O Médico [07] ~ Sexo Selvagem!

Um conto erótico de BENJAMIM
Categoria: Gay
Contém 3789 palavras
Data: 15/01/2024 19:24:09
Assuntos: Foda, Gay, Primeiro amor, Sexo

Havia noites que a gente nem transava, só dormíamos juntinhos, namorávamos um pouco, assistíamos filme, fazíamos bagunça.

Parecíamos adolescentes.

Mas quando transávamos, ninguém segurava a emoção. Ficávamos roxos às vezes.

As desculpas tinham que variar um pouco e eu sou bem criativo, mas sou muito medroso para pô-las em prática.

Já estávamos juntos há três meses e teve um momento que só desculpas não bastavam; tinha que haver uma provinha de que eu estava falando a verdade.

Quando tinha um congresso, eu aumentava os dias pra minha mãe.

Trabalho na casa de amigos, eu aumentava a complexidade. Teve congressos que até a cidade eu disse que era outra e na verdade era na nossa.

Mas ainda assim, eu temia pela descoberta, então tive uma ideia:

- Vagner, me ajuda sem perguntar o porquê?

- Por quê?

- Acabei de falar!

- Por que você não quer que eu saiba? Somos amigos ou não?

- Somos... e é por isso que eu estou pedindo isso a você e não a outra pessoa. Me ajuda!

- Fala; se eu puder, eu ajudo.

- Preciso que diga à minha mãe que a nossa turma vai viajar pro teu sítio, pra uma festa lá.

- Hã?

- Eu vou fazer uma surpresa pra ela e preciso ficar uns dias fora, mas ela não pode saber onde.

- Explica melhor.

- Olha, eu vou pra um lugar, mas você vai dizer que vou pra outro.

- Eu posso fazer isso, mas por que você mesmo não diz?

Eu não podia porque eu ja tinha dado muita desculpa esses meses, não sei se ela estava desconfiando, mas não queria arriscar.

Na minha cabeça, talvez se ela visse mais pessoas envolvidas, não ia achar estranho.

- Não discute, Vagner; me ajuda cara!

- Fala

- Você vai lá em casa levar um convite, um ingresso, enfim, algo que comprove que eu vou para um lugar que toda a turma da sala vai. Você vai lá e pergunta se eu estou e, claro que eu não vou estar, né... Aí você dá o bilhete a ela e aí ela, com certeza, vai perguntar algo, aí você diz que é um encontro do curso, de confraternização com outras faculdades e tals. Aí ela vai ver você falando, ver o papel e vai pensar que é verdade.

- Nossa! Já pensou em escrever ficção?

- Já pensou em ajudar um amigão?

- Tá, tá; eu faço. que papel é esse?

- Eu faço no computador qualquer besteira.

Pronto!

Tudo certo para quatro dias de romance com o Henrique.

Íamos para outro estado vizinho. Alugamos um chalezinho bem afastado do centro e íamos curtir muito. Estávamos super ansiosos.

Tudo ocorreu como eu previa e fiz as malas.

Fomos de carro; não era perto, mas adoro viagens assim.

Fomos com o carro do irmão dele por causa da minha obsessão por privacidade.

- Essa desculpa foi super elaborada, hein? Vai chegar um momento que essas desculpas não vão dar conta.

- Enquanto esse momento não chega, você continua dirigindo a caminho da felicidade.

- Eu adoro esse seu jeitinho de mudar de assunto.

- Não gosto de ser um moço rude na vida.

- Você não conseguiria nem de propósito.

Realmente, tenho pavor em saber que alguém não gosta de mim.

Quando alguém fala algo que não me agrada eu fico quieto analisando tudo e nunca tiro satisfações.

Deixo passar e os ânimos esfriarem.

Eu nem poderia ficar triste; estava vivendo o momento mais feliz da minha vida e não ia desperdiçá-lo com bobagens.

- Como é esse chalezinho? - perguntei curioso.

- Não sei direito.

- Tomara que seja afastado.

- Eu esperava que você fosse dizer que queria que ele fosse confortável, alguma coisa do tipo. Você e sua mania de privacidade.

- Se eu não pensar nisso, Rique; a gente não vai mais poder se ver, pensa nisso.

- Eu penso que você deveria assumir.

- Eu penso que hoje vai fazer sol.

- Eu penso que você não deveria mudar de assunto. Até quando você vai fugir?

- Por que você está me pressionando, Rique? O que você quer?

- Eu quero o seu bem. Essa sua paranoia não te faz bem; você fica nervoso, estressado.

- Eu nunca fui tão feliz.

- Pode ser, mas também nunca foi tão paranoico; não quero que você assuma obrigado, mas é como eu já te disse antes: a coisa vai ficar mais

séria e não vai adiantar fugir.

- O lugar pra onde a gente vai faz frio?

Mudei de assunto de novo pra ver se esse assunto cessava.

Não aguentava falar disso porque eu sabia que ele estava certo e eu não tinha como fugir.

Ele se preocupava com a minha saúde. Eu sofro por antecipação: qualquer coisa que eu espero ansiosamente, eu fico tenso antes da coisa acontecer e realmente isso me deixava mal; até doente eu já fiquei por causa disso.

Chegamos, tiramos as malas e caímos cansados na cama.

- B, você assumiria por mim?

- Por que tá pedindo isso?

- Não estou pedindo; só quero saber se pra você eu valho a pena.

- Rique, para! Vamos curtir o feriadão e sermos felizes. Você me prometeu!

O Henrique saiu da cama e me deixou descansar um pouco da viagem. Acho que acabei dormindo.

Quando acordei, vi o chalé todo escuro e nada de Henrique ao meu lado.

Era estranha aquela sensação de acordar num lugar diferente, nunca visto antes. O quarto era um charme, na verdade, todo o chalé era charmoso e cheio de personalidade. Parecia uma casinha de bonecas. Os móveis eram coloniais e super bem decorados com expoentes barrocos. Sempre fui maluco por esse tipo de mobília, sei lá. O quarto era pequeno e tinha uma janelinha por onde entrava uma luz fina da lua.

Fui em direção à sala e tudo começou a ficar mais claro no caminho.

De repente, chego na mesa de jantar e vejo-a cheia de velas acesas. Havia velas por todos os lados e, logo em seguida, vejo o Henrique vindo da cozinha com uma bandeja de alguma coisa que não deu pra ver.

Ele põe a bandeja na mesa e na mesma velocidade de passos que ele veio da cozinha, ele veio me abraçar.

- É bom estar aqui com você!

- Não precisa dizer essas coisas pra eu me apaixonar por você, agora é tarde, já sou seu!

Ele riu um sorriso singelo e me pôs na cadeira. Jantamos tranquilamente e conversamos um pouco sobre o dia de amanhã.

Depois do papo, ainda estávamos super cansados da viagem, fomos pra cama e ele me fez cafuné a noite toda até eu dormir.

Na manhã seguinte, mais uma vez acordo e nada de Henrique do meu lado. O sol entrava todo pela janela e me fez acordar cedo; parece que ele também.

Quando vou ao banheiro encontro o meu namorado se barbeando só de cueca.

Bem, acho que já tínhamos descansado o bastante da viagem, né?

Bem, pelo menos foi o que eu achei.

- Bom dia, menino bonito!

- Hum... - me espreguiçando - Bom dia, querido; acordou cedo?

- Acordei quase agora.

- Estou apertado - e já fui colocando o pinto pra fora da cuequinha que eu estava usando.

Ele ficou se barbeando enquanto eu fazia o xixi. Ele demorou se barbeando porque a barba dele cresce em questão de dois dias e fazia tempo que ele não se barbeava.

Já eu, nem penugem nem nada.

Depois do vaso fui pro chuveiro, tirei a cueca e abri a torneira.

Eu estava lá, debaixo da agua, pensando que estava fazendo um joguinho de sedução e ele simplesmente acaba o que estava fazendo e sai do banheiro sem nem me olhar.

Fiquei sem entender. Acho que até broxei.

Continuei no banho e ele volta com uma tesoura de unha e começa a depilar a axila.

Não me dá a mínima, então eu desisto de tomar banho pra ele e começo a tomar banho pra mim mesmo.

Ele levanta os braços na frente do espelho e começa com alguns cortes. Depois, ele termina e volta pro quarto.

Eu já estava saindo do chuveiro, quando ele volta sem cueca e invade o box. Me pega forte pela cintura e me arremessa na parede.

Depois das minhas costas terem atingido os azulejos, ele vem com tudo e enfia a língua na minha boca. Acho até que ele abriu os meus lábios com a língua, de tão forte que ele veio. Beijou devagarzinho, do jeito que ele mais gosta.

Parece que ele faz de propósito. Ele começa a fazer aqueles estalinhos de beijo. Começo a ficar excitado e começo a abraçá-lo. Quando as minhas mãos chegaram nos braços dele, ele me gira para o lado do box e se encosta na parede, onde eu estava antes e ergue os braços à altura da cabeça, deixando as axilas recém aparadas e cheirosinhas de sabonete, totalmente à mostra.

- Me lambe aqui.

- Você viciou, hein?

- Não quero mais ouvir sua voz, quero sua língua aqui.

Eu atendi ao pedido, ou melhor, à ordem do Henrique.

Comecei só passando a língua e ele começou a ofegar. Mas acho que eu demorei demais nessas preliminares porque ele com uma das mãos, empurrou a minha cabeça com força pra axila dele e esbravejou.

- Mais forte!

Eu não resistia aos abusos dele. Já fazia meses que eu já estava familiarizado com o jeito rude dele durante o sexo e a paciência carinhosa dele no depois.

Isso me alucinava, então, assim como da primeira vez, suguei embaixo do braço dele como se fosse um beijo.

Agora, era ele quem não resistia aos ataques, suplicava pra que eu não parasse e urrava como um louco.

Ele deixava os braços erguidos, mas as vezes ele abaixava um e se esfregava como se tivesse sentindo falta de um carinho mais intenso, ou quando não era isso, ele ficava esfregando a bunda dele na parede.

A partir daqueles quatro dias, estava certo de que entre nós não haveria mais o passivo e o ativo. Teria simplesmente o desejo do momento. E quando os dois tinham o mesmo desejo ao mesmo tempo, bem, não tinha problema, das duas uma: ou um satisfazia o outro e logo em seguida, o inverso; ou a vontade do Henrique prevalecia.

Bem, eu não me arriscaria a brigar com ele. Qualquer tabefe que eu levasse dele, eu não sobreviveria para contar história.

Claro que isso é um exagero, mas sim, quando o Henrique não estava muito afim de ser o passivo ou o ativo quando eu pedisse pra ele ser, ele só satisfazia a necessidade dele naquele momento, mas a forma como ele me fazia ceder era com o charme que ele sabe usar bem.

Ele vem de leve, me leva na conversa e diz que terá compensação depois. Eu? Bem, vocês devem imaginar como era chato e difícil ter que ceder a um homem assim! Rsrs.

Mas voltando ao banho, ele não estava mais se aguentando, ele queria ser o passivo naquele momento e eu, por sorte, queria satisfazer essa vontade dele.

Ele se virou, encostou o rosto na parede, se apoiou com as mãos e empinou a bunda. Corri pra pegar a camisinha e ele berrava do chuveiro, mandando eu ser rápido.

Cheguei e, como sempre, demoro muito pra por a camisinha, na verdade até hoje é assim, não me perguntem o porquê.

Ele, morrendo já, toma a camisinha da minha mão com o jeito delicado que ele tem e desenrola rápido em mim.

- Agora vai logo, anda! - diz voltando à posição anterior.

Eu me agarro à cintura dele e dou início. Vou enfiando meu pintinho nele. Entra fácil, pois meu pau é fino e escorrega gostoso pra dentro do cu dele.

Ele estava muito maluco. Ele começou a berrar de excitação e começou a esfregar o rosto na parede de tanto tesão, enquanto eu acelerava atrás. Depois, ele começa a rebolar comigo dentro e a partir daí eu já não tenho mais controle sobre esse homem. Vou socando muito e cada vez ele querendo mais forte. Meu pau saía todo e entrava até no talo, de uma vez.

Meu saco estava durinho e eu rebolava enquanto enterrava. E ele só gritando e mordendo meu pinto com o cu.

Eu sou o ativo só porque é o meu pau que está sendo usado, mas na prática, ele era o agente ali.

Ele, ainda de costas, me agarra pela cintura e é ele quem comanda os meus movimentos. O vai e vem é comandado por ele, enquanto a outra mão apoia o corpo dele contra a parede.

Mas aí o controle é todo perdido. Ele começa a estapear a parede de tanto tesão. Eu já não me aguentava mais e gozei. Gozei muito, mas ele não me viu e continuou.

Depois do meu segundo orgasmo, porque ele não tinha me largado, ele me joga na parede, se ajoelha, tira a camisinha e joga longe. Pega o meu saco com uma mão - ele cabe todinho na mão dele - e com a outra, ele me masturba.

Ele fica só olhando pro meu rosto enquanto me toca e depois ele começa a chupar de leve.

Eu fui dar uma de Henrique e lancei uma ordem:

- Rique, mais rápido, mais forte!

- Não!

- Ah... vai! - já explodindo de tesão. - Vai!

- Não. Quero chupar assim.

- Mas assim eu vou morrer de desejo. Vai, Rique; eu estou com um puta tesão!

- E é por isso que eu não vou satisfazer você. Você não sabe como é bom ver você agoniado!

- Não me tortura, Rique, me chupa forte. - já morrendo de tanto gemer.

- Hum... não!

Eu estava prestes a gozar pela terceira vez, mas a velocidade da boca do Henrique adiava a minha gozada.

Foi deliciosíssimo porque eu fiquei mais tempo tendo aquelas sensações que tomam o nosso corpo por inteiro.

Eu não consigo ficar muito tempo em pé e o safado sabia disso e continuou me chupando leve.

Quando as minha pernas começaram a dobrar, ele tirou a mão do meu saco e com toda sua força pressionou o antebraço contra os meus joelhos.

- Rique, eu não aguento mais ficar em péme chupando e me olhando nos olhos.

- Rique, é sério! Eu vou gozar a qualquer momento. Ai... tá tão bom! Vai

mais rápido, por favor, Rique, bota força na boca... vai!me chupando leve e me olhando.

Eu estava a tempo demais recebendo aquela carga de prazeres e sensações; meu corpo não ia aguentar muito tempo.

- Rique, eu... - gozei como nunca! Gozei mais que os meus dois primeiros orgasmos. Ele engoliu tudo e ainda ficou espremendo o meu pau pra ver se tinha mais. Depois ele me levou, molhado, no colo dele, até a cama e começou a me beijar forte.

Só que depois que a gente recebe uma carga tão grande de prazer, o corpo quer descansar.

Bem, ele sabe muito bem disso, mas ele não quis nem saber.

Ele explorou todo o meu corpo.

Eu exausto, sendo sufocado pelos músculos, pelo peso do corpo dele sobre o meu, pelas mãos que me invadiam por todos os lados, pela língua que era enfiada agressivamente na minha boca, pelo queixo que ficava roçando no meu rosto, pelos dentes que se encravavam na minha orelha e pescoço e pela voz dele.

- Garoto, vou explorar você!

Ele não se importou pelo fato de eu estar exausto, pelo contrário; ele fez a chupada e logo em seguida esses ataques, de propósito.

E ele sabia bem a consequência disso no fim do dia: eu fico louco e me rendo a ele por completo, ou seja, quando chega a noite ele pede o que ele quiser e eu faço... não resisto e nem poderia.

Depois daquele banquete logo pela manhã, fomos tomar café, sair, pegar umas ondas, voltar, almoçar em um restaurante qualquer, sair de novo e só voltar à noite.

Era bom andar nas ruas e não sentir aquele frio na barriga que ficava me atormentando. Andar tranquilo, sabem?

Sabem o valor que isso tem? Eu não saberia dar um valor pra essa liberdade e mesmo que eu conseguisse, não teria dinheiro suficiente para pagar.

O Henrique adora artesanato, então fomos a uma galeria perto do centro e ficamos de banca em banca. Notei que muita gente nos olhava, mesmo não estando de mãos dadas ou até mesmo demonstrando algum afeto em público.

Como eu tenho consciência da minha paranoia, achei que era coisa da minha cabeça e me voltei para as pequenas esculturas de madeira. O Henrique comprou muita porcelana e algumas esculturas femininas bem bonitinhas.

Notei também que tinha um casal gay na mesma galeria que a gente, só que eles não tinham o mesmo medo que eu e andavam de mãos dadas tranquilamente.

Depois eu percebi que o casal era estrangeiro, de língua espanhola.

Henrique logo identificou o sotaque e disse que eram espanhóis mesmo.

Senti inveja deles.

Eles pareciam perceber que as pessoas olhavam torto, mas não se importavam.

Queria a mesma coragem!

Depois das compras, fomos lanchar e voltamos pro chalé.

- Casal bonito! - ele falou.

- É...

- Deu inveja.

- Hum...

- Quero namorar um pouco, vamos pra cama?

Fomos deitar e cochilar um pouco um nos braços do outro.

O namorar do Henrique é ficar um pouco um no colo do outro, com beijinhos e carícias.

Como a gente tinha batido perna o dia todo, os nossos corpos não iam durar muito em pé, logo dormimos.

Quando acordei, tinha a consciência de que eu faria algo que ele queria e poderia ser qualquer coisa. Esse era o preço a se pagar pelo prazer prolongado que ele tinha me proporcionado mais cedo.

Fiquei na cama, esperando que ele acordasse. Ele deveria estar muito cansado e demorou um pouco. Aproveitei e fui no banheiro escovar os dentes e tomar uma ducha. Ainda estava com o cheiro da praia. Acho que ele acordou com o barulho da água caindo no chão.

Quando voltei, peladinho para o quarto, ele deu um sorriso enquanto esfregava os olhos, tirando o cansaço das pálpebras.

- Boa noite, mozinho! – falei todo cheiroso e limpinho ali.

- Hum... boa!

- Quer comer?

- Não, aquela peixada ainda tá me sustentando aqui. Você quer? Se quiser eu peço algo.

- Não, não... Estou tão vermelho, nem passei protetor...

- Está todo assadinho, acho que não vou nem te tocar hoje. – ele falou todo dengoso.

- Ôh azar!

- Você que sabe, quem vai sentir a dor é você.

- Eu sei que você está me preparando alguma coisa!

- É, estou sim, mas não é o que você tá pensando.

- É o quê?

- É algo que eu queria te pedir pra fazer... por mim, por nós.

- Tão sério você está! – falei, me sentando na cama, peladinho ainda.

- O assunto exige seriedade.

- Desembucha!

- Senta aqui antes - batendo a mão no colchão, ao lado dele, bem pertinho dele.

- Hum... fala.

- a gente já está junto há três meses. Apesar de ser escondido do mundo, é um namoro sério, não somos duas crianças, sabemos o que estamos fazendo e francamente não estamos fazendo mal a ninguém... – interrompi.

- Você está falando bonito! Mas se o assunto for assumir, mude a trilha.

- Não é assumir... pelo menos não para o mundo.

- Eu não vou assumir pra ninguém. Você só sabe que eu sou gay porque só posso namorar você se você ficar sabendo, porque se eu pudesse, nem assim você saberia que eu sou.

- Acho que você me deve isso, pelo tempo que estamos juntos e pela maturidade do nosso relacionamento.

- O que você quer, Rique?

- Quero que conheça os meus pais.

- Hã? Está maluco?

- Quero que eles saibam quem é você pessoalmente.

- E eles sabem quem sou eu de outro jeito?

- Claro! Disse a eles que estava namorando um tal de Benjamim.

- Por que fez isso?

- Não tem não tem nada demais Benjamim, para com isso.

- Eu não quero que ninguém saiba; é tão difícil de entender isso?

- São os meus pais, B; eles sabem que eu sou gay, lembra?

- Mas eles não precisavam saber que eu sou também!

- Eles não vão espalhar outdoors pela cidade dizendo que o filho deles namora você.

- É estranho saber que alguém sabe...

- Eles querem te conhecer! Eu falo muito de você pra eles, eles estão ansiosos.

- Pai, mãe, esse é o meu namorado gay! – eu disse, como se estivesse sendo apresentado a eles.

- O que isso tem de mais?Você vai conhecê-los quando voltarmos.

- Tão rápido?

- Namoramos há três meses, B; você não acha que tá na hora?

- Daqui a uns tempos você vai querer pedir minha mão em casamento pra minha mãe.

- Faz o seguinte: quando a gente voltar vai cada um pro seu lado, então... essa vai ser a nossa despedida!

- Rique, entenda o meu lado... – ele me interrompe.

- Eu entendo que você é egoísta nesse ponto. Você pensa em você, na sua preservação, nos seus pudores, nos seus medos. Eu aceito que você não queira assumir e convivo com isso muito bem. Mas você não é solidário o bastante pra me fazer esse agrado! Poxa, Benjamim, são os meus pais, foram eles que pediram pra te chamar, estão empolgados com o fato de eu estar gostando tanto de alguém e eles, que são tão presentes na minha vida, não sabe quem é o meu amor. Tudo bem que o mundo não saiba, mas meus pais não são qualquer um. São os pais da pessoa que te ama. Isso não te basta?

Depois de um sermão como esse, o que se pode responder?

Eu estava tremendo de medo. A ideia de mais alguém sabendo de mim não me agradava; por outro lado, o Henrique estava certo. Eu devia isso a ele.

Quanta coisa ele já não tinha feito por mim? Além do mais, eram os pais dele que queriam me ver. Em outra situação, em outro contexto social, onde as pessoas fossem livres para fazer o que quisessem, desde que não ferisse o direito do próximo, eu teria dito sim, antes de ele terminar de dizer a proposta. Mas infelizmente eu não posso mudar o mundo com o meu sorriso bobo.

Os quatro dias passaram depressa, porque um cara chamado Einstein me disse que existia uma lei da física sobre o relativismo, que diz que quando queremos que uma coisa dure, de tão boa, essa coisa nos escapa das mãos entre os dedos, como água.

Assim que voltamos, fomos direto pra casa dele.

Ele teve medo de que eu fugisse, voltasse atrás e não quis perder tempo.

Assim que passamos pelos enormes portões de ferro, pude ter dimensão de quão o Henrique era rico. A casa era uma mansão.

Entramos e ela era maior do que eu imaginava. O chão era de mármore, tudo era branco e claro e essa sensação de clareza só aumentava as dimensões das paredes.

Havia uma escada de degraus brancos com corrimão preto. Era um vão longo e largo, tinha muitos quadros, obras de arte, artesanato regional.

Apareceu uma empregada e disse que ja tinha avisado que o Senhor Henrique tinha chegado.

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Comentários

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UAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. DECIDIDO MESMO ESSE TAL DE HENRIQUE. GOSTO ASSIM. ENQUANTO ISSO ESSE BABACA AINDA DEVE SATISFAÇÃO PRA MÃE E TEM QUE PEDIR PRO WAGNER FICAR MENTINDO. BABACA.

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