Além da Laura, que eu não queria sobrecarregar, me abri com a Josi, dividindo com ela as minhas preocupações. Ela me ouviu e me acalmou, sugerindo uma opção:
– Eu tenho uma amiga, uma grande amiga na verdade, que de vez em quando trabalha com um detetive. Você não acha melhor contratar um profissional para resolver de vez esse problema?
Aquela não era uma má ideia e eu pedi para ela falar mais:
– Eu sei que ela o ajuda quando ele precisa se aproximar de homens como o Douglas. Acho que ela seduz os caras, consegue para ele acessos que ele não teria normalmente. O nome dela é Natasha. Quer que eu marque com ela lá em casa, para ela explicar melhor como funciona?
Josi me surpreendeu, aquilo era genial. Um amador como eu, ainda mais em conflito por vigiar um amigo, jamais conseguiria respostas facilmente. A sugestão da Josi foi certeira, e como agradecimento, fodi aquela bucetinha quente com ainda mais vontade e gratidão.
Mas antes de qualquer coisa, na quinta-feira, minha equipe havia terminado o desafio que eu propus e nossa resposta estava pronta. Era hora da ação.
Acordei ansioso naquela manhã de quinta-feira. Convidei todos os nove clientes para um café da manhã, por minha conta, lógico. Eu só precisava da aprovação de cada um deles. Como aquele era um investimento na minha própria imagem, o serviço seria gratuito, sem nenhum tipo de ônus nos contratos atuais.
Laura e Simone foram rápidas, preparando a sala de reuniões do prédio ainda em reformas para recebê-los. Lucas e Douglas cuidaram da parte técnica e dos equipamentos. Cada um dos meus três pupilos fez sua apresentação, mostrando aos clientes as facilidades dos novos sites, as modernizações e mudanças em seus logotipos e os vídeos de propaganda que seriam veiculados na internet.
Comprei espaços em sites, rádios populares e até no Facebook. Um investimento calculado, pois o retorno esperado, no meu caso, não era financeiro. Antes de soltar os novos trabalhos, mandei mensagem à Rafaela e só após sua resposta positiva, tudo estava pronto.
Soltamos as novas campanhas ao meio-dia e, assim como prometera, Rafa curtiu e repostou cada uma delas, aproveitando para fazer comentários em pelo menos quatro publicações, empresas que ela já conhecia ou era cliente. Agora era hora de ter paciência e esperar os resultados.
Já naquela noite, o Instagram da minha empresa recebeu uma massiva leva de seguidores. Em poucos dias, de trinta e poucos mil, chegamos a quase um milhão. Minha página pessoal passou de doze mil para quase trezentos mil seguidores. Lucas, Simone e Lariane, também tiveram grandes aumentos de seguidores em suas contas pessoais, já que estavam listados no Instagram da empresa como parceiros criadores, responsáveis pelas novas campanhas.
No dia seguinte, cada um dos nove clientes me ligou, estavam agradecidos, pois seus negócios já colhiam os frutos das novas campanhas. Três das empresas eram do ramo de alimentos, tendo um aumento muito acima do esperado já no mesmo dia. Duas eram lojas online e tiveram seu faturamento duplicado no dia anterior, quase não conseguindo atender os pedidos. A pizzaria do bairro, meu primeiro cliente, teve que fechar mais cedo, pois não tinham mais produtos para trabalhar.
Eu fiquei muito satisfeito com o resultado até aquele momento. Para comemorar o sucesso inicial da nossa reação e também, para dar um tempo daquela semana brutal, para todos descansarem, e como tínhamos um feriadão pela frente, aumentando em dois dias o final de semana, aluguei uma casa no litoral. Foi de supetão e apenas para que a gente pudesse se afastar um pouco e relaxar. Os problemas não iriam me abandonar e nada se resolveria como mágica, um descanso era necessário.
Como eu imaginava, após uma série de desculpas e justificativas, Douglas não nos acompanharia. Melhor assim, pois eu poderia levar a Josi tranquilamente e era essa mesmo a minha intenção. Confiava nos meus pupilos e não tinha motivos para esconder minha vida pessoal de nenhum deles.
O que seria um retiro em equipe, acabou se transformando num evento maior. Laura me pediu para levar Daiane, que acabou pedindo para levar Alexandre, seu namorado, e até a Josi, por chamada de vídeo, mesmo muito feliz com a surpresa, com o convite inesperado, me pediu para levar uma amiga.
Eu estava muito desconfiado das intenções da Josi e sabia que era mais uma armação na sua cruzada de ter outras mulheres na nossa cama. De qualquer forma, mesmo me sentindo um grande hipócrita, ainda muito influenciado pelo machismo estrutural, e como aquela combinação me favorecia amplamente, não vi motivos para recusar.
Ainda tínhamos uma assunto pendente a resolver e ela aproveitou o momento:
– Eu falei com aquela amiga, a Natasha. Ela entrou em contato com o detetive e eles podem te encontrar hoje, às dezenove horas. Mando o endereço por mensagem.
Aquele era o melhor resultado possível, já que viajaríamos na manhã seguinte, um sábado. Mas eu pedi:
– Por que não vem comigo? Esse assunto também diz respeito a você. Não querem só destruir a minha reputação, também querem nos separar.
Josi pensou por alguns segundos:
– Tá bom. Acho que dá tempo de ir em casa tomar um banho e trocar de roupa. Tu vai me buscar, né? – Terminamos de combinar, nos despedimos e desligamos.
Eu já estava em casa, trabalhando e monitorando o sucesso de nossas novas campanhas. Mesmo que não fosse a minha intenção, o retorno financeiro apareceu rapidamente.
Ainda naquela tarde de sexta-feira, duas novas empresas do bairro, de pequeno porte, entraram em contato, querendo se tornar clientes. Laura estava radiante, já que podia começar a fazer seu trabalho, lidando diretamente com clientes.
Achei que era hora de estruturar a empresa de forma adequada. Promovi Simone como chefe de equipe, também gerente administrativa e Laura, além de minha secretária pessoal, a gerente geral. Eu, Lucas e Lariane seríamos as mentes criativas.
É bom deixar claro que em nenhum momento eu cortei as asas de Simone, muito pelo contrário, pois ela sempre deixou bem claro que era administrando que se sentia realizada. Ela até gostava de criar, queria participar dos processos, mas era na área administrativa que seu verdadeiro dom se encontrava. Mantive Douglas como meu braço direito, já prevendo as mudanças que poderiam ocorrer num futuro próximo.
Como a casa alugada na praia era de um bom amigo, Laura já tinha ido pegar as chaves. Ansiosa, querendo aproveitar, ela deu a ideia:
– Por que não vamos hoje mesmo? O expediente já está terminando e a viagem é rápida.
Como só eu tinha carro, comuniquei:
– Eu tenho um compromisso hoje, não dá. Mas vocês podem ir na frente, eu não vejo problema nenhum. Podem levar meu carro, vou com o outro amanhã.
Lucas pediu a palavra:
– Não é necessário, mas se não for pedir muito, queria que me levasse até a concessionária. Acabei de fechar a compra do meu próprio carro, só preciso ir buscá-lo. As meninas podem ir comigo.
Laura também comunicou:
– Eu vou com a Daiane e o Alexandre, Lucas e as meninas podem nos seguir. Você sabe onde é, já alugamos a mesma casa outras vezes.
Animada, Laura tinha tudo sobre controle:
– Vou com vocês, então. Enquanto você leva o Lucas para buscar o carro, vou ao mercado comprar o básico. Se deixar para comprar tudo lá, pagamos o triplo.
Decretei o final do expediente, mesmo que ainda fosse três horas da tarde. Douglas se mantinha neutro, sempre no celular, alheio ao mundo ao redor. Deixei que Laura fosse com as meninas ao mercado no meu carro principal, sem precisar se preocupar com o tempo e levei Lucas até a concessionária, no outro. Também entreguei a Laura um de meus cartões, para a despesa. Nos despedimos ali mesmo, pois eu, provavelmente, só as veria no dia seguinte, já na praia.
Lucas optou por um carro simples, modelo de entrada, econômico e perfeito para a cidade. Ele também me fez uma revelação:
– Eu estou quase fechando a compra de um apartamento também. Eu gosto da nossa rotina, mas preciso ter meu próprio canto. Sei que você me entende.
Eu sabia que aquilo não ia demorar a acontecer, já que ele é de família abastada, querendo se provar para o pai, após recusar assumir os negócios familiares. Como filho único, ainda recebia todo o suporte dos pais. Apenas o apoiei:
– É claro que eu entendo, mas saiba que a minha porta estará sempre aberta.
Ele agradeceu e completou:
– As meninas também estão procurando algo para alugar. Acho que continuarão juntas. Laura está ajudando.
Fui sincero:
– Eu já imaginava que todos iriam querer ter seus próprios cantos. Contanto que não me abandonem, o resto a gente dá um jeito.
Me despedi de Lucas, que ainda precisava resolver algumas coisas na concessionária e voltei para casa. Douglas me esperava. Como Josi e eu prevíamos, ele me mostrou fotos e vídeos dela com o amigo do trabalho. Nada diferente do que ela me contou: os dois abraçados, de mãos dadas, ela com a cabeça deitada no ombro dele na lanchonete … se achando, ele começou a ofendê-la:
– Tá vendo, brother! Uma vez puta, sempre puta. Tu tava certo, ela tá mesmo de chamego com esse comédia. A safada só faltou esfregar a xota na cara do Mauricinho … Essa vagabunda é rodada, irmão, tem mais horas de foda que urubu de voo. Tu se livrou de uma bomba.
Tive que me controlar ao máximo para não espancá-lo naquele momento. Senti uma tristeza tão profunda, uma decepção que chegava a apertar o peito. Só é tão doloroso, porque vem de onde a gente menos espera.
Aquele teste foi a última prova de que eu precisava. Se ainda tinha dúvidas em me encontrar com o detetive, Douglas e sua reinterpretação da realidade me fizeram ter certeza. Nada naqueles vídeos e fotos sugeriam um romance. Mesmo que a Josi tenha dito o contrário, só de olhar, mesmo de relance, independentemente da roupa social masculina, dava pra ver que o amigo era gay. O jeito de andar, os trejeitos e maneirismo, deixavam claro sua homossexualidade, era inegável.
Douglas deveria me achar o maior dos idiotas, ingênuo ao ponto de acreditar em qualquer coisa, ou tinha alguma coisa muito errada com ele. Eu não o conhecia mais. Como uma pessoa é capaz de mudar tanto em tão pouco tempo? Sem nenhuma vontade de continuar olhando para a cara dele, o liberei. Desejei um ótimo feriado e assim que seu Uber chegou, ele se foi.
O tempo voou, já eram quase dezoito horas e quando eu me preparava para sair, buscar a Josi, Laura e as meninas voltaram do mercado. Minha irmã pediu para falar comigo a sós. Voltamos ao meu quarto e fechamos a porta. Ela não enrolou:
– Eu prometi que não iria dizer nada, mas na atual situação, depois de tantos problemas, acho melhor ser honesta. Josi me pediu o telefone da Rafa.
Aquilo sim me surpreendeu. Porra! Até a Josi? Me acalmei antes de pensar bobagens e perguntei a Laura:
– Ela disse o motivo?
Tentando entender minhas reações, ela respondeu:
– Não! Ela apenas me disse para confiar nela. Prometeu que não iria tirar satisfações ou coisa parecida, que na verdade, era uma coisa que ela precisava fazer, pela relação de vocês.
Era só o que me faltava. Num primeiro momento, pensei logo em safadeza. Será que a Josi queria armar pra cima de mim? Voltei a perguntar:
– Quando foi isso? O dia que ela pediu?
Laura foi honesta:
– Na quarta. Dois dias atrás.
Eu tinha duas opções: ser direto com a Josi e perguntar ou jogar verde e testar suas intenções. De qualquer forma, eu precisava ir buscá-la. Já estava atrasado.
Me despedi de Laura e de todos, desejei boa viagem e pedi para terem cuidado na estrada. Naquele horário, véspera de feriadão, a viagem, que normalmente durava entre uma hora e meia, duas horas até o litoral, seria infernal.
Já no carro, tive uma ideia. Por que não? Mandei uma mensagem para o meu tio:
“Estamos indo para a praia, tá afim?”
Mandei também o endereço por mensagem, mas acabei não recebendo resposta. Liguei o carro e acelerei. Cheguei ao prédio em que Josi morava rapidamente. Até estranhei, pois estava em horário de rush. Mandei mensagem e ela desceu.
Assim que ela entrou no carro, me deu um beijo muito gostoso e eu voltei a rodar. Chegamos ao local marcado em cima da hora. Assim que estacionamos e Josi saiu do carro, uma loirinha linda, tendo entre vinte e dois, vinte e quatro anos, veio apressada e a abraçou:
– Oi, sumida! Nem acreditei quando me ligou. Como você está?
Antes que a Josi pudesse responder, ela se virou para mim:
– Você deve ser o Clayton, correto? O homem que domou a Josiane. – Ela deu uma risada gostosa, provocando. – Até hoje ninguém acredita.
Ela deu um abraço bem apertado na Josi e fez o mesmo comigo em seguida. Tive a impressão de que já a conhecia, ela não me era estranha.
– Vamos entrar, o Fagundes, o detetive, está nos esperando.
Apenas a seguimos, enquanto ela e Josi conversavam:
– Muita coisa mudou, amiga. Agora sou uma universitária, estudante de direito e até tenho a minha própria casa de entretenimento. Ah, também estou numa relação maluca e deliciosa … nem te conto.
Josi estava boquiaberta:
– Sua própria casa de entretenimento? Como assim? Me contaram que você está em um trisal e muito feliz. Me disseram que agora só trabalha no mundo digital, que largou o atendimento ao público. – Josi sorriu maliciosamente na última parte.
Natasha desconversou:
– Explico tudo depois, cuidem do problema de vocês primeiro.
Reparei melhor naquela loirinha linda. Eu definitivamente a conhecia, só não conseguia lembrar de onde. Ela estava de vestido levemente solto, branco, de alcinhas e o comprimento ia até o meio das coxas. Ela devia ter menos de 1,60 m de altura. Seu corpinho mignon, com a bunda arrebitada e carnuda rebolando a minha frente, levantando levemente a traseira do vestido. Os seios eram médios, redondinhos e ela estava sem sutiã. Os biquinhos ficaram marcados no tecido. Tudo nela era proporcional e o sorriso era incrivelmente belo e cativante. Josi é linda, mas ela não fica para trás.
Josi percebeu e sorriu maliciosamente para mim também, logo voltando sua atenção para a conversa com Natasha. Chegamos a uma sala e já na porta, um homem nos aguardava. Natasha nos apresentou:
– Clayton, Josi, esse é o Fagundes, o detetive.
O homem nos cumprimentou e pediu para a gente entrar na sala e nos sentar. Natasha disse para a Josi:
– Eu fico por aqui, fiz minha parte. Agora é com vocês.
Josi pediu:
– Não, amiga, espera. Faz tempo que não nos vemos, precisamos colocar a conversa em dia.
Natasha estava indecisa e Josi triste. Eu disse:
– Eu converso com o detetive, você pode matar a saudade da sua amiga. O que acha?
Josi me abraçou, voltando a sorrir e me deu um selinho nos lábios:
– Obrigada, amor. Te espero aqui fora então.
Natasha sugeriu:
– Tem uma lanchonete aqui na frente, nos encontramos lá quando terminar. – Eu concordei e as duas se foram.
Fagundes e eu nos sentamos e antes de eu começar a explicar o que estava acontecendo, primeiro ele me contou sobre o que poderia ou não fazer, as regras que não podia quebrar e as coisas que estavam fora de cogitação. Diferente dos filmes, o trabalho de um detetive era bem difícil, já que as leis eram muito restritivas.
Expliquei a ele todas as minhas suspeitas, entreguei os áudios que a Josi repassou, dei os dados completos e fotos, tanto do Douglas quanto do Juan. Pedi que focasse principalmente na manipulação que estava sendo feita na internet para manchar a minha imagem e me prejudicar. Ele explicou:
– Terei que dividir o serviço. A parte do cancelamento e da manipulação, passarei para um colaborador. Já sobre os seus amigos, eu mesmo cuidarei disso.
Combinamos os valores e, por pix, paguei o sinal para que ele começasse a trabalhar. Enquanto pesquisava minha situação, tentando entender os meus problemas online, e assim que viu o meu trabalho, ficando muito impressionado, ele perguntou se eu estava interessado em redesenhar o site dele e criar novos vídeos de propaganda para a internet. Combinamos de conversar assim que ele terminasse o meu caso, para não misturarmos as coisas. A sorte parecia sorrir para mim outra vez.
Com tudo definido e o trabalho aceito, nos despedimos. Ele fechou seu escritório e me acompanhou até a entrada da lanchonete onde as meninas estavam. Se despediu de nós e se foi. Entrei e me sentei com as duas, que estavam em uma conversa bastante animada. Josi pediu:
– Amor, Natasha nos convidou para conhecer sua casa de entretenimento. O que acha?
Me assustei:
– Hoje? Agora? Vamos viajar amanhã cedo, não acha melhor deixar para uma próxima vez, quando voltarmos?
Revelando de uma vez, me pegando de surpresa, Natasha foi direta:
– Já foi a uma casa de swing? Namorando com a Josi, é bem provável …
Josi riu de nervoso, a repreendendo:
– Tá louca? Eu disse que ia falar.
Sem rodeios, Natasha não hesitou:
– Ia falar quando? Na entrada ou quando estivesse lá dentro?
Josi ficou nervosa:
– Você não muda, né? Sempre direta. – Ela se virou para mim. – Eu queria que você conhecesse, já que temos conversado sobre isso. Vamos? Não precisamos fazer nada, só conhecer. Voltamos cedo, já que vamos viajar.
Natasha estava curiosa e me perguntou:
– Tem curiosidade sobre o mundo liberal? Ela te convenceu a se soltar?
Josi respondeu por mim:
– Não! Nada disso. Clay não é um liberal, mas eu fiz uma proposta para ele, uma que ele não tem nada a perder e sem que ele precise me dividir com outros homens.
Natasha se surpreendeu e Josi continuou a falar:
– Sinceramente amiga, eu encontrei o meu homem, não preciso de outros. Eu quero que ele prove um pouco desse mundo, mas de uma forma que seja prazeroso para ele. Você me conhece, nós somos iguais.
Natasha sorriu:
– É verdade! Eu também encontrei o meu e ele veio trazendo uma parceira incrível e hoje somos felizes, os três, do nosso jeitinho.
A curiosa naquele momento era a Josi:
– Então agora você é exclusiva desse casal?
A loirinha deu um sorriso de moleca:
– Nem tanto. Faço por escolha, mas tenho liberdade. Eles são o casal, eu sou a namoradinha. Como eu disse, estamos felizes do nosso jeito. – Ela também provocou a Josi. – se for com você e esse gostoso do seu namorado, abro uma exceção.
Achei que a Josi ia estressar, mas ela apenas sorriu, dando um tapinha no ombro da Natasha:
– Sua boba! – Josi me olhou e percebeu minha surpresa. – Se bem que … é um caso a se pensar.
Natasha, me olhando desde que chegamos, resolveu ser direta novamente:
– Você não está se lembrando de mim? Jura?
Busquei na memória, mas não consegui lembrar. Ele deu uma dica:
– Cabelo mais liso, um tom mais escuro de loiro … Orçamento para a criação de um site adulto, remodelamento de perfil no Only fans …
A memória voltou com tudo:
– Poxa vida … Natasha, Only fans … eu tinha a certeza que já nos conhecíamos, mas achei melhor não falar, pensei que estava imaginando coisas.
Josi, ao nosso lado, estava sem entender. Natasha explicou:
– Alguns meses atrás fiz um orçamento com ele para remodelar toda a minha identidade visual. – Ela voltou a me olhar. – Eu quero ser sua cliente, mas precisamos refazer tudo, já que agora quero incluir meu novo negócio.
Natasha aproveitou o momento:
– Por que não aproveitamos e você já conhece a casa? Eu prometo que é um lugar de muito respeito e ninguém vai incomodar você e a Josi.
Visivelmente ansiosa, tamborilando as unhas na mesa, Josi esperava minha resposta. Pensei por um instante e entendi que não era grande coisa, que eu não tinha nada a perder e que, na verdade, era uma ótima oportunidade para entender melhor aquele mundo novo. Eu confiava na Josi e, na minha atual situação, qualquer novo cliente era importante. Mesmo confiando, se a Josi pisasse na bola, ou me desse motivos para desconfiar, eu apenas terminaria novamente a relação, sabendo que foi um erro dar uma nova chance.
As duas esperavam minha resposta:
– Ok! Vamos lá conhecer.
Quase pulando em cima de mim, Josi me abraçou e me deu um beijaço. Paguei a conta das duas, que na verdade eram apenas dois sucos e seguimos Natasha em direção a sua casa de swing.
Pelo carro, uma SVU importada, quase zero, pude perceber que aquela loirinha não era uma qualquer. Somente pessoas muito bem sucedidas poderiam pagar o quase meio milhão daquele veículo de última geração. Eu precisava fazer de tudo para tê-la como cliente.
O que eu não imaginava, o que eu jamais poderia esperar, era que uma simples noite, que eu tratava como uma visita de negócios, desencadearia a minha transformação. Uma noite incrível, cheia de possibilidades e novidades, mudaria completamente a minha relação com a Josi.
Continua.
* A participação da Natasha ocorre alguns anos a frente da série que ela protagoniza, "Encontros, Desencontros, Descobertas e Traições".