Contei que ele quase foi parar na Fundação CASA na época. Hugo teve pena dele e me pediu ajuda. Aí consegui livrá-lo, mas tive que assinar um termo de responsabilidade por ele. Eu levei ele para trabalhar comigo; ele estudava e me ajudava, até ficar de maior. Mas ele nunca mais parou de trabalhar comigo, e assim estamos até hoje. Provavelmente, ele achava que estava em dívida comigo, mas na verdade eu que estava com ele. Ele já tinha me ajudado muito durante esse tempo que estava trabalhando comigo e mais uma vez iria me ajudar. Eu confiava nele e, como eu disse, ele tinha um bom coração, igual a Dani.
Andressa voltou para a cozinha e eu fui chamar Igor para a gente ir embora. Quando cheguei no quarto de Dani, ele estava mexendo no computador dela. Quando me viu, disse que estava ensinando Dani a usar o rastreador de GPS, que enquanto Alexandre estivesse com o celular ligado, a gente poderia ver onde ele estava. Ele disse que, no momento, o celular estava desligado e provavelmente ele estava no avião indo para o RJ, já que o último lugar que ele esteve foi no aeroporto.
Perguntei a Dani se ela tinha aprendido a mexer no rastreador. Ela disse que sim, que era bem fácil. Falei para Igor que ia esperar ele no carro. Virei as costas e saí, tirei o carro para fora e logo ele apareceu. Assim que ele entrou, perguntei se tinha pegado o número da Dani. Ele disse que não teve coragem de pedir, mas ela pediu o dele. Perguntei a ele se ele realmente tinha gostado dela. Ele ficou mudo por um tempo, depois respirou fundo e disse que gostava dela desde a primeira vez que a viu, mas que tinha medo de eu ficar com raiva dele. Então, durante esses anos, sempre guardou isso só para ele. Aquela informação me agradou muito; realmente Igor gostava da minha pequena, e isso fazia muita diferença para mim.
Falei para ele que, se gostava mesmo dela, deveria aproveitar a chance, que se ele a tratasse bem e com respeito, eu não tinha nada contra os dois serem amigos ou até mesmo namorados, mas que ele deveria arriscar, porque ela era uma garota que valia muito a pena. Ele só disse um “obrigado” e mais uma vez ficou calado; realmente ele era muito tímido para alguns assuntos.
Durante o caminho, perguntei se ele precisava estar na empresa para conseguir os documentos. Ele disse que não exatamente, mas se ele não estivesse, alguém lá de dentro teria que ajudar. Perguntei como. Ele disse que era só colocar um pen drive que ele tinha em algum computador lá dentro que estivesse ligado. Eu disse que, provavelmente, desse jeito seria melhor, porque Alexandre o conhecia e sabia bem o que ele fazia. Ele disse que era melhor remotamente mesmo. Eu disse que talvez Fernanda pudesse nos ajudar, mas eu precisava esperar uma ligação do Hugo para ter certeza de algo. Ele disse que tudo bem.
Quando estava chegando na casa do Igor, meu celular tocou. Olhei no visor e era Alexandre. Estacionei, atendi e coloquei no viva-voz, fazendo sinal de silêncio para Igor.
Alexandre perguntou se eu estava ocupada. Eu disse que não, que estava tranquila no momento. Ele disse que ligou porque surgiu um imprevisto, apareceram mais uns problemas para ele resolver e talvez ele só conseguisse voltar no sábado. Respirei fundo e disse que tudo bem, que não era para ele se preocupar, que estava tudo bem por aqui. Perguntei se ele precisava que eu fizesse algo para ajudar. Ele disse que não, mas que qualquer coisa me avisaria. Aí passou uma ideia pela minha cabeça. Perguntei a Alexandre se ele conseguiria resolver todos os problemas até sábado ou se teria que voltar na outra semana. Ele disse que provavelmente teria que voltar. Eu disse a ele que talvez fosse melhor ele ficar direto e resolver tudo, que eu estava preocupada com ele ter que ficar viajando direto, era cansativo. Ele perguntou se eu não me importava, que minha ideia era muito boa. Eu disse que não, que ele estava trabalhando e eu entendia muito bem, era até bom ele mostrar serviço nesses primeiros dias na presidência. Se ele resolvesse os problemas, com certeza seria muito bom para ele e para a empresa. Ele disse que eu tinha razão, que então iria ficar o final de semana, mas que me ligaria antes para dar uma resposta definitiva. Eu disse que iria aguardar.
Eu queria que ele ficasse longe. Agora era aproveitar esses dias para descobrir o máximo de coisas que eu pudesse.
Continua…