A merda estava feita, na minha cabeça era isso que pensava, saindo do estúdio ainda feliz com tudo que estava rolando na minha vida, com a alegria de poder ser as duas pessoas, de viver as minhas duas vidas, na minha frente a menos de dois metros quem estava ali, parada olhando pra mim? Alice, naquele momento eu não tive nem tempo de travar, a hora que nos olhamos eu sabia que ela sabia que era eu, aquela garota ali na frente dela, era na verdade o seu namorado, eu por minha vez só sai correndo, desci as escadas o mais rápido possível, peguei o primeiro taxi, entrei gritando pra ele ir, quando ele ficou perguntando pra onde eu só olhei pra trás e vi que Alice vinha atras de mim, eu só gritei pro taxista ir logo pelo amor de deus que estava sendo perseguida, com lágrimas escorrendo sem parar do meu olho o taxi só saiu, depois de duas quadras mais ou menos consegui respirar o suficiente pra entre lagrimas passar o meu condomínio pra ele, ele preocupado perguntou se eu tinha sido agredida ou queria que me levasse pra delegacia, falei que só precisava da minha casa, pedi pra ele me levar, depois de algumas palavras ele me deixou em paz chorando no banco de trás, ao chegar em casa, me celular não parava de tocar com mensagens e ligações dela, que precisávamos conversar, eu não conseguia fazer nada, além de deixar as msgs lá ignoradas, as ligações tocando, eu pensava que minha vida tinha simplesmente acabado, ela ia contar pra todos que o namorado dela na verdade era um viadinho, que saia de menininha por ai, as orelhas furadas só iam confirmar ainda mais, isso se ela não tivesse foto, que ai sim, eu estava ferrado, minha vida já era, onde eu tinha imaginado que poderia separar essas vidas, isso ia dar errado, eu fiquei na sala, sem poder fazer nada, não conseguia, nem tirar a roupa, nem me mexer, até que chega uma msg “meu amor, precisamos conversar, estou no seu portão, ou você abre o portão ou vou ter que ligar pros teus pais pedir pra alguém vir abrir, só abre, vamos conversar”, eu chorando, liberei a entrada dela, a hora que ela entrou do portão, abriu a porta, eu estava ali na sala, sentada no tapete abraçada nas pernas chorando, a maquiagem tinha borrada, ela sentou do meu lado, me abraçando falou pra eu me acalmar, que estava tudo bem, ela começou a me acariciar, elogiou meu cabelo liso, do mesmo modo que a pouco o cara tinha feito, ela também me pegou pelo queixo, mas me deu um selinho mais calmo, eu ainda soluçando olhei pra ela e pedi “não conta pra ninguém, por favor” ela sorrindo ficou alguns segundos que pareciam uma eternidade olhou pra mim e falou “eu tenho a oportunidade de ter um namorado gato e uma melhor amiga linda, tudo na mesma pessoa, porque eu contaria, por sinal, que amiga gata em” eu sem entender ainda, mas o sorriso dela me acalmava, ali naquele momento, nada mais importava, sabendo que ela me aceitava, naquele sorriso, eu vi verdade, eu só me abracei com ela, um abraço forte, abraço de alma mesmo, ali cai em um choro, mas não um choro de tristeza, era um choro de alegria, de alivio, ali ficamos por um tempo até eu me acalmar, então mais calmas, sentamos no sofá, mas antes pedi pra ela ir no banheiro me limpar, falei q eu trocaria de roupa também, ela aceitou, mas falou que queria a amiga dela, o namorado podia esperar, eu ainda meio sem graça aceitei, subi pro quarto, falei que se quisesse podia ir junto, no quarto a parte do armário da Sayuri estava aberto, ela ficou chocada com a quantidade de coisa que já tinha, falei que algumas coisas roubava de mamãe também já dando risada, ela ficou ali olhando, enquanto ia no banheiro tirar a maquiagem que nessa hora depois de tanto choro estava o caos, voltei, só usando calcinha e sutiã, enquanto achava algo pra me vestir tomei um senhor tapa na bunda de brincadeira, assustada, ela explicou que entre meninas era normal ué, resolvi pegar um shorts jeans por causa do calor e uma batinha pretinha, mas bem levinha, depois de me trocar começou a chuva de perguntas, de quem, quando, se eu já tinha ficado com homens ( isso menti que não, melhor né), mas se gostava, meu nome, quando contei ela ficou apaixonada perguntou de onde vinha, ela em um interrogatório eu também em certo momento perguntei o que ela tinha sentido quando me viu la no shopping, ela falou que ficou assustada, mas mais preocupada quando sai correndo, falou que a ficha ainda não tinha caído 100% mas que ao mesmo tempo estava confortável com isso, claro desde que eu emprestasse umas roupinhas quando ela quisesse tb rsrsrs, descemos pra comer, pedimos uma salada Cesar e um macarrão que dividimos, a hora que o entregador chegou eu nem pensei só fui pegar na volta ela estava assustadinha como era confortável eu ser mulher também, falou que podíamos sair no dia seguinte, eu concordei, só falei que não seria burra de novo de sair em um lugar próximo, mas se ela aceitasse podíamos sim, eu amava sair, amava a feminilidade também, depois de comermos como realmente amigas, ela sempre me tratava no feminino, fomos pro quarto, deitadas na cama ali, começamos a ver um filme, ela que escolheu, o filme chama “azul é a cor mais quente”, quem conhece já sabe né, ali no filme o clima começou a esquentar, ela começou a fazer carinhos em mim, ao mesmo tempo eu também nela, ela chegou no meu ouvidinho beijando, desceu, quando vi estávamos duas garotas se pegando apaixonadamente, não era como quando era eu masculino, não tinha aquela dominância, era realmente a Sayuri, a princesinha, com outra garota, ficamos nos pegando ali, não houve sexo explícito aquela noite, não entendia ainda como seria o sexo das duas amigas, sei que depois de tudo, deitamos pra dormir abraçadinhas, ela só brincou falando pra eu não contar pro namorado dela o que tínhamos feito, que era uma brincadeira de meninas.
PS.: Lindos e lindas do meu coração, espero que estejam gostando, alguns dos contos acaba não tendo tanto sexo e tento focar tambem no mental do que passei na época, não sei se é o ideal e espero não afastar voces, mas pretendo ir balanceando o maximo possivel entre algo mais sexual e algo mais romantico, espero que gostem :)
