- Eu não quero atrapalhar a rotina de vocês, disse Diego.
- Não se preocupe quanto a isso, Sandro tem seus momentos de folga.
- Então se é assim, nós podemos sair com a galera.
- Aproveita que a cidade não é muito grande, disse o Tiago rindo da empolgação do Diego.
Depois do Café meus pais e meu irmão foram trabalhar, liguei para o Rafael e combinamos de ir ao Country.
Fomos andar de skate, fazia tempos que eu não andava desde que ensinei o Roger.
- Vai ter que me ensinar disse o Diego.
- Não me diga que você também não sabe?
- Eu não sei, mas quem é a outra pessoa que não sabe.
- Foi só maneira de dizer, me pronunciei errado.
- Quem? O Roger?
- Foi, logo que nos conhecemos.
- Pelo visto ele ainda é muito importante pra você.
- Não tem como apagar o passado de um momento para outro, acredito que isso ocorre com você também.
- Claro e nem estou te cobrando nada.
- Que tal você me ensinar também, não sei nada sobre skate, disse o Lucas.
- Peça para o Rafael te ensinar, o Sandro não tem como ensinar nós dois ao mesmo tempo, disse o Diego sério.
- Eu te ensino Lucas, disse Rafael antes que a confusão fosse criada.
- Estamos todos entre amigos, por favor, meninos, nada de brigas.
- Na paz, disse o Diego levantando as mãos para o alto.
- Por mim tudo bem disse o Lucas.
- Melhor assim, falei e fomos para a pista.
Já estávamos todos devidamente preparados com todas as proteções possíveis principalmente Diego e Lucas que não eram acostumados, no inicio foi até engraçado, enquanto Diego dava os primeiros passos lembrei-me de quando ensinei o Roger até que fiquei distraído vendo Diego e Lucas acertarem e errarem enquanto tentavam, Rafael e Fernanda estavam aos beijos não estavam nem ligando para os dois.
- Sinto saudade de quando aprendi.
Ouvi alguém falando atrás de mim, aquela voz não estranha, olhei para trás de dei de cara com Roger, virei meu rosto para frente e não dei importância para ele que veio e sentou ao meu lado.
- Tudo bem com você? Não vai me cumprimentar?
- O que você quer?
- Saber como você está?
- Como está vendo, estou bem.
- Não queria que você ficasse magoado comigo como está agora?
- O que você veio fazer aqui?
- Não precisa ficar revoltado, estava passando e vi vocês, resolvi dar uma olhada.
- Porque você não age assim quando está com Aline?
- Esquece Aline, você sempre tem que falar nela, toda vez que nos vemos?
- Porque ela é minha irmã e o meu namorado não vai gostar de saber que você está aqui.
- Namorado? Já evoluiu tanto assim? Aquele idiota do Diego pelo visto foi rápido.
- As coisas mudam rápido.
- Você só vai se decepcionar com ele?
- Isso é problema meu, o seu é com Aline.
- Você gosta muito dela, não é mesmo?
- É minha irmã.
- Ela não gosta de você do jeito que gosta dela.
- Do que você está falando? Está querendo colocar minha irmã contra mim?
- Algum problema Sandro? Questionou Diego sentando do meu outro lado.
- Nenhum, o Roger disse estava passando viu você aprendendo e quis olhá-lo.
- Sou tão lindo assim? Perguntou o Diego rindo.
- É lindo e andou muito bem.
- Own
- Tem muito que aprender ainda, mais está com um ótimo professor ao seu lado, deve caprichar mais nos movimentos, disse Roger levantando para sair.
- Obrigado pelas dicas, disse Diego.
- Outra hora nós conversamos, disse Roger se referindo a mim.
- Quando você aparecer lá em casa à gente conversa, de preferência na frente de Aline.
Roger não disse mais nada e saiu deixando para trás a desconfiança do Diego.
- O que ele queria?
- Não sei.
- Como não sabe? Vocês estavam conversando.
- Não entendi o que ele queria, veio com um papo que vou me decepcionar com você e queria saber como eu estava.
- Ele está querendo voltar.
- Impossível, ele está com a minha irmã e ela está grávida.
- E o que isso tem demais?
- Poxa, ela está grávida, é minha irmã.
- Para o Roger isso pouco importa, ele quer você.
- Você está enganado, ele apenas está se sentindo excluído.
- O que você sente por ele?
- Você sabe, não precisa eu repetir.
- E pretende voltar com ele?
Acho que você não me conhece ainda, eu prezo muito o lado familiar, minha irmã está grávida dele.
- Não é a gravidez da sua irmã que vai impedir de vocês ficarem juntos.
- Eu não quero isso pra mim por mais que eu goste dele.
- É bom saber, tenho medo de você desistir de tudo e ficar com ele.
- Você vai me ajudar para que isso não aconteça?
- Vou sim, quero construir algo bonito com você.
- E o seu ex?
- Vou ser sincero com você, ele me procurou assim como o Roger fez agora.
- E?
- Ele é casado, não quero ser motivo para discórdia no casamento dele e também não quero viver como amante ou apenas um caso dele.
- Eu também penso assim, acho que esse é o momento em que precisamos mais um do outro.
- No outro final de semana você vai pra BH passar o final de semana comigo?
- Não sei, tenho que ver com meus pais.
- Fala com eles, tenho altos planos pra nós dois, podemos ir aquela boate que fomos naquele dia.
- É uma ótima ideia, eu adorei.
- Posso saber o que o casalzinho fala, disse Lucas sentando ao meu lado, o mesmo que estava Roger.
- Estamos combinando de voltar na boate que Diego e eu fomos naquele dia.
- Que legal, posso ir junto com vocês?
- Ah Lucas, eu gostaria de ficar sozinho com o Sandro.
- Tudo bem, foi só uma sugestão.
- Não é que eu não goste da sua companhia, mas eu quero privacidade com ele, entendeu?
- Entendi.
- Não me leve a mal, eu sei que você gostou da viagem, mas dessa vez deixa o Sandro ir sozinho.
- Fica tranquilo, não fiquei magoado.
- Vamos voltar pra pista? Convidou Diego.
Voltamos para a pista, dessa vez eu fui junto com eles, brincamos até cansar e depois voltamos pra casa e fomos para a piscina até o horário do almoço.
Depois do almoço Diego teve curiosidade de conhecer meu trabalho de perto, fomos para o mercado e ficamos lá ajudando até o final da tarde, depois voltamos pra casa.
- Nós podíamos jantar fora o que você acha?
- Estou por você.
- Vamos convidar o Rafael, Fernanda e Lucas, assim sua mãe não vai complicar.
- Já está pegando o jeitinho de dona Silvia.
- Eu gosto dela, é toda preocupada com você, os meus pais não agem assim comigo, não que eles não se importem, mas me dão mais liberdade.
- É que você mora em cidade grande, essa é a diferença.
- Vamos convidá-los?
- Vamos.
Ele mesmo pegou o telefone e se encarregou de convidá-los, ficamos combinados de sairmos da minha casa para o restaurante, Diego nos levaria de carro.
- Vamos olhar um filme?
- Podemos olhar, disse ele.
- Lá no meu quarto?
Colocamos o filme, Diego deitou na minha cama encostado à parede e eu deitei ao lado dele para assistir o filme.
Passou alguns minutos senti as mãos do Diego envolverem minha cintura, ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço, o carinho dele foi muito bom, mas eu estava concentrado no filme.
- Diego, vamos nos concentrar no filme.
Ele parou quieto e seguiu assistindo ao filme, até uma mão boba invadir minha bermuda.
- Pode chegar alguém, falei baixinho.
- Fecha a porta.
Pensei na sua proposta e se não estava fazendo a coisa errada, mas os meus pais sabiam de nós dois, o Tiago também sabia, estávamos apenas nos curtindo, liguei o foda-se e fui até a porta e chaveei.
Voltei pra cama e Diego me deu um selinho, mordeu meu lábio e eu segurei em seus cabelos trazendo-o mais ao meu encontro iniciamos um beijo que no início era rápido, mas aos poucos foi ficando lento e calmo. Diego foi deslizando suas mãos por minhas costas me aproximando mais ainda dele, soltei um gemido abafado quando me arranhou, ele deu um sorriso e voltou a me beijar suas mãos foram levantando minha camisa, paramos o beijo para ele retirá-la.
Voltamos a nos beijar num beijo intenso, suas mãos deslizavam por meu corpo até que ele segurou minha bunda por cima da bermuda, mordeu meu lábio e apertou com força.
- Estou louco de tesão, ele falou baixinho no meu ouvido.
- Eu também.
Apoiei meu corpo em suas pernas e fui puxando sua camiseta para retirá-la ele entendeu e sentou na cama para facilitar, ficamos os dois de bermuda, colamos nossos lábios novamente, passei a beijar o pescoço dele, minhas mãos percorriam seu abdômen e às vezes arranhavam de leve. O Diego se arrepiava inteiro, o volume em sua bermuda era evidente, ele soltou um gemido quando suguei seu mamilo e brincava com o outro, fechou os olhos e respirava ofegante quando passei a sugar o outro.
Fui até sua bermuda e apertei seu volume.
- Tira ela seu safado, Diego disse ofegante.
- Será que devo, parece estar gostoso.
- Chato, tira de uma vez.
- Tem que pedir direitinho, disse rindo e voltando a beijar seu abdômen alternando por mordidas.
- Por favor, meu gostoso.
Por um instante parei com tudo e me lembrei que o Roger costumava a me chamar daquele jeito e Diego percebeu.
- O que foi? Fiz algo errado?
- Não, lembrei-me de uma coisa.
- Continua estava bom.
Deixei meu pensamento de lado e voltei a me concentrar na brincadeira, tirei sua bermuda bem devagar para torturar o Diego, ele estava com uma cueca que marcava bem seu volume, estava excitado e o tecido já estava um pouco molhado.
Para sacaneá-lo deixei como estava fiquei em pé na cama, tirei minha bermuda e joguei encima dele perto do rosto, ele soltou um sorriso e logo tirou, depois fiz o mesmo com minha cueca. Essa ele cheirou antes de jogar no chão, depois deu um sorriso sacana e eu para sacanear mais ainda peguei meu pau e comecei a punhetá-lo na frente dele e ele fazia careta como se tivesse imitando uma chupada, até que parei e ele fez sinal para voltar onde estava antes.
Peguei o pau dele e iniciei a punhetá-lo com a glande na minha boca, comecei a passar a língua por baixo. Ele quase enlouqueceu, gemia e falava besteiras.
Ele apoiou as duas mãos em minha cabeça e forçou-a em direção ao seu pau, aumentei o ritmo e logo ele disse que ia gozar, aumentei ainda mais os movimentos e Diego explodiu num gozo intenso, inundou minha boca ao ponto de escorrer pelos lados, chupei até deixá-lo limpinho. Fiquei assim com o pau dele na boca até começar a amolecer.
Diego ficou molinho em cima da cama, mas logo me puxou de encontro a si e me beijou, virou seu corpo na cama e ficou por cima de mim.
- Você é demais.
Ele me beijou e depois fez o mesmo que eu fiz, porem ele mordia, era safado, com certeza ficaria marcas, até que iniciou a chupar o meu pau, e começou a acariciar a minha bunda. Foi muito gostoso, ele acariciava minha entrada, colocou um dedo sem penetrar totalmente e fazendo movimentos leves, não demorou muito e tive um orgasmo maravilhoso,
Deitamos e ficamos no silêncio do quarto com o som apenas da tv ligada, acabamos dormindo abraçados.
Acordei quase na hora de ir ao restaurante, o filme já havia acabado. Levantei da cama e fui tomar banho, quando voltei Diego continuava deitado, chamei por ele e em seguida foi para o banho.
Na hora combinada chegaram Rafael, Fernanda e Lucas, depois fomos ao mesmo restaurante que jantei a primeira vez com o Diego.
Estava tudo maravilhoso, a nossa sintonia era perfeita, Diego sempre simpático, conquistou a amizade dos garçons logo de chegada. Quando estávamos no início do jantar apareceram Aline e Roger de mãos dadas, vieram direto a nossa mesa, parece que os dois insistiam em me provocar.
- Que coincidência encontrar vocês aqui, disse Aline.
- Parece que nos encontramos por acaso novamente, disse o Diego olhando para o Roger.
- É verdade, e nem combinamos, disse Fernanda.
- Vocês já se encontraram hoje? Perguntou Aline.
Estava calado apenas observando, aquela situação não estava me fazendo bem, cheguei a pensar em sair do restaurante e voltar pra casa, mas não faria isso, seria um gostinho a mais para o Roger achar que estava se dando bem.
Por coincidência hoje pela manhã encontramos o Roger no Country nas pistas de skate, disse Diego.
Aline apenas olhou para o Roger e não sei explicar por qual motivo puxou seu rosto em sua direção e beijou sua bochecha, ele cínico ainda ficou rindo.
- O restaurante está cheio, podemos sentar com vocês? Perguntou Roger.
- Diego me olhou e viu que não estava bem, mas antes dele responder o Rafael respondeu por todos.
- O jantar era nosso, mas como vocês estão aqui, podemos compartilhar a mesma mesa.
- Por mim não tem problema, disse Fernanda.
- Senta aí cara, quem sabe aproximamos nossos laços de parentesco, disse Diego rindo.
Depois que eles sentaram a nossa mesa, minha noite acabou, não estava bem na presença deles, mesmo assim fiquei dialogando com meus pensamentos apenas vendo o que se passava no ambiente.
- Acho difícil, disse Roger tomando um aperitivo.
- Bem ou mal estamos todos juntos, disse Rafael.
- De quantos meses você está Aline? Perguntou Fernanda.
- Dois meses, disse ela passando a mão na barriga.
- E você tem preferência por sexo?
- Vai ser um menino disse Roger abraçando ela.
- Eu não tenho preferência, o que vier será bem-vindo.
- Pois eu não vejo a hora do Sandro mudar para BH e ficarmos pertinho, disse Diego me abraçando de lado.
- Eu acho loucura do Sandro já falei com ele o que penso, disse Aline.
- Pois eu acho que o Sandro está certo, tem mais é que batalhar por aquilo que quer, disse Lucas.
- Não me diga que vocês vão morar juntos? Questionou Aline.
- Sandro, Lucas e eu vamos dividir o aluguel de uma casa, disse Rafael.
- Duvido que o papai aceite uma coisa dessas.
- Ele já aceitou e no próximo ano vou embora daqui, falei depois de muito tempo calado.
Roger mexia no celular, estava disperso a tudo, achei estranho ele não ter curiosidade para saber de minha mudança, até que meu celular vibrou no bolso da calça, olhei e não pude acreditar que era mensagem dele, “Como você vai embora e não me diz nada?”.
Fiquei sem reação olhando para a tela do celular, disfarçadamente olhei para o Roger e tentei por um segundo entender o que se passava pela cabeça dele e mais uma vez não consegui entender. Nos poucos segundos que nossos olhares se cruzaram vi tristeza em seu rosto, rapidamente guardei meu telefone para que ninguém desconfiasse de nada, mas o meu pensamento fervilhava tentando achar uma justificativa, porque então ele estava com Aline? Não era justo o que ele fazia, lembrei-me das coisas horríveis que ele me disse ao terminar, mais uma vez a raiva tomou conta de mim e voltei a prestar atenção ao que se passava na mesa.
Depois disso Roger se calou, o jantar transcorreu normal, Aline engatou uma conversa com Fernanda enquanto Diego conversava com os meninos e eu fingi que estava tudo bem e entrei no papo deles sobre filmes e músicas.
- Galera, disse Rafael, tive uma ideia, que tal terminarmos a noite na danceteria X, famosa na cidade.
- Não sei se vou me dar bem.
- Porque Lucas? Questionou Fernanda.
- É hétero e lá se reúnem todos os metidinhos da cidade.
- Basta ignorar, disse Rafael.
- E porque não vamos numa GLS, sugeriu Diego.
- Aqui não tem esse tipo de diversão, disse Lucas.
- Acho que terei que vir mais vezes a essa cidade para dar uma agitada, isso aqui é muito monótono.
- Quer saber de uma coisa, danem-se as convenções eu, você e Lucas vamos nos divertir e quem não tiver satisfeito com nossa presença vai ter que nos engolir.
- Esse é o Sandrinho que eu amo, disse o Diego rindo.
Roger e Aline estavam calados, às vezes conversavam entre si, mas não dava para ouvir.
- Estamos combinados então, galera? Perguntou Rafael.
- Combinadíssimos disse Lucas.
- Nós vamos com vocês, disse Aline.
- Não acho que seja uma boa, você está grávida.
- Que besteira Sandro, gravidez não é doença.
- Você é que sabe, vamos agitar galera?
Pagamos a conta e fomos para a danceteria, era bem frequentada e estava quase lotada quando entramos.
- Vamos ficar sempre juntos, falei para o Diego e Lucas que estavam comigo.
- Isso aqui vai ficar pequeno para nós, disse Lucas empolgado.
Nem olhamos onde estavam Rafael e Fernanda, Roger e Aline, fomos pra pista e começamos a dançar sem nos importar o que as pessoas achariam e naquela confusão era difícil alguém notar algo.
Estávamos nos divertindo numa boa até que um engraçadinho começar a misturar as músicas cortando nosso barato, mas logo a gritaria geral e voltaram às músicas eletrônicas, Diego, Lucas e eu ignoramos tudo a nossa volta e arrasamos nas brincadeiras enquanto dançávamos.
A noite foi tão maravilhosa que nem vi as horas passarem, quando retornamos para casa não sentia minhas pernas de tão cansado e exausto que estava.
Acordamos por volta das duas da tarde, Diego ainda tinha que viajar, foi o quanto almoçamos e já era hora dele voltar a BH, seriam longas horas na estrada enfrentando o trânsito.
Antes de sair ele ainda veio falar comigo.
- Vou esperar você no próximo final de semana.
- Vou tentar.
- O que o Roger queria com você ontem?
- Do que você está falando?
- Eu vi quando você leu uma mensagem dele no celular.
- Acho que não preciso te enganar.
- Eu prefiro que seja sincero.
Mostrei meu celular ao Diego e ele leu a mensagem.
- Você vai procurar por ele?
- Não, eu não posso fazer isso com Aline.
- E comigo?
- E com você também.
Diego não disse nada apenas sorriu e me entregou o celular, mas eu notei que ele ficou pensativo e um pouco decepcionado com minha resposta.
- Eu tenho que ir, disse ele pegando sua mochila para sair.
- Você ficou chateado?
- Não, mas eu acho que a gente está tentando se enganar.
- A nossa proposta para o final de semana continua?
- Vou esperar por você, disse ele me abraçando antes de sair.
- Diego, eu não quero mais nada com o Roger.
- Eu acredito em você.
- Me liga assim que chegar?
- Talvez ligue amanhã, hoje vou chegar podre de cansado.
- Vai com cuidado a estrada é perigosa.
- Tem medo de me perder?
- Tenho! Você é muito importante pra mim e para de falar essas coisas que eu não gosto.
- Eu não vou te deixar pode ficar tranquilo.
Diego me deu um longo abraço, seguido de um beijo que aos poucos foi se desfazendo e em seguida ele saiu me segurando pela mão.
- Qualquer coisa me liga e tenha forças para superar seus problemas.
- Você não existe, mesmo sabendo de tudo continua ao meu lado.
- Estou passando por algo semelhante, mas não vou te trair.
- Eu também não.
Depois que ele saiu, fui para a piscina fazer o que mais gostava, enquanto nadava comecei a chorar. O Diego era muito legal comigo. Eu tinha que tirar o Roger da minha cabeça, ele não merecia nenhuma lágrima a mais, era um traidor e estava enganando a minha irmã.
Nadei até cansar, saí da piscina e fui para o meu quarto, estava sozinho em casa, resolvi ligar o computador e ver se Laura ou Junior estavam on-line.
- Oi prima tudo bem com você?
- Estou ótima e você Sandro?
- Estou bem e com saudades de vocês.
- Quando você volta a BH?
- Em breve e também acho que logo vou morar ai.
Vi quando Juliano ficou on-line, ainda estava com raiva dele por ter me deixado falando sozinho.
- Que legal Sandro, eu acho que você vai gostar muito aqui da capital.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro que sim.
- O Juliano está chateado comigo?
- O Ju é assim mesmo, mas ele não é de guardar ressentimentos.
- Da última vez que conversamos, ele me deixou falando sozinho.
- Ele leva tudo a sério, mas depois passa.
- Fiquei chateado com ele de querer se meter na minha vida.
- O que ele disse?
- Que eu estava fazendo coisas erradas e isso o chateava.
- O Ju está on, fala com ele.
- Não sei se eu quero.
- Eu acho que você quer, senão não perguntaria por ele.
- Não estou nem ai, às vezes eu acho que ele pensa que é meu pai ou meu irmão.
- Você é tão orgulhoso quanto ele, só não entendo uma coisa.
- O quê?
- Porque você se importa com a opinião dele?
- Somos amigos.
- Então fala com ele, tenho certeza que o Ju não está mais chateado.
- Será que eu devo? Tenho medo ficar falando sozinho novamente.
- Faça o que o seu coração mandar.
- Grande ajuda, obrigada!
- Eu nunca mais me meto entre vocês. rsrsrs.
- Sua chata, não me ajudou em nada.
- Se você está louco para falar com ele, porque não fala?
- Ele também está me vendo on, porque não fala comigo?
- Vai ver ele está ocupado com algum gato.
- Pode ser isso ou acabou esquecendo os amigos.
- Vocês dois parecem gato e rato.
- E você se diverte.
- Mais é claro que sim, algo me diz que dessa caça ainda sai alguma coisa.
- Acho difícil.
- Oh, não duvide.
- Você não tem jeito mesmo.
- Eu acho que vocês dois dariam um casal lindo de se ver.
- Só na sua imaginação.
- Chama por ele e para de me rodear.
- E quem disse que eu quero falar com ele?
- Eu sei que está louco por falar com ele.
- Quero falar com ele, mas não como você imagina.
- Então vai e fala. Aposto que ele também está no mesmo dilema que você.
- Será? rsrsrs.
- Quero ser madrinha desse casamento.
- Só no dia de são nunca.
- Me avisa quando chegar perto. rsrsrs
- Idiota
- Tchau priminho, eu te amo.
- Eu também te amo. Mala!
Olhei para a janelinha do Juliano e pensei, chamo ou não? E se ele me deixar falando sozinho novamente? Azar, eu gosto dele, abri a janela e digitei.
- Oi.
- Oi meninão.
A Laura tinha razão, ele estava de bem, ufa!
- Obrigado pelo meninão.
- É um menino grande, tudo bem com você?
- Tudo bem e você?
- Dei uma pausa nos estudos pra conversar um pouco com os amigos.
- Achei que ainda estivesse magoado comigo.
- Na hora eu fiquei, mas depois cheguei à conclusão que não tenho nada a ver com sua vida.
- O Ju? Também não é assim.
- A tia me falou que o Tiago ligou para ela essa semana, quer dizer que você está mesmo decidido?
- Estou sim e devo muito a você que me ajudou bastante.
- Não precisa me agradecer, eu faria isso por qualquer amigo.
- E a faculdade?
- Estou gostando bastante.
- Você está estudando, né?
- Um pouco.
- Vou deixar você estudar então.
- Já vai sair?
- Não quero atrapalhar seus estudos.
- Você não me atrapalha.
- Acho que estou carente?
- Por quê?
- Você está bem diferente.
- Resolvi mudar.
- Acho que foi pra pior.
- Por quê? rsrsrs
- Não está falando direito comigo, parece evasivo e distante.
- Você acha? rsrsrs
- Não é?
- O que você quer de mim?
- Ser seu amigo.
- Estou sendo.
- Não do jeito que eu quero.
- Eu também não tenho você do jeito que eu quero.
- Não vamos começar a nos ofender.
- Estou sendo sincero.
Meu telefone começou a tocar, era o Roger, fiquei atrapalhado não sabia se atendia, acabei deixando Juliano no vácuo enquanto ouvia a chamada do telefone e pensava no que fazer.
- Esqueceu de mim????
- Meu telefone chamou.
- Deve ser o namorado, tenho que sair agora.
- Ficou chateado só por isso?
- Não! Preciso estudar e também não tenho que saber da sua vida.
- Não saia agora.
- Por quê? Quer me usar pra não falar com ele?
- Olha a grosseria?
- Não gosto de ser usado pelas pessoas, mas parece que tenho essa sina.
- Alguém te magoou?
- Muitas pessoas, mas não quero falar nisso, ele já parou de chamar?
- Parou. Eu te devo uma.
- Agora preciso sair mesmo, tenho trabalho da faculdade para apresentar.
- Garoto estudioso, boa sorte.
- Se cuida meninão.
- Você também.
- Beijo na boca. rsrsrs
- rsrsrs
Não sabia se era satisfação de ego ou o quê, mas gostava quando ele agia assim, eu me sentia querido e protegido, o Ju era especial.
Depois que falei com Ju desliguei meu celular para o Roger não insistir. Resolvi me dedicar ao Diego, ele estava sendo muito legal comigo e não queria ser desonesto com ele.
As horas passaram e eu estava preocupado com sua viagem, era muita distância para uma pessoa fazer sozinha.
Tarde da noite liguei para ele queria saber como tinha sido a viagem, mesmo sabendo que ele estava cansado, resolvi ligar e acalmar meu coração.
- Fala meu lindão.
- Como foi de viagem?
- Muito transito, mas já cheguei.
- Que alívio. Fiquei preocupado com você.
- Eu notei quando saí.
- Ainda bem que deu tudo certo.
- Estou muito feliz que você me ligou.
- Por quê? Achou que não fosse ligar?
- Achei que procuraria o Roger, assim que me ausentasse.
- Não sou tão louco assim a esse ponto, e também estou com você.
- A sua atitude me deixou muito feliz.
- Ele me ligou, mas não atendi.
- E Aline?
- Não a vi, acho que me evita, deve ser vergonha.
- Será que é? Sua irmã é muito estranha, desculpa eu me meter, mas acho que ela te esconde algo.
- Porque você diz isso?
- Não acho certo o que ela e Roger estão fazendo com você.
- Ela está iludida por ele.
- Queria dizer algo, mas tenho receio da sua reação.
- Você sabe de alguma coisa?
- Não sei de nada, mas gosto muito de você e quero ser sincero.
- Então fala.
- Não vai ficar chateado?
- Vou ficar se você não me disser nada.
- O Roger é safado e aproveitador, mas eu acho que ela também não é tão inocente.
Lembrei quando o Roger me disse que ela não era minha amiga como eu era dela, o que isso queria dizer?
- Oi! Aconteceu algo?
- Desculpa, fiquei pensando aqui.
- Eu que peço desculpas, não devia ter falado nada.
- Foi bom sim e faz sentido o que você disse.
- Acima de ser seu namorado, sou seu amigo, fiquei em duvidas, mas também não quero te jogar contra ela.
- Obrigado pelo toque.
- Não aprovo a forma como os dois estão tratando você.
- Eu vou superar isso.
- Deve, porque o Roger não merece seu sofrimento.
- Eu sei, estou tentando dar um fim nisso tudo, não vejo a hora de sair daqui e ficar longe deles.
- Vem aqui para BH, vamos arrasar todas.
- Com certeza, sou parceiro, agora vou deixar você dormir.
- Beijo lindão.
- Beijo.
A semana começou no mesmo ritmo, era sempre a mesma coisa, o clima no colégio estava mais calmo, mas eu também já não tinha mais aquela empolgação de antes, as atitudes das pessoas me levaram a exaustão a ponto de chegar, assistir a aula e voltar pra casa sem conversar com ninguém, meus únicos amigos eram Rafael e Fernanda e ele também já estava em fase de despedida, os pais já tinham autorizado sua mudança para Belo Horizonte.
Minha mãe não me deixou viajar para Belo Horizonte conforme tinha planejado com o Diego, fiquei triste e frustrado, mas estava em fase de provas finais e apresentações de trabalhos na escola. Já era início de dezembro e na verdade queria terminar aquele 2º ano do ensino médio para iniciar uma nova fase na minha vida.
Em casa o clima continuava tenso com Aline. Minha cabeça era uma confusão sem tamanho, depois do toque do Diego fiquei mais confuso ainda, já não sabia se podia confiar plenamente nela apesar de ser minha irmã.
No sábado pela manhã depois de preparar um trabalho para apresentar no colégio, resolvi entrar num site e procurar por cursinhos pré-vestibulares em Belo Horizonte, também acessei o site do colégio para fazer minha transferência e concluir o ensino médio.
Estava distraído na internet quando alguém bateu na porta do quarto.
- Posso entrar?
Olhei em direção a porta e autorizei que Aline entrasse.
- Entra aí.
- O que você está fazendo tão caladinho nesse quarto?
Ela veio até onde eu estava fez um carinho na minha cabeça e beijou meu rosto.
Por um breve momento pensei em recusar seu carinho, mas não tive coragem ela era minha irmã.
- Pesquisando sobre o meu futuro.
- Você está mesmo decidido a ir embora daqui?
- Estou.
- Eu quero conversar com você.
- Pode falar.
- Tem como você deixar a internet um pouquinho para conversarmos?
- Claro.
Saí da Internet, sentei na cama e ela sentou ao meu lado, era meio estranho, pela primeira vez não sabia como tratá-la, era como se Aline fosse uma estranha pra mim.
Ficamos longos minutos calados até que ela resolveu quebrar o silêncio.
- Estou com muita vergonha de você.
Não sabia nem o que dizer a ela, mais uma vez fiquei travado, tinha tantas coisas para falar, mas não conseguia, minha garganta estava entalada e a voz simplesmente não saia sendo substituído apenas por um choro sufocado.
- Desculpa pela minha fraqueza.
Ela passou a mão no meu cabelo me fazendo um carinho.
Não resisti e minhas lágrimas saíram.
- Eu tinha dito que não ficaria com ele, mas eu amo o Roger.
Chorei mais um pouco e finalmente com dificuldade consegui me acalmar e falar alguma coisa.
- Por que você mentiu pra mim?
- Eu não menti, apenas pensei como ia criar uma criança sozinha? Eu não sou tão forte assim?
- Eu até entendo você, mas não tinha necessidade de me enganar dizendo que não queria mais nada com ele.
- Eu fui fraca, desculpa.
- Você foi egoísta, não pensou em mim.
- Por isso agora estou aqui tentando me redimir, eu te amo muito e não quero que fique nenhum clima ruim entre nós.
- Não se preocupa, estou indo embora daqui.
- Eu não quero que você vá embora por minha causa.
- Não é por sua causa, é por mim mesmo, estou cansado de tudo.
- Me perdoa por não ser forte como você?
- Eu não esperava isso de vocês.
- O Roger me disse que você é jovem e está empolgado com essa mudança e eu percebi isso na sua empolgação com o Diego.
- Ele te disse isso?
- Disse, e eu acreditei porque nesse final de semana eu vi que você estava animado com os meninos. Lá na danceteria vocês se divertiram pra valer.
- E por isso você acha que estou bem?
- Não, mas você vai conseguir superar e eu tenho que pensar no meu filho, o Roger me prometeu ser mais dedicado e fiel a nossa relação.
- Ele está mentindo pra você.
- Não, nós conversamos longamente e ele me falou que sente desejo por você, mas vai se controlar.
- E você acredita nele?
- Eu tenho que acreditar mano, ele é o pai do meu filho.
Peguei meu celular e entreguei para ela ver a mensagem do Roger.
- Dá uma olhada e vê se você pode acreditar nele.
Ela pegou e olhou as mensagens, deu um sorriso e me entregou o celular.
- Ele já me disse que você é especial, está apenas preocupado.
- Eu não ia mostrar essa mensagem a você, mas acho que ele está te enganando e você finge não ver as coisas.
- Não, nós já conversamos sobre isso, o Roger me disse que jamais assumiria uma relação com um homem e foi por isso que decidi dar mais uma chance a ele.
- Quanto a mim você não precisa se preocupar, não vou fazer nada para separar vocês, eu gosto dele, mas não seria capaz de trair meus conceitos.
- Eu sabia que você seria justo.
- Como você disse, sou jovem e vou superar isso.
- Você não está magoado comigo por ficar com ele?
- Com você não, mas com ele sim, porque o Roger foi um canalha se envolvendo com nós dois ao mesmo tempo fora as outras traições.
- Eu já conversei com ele sobre isso e o Roger prometeu que não vai acontecer novamente.
- Não acredito nele, mas não vou me meter entre vocês.
- Porque você não acredita nele?
- Se eu disser alguma coisa você vai achar que estou com ciúmes e magoado ou estou tentando afastar vocês, por isso prefiro ficar calado
- Você é meu irmão Sandro, jamais pensaria isso.
- Não mesmo?
- É claro que não.
- Então eu vou te contar uma coisa e vamos ver se você vai acreditar?
- Naquele dia que fui com os meninos ao Country, Roger apareceu lá, sentou ao meu lado e ficou falando do tempo que o ajudei no skate, disse que tinha saudades e depois me disse que você não era tão minha amiga como eu imaginava.
- Ele falou isso pela minha atitude de não te procurar para conversar.
- Foi só isso mesmo Aline?
- Foi. Eu não sabia de vocês quando me envolvi com ele.
- Isso você já me disse, eu só não consigo entender como você uma professora fazendo faculdade fica grávida por falta de cuidados.
- Sabe aquele dia que estávamos no clube organizando tudo para o seu aniversário?
- Eu lembro, foi na véspera do dia que fazia aniversário.
- O Tiago e a Paula estavam comigo. Na saída do clube a camioneta não pegou e ele chamou o Roger para consertar.
- O Tiago me falou.
- O Roger foi lá, pegou a camioneta e levou para a oficina. Eu tinha aula naquela tarde e acabei dispensando o pessoal que estava ajudando, fui pra escola e quando estava esperando a van para retornar, ele apareceu já com a camioneta arrumada e neste dia transamos, eu não queria porque estávamos sem preservativo mas ele disse não teria problema porque interrompia o coito e ele fez isso, porém eu estava em período fértil e acabou acontecendo.
- Não precisa me contar mais nada, eu não quero saber.
- Desculpa, não queria te machucar.
- Vocês transaram na véspera do meu aniversário, nem isso o Roger respeitou e ainda teve coragem de no dia seguinte me acordar às 6 da manhã para me parabenizar.
- Eu errei muito em nunca ter conversado com você sobre ele, mas como eu ia adivinhar que vocês tinham algo?
- Você é uma garota vivida, esperta e se deixou envolver desse jeito.
- Eu não sabia nada da vida quanto a sentimento, desculpa Sandro.
- Agora não tem mais retorno mesmo, só espero que ele te faça feliz.
- Você é lindo de sentimento, tem coração puro, tenho certeza que o Diego ainda vai te fazer muito feliz.
- E o que você pretende fazer?
- Não sei ainda, a mamãe e o papai estão contra a minha aproximação com Roger.
- Não vou me meter Aline, se nossos pais estão contra é porque eles têm razão.
Ela não disse nada apenas sorriu e levou a mão à barriga.
- Eu queria ter aquela aproximação que a gente tinha antes.
- Nós vamos ter, mas eu preciso de um tempo pra minha cabeça.
- Não fica com raiva do meu filho, é seu sobrinho.
- Preciso de um tempo para assimilar tudo isso, mas não vou rejeitá-lo, só não me peça para ser amigo do Roger.
- Acho que com o tempo vocês vão se acertar e ainda vão dar boas risadas de tudo isso.
- Tomara Aline, foram muitos anos gostando dele, mesmo distante.
- Agora eu sei de tudo, mas eu não posso mudar as coisas.
- Tem coisas que nem o tempo muda.
- Oi posso entrar? Disse Tiago abrindo a porta do quarto.
- Entra mano.
- Estão conversando, fiquei feliz, vim em casa justamente por isso.
- Eu precisava pedir perdão ao Sandro.
- Nossos pais nos ensinaram a sermos unidos e não merecem passar por isso, vocês precisam acabar com esse clima.
- Eu não posso fazer nada além de seguir minha vida e é isso que estou fazendo.
- Pedi perdão e o Sandro provou que tem um coração enorme.
- Não achei certa a atitude que você tomou.
- Porque Tiago?
- Aline, você disse a todos nós que não queria mais nada com o Roger e na mesma semana resolve dar uma chance a ele?
- Porque eu pensei no meu filho.
- Eu entendo a sua decisão, mas você não pensou no papai, na mamãe e nem no Sandro que era o mais prejudicado.
- Por isso que eu vim pedir perdão a ele.
- Deixa Tiago, as coisas já estão feitas e não tem volta.
- Ficou um clima chato entre vocês e isso não podia acontecer.
- Estou indo embora, deixe as coisas como estão.
- Não é assim mano, parece que você está saindo daqui escorraçado e nós somos uma família.
- Vou estudar não se preocupe.
- Eu não queria que você fosse?
- Nós já conversamos sobre isso Tiago, é algo vai me fazer bem.
- Você está indo embora daqui porque não está conseguindo superar os problemas
- Eu sei que vou sofrer, mas vou buscar minha liberdade e um dia você vai entender que foi melhor assim.
- Já ajeitei tudo pra sua ida, mas meu coração está partido e também não estou de acordo com essa mudança.
- Você é muito apegado a mim e não está querendo se afastar.
- No início eu era contra, mas agora acho que o Sandro está certo, essa mudança vai ser boa pra ele.
- E você Aline? O que vai fazer da vida?
- Não sei ainda, preciso conversar com o Roger e decidir o que vamos fazer.
- Vou ser sincero com você, não sei se vou conseguir encarar o Roger como antes, o que ele fez com vocês não tem perdão.
- Eu entendo Tiago, mas também tenho que pensar no meu filho que é sobrinho de vocês.
- Quanto a isso não tem problema Aline, mas não me peça para tratar o Roger como antes, vou tratá-lo com respeito, mas não com a mesma admiração.
- Não se preocupa Tiago, depois que eu for embora tudo se resolve.
- E qual o preço pra isso, você está saindo de casa por causa dele.
- Esse momento ia chegar, estou saindo por causa da minha faculdade.
- Que faculdade? Você nem terminou o ensino médio ainda.
- Falta só um ano.
- Você é quase uma criança, vai sair por ai enfrentando tudo que é tipo de dificuldade, sem necessidade pra isso.
- Será melhor assim, não se culpe Tiago e nem culpe Aline, as coisas estão acontecendo assim porque tinham que acontecer.
- Você está certo eu preciso aceitar que você está nos deixando.
- Eu nunca vou deixar vocês, é só uma mudança.
- Você vai ver a diferença quando tiver que sozinho enfrentar os problemas.
- Tenho vocês aqui para me dar suporte.
- Ainda acho que tudo poderia ser diferente, não me conformo com o rumo que as coisas estão tomando.
- Você prometeu me ajudar.
- Já estou ajudando, está tudo certo para a sua mudança, convenci o papai e a mamãe, mas não me conformo em perder você.
- Logo você vai casar ter filhos e formar sua família, assim como Aline está fazendo agora e eu quero estudar.
- Não aceito isso disse ele chorando.
Fui até ele e o abracei, entendia o sentimento dele, estava me fazendo de forte, mas no fundo também tinha medo da nova realidade que ia enfrentar.
Depois que Tiago se acalmou eu vi que Aline chorava sentada na minha cama, com as mãos apoiadas no rosto. Eu não estava preparado para o momento seguinte, não com ela e Roger, mas tinha o meu sobrinho ou sobrinha, fui até ela e estendi minha mão para abraçá-la.