No dia seguinte o pessoal da faculdade veio em peso em minha casa. Um monte de adultos se comportando como crianças. Trouxeram bolas, narizes de palhaço, serpentina, um carro de som, bolo, doces, salgados; ficamos a tarde toda naquela folia. Foi muito divertido!
Ao contrário da minha família, entre os meus amigos de faculdade e de escola eu sempre fui muito popular, sempre gostaram muito de mim, modéstia a parte, sempre fui muito bom amigo.
A minha mãe até estranhou a festa porque entre os familiares, as minhas festas não eram tão animadas.
- Com os seus primos as suas festas não são assim.
- É que fora de casa as pessoas sabem dar o valor que eu mereço.
- O que você quer dizer com isso?
- O que todos nessa sala sabem: que eu sou uma pessoa amiga e divertida, se o resto da família não vem aqui em casa e não dão a mínima pra mim, eu não estou nem aí.
- Mas você não demonstra essa alegria em casa... – interrompo.
- Não me dão espaço.
- Tudo bem, então por que você não liga para os seus primos chamando-os pra virem pra cá?
- Pra quê? Não, deixe eles lá, nenhum deles fizera questão de vir até aqui, não sou eu quem vai chamar, além do mais, eles só convidam a mim pra passar a festança na minha cara.
Claro que isso não era verdade, mas dizendo isso as vezes entre alguns familiares eles sentiam como eles me excluíam as vezes.
Mas eu me sentia culpado também porque não eram eles que me excluíam, mas como eu já tinha essa impressão na família, se eu esperniasse um pouco eles acreditariam.
Eu já me machuquei tanto assim, tentar viver na mentira não é nada saudável pra mente.
Havia dias em que eu estava em casa só e eu aproveitava pra extravasar essa repressão que eu fazia a mim mesmo.
Me metia a chorar muito. Quando essas crises vinham e tinha alguém em casa, eu ia pro quarto e sufocava o choro no travesseiro. Mas quando eu estava só, eu berrava, topava o som e me metia a gritar.
Era muito inquietante me prender a mim mesmo. Isso era um problema pra mim, muito sério, e agora era um problema pro Henrique também.
Mas voltando à festa, todos da sala e até pessoas de outras turmas tinham vindo. O povo estava muito animado, tiramos muitas fotos, filosofávamos com a garrafa de vinho do lado, como a nossa turma costumava dizer.
Claro que o Vagner e a Ana não poderiam ter faltado.
- Está gostando? – ela me perguntou.
- Ôh!
- Vem pirralho, deixa de servir o povo e vamos dançar. – o Vagner.
A festa durou até umas vinte e duas. Festa essa programada pra acabar perto das dezessete.
Minha mãe, às escondidas, ligou pro povo da nossa família, convidando.
Veio muita gente e do telefone eles ouviam a barulhada e se animavam.
No fim, foi bom, porque eu pude mostrar que também mereço atenção as vezes e que eu não sou paradão só porque gosto de estudar.
O Henrique me ligou e eu fui correndo com aquele tijolo no ouvido pra rua.
- Deve tá um festão, hein?
- Pois é, está todo mundo aqui, até gente que não é da minha turma, mas são meus amigos também.
- É... é sempre bom uma festa surpresa... Posso ir? ninguém vai notar nada, eu não vou ficar no seu pé e se tiver tanta gente assim, eu posso me camuflar.
Me doeu o coração aquele pedido: o meu namorado pedindo pra ir na minha festa de aniversário.
Por que temos que nos esconder desse jeito? Por que não mandamos o mundo tomar no ...?
Mas o que doeu mais em mim foi a minha resposta. Até hoje não me perdoo...
- Ai, Rique, eu adoraria que você viesse, mas... sabe como é... o Vagner está a aqui, ele sabe que você é o médico dele, aí ele vai querer saber como é que a gente ficou amigo e tals. Se ninguém te conhecesse, eu mesmo chamaria... você entende, né?Rique? Você tá aí?
- Estou.
- Me perdoa?
- Perdoar eu perdoo. Entender eu entendo, só não me peça pra gostar disso.
- Me parte o coração essa situação. Como eu queria... – ele me interrompe.
- Tá, tá; eu sei, eu sei de tudo o que você vai dizer.
- Rique, por favor, não faz assim...
- Eu não estou com raiva; esqueça essa conversa... Vamos jantar hoje?
- Quando acabar a festa eu te ligo.
- E quando acaba?
- Ah, não tem hora pra acabar, né? Não sei...
Quando eu disse a última palavra, ele desligou na minha cara.
Ele estava mais que certo, afinal ele era o meu namorado e precisava esperar a boa vontade de outras pessoas, que eu nem conhecia direito, para ele poder ter o privilégio de comemorar o meu aniversário.
Bem, não preciso dizer que eu não curti mais a festa e queria que ela acabasse o mais depressa possível.
Acabou umas vinte e duas e eu liguei com a minha cara de pau:
- Oi, amor!
- hum.
- Acabou tudo aqui.
- Que bom, gostou da festa?
- É, foi bem divertida.
- Que ótimo, pelo menos você não passou mais esse aniversário em branco, né?
- Pois é... e sorte minha que o dia de hoje está só começando.
- Ah é? Vai ter mais festa hoje?
- Hã? Como assim? Você não vai me levar pra gente sair?
- Eu? Haha... você deve tá maluco, né? Arrumei umas coisas pra fazer aqui. Tem gente que não tem vergonha de mim e eu vou sair com elas.
- Eu não sei o que te dizer, Rique. Me perdoa, eu não fiz por mal.
- Não precisa pedir perdão, relaxa; você teve a sua festa, agora tome banho, vista uma roupa quente e limpa e tenha uma ótima noite de sono!
Ele desligou mais uma vez e eu quis morrer; mandar o mundo pra aquele lugar.
Por que isso estava acontecendo? O que eu fiz pra merecer isso?
Eu ainda liguei retornando, mas ele não atendeu.
Fiz o que ele disse: tomei banho, só que chorando; vesti uma roupa quente e limpa, só que chorando e fui dormir chorando. Sozinho!
O dia seguinte chegou como o dia depois de uma guerra.
Eu estava moído da folia e o coração pisoteado por trezentos búfalos.
Minha mãe saiu cedo e eu estava só, em casa. Provavelmente a essa hora eu estaria na cama do homem que eu amo, com ele me fazendo cafuné e me dando selinhos no corpo todo.
Esse foi um dos dias que eu usei pra liberar a tensão da repressão.
Chorei como nunca e tomei o resto de vinho que tinha na geladeira.
Tinha umas duas garrafas e tomei todas em meia hora.
De repente, ouço o barulho de um carro na porta da minha casa, o celular toca e a voz mais linda do mundo me chama.
- Vem pra esquina que eu estou te esperando.
Calcei umas sandálias, tranquei as portas, escrevi um bilhete dizendo pra minha mãe que só voltava amanhã, mesmo sem saber o que o Henrique iria me falar e saí com a última garrafa de vinho na mão.
Entrei no carro como um louco varrido.
- Oi amor, eu estou aqui, me leva, me leva daqui pra onde você quiser.
- Você bebeu? Está bêbado?
- Só um gole, nada de mais - já falando torto, daquele jeito que bebum
fala que não bebeu quase nada, quando na verdade já acabou com o estoque do bar.
- Vamos para o meu apê?
- Pergunta não, pergunta nada; faça o que você quiser comigo!
- Tá, tá; bota o cinto.
- Isso; você que manda.
- Agora me dê essa garrafa... agora sente direito... agora feche a porta... agora tire a cabeça de fora da janela...
- Hum! Você é lindo! - mais bêbado que nunca.
- Por que você bebeu desse jeito? - já rodando a chave no painel.
- Porque eu queria esquecer o que eu te disse ontem.
- Não; eu que devia pedir desculpas; eu sei como você... – interrompo.
- Quero mandar todo mundo tomar no olho do (...)! Tô me mordendo de raiva desse mundo, vão todos pra porra!
- Ok, ok; pare de falar alto assim.
Fomos para o apê e eu precisei de certa ajuda pra poder chegar ao elevador.
Subimos e ele me levou pra cama. Como eu estava bêbado, não fizemos nada de mais. Deitei sobre ele, enquanto recebia um cafuné na cabeça.
Esperamos a minha lucidez chegar pra poder fazer alguma coisa.
Adivinha o que fizemos. Pois é; conversamos!
- Você está bem agora?
- Bem? Eu nunca vou me perdoar por isso.
- Não, eu estou falando da bebida.
- E eu estou falando do que fiz ontem.
- Eu entendo.
- Mas não é justo! Era você que eu queria na minha casa, comemorando comigo, você mais do que ninguém.
- Mas não deu.
- Mas vai ser assim pra sempre?
- Você não quer assumir...
- Mas só dá se for assim?
- Não vejo outro modo.
- Eu vejo: vamos sair dessa cidade, deixar tudo pra trás...
- Isso não é o bastante! Além do mais, eu tenho uma vida aqui.
- Você pode fazer a sua vida comigo em outro lugar.
- Não é assim tão fácil, B.
- É; eu sei; mas assumir eu não vou, tem que haver outro jeito.
- Enquanto não conseguimos arrumar esse jeito, vamos matar um pouco a saudade... Me arrependo tanto do que eu te disse ontem; eu sei a barra que você passa.
- Mas também não é justo que eu te prive da minha vida, quando você não faz isso comigo.
- Bem, isso não tem solução; eu vou ficar pedindo desculpas, você vai me pedir desculpas, os dois são culpados, os dois são injustiçados... quer saber?
- O quê?
- B?
- Oi?
- Me beija?
Nos beijamos naquela lentidão de movimentos tão típica no nosso relacionamento. Depois, a ocasião pedia isso: calmaria!
Precisávamos de um mês de férias só nosso, no mínimo.
O fim de ano foi chegando, iria fazer cerca de um ano juntos, aguentando o segredo, o escuro durante o dia, a aflição de um telefonema às escondidas, ansiedade de uma noite no apê dele durante uma semana inteira sem se ver.
Quando se namora escondido, é tão difícil de manter a frequência das vezes que nos encontramos. Porque é necessária várias desculpas para o encontro. Quando não é escondido, simplesmente podemos cancelar um compromisso e dizer na cara dura: não, obrigado, vou sair com o meu namorado!.
Um ano.
Sem sombra de dúvidas, merecíamos comemorar e o mundo que se danasse!
O Henrique começou a notar a revolta que ardia dentro de mim; revolta essa que ardia cada dia mais, com o passar do tempo.
Não era pra menos; eu não estava satisfeito com os sacrifícios que o Henrique fazia por mim e quando ele pedia pra ficar um pouco ao meu lado, eu o censurava.
Ele era o meu parceiro, o meu companheiro, o meu melhor amigo, o meu homem.
Decidi então que ia passar o natal com ele. Não queria saber da minha família. Tive pena da minha mãe, porque eu sou filho único e ela iria pra festa da minha família sozinha.
Mas quando eu expliquei pra ela que eu tinha que ir, porque eram pessoas a quem eu devia gratidão e blá, blá, blá, ela acreditou e até incentivou a minha ida, já que ela não sabia que eu não era muito fã das festas da minha família.
Eu gosto muito das festas da gente sim, mas... já falei isso umas vezes, né?
- B, tenho uma coisa pra te falar.
- Fala.
- Vamos passar o natal com a minha família.
- Hã? Pensei que fosse só nós.
- É, eu sei, mas eu não costumo passar o natal sem a minha família.
- Eu também não... e no entanto...
- Tá, mas seu caso é diferente, você não vai porque não pode me levar; eu posso levar você.
- Rique, por que não disse isso antes?
- Faria diferença? Você deixaria de ir?
- Não, mas... – ele me interrompe.
- Mas você vai e tá decidido.
Tá decidido! Eu não gostei da ideia, mas ele estava tão feliz de passar o nosso primeiro natal juntos... Iríamos passar eu, ele e toda a sua família que sabia que ele era gay.
Não eram todos que sabiam, só os mais íntimos: pais, irmãos – três: irmão mais velho em Londres, irmã mais velha, irmã mais nova.
Os outros convidados não sabiam e não deveriam saber. Logo, a aproximação que eu teria com o Henrique durante toda a festa era amistosa, como a de todos os outros.
Mas valia a pena! A felicidade dele valia a pena.
O pai do Henrique foi se chegando perto de mim quando o Henrique foi cumprimentar alguns amigos.
- Está gostando da festa, Benjamim? Olha lá, hein? Quero que se sinta em casa.
- Está tudo bem sim, obrigado!
- Eu ainda fico impressionado como você laçou o meu filho; ele sempre foi tão namorador, eu torcia muito pra ele arrumar alguém fixo. Que bom que você conseguiu isso.
- Ah, imagina! - todo sem graça.
- Só que aquele probleminha ainda incomoda muito a ele.
- Eu não pretendo assumir, ele já aceitou isso. - parece que quem não aceita é o senhor, foi o que eu pensei.
- Pois é, talvez ele tenha cansado de pedir isso.
- Ou talvez ele tenha visto como é difícil.
- Benjamim, será que você não está fazendo tempestade num copo d'água? Quem sabe sua mãe não aceita?
- Não é só minha mãe, Seu Henri... é todo mundo: minha família, meus amigos, a faculdade, o meu futuro emprego.
- Então você vai abrir mão da sua felicidade pra satisfazer os outros?
- O senhor é hétero, não tem que enfrentar o que eu enfrento. É fácil falar.
- É; eu imagino, mas é que eu estou pensando no seu bem; essa sua paranoia não é saudável, além do mais, o Henrique pode não demonstrar, mas ele sofre muito com essa situação. Pense nisso!
Com certeza eu pensei.
Penso até hoje!
O que será que o meu sogro quis dizer com isso? Como assim ele sofre muito com essa situação?
Eu sei que não é agradável, que é chato, que é desgastante... Mas sofrer?
Ele sofre? Eu não duvido disso, até porque ele me ama, então se eu sofro, ele também sofre e vice-versa. Mas ele nunca me disse nada do tipo, só umas chantagens emocionais que ele fazia pra me convencer de algo. Mais nada.
O pai do Henrique não era só o pai. Era também o amigo. Percebi isso pela preocupação que ele direcionava à minha privacidade.
Dava pra perceber que a família dele gostava de mim, só não aprovava a minha máscara.
A festa inteira, eu só pensava no que o Senhor Henri tinha me dito. Se zangar é uma coisa, se chatear, não gostar... mas, sofrer por causa do meu probleminha? Não gostei!
A festa rolou normal, como era de se esperar. Às vezes, o Henrique me raptava e me levava pra algum lugar escondido da casa e me beijava gostoso. Me pegava pela cintura, abraça e roçava a barbicha dele no meu rosto enquanto esfregava a língua dentro da minha boca.
Eram beijos de saudade. Ficávamos o tempo todo nos vendo, sorrindo cordialmente.
Bem... eram beijos de saudade. Saudade de se tocar por pouco que fosse.
Estávamos no mesmo local, nos vendo segundo a segundo, mas não poderíamos nos tocar de forma mais intensa; nada além de um aperto de mão e um abraço de feliz Natal.
Numa dessas fugas, fomos pra dispensa de comida.
- Já me arrependi de passar o natal com a minha família, deveria ter sido só nós mesmo.
- Não Henrique; foi melhor termos vindo porque é legal passar o natal com a família.
- Hum, não; eu queria estar com você, só com você.
- Eu sei, mas estou gostando.
- Está mesmo?
- Aham.
Nos beijamos entre a farinha e o feijão. Ele me arremessava nas prateleiras da dispensa, pressionava o corpão dele contra o meu, me sufocava, preenchia a minha boca toda com a língua e chupava o meu pescoço. Que fome!
Saíamos da dispensa na maior cara de pau, como se nada tivesse acontecido.
Ajeitávamos a roupa, passávamos a mão no cabelo, dávamos um selinho de despedida e cada um ia pra um lado da festa. Depois, como num passe de mágica, no reencontrávamos no mesmo círculo de pessoas.
Foi um bom Natal.
Depois da festa, fomos para o apê dele. A essa altura, eu ja tinha a chave, mas nunca usava com frequência.
Entramos como desesperados e fomos arrancando a roupa do corpo como se estivesse em chamas. De fato, estavam em chamas, mas eram os nossos corpos que queimavam.
Ficamos de cueca na sala e nos atracamos em um abraço violento. Batemos nossas bocas e começamos a sugar um ao outro. Os beijos estavam intensos e as mãos não paravam quietas. As do Henrique invadiam a minha bunda, enquanto as minhas tentavam entrar na cueca dele pela parte da frente. Estávamos excitados demais pra ficar só naquilo. Subimos correndo e o Henrique chegou primeiro.
Assim que chegou, se jogou na cama e gritou vem, com a mão. Peguei impulso e me joguei em cima dele. Começamos a esfregar as nossas pernas umas nas outras.
As coxas grossas dele tinham alguns pelos e sufocavam as minhas, que eram lisinhas.
Eu adoro ser lisinho. Tem hora que eu fico me alisando, passando a mão em mim mesmo; nas coxas, na virilha... na bunda. Adoro ser liso...
Mas gosto de sentir os pelinhos do meu namorado passando na minha pele.
Adoro dar de quatro por isso. Sinto os pelos das coxas dele nas minhas coxas lisas, por trás.
E quando sento na vara dele, sinto os pelos do seu saco bem no meu rego que é lisinho e isso me arrepia muito.
Estou de pau duro aqui, só de lembrar, enquanto escrevo.
Era delicioso ter algo tão carnudo e volumoso entre as minhas pernas. Ele ficava roçando em mim e eu acariciava o peito dele, esmagava com as minhas mãos.
Ele enfiava os dedos no meu cu, por cima da cueca enquanto me beijava.
Me tirou de cima dele e me deixou de quatro em cima da cama. Deitou do lado e ficou me olhando.
- Vai ficar só me olhando enquanto eu estou aqui de quatro?
- Cala boca e sente! Só sente.
Ele tirou aquele pau enorme dele pra fora e começou a bater uma na minha frente. Eu comecei a ficar louco e fui me chegando pra ajudar. Quando as minhas mãos estavam quase lá, ele deu um tapão nelas e disse que não. Disse pra eu ficar de quatro e esperar a minha vez.
Ele tinha um jeito esquisito de me excitar, mas me excitava como nenhum homem até hoje me excitou.
Quando a vara ficou bem dura, ele levantou, ficou ajoelhado na cama e puxou minha cabeça pelos cabelos, ordenando uma chupada na virilha dele.
Quando eu ousava por a língua em outros locais que não fossem a virilha, ele pegava o meu cabelo, puxava-o até a virilha de novo.
Foi loucura, como sempre foram as nossas relações.
Depois de toda essa babação na virilha dele, ele me afastou, me deitou na cama e me beijou todo o tórax. Eu só podia gemer e acariciar os cabelos dele.
Mas tudo isso me bastava. Estar com ele me bastava.
Ele correu pra pegar a camisinha no guarda-roupas. Com a habilidade que ele tem, pôs de imediato no cacete durão, pulou na cama e me colocou de quatro de novo.
Eu arreganhei as pernas e ele enterrou gostoso...
Senti a vara escorregando nas minhas preguinhas e quase fui à loucura...
Sentir um pau muito duro entrando em mim, de quatro, é a coisa mais gostosa do mundo. Os pelinhos dele roçando nas minhas coxas lisinhas, o saco batendo no meu e eu simplesmente quieto, sendo totalmente submisso, com ele comandando tudo, é a coisa mais gostosa que pode existir.
.
Eu adoro assim.
Depois ele me deitou. Ficamos naquela posição até o final. É uma das minhas favoritas porque simplesmente estamos deitados, um sobre o outro, não importa quem está em cima ou em baixo. Há muito abraço, carinho, beijos no pescoço; dá pra sentir a respiração do outro muito próxima; sente-se mais a pele do outro, ou melhor, sente o corpo inteiro do outro; além do quê, quando se está excitado, o melhor é fazer com que a transa dure. Nessa posição não dá pra se movimentar muito, então ele fica todo dentro de mim ou eu todo dentro dele; os movimentos são lentos e suaves, dá pra sentir a temperatura do pau e a sua pulsação dentro do cu, se se prestar atenção.
Mas o melhor são os beijos, porque são muitos e carinhosos. Ele não sabe fazer outra coisa a não ser dar carinho de forma intensa. Nos abraçávamos, nos sentíamos, esfregávamos nossas coxas umas nas outras, ficávamos ofegantes de forma rápida e frequente.
Nem dá pra descrever o que é sentir calor com um corpo enorme em cima de você, sem poder se mexer direito... sentir todo o prazer de forma passiva, sem poder estar um pouco ativo. Não tem jeito. Quando você recebe uma carga grande de prazer, seu corpo involuntariamente quer participar, quer se mexer, mesmo que você esteja nessa transa como o passivo.
O sexo oral é assim: quando recebemos aquela boca, ela é o ativo no momento, mas aquilo é tão bom que os nossos quadris não se importam em se mexer.
O mesmo acontecia com todo o meu corpo, enquanto o Henrique estava em cima de mim.
Mas o melhor de tudo é receber essa carga e não poder fazer nada.
Você fica angustiado, agoniado, sufocado.
Pela descrição parece ruim, mas não é. É como se às vezes reprimir o corpo, enquanto se está recebendo prazer, fosse uma das melhores experiências sexuais da minha vida.
Para deixar mais claro essas sensações, é só pensar como o sexo em si é algo muito gestual e corporal. Não há outro meio, seu corpo é obrigado a se mexer. Não fazer isso é ir contra as leis da natureza.
Mas aí você sente tudo o que se deve sentir durante o ato e não pode fazer nada pra cooperar.
É uma angustia explosiva! Maravilhoso!
Quando se chega no fim de tudo, a ejaculação é como finalmente respirar depois de um minuto inteiro debaixo d'água.
- Ah, eu te amo!
O natal passou. O réveillon, passamos juntos. Fomos com a família dele pra praia e foi uma festa só. Eu ficava me contendo pra não ficar agarrando ele ali no meio do povão, mas ele parecia não se importar. Me abraçava muito e rogava votos de felicidade para ano de 2001.