Abri os olhos já assustado pensando o quão tarde deveria ser, pensando estar atrasado para o que tinha marcado para aquela noite. Rolei para o outro lado e vi, através das frestas na cortina, que o sol ainda se punha e acalmei-me. A segunda constatação é que ele não estava mais na cama e, antes de me perguntar aonde fora, senti um cheiro de café fundido ao cheiro de anis-estrelado. Sorri com aquela combinação e inspirei profundamente ao mesmo tempo em que me espreguiçava naquela cama que, há muito tempo, não precisava aguentar mais que os meus 85kg a noite inteira. Não permitia que ninguém dormisse ali comigo, acomodava qualquer acompanhante no sofá e dizia a mim mesmo que aquele espaço me era sagrado. E ele conseguiu profanar aquele espaço, ou será que o santificou ainda mais? Não sabia ainda, mas gostei, gostei de ter alguém novamente invadindo minha privacidade, meu quarto, minha cama, meu lar, meu corpo, meu cu. Eu definitivamente era dele no passado, assim como era no presente e seria no futuro.
João começou a cantar da cozinha um hino da igreja que frequentávamos. Um para crianças, que só indicava o quão jovem nos fizemos aquele dia.
- Panquecas, Pá? – o cheiro era perfeito e, além do café e chá de anis, sentia que aquelas panquecas tinham alguma especiaria no meio – Nós moscada, cravo e canela. Você está fazendo aquela cara de investigação de novo, pensando “que porra eu coloquei nessas panquecas?”. Acho que acertei nas proporções e depois é só cobrir com aquele mel silvestre que você tem ali – disse apontando para o fim da bancada da cozinha.
- Desde quando você manja de cozinha assim?
Solucionado o mistério dos ingredientes, queria entender como ele saiu de duas mãos esquerdas - como eu tinha dois pés esquerdos para o box que ele tentou, sem sucesso, me ensinar - para um cozinheiro aparentemente promissor.
- Desde quando você... – pausou a frase, colocou uma pilha de cinco panquecas num prato, estendeu-o a mim e completou – Quer dizer, desde quando eu afastei você da minha vida. A comida nos ligava – os seus olhos adotaram um tom nostálgico, levemente melancólico – e quando você parou de cozinhar para mim, eu precisava me sentir ligado a você de alguma forma. Meus pais estranharam meu novo gosto, mas achavam que eu só estava tentando ajeitar minha vida e que era algo que me alienava de você. Mas daí eu ficava como? Cozinhando de pau duro pensando em todas as vezes que te comi na cozinha daquela minha antiga casa.
Não sabia se ria, chorava, recordava, ou melhor, sabia sim e fazia tudo ao mesmo tempo. Com uma emoção brotando do peito, apoiei o prato que já tinha pego na bancada, puxei as mãos de João em direção ao meu coração e senti seus calos ásperos no meu peito desnudo.
- Tá sentindo isso? Meu coração pulsa muito mais forte quando está com você, assim como meu cu pisca só de te imaginar me querendo – disse assumindo um tom safado no final.
- Hahahahah vamos comer logo, as panquecas vão esfriar.
- Ok, você que manda.
- Mando na cama, fora de você sabe que me dobra.
Depois de despejar o mel acima da pilha de panquecas e saborear uma das melhores coisas que já comi na vida, elogiei a empreita e ele deu um pulinho de felicidade ao ver que gostei. Era bom ter meu amor adolescente ali de novo e sorri parecendo um.
Ele, viciado em café, já ia para a segunda xícara enquanto eu ainda inspirava o vapor do chá que ele me preparou. Anis-estrelado passou a ser o meu favorito enquanto olhava em seus olhos, mas havia algo a mais ali, havia..!
- Ah, tem umas gotinhas de essência baunilha no chá – disse complementando meus pensamentos.
- Você sabe o que baunilha significa para mim, não sabe? – disse sereno, porém muito atento à sua resposta.
- Significa que você tem um coração grande. Sei que não sou seu único amor da vida, aquele convite de casamento com um vidrinho com fava de baunilha deve ter custado uma fortuna, assim como o envio para o meu endereço, que não sei como você conseguiu descobri-lo até hoje.
- Eu tenho meus métodos – disse com um risinho astuto – mas saiba que eu realmente queria você ali naquele dia. Porém, estou compreendendo tudo o que aconteceu e fico feliz por você estar aqui agora – disse com sinceridade.
- Também estou feliz – disse tão sincero quanto eu – e tenho certeza de que o Cris também está, onde quer que esteja agora, com certeza um lugar bom. Eu deveria ter ido ao casamento e ser marmita de vocês logo na lua de mel – disse rindo e eu o acompanhei no riso. Até o absurdo soava leve com ele, porque era.
- Marmita não sei, talvez um trisal mesmo. Ele também gostava bastante de você e não esquecia por nada aquela pirocada que você deu nele hahaha. Detalhe: você foi o único que conseguiu ser ativo com ele além de mim. Disse que só se abria pra quem confiava muito.
- Caramba, disso eu não fazia ideia! E ele realmente era um gostoso. É estranho demais dizer que tô com tesão lembrando de alguém que morreu?
- Não, eu já levei isso pra terapia e entendi que é normal. No começo parecia um tanto estranho, mas a gente não precisa esquecer daquilo que é bom só porque não está mais presente na nossa vida de alguma forma e, fisicamente, ele não está mais comigo, mas, emocionalmente, ele nunca vai se desligar de mim.
- Apesar dos pesares, vocês realmente são almas gêmeas. Será que posso ser trigêmea nesse caso? – seu olhar denunciava o que ele estava prestes a fazer.
- Não só pode, como deve. Vem, vem cá acabar comigo logo!
Dando um último gole de café, ele levantou rápido da cadeira e avançou na minha boca, com fome como se não tivesse acabado de se alimentar e precisasse de mim para suprir suas necessidades. Não deixou que eu me levantasse, mas deu seu peito, que estava quase da minha altura, para que eu chupasse e mordesse aquele tronco firme e desenhado pelo esporte. Quem o visse de camiseta larga, como sempre usava, jamais imaginaria o que escondia ali embaixo.
Quando a minha saliva delimitou toda aquela área, do mamilo direito ao esquerdo e voltando, ele grudou meus cabelos um pouco longos, ergueu minha cabeça e falou, olhando o mais profundo da minha alma, o que eu mais esperava:
- Paolo, eu te amo e quero ser seu macho pra sempre!
- Você já é meu macho, eu também te amo. Agora me faz teu veadinho e acabe comigo, eu quero me sentir esgotado como nunca antes me senti.
Dessa forma, ele me ergueu pelos cabelos, deslizou as mãos no meu pescoço, deu um leve tapinha na minha cara e me deu sinal para irmos para o sofá, que era mais perto que a cama. Lá, sentei e ele montou em cima de mim, com suas pernas envolvendo meu tronco e sua bunda em cima do meu pau. Não sei em que momento ele ficou tão confortável para deixar sua bunda tão exposta, mas eu amava aquilo e mal conseguia processar o tesão que sua boca me dava enquanto lambia meu pescoço, quanto mais pensar algo mais complexo.
- Eu te amo, seu porra.
- Eu também te amo, caralho – respondi. Era engraçado entrar naquele jogo de ousadia, sedução e baixaria ao qual ele nos induzia.
Ele ficou em pé no sofá e seu caralho balançava naquela cueca samba-canção de um lado para o outro, acertando meu nariz e minha cara. Comecei a morder aquela rola grossa e pesada, da qual um dia já tive medo, por cima do tecido e, quando liberei, antes dele completar a palavra “chupa”, eu engoli tudo de uma vez até sentir suas bolas no meu queixo e o chupa virou um “shhh isso!”.
Mamei quase violentamente, pegava a bunda dele e fazia movimentos de vai e vem contra a minha cara.
- Quer pau, seu puto? Tá querendo que eu foda essa sua boquinha experiente? Então se prepara.
Como num frenesi, ele começou a socar aquela rola no fundo da minha garganta, fazendo com que lhe desse praticamente uma chave de amígdalas de tão fundo que ia aquele cacete. Comecei a chorar com a iminência de engasgar-me, mas também chorar de tesão. Sim, chorei de tesão!
Quando cansou, tirou o pau da minha garganta e começou a batê-lo na minha cara. Peguei com a mão aquela rola de 18cm e surrei minha cara com força, fazendo-o gemer alto com aquela sensação de pau no rosto levemente áspero devido à barba recém-cortada.
Massageei suas bolas e voltei com a cabeça da pica para a minha boca, fazendo minha especialidade, que eram movimentos giratórios com a língua ao redor daquela pedaço vermelho de bom caminho. Fazia questão de ir de leve na coroa do pau, para provocar arrepios dignos de orgasmo. As glândulas de Tyson dele já foram motivos de preocupação no passado, mas com rápida pesquisa entendemos que não tinha nada de mais e, para tirar a neura, comecei a explorar aquela parte e fazê-lo se soltar mais e mais no sexo.
O resultado estava ali, alguém se contorcendo a ponto de perder a força nas pernas e cair novamente sobre meu colo, que nessa altura já estava desnudo. Quando caiu, sua bunda encaixou direitinho no meu pau e, surpreendentemente, fez a cabeça passar, fazendo-o dar um grito de dor, mas também de prazer.
Pediu que esperasse um pouco e, atônito, apenas observei ele engolindo meu pau com maestria. Eu não podia acreditar que ele finalmente tinha cedido aquele rabo para mim. Nem nos meus sonhos mais libidinosos isso parecia possível. Mas ali estava ele, entregue e já com meus 14 centímetros socado naquele cu aconchegante.
- Antes de você acordar, eu me preparei para isso – disse enquanto se acostumava com aquela invasão – Fiz a chuca certinho, usei seu brinquedinho de metal para dar uma alargada e já deixei bastante lubrificante dentro. Queria fazer surpresa – disse levemente envergonhado, o que me deixou todo bobo.
- E que surpresa boa, João. Se prepara que você agora vai levar piroca e só não vai virar passivo de vez porque preciso que você me coma sempre.
Concordando não-verbalmente, ele só me beijou e começou a sentar sem pena do meu caralho. Rebolava e pulava, soltando gemidos que me faziam delirar. Achava antes meu pau pequeno, mas depois passei a entende-lo como anatômico: cabe confortavelmente em qualquer buraco e atinge o ponto que tem que atingir. Ali, atingia seu famoso ponto G, enquanto ele atingia o meu coração.
- Fode, fode, me fode, caralho! Me engravida, seu porra!
- Você tá pedindo tanto, quero ver se vai aguentar o que vou fazer com você agora.
João tem 1,60 e eu 1,88. Essa diferença fazia com que fosse fácil movê-lo, pois apesar dele ser até troncudo, eu tinha mais envergadura. Ergui nossos corpos, o virei e o joguei no sofá. O esperto já caiu de quatro. Naquele ângulo, um feixe de luz solar já âmbar do quase anoitecer que entrava pela janela da sala iluminou aquela bunda. O seu cu brilhava e o suor tremeluzia diante daquele espetáculo da natureza. Não aguentei e caí de boca naquele cuzinho e, eventualmente, tirava minha cabeça da reta para ver aquela luz iluminando aquele que devia ser um dos momentos mais felizes da minha vida. Chupei aquele cu de várias formas, mordi aquela bunda e agradecia aos céus por ter nascido viado, pois aquilo era bom demais!
Quando minha língua cansou e João pediu pra eu comê-lo de novo, pois não aguentava mais esperar, apesar de quase amassar meu nariz durante as linguadas, me posicionei com um pé no chão e outro no sofá, pus minhas duas mãos no quadril e vi o buraco já abertinho que minha rola ia deixando piscando sem parar, vermelhinho já. Quando mirei minha pica, mandei ele se preparar.
Enfiei tudo de uma vez até o talo, até nossas peles quase se tornarem uma no impacto.
Seu grito com gemido só me ensandeceu mais. Tirei tudo para fora, repeti e fiz isso quase dez vezes, até decidir definir o ritmo e meter com força. Por meu pau não ser grande, tinha algumas limitações na hora de meter, então aprendi a rebolar quando estava com o pau dentro, dando uma sensação diferente da que ativos comumente causam.
- Caralho, onde você aprendeu isso, filho da puta? Perguntou no meio da sequência de gemidos que soava como música da mais clássica aos meus ouvidos. Uma verdadeira sinfonia de prazer.
- Aprendi com o macho que você tirou o cabaço. Agora eu quero te ensinar direitinho para fazer comigo também. Toma tapão vagabundo e rebola também, meu cachorro!
Comecei a dar uns tapas ardidos nas duas bandas da bunda dele e gritar enquanto comia aquele cu da forma mais insana que já tinha feito na vida. Ele rebolava, gemia, gritava “mais, mais, mais!”
- Vou gozar dentro de você, caralho! Vou gozar, vou te engravidar é agora. Vou marcar você como já deveria ter marcado antes. Você quer?
- Quero, quero! Vai que eu vou gozar junto, não tô aguentando!
Ouvindo isso, aumentei os movimentos, peguei no teu pau que estava mais duro do que parecia normal e comecei a bater uma punheta, grunhindo nos seus ouvidos.
- AGORA! – gritamos JUNTOS!
Eu gostava de contar quantos jatos saía de uma gozada minha e, pelo jeito, ele mantinha a mesma mania de adolescentes.
- Sete! – disse entre dentes, tentando recuperar algum fôlego enquanto minha cabeça girava fora de órbita.
- Eu também! – disse ofegante – Sete é um número divino e não teve nada mais divino que esse sexo hoje.
Beijei ele ainda de costas para mim enquanto meu pau deslizava para fora, junto com minha porra espessa que já começava a sujar o sofá, mas não liguei pra isso. A luz do sol já dava lugar ao brilho da lua e a pele irregularmente bronzeada dele parou de refletir o sol, ainda que, para mim, não ele não parasse nunca de brilhar.
- Cara, que cu é esse? Como eu demorei tanto tempo pra acessá-lo?
- Ah, você sabe, eu tinha meus machismos quando mais novo. Achava que era macho demais pra deixar tocarem na minha bunda, apesar de fazer loucuras com a sua. Há algum tempo que eu fui em um sexy shop comprar aqueles ovinhos de punheta e vi um massageador de próstata na promoção. Tinha um outro viado lá fazendo toda uma resenha do produto para o vendedor que o tinha vendido o mesmo negócio semanas antes. Fiquei interessado e acabei decidindo que precisava acabar com essas neuras.
“Levei para minha casa, tranquei a porta do quarto como se alguém fosse entrar, mesmo comigo morando sozinho, achando aquilo quase proibido. Peguei o lubrificante, refleti por um momento e comecei a enfiar. Cara, que viagem! De repente eu estava rebolando muito e tendo a melhor punheta da vida, com o ovinho no pau ainda.
- Parece bom! Mas para aguentar tanto, você deve ter praticado com mais do que isso, não?
- Ah, sabe como é, depois eu voltei lá e peguei um caralho de borracha do tamanho do teu e do Cris hahahhahaah – não é possível que eu ouvia aquilo – e comecei a sentar, cada hora lembrando de um. Fora isso, essa é a primeira vez que dou pra alguém de verdade.
- SÉRIO? EU TIREI TEU CABAÇO? SOU O CARA MAIS FELIZ DO MUNDOOO!
- Calma, seu tonto, não é pra tanto – disse rindo e levemente constrangido.
Desci meu corpo que já tinha se aninhado ao seu, levantei suas pernas, dei um selinho naquele cu limpinho e esporrado e mandei um “beijinho pra sarar, porque vai levar muita vara ainda”.
Rimos muito e fomos para o banho. Aparentemente, meu antigo amor voltou para a minha vida e nossa nova história tinha acabado de começar. Ainda tinha muito a solucionar, muito a se pensar, mas só tinha uma certeza: eu queria o João Victor com todas as minhas forças e lutaria para tal, ainda que eu mesmo tivesse que advogar contra aquela cretina.
Continua...
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Comentários são muito bem vindos. Estou bem feliz de finalmente publicar algo depois de anos. Espero que gostem!