Chegamos já eram mais de 22 horas. Assim que desci do carro, Dani veio me abraçar e depois deu um abraço na Fernanda. Nós entramos e seguimos direto para meu quarto. Peguei uma camiseta, um short de elástico e uma calcinha nova e entreguei para Fernanda. Disse que a toalha era o que ela mais precisava, e que ela podia pegar no banheiro. Falei para ela ir tomar um banho e que a gente iria jantar depois.
Quando fui sair para a cozinha, Andressa chamou na porta. Falei para ela entrar e se sentar na cama. Ela disse que só veio saber como estavam as coisas. Contei a ela e a Dani, de forma bem resumida, o que tinha acontecido de importante. Quando terminei, Fernanda saiu do chuveiro já com o cabelo seco. Andressa me olhou e deu um sorriso, indo abraçar Fernanda.
Disse a elas que ia tomar um banho e pedi que fossem para a cozinha arrumar algo para jantarmos. Tomei meu banho e fui para a cozinha. Fernanda estava jantando e meu prato já estava pronto em cima da mesa. As três estavam em um papo animado, e me juntei a elas até quase meia-noite. Dani e Andressa se retiraram e foram dormir.
Mostrei a Fernanda o quarto onde ela iria dormir e disse que, se precisasse de algo, poderia me chamar. Ela disse que só precisava mesmo de uma cama. Dei um abraço bem apertado nela, agradeci mais uma vez pela ajuda e fui descansar.
Antes de dormir, fiquei pensando em algumas coisas. A prisão do Alexandre já era algo que eu via como certa e que iria afetar muita gente. Estava pensando em maneiras de não deixar o estrago ser muito grande. Tive algumas ideias, mas a maioria não eram boas; algumas sim, tinham futuro. Resolvi tentar colocá-las em prática.
Acordei já eram quase nove da manhã. Fiz minha higiene e, quando fui à cozinha, encontrei Fernanda, Dona Ana e Andressa em um papo animado. Me sentei e tomei meu café conversando com elas. Quando terminei, chamei Fernanda para ir comigo até meu quarto. Entramos, abri meu closet e falei para ela escolher algo para vestir. Disse que iria fazer uma ligação e depois iríamos para o escritório.
Liguei para meu pai e contei o que tinha acontecido. Ele me perguntou o que eu iria fazer, e eu já sabia exatamente o que queria, então contei a ele. Ele pediu para eu levar Fernanda para conversar com ele, e falei que em 40 minutos, no máximo, estávamos lá. Voltei ao quarto e Fernanda estava se trocando.
Meu Deus, como ela estava linda! Quando me viu, ficou toda vermelha. Sorri e disse que não precisava ficar com vergonha, pois já tinha visto coisas piores. Ela deu uma gargalhada e disse que a vergonha era porque foi pega de surpresa e sem vinho no sangue. Saí rindo e fui me trocar também. Disse a ela que iríamos à casa do meu pai antes, pois ele queria conversar com ela.
Ela fez uma cara de assustada e perguntou o que meu pai queria conversar. Expliquei que tinha falado com ele sobre a ajuda que ela me deu e que queria dar uma oportunidade para ela na empresa, colocando-a em um cargo com mais responsabilidades e oportunidades de mostrar serviço. Disse que achava um desperdício ter alguém com o conhecimento dela apenas fazendo o trabalho de uma secretária.
Falei que meu pai disse que eu poderia resolver, mas que queria conversar com ela antes para ver o nível de capacidade dela, e assim ele me aconselharia sobre o cargo mais adequado. Ela disse que tudo bem, que seria um prazer conversar com um empresário de sucesso como meu pai, e que seria uma oportunidade para ela aprender algo com ele.
Acabamos de nos arrumar e saímos. Meu pai já nos esperava no escritório. Entramos e ele veio nos abraçar, pedindo para que nos sentássemos. Quando fui me sentar, Gabi me ligou. Pedi desculpas ao meu pai e disse que já voltava, saí e atendi a ligação. Gabi queria saber onde eu estava, se iria ao escritório e se precisaria do Hugo.
Disse que sim, que já tinha resolvido o que fazer com a situação e precisava do Hugo para resolver. Ela disse que ele falou que era só eu ligar e avisar a hora que ele iria ao escritório. Agradeci e disse que logo apareceria lá. Quando desliguei, chegaram mais imagens da Marcela. Olhei e vi as garotas saindo da casa. Falei para ela que provavelmente precisaria dela no Rio até o meio da outra semana. Ela disse que estava por minha conta e que, qualquer coisa, me avisaria.
Mandei uma mensagem para Dani pedindo desculpas por não ter acordado a tempo de tomar café com ela, e que iria recompensá-la pela ausência dos últimos dias o mais rápido possível. Quando voltei para o escritório, Fernanda estava contando para meu pai sobre a prisão dela. Vi que meu pai estava prestando muita atenção no assunto.
Me sentei e esperei ela terminar. Perguntei ao meu pai o que ele iria fazer o resto do dia. Ele disse que não tinha nada programado, então falei que tinha umas coisas para resolver e que iria para o escritório, deixando Fernanda com ele para conversarem. Ele concordou, e Fernanda disse que, se eu precisasse dela no escritório, ela iria comigo e voltaria depois para ter a conversa com meu pai.
Disse a ela que precisaria sim, mas que poderia ser mais tarde ou no outro dia, e que ela poderia ficar tranquila. Despedi-me deles e fui para o escritório. Cheguei e fui direto para minha sala. Mandei uma mensagem para o Hugo, dizendo que precisaria dele depois do almoço, se ele pudesse, é claro. Logo ele respondeu que às onze estaria lá, pois ia aproveitar para almoçar com a esposa e depois conversaríamos. Agradeci e disse que seria perfeito.
Gabi me ligou e disse que me viu chegar, mas estava com um cliente. Disse que logo iria na minha sala. Respondi que tudo bem, que ela podia resolver tudo com calma e depois a gente se falava. Faltava ligar para um grande amigo que fiz durante esse tempo como advogado criminal. Éramos praticamente rivais nos tribunais; ele sempre me dizia que eu estava trabalhando do lado errado da justiça, mas que algum dia ainda iria me trazer para o lado certo.
Ele me enchia a paciência para eu virar promotora, mas eu nunca quis isso. Gosto do que faço, embora ele tivesse razão, pois muitas vezes ajudava quem não merecia. Mas foi o que escolhi fazer. Paciência. Liguei e ele me atendeu. Falei com ele por um bom tempo e expliquei tudo que estava acontecendo, as provas que tinha, e que um amigo meu da PF iria ajudar. Ele não concordou muito, mas disse que poderia me ajudar sim, que faria o que pedi, era só avisar quando. Agradeci e desliguei.
Esse meu amigo é um juiz muito conhecido no meio por ser justo e honesto, além de ser uma ótima pessoa. Já me deu muitos conselhos, a maioria eu não segui, mas alguns sim. Todos eu sei que ele deu porque gostava de mim. Tinha uns sete anos que ele me via no tribunal quase todo mês, e acabamos criando uma amizade bem legal.
Liguei para minha secretária e pedi para ela pegar uma Coca Zero para mim e algo para ela beber e vir à minha sala. Ela disse que tudo bem, logo apareceu. Pedi que ela se sentasse e desativasse o modo secretaria até a hora do almoço. Ela se sentou sorrindo e começamos a conversar. Ela está comigo há cinco anos e nos damos muito bem.
Logo deu onze horas. Chamei-a para irmos almoçar, pois não queria ficar sozinha e ela é uma boa companhia. Voltamos quase ao meio-dia. Tirei cem reais da carteira e dei a ela, dizendo que era pela ajuda do dia anterior. Ela disse que não precisava, pois eu a liberava várias vezes muito antes do horário, então não era justo cobrar por ter ficado algumas horas a mais.
Insisti e ela não quis. Disse que era uma ordem. Ela estava no horário de almoço e com o modo secretaria desligado, virou as costas e saiu. Filha da puta, pensei enquanto me sentava.
Logo Hugo e Gabi chegaram. Falei para o Hugo o que queria fazer e perguntei se ele tinha algum amigo da PF no Rio. Ele disse que tinha sim, e um bom amigo que trabalhou com ele algum tempo. Disse que, se ele pudesse ajudar, seria perfeito. Ele disse que iria ver isso, se levantou e foi fazer uma ligação. Depois voltou e disse que o amigo dele iria ajudar sim, que podia ligar para ele em qualquer horário que daria certo. Uma prisão assim seria ótima para a carreira dele.
Bom, agora era esperar o Alexandre sair do Rio para voltar a SP. Provavelmente isso só iria acontecer na quarta ou quinta da outra semana. Agora era pedir a Fernanda para somar o que ele já tinha me roubado, e falar com Andressa sobre o assédio. Se ela quisesse denunciar, seria perfeito, mas se não quisesse, eu respeitaria. Era uma decisão dela. Eu iria explicar tudo a ela e deixá-la tomar sua decisão.
Hugo se foi, mas antes falei para ele do almoço de sábado. Ele disse que estaria lá com certeza. Gabi ficou mais um pouco comigo, mas logo se foi também para resolver seus problemas no escritório. Eu não tinha nada para fazer, então chamei minha secretária de novo para papear. Dani me ligou e disse que eu não precisava me preocupar com ela, que estava tudo bem e que ela entendia que eu tinha muita coisa para resolver.
Disse a ela que, na verdade, eu estava meio carente e sentindo falta de passar mais tempo com ela. Nessa hora, ouvi um sorriso gostoso dela do outro lado da ligação. Contei a ela que já estava convidando nossos amigos para o almoço no sábado e perguntei se tinha algum problema. Ela disse que não, que a gente iria fazer o almoço sim. Conversamos mais um pouco e disse a ela que não precisava mais ficar olhando o rastreador a todo momento, que já tinha alguém no Rio de olho no Alexandre. Ela disse que tudo bem, nos despedimos e voltei a atenção para minha fiel secretária.
Era quase 15 horas quando Fernanda apareceu. Disse que meu pai tinha me mandado um beijo e fazia questão de me entregar. Me deu um beijo no rosto e se sentou sorrindo. Perguntei como tinha sido a conversa com meu pai. Ela disse que, se dependesse dela, passaria dias conversando com ele, pois era como beber direto da fonte da sabedoria. Nessas poucas horas, aprendeu muito com ele, mas também ensinou algumas coisas mais modernas, dando dicas que poderiam servir para minha empresa.
Disse a ela que, depois, poderia dar essas dicas para um dos diretores ou esperar o novo presidente assumir, mas talvez isso demorasse, pois seria complicado achar alguém de confiança para tocar a empresa. Ela disse que, pelo que meu pai falou, os diretores eram de confiança e que eu deveria escolher um deles, a não ser que eu fosse assumir.
Disse que não tinha vontade nem competência para isso. Já tinha pensado na ideia dela e era o que eu provavelmente iria fazer. Ela disse que estava confiante de que meu pai iria indicar ela para um bom cargo, que ele parecia gostar dela e que, se conseguisse algo dentro de alguma das diretorias, seria ótimo.
Disse que poderia ser sim. Já tinha pensado em colocá-la como assistente de algum dos diretores ou talvez trabalhar na tesouraria, já que ela era ótima com gráficos e números. Ela falou que, em qualquer um desses lugares, estaria ótimo, pois eram locais onde poderia crescer e ganhar um pouco melhor. Quem sabe, assim, poderia comprar uma bateria nova para seu carro, kkk.
Não teve como não rir dela fazendo piada da sua desgraça. Perguntei a ela o que havia resolvido com o carro. Ela disse que, infelizmente, nada. Tentou ligar de novo e não funcionou. Não tinha dinheiro para chamar um mecânico para ver o que era, apesar de achar que era só a bateria. Mas também não tinha como comprar uma nova para testar.
Peguei meu celular e liguei para uma oficina que eu levava meu antigo carro. Pedi para eles mandarem um guincho para buscar o da Fernanda. Expliquei que era no meu escritório e que a chave estaria com minha secretária, que iria passar a cor, o modelo e o número da placa. Pedi que me ligassem depois para me informar o problema do carro e o preço do conserto, se houvesse algum para fazer.
Chamei Fernanda para irmos para minha casa. Ela disse que iria me pagar depois pela ajuda com o carro. Eu disse que, quando ela estivesse em um cargo melhor, ela me pagaria. Saímos e ela deixou as chaves e os dados do carro com minha secretária. Peguei a nota de cem e entreguei à minha secretária. Ela não quis pegar, eu fechei a cara e disse que era uma ordem. Ou pegava ou era demissão.
Fernanda me olhou com uma cara muito assustada. Minha secretária pegou, começou a rir e me agradeceu. Dei um abraço nela e disse que ela merecia. Me despedi e disse que, depois de entregar as chaves do carro, ela estava liberada.
Fernanda só riu e balançou a cabeça. Passamos o resto do dia na minha casa. À tarde, levei Fernanda ao apartamento dela. Falei que, se eu precisasse dela, eu ligaria, e se ela precisasse de alguma coisa, podia me chamar. Perguntei se queria algum dinheiro, ela disse que não, que tinha tudo que precisava no apartamento. Falei que, se o pessoal da oficina ligasse, eu avisaria.
Voltei para casa e passei o resto do dia colada na minha filha. Na sexta, não fiz praticamente nada. Meu pai me ligou e me disse o que achava da Fernanda, e eu gostei do que ele falou. Realmente, ele gostou dela. Acho que ela seria perfeita para ajudar na empresa, e seria bom ter alguém de minha confiança lá dentro.
À noite, Alexandre ligou, confirmando que iria passar o final de semana no Rio, mas voltaria na quarta ou quinta para São Paulo. Procurei agir da melhor maneira possível na ligação, mas não rendi muito assunto e logo nos despedimos.
No sábado, preparamos o almoço para Dani. Fiz questão de ajudar Dona Ana e Andressa a preparar tudo. Além dos de casa, teríamos a presença de Gabi, Hugo, os dois filhos do casal, meu pai, Fernanda, Igor e uma amiga de Dani que era nossa vizinha. Tudo correu bem, o almoço foi divertido. Dani amou os presentes, principalmente a gargantilha que eu dei a ela. Passamos a tarde toda conversando e curtindo. Meu pai pegou Fernanda para um papo; realmente, ele tinha gostado dela e, pelo entusiasmo dela, o sentimento era recíproco.
Gabi me chamou no canto e perguntou se a gente não podia sair à noite, que Hugo e Andressa tinham topado, só faltava eu aceitar. Disse que ia pensar um pouco e respondia a ela antes de ir. Ela disse que, se eu não estivesse no clima, tudo bem, poderíamos deixar para outro dia.
Sinceramente, eu não estava nem um pouco afim de sair, ainda mais de transar. Mesmo que fosse com o Hugo, que, sinceramente, era o melhor de cama que conheci. Claro que com Alexandre era melhor porque tinha amor, mas se fosse comparar só o sexo, Hugo era muito melhor. Minha amiga tirou a sorte grande mesmo.
Acho que Hugo notou que eu estava meio desanimada e, quando teve oportunidade, veio falar comigo. Disse que, pelo jeito, eu não estava muito animada para sair. Eu disse a ele que realmente não estava no clima. Ele disse que eu deveria aceitar, que iria me levar a um lugar diferente, que eu iria me divertir, distrair um pouco, e que poderíamos sair como amigos; não precisava rolar sexo, que, acima de tudo, éramos amigos e ele só queria me ajudar a ter uma noite agradável e fazer eu esquecer dos problemas um pouco.
Aquilo me animou. Eu disse que tudo bem, nesses termos eu topava. Ele disse que só não era para contar para Gabi e Andressa, pelo menos não antes da gente sair, para deixar elas curtirem a noite delas, e aí, no outro dia, a gente contava. Eu disse que estávamos combinados.
Era umas 17 horas quando todos resolveram ir embora. Meu pai ia deixar Fernanda no apartamento dela, Gabi e Hugo levariam Igor. Combinei de ir na casa deles às 21 horas. Eu levaria Andressa e depois sairia com Hugo e Gabi, que provavelmente iriam para algum motel de luxo, enquanto eu e Hugo ainda não tínhamos ideia de onde iríamos.
Às 21 em ponto, cheguei na casa da Gabi. Ela estava linda como sempre, e Hugo vestia um terno muito elegante. O homem ficava bem com qualquer roupa, mas naquele dia ele tinha se superado. Não perdemos muito tempo ali e saímos, cada casal para um lado. Combinamos de nos reencontrar no mesmo lugar às seis da manhã.
Perguntei a Hugo onde ele iria me levar e ele disse que era em uma casa de swing. Perguntei se ele estava ficando doido e comecei a rir de nervoso. Ele disse que era uma casa de swing diferente, que não era bagunçada, e que eu iria ser convidada dele. Eu não teria que fazer nada, a não ser olhar e conhecer o lugar. Se quisesse fazer algo mais, aí seria comigo, mas não tinha obrigação de nada e ninguém iria tentar nada comigo.
Perguntei se ele prometia. Ele disse que sim e que era para eu confiar nele. Eu disse que confiava e muito. Então seguimos para nosso destino.
Continua…