Luis ainda estava revoltado quando chegou em casa, mas sua revolta não durou muito, estava sentado no sofá pensando em toda a discussão que tivera com Laila. Quando seu celular tocou, era Mateus, automaticamente um sorriso se abriu no rosto de Luis.
Mateus: Oi amor?
Luis: Oi meu lindo, to com saudade de você...
Mateus: Também estou morrendo de saudade bebê, me conta o que foi com você, sua voz ta tristinha, é só saudade mesmo?
Luis: A saudade tem culpa, mas o que acontece, é que falei com a Laila agora a pouco e encerrei nosso namoro...
Mateus: Serio amor, e como foi?
Luis: Pior impossível, ela se revelou uma bela bisca, acredita que ela confessou que só se aproximou de mim por que tinha me achado bonito e queria ficar comigo, nossa ela me chamou de ridículo, foi muito ruim mesmo, a gente acabou tudo, inclusive a amizade!
Mateus: Nossa amor que coisa hein, e agora como a gente fica? Ela é nossa amiga, ou melhor, é minha amiga há anos, não sei como vamos fazer, não da pra deixar ela e ficar com você, sem contar o que ta rolando entre a gente.
Luis: Não se preocupa amor, a gente da um jeito nisso, você vai ver, queria tanto poder lhe dar um beijo bem gostoso.
Mateus: Ai e eu queria lhe dar mil beijos bem gostosos... Amor vou ter que desligar meu pai ta me chamando, à noite a gente se fala beijos!
Luis: Beijos.
Logo já era noite, Luis e Emília estavam a caminho da faculdade, Luis somente pensava no que iria fazer em relação à Laila, ele gostava daquela garota, queria a amizade dela, e ficar afastado dela, era ter que ficar longe de Mateus, ou era isso ou teriam que contar o motivo de quererem ficar juntos. Naquela noite Laila não foi à aula, Luis se sentiu culpado em provocar esse desconforto na garota, mas não podia obrigar seu coração a gostar dela, e também se fizesse isso, estaria ferindo Mateus, e isso ele jamais suportaria, preferia morrer a ver tristeza naquelas esmeraldas que tanto amava. A aula de Emília passou rápido, e o intervalo chegou. Luis, Janaína e Mateus saíram para comer algo nos bares ali no campus mesmo.
Janaína: Gente alguém sabe o que aconteceu com a Laila, liguei pra ela, e ela não me atendeu, estou preocupada.
Luis: A gente brigou Jana, e agora nem amigos somos mais, ela ta com raiva dá tempo pra ela, logo ela volta...
Janaína: Ai Lu sabia que isso ia acontecer, eu falei pra ela, amigos não podem namorar, ou mesmo ficar, e agora como que a gente fica, divididos, por que eu não vou deixar de ser amiga dela pra ser sua amiga somente, e muito menos vou deixar sua amizade pela dela...
Luis: Eu não sei Jana, não queria perder a amizade sua nem a dela, por isso terminei esse lance que já começou errado.
Os amigos ainda se divertiram muito ali no bar, comeram uma pizza, beberam uns goles de cerveja, mas o que os garotos queriam era matar a saudade que a boca de cada um sentia do outro, faltavam quinze minutos ainda para a segunda aula, Luis e Mateus arrumaram uma desculpa qualquer e despistaram Janaína que retornou para a sala de aula. Os dois foram para o carro de Luis que estava no estacionamento, Luis havia estacionado no único canto escuro de todo o pátio da faculdade, já com a ideia de ali poder ficar juntinho do namorado. Os dois entraram no carro, e ambos se olhavam no escuro.
Mateus: Ai que saudade que tava dessa boca linda meu amor...
Luis: Eu já não me aguentava de vontade de sentir esse gostinho de melancia que tanto amo, me beija amor...
Os beijos dos dois era algo incrível de se ver, e de se sentir, eram quentes e fortes, mas sem perder o romantismo e o carinho, os beijos foram esquentando, Mateus começou a morder a orelha de Luis, e soltava gemidos tímidos no seu ouvido.
Luis mesmo inexperiente naquilo tudo, já arrancava a camiseta de Mateus, e beijava aquele tórax delicia, chupava cada gominho do abdômen de Mateus. As mãos de Mateus eram ainda mais nervosas que a língua de Luis e já começavam a invadir sua calça, as mãos dele percorriam as laterais das coxas de Luis e indicavam que logo estariam onde ele pretendia. Luis o interrompeu, por mais que gostasse daquilo, ainda não era a hora e ali também não era o lugar certo para acontecer aquilo.
Luis: Amor temos que voltar minha tia precisa de mim...
Mateus: (ainda beijando o pescoço de Luis) ai amor só mais um pouquinho, por favor, você é tão gostoso, me da vontade de morder...
Luis: não passa vontade meu amor morde com vontade.
Foi só Luis se calar e Mateus lhe tascou uma mordida no ombro, não foi forte, foi ate excitante, mais não passou disso, logo os dois retornaram cada um para sua sala, naquela noite não se veriam mais.
No dia seguinte, Luis acordou cedo com uma discussão entre o padrasto e a mãe, não quis ouvir do que se tratava, então entrou no banheiro e ligou o aparelho de som, e enquanto banhava e fazia sua higiene pessoal escutava as melodias do Lifehouse que já faziam parte da sua trilha sonora de amor. Demorou um pouco mais que o convencional, pois enquanto lavava os cabelos de olhos fechados, foi inevitável não pensar em seu namorado, era incrível como Mateus dominava sua mente, era fechar os olhos e vê-lo ali de braços abertos para lhe oferecer todo carinho e proteção que precisasse. Os pensamentos com Mateus eram brandos, até Luis ensaboar as partes íntimas, o toque de seus dedos no saco, foi como um choque por todo o seu corpo, Luis podia ver seu amado ali, de boca aberta vendo o seu mastro subir e anunciar que o navio estava pronto pra zarpar e disparar seus canhões contra o corpo másculo do namorado. Foi inevitável iniciar uma punheta se lembrando dos dedos de Mateus na noite anterior lhe acariciando as coxas, em questão de minutos Luis já estava em ponto de ataque, e o tesão que sentia ao imaginar os toques dos dedos de Mateus se aproximando do pênis e dos testículos era sensacional, pensava se era tão bom a masturbação pensando no namorado, imagina tendo ele ali para praticar tal ato. Os dedos de Luis corriam rápidos pelo pinto, descendo e subindo em um ritmo alucinado, o desejo era imenso, Mateus estava ali, aquilo era real de mais para ser só imaginação, era possível sentir seu toque, seu beijo com gosto de trident de melancia, e melhor ainda era a sensação de sentir as mãos de Mateus se agarrar firmes ao pau de Luis. Foi com sofreguidão que Luis sentiu o maior orgasmo que já havia sentido até aquele momento, gozou fartamente, e já de olhos abertos via seu esperma escorrer pelo ralo, em sua cabeça um pensamento, como seria fazer amor com Mateus, como seria ser passivo diante de um garoto tão dotado como aquele, mas seus pensamentos se esvaíram com as batidas na porta do banheiro.
Luis: Quem é?
Laís: Sou eu filho, estou te esperando na sala, precisamos conversar!
Luis saiu do banheiro enrolado apenas na toalha se vestiu calmamente como de costume, e olhou no relógio, algo estava estranho, já se passava das oito e meia da manhã e a mãe ainda estava em casa, e agora queria falar com ele. Em sua cabeça um único pensamento, a descoberta. Era simples, Emília contou a mãe de Luis sobre sua opção sexual, e agora ela queria ouvir aquilo de sua boca. Foi com certa dificuldade, e muito medo que Luis abriu a porta do quarto e caminhou até a sala, sua mãe estava sentada no sofá, as mãos no rosto escondiam os olhos marejados, era fato, ela havia descoberto, pensava
Luis.
Luis: Mãe? Porque esta chorando?
Laís: Meu filho a gente precisa conversar... Hoje de manhã o Raul me contou uma coisa... Que eu não queria aceitar...
Luis já engolia o choro, era isso, seu padrasto sabia de tudo e contou a Laís, e agora ela chorava ao saber que o único filho era gay, que jamais lhe daria um herdeiro.
Luis: Mãe... O que ele lhe contou? Seja o que for tem solução, não deve ser o fim do mundo...
Laís: Você vai mudar de ideia rápido meu filhote, o que seu padrasto me contou foi... Na semana que vem, seu irmão Leonardo vem morar com a gente...
Luis: O que? O Leo aqui de novo? Não isso é impossível, você me prometeu que ele não viria mais pra cá... Você não pode me obrigar a conviver com aquele monstro novamente...
Laís: Mais o Raul já autorizou, ele vem na segunda... Luis entenda meu filho, ele é seu irmão... Filho do meu marido, como pode pedir que eu o impeça de morar aqui... Está casa é do pai dele...
Luis: Irmão uma ova, ele não é seu filho, nem mãe ele tem, a crueldade daquele ogro e tanta que nem a mãe o quis você não pode fazer isso comigo, você me prometeu, me jurou naquele dia no hospital, que o Leo jamais me faria mal novamente, você mentiu...
Laís: Por isso estou chorando meu filho, estou de pés e mãos atadas em relação a isso, para rejeitá-lo aqui teria que contar o que ocorreu entre vocês há doze anos atrás ao Raul...
Luis: Não isso não... Não conte nada a ele, você me prometeu... Honre pelo menos essa promessa... Uma coisa eu falo, se Leo entrar nessa casa por uma porta eu saiu pela outra, jamais vou aceitá-lo aqui...
Luis estava sentado no braço do sofá, seu rosto estava vermelho, seus olhos se esvaiam em lágrimas, pensar no que aquele rapaz havia feito a ele era destrutivo, definitivamente Leonardo não poderia voltar a viver com eles.
Luis: Eu tenho medo mãe... Tenho medo que ele faça de novo... Não quero me machucar de novo...
Laís: Meu filho naquela época você tinha onze, e ele quatorze, hoje vocês são homens formados, creio que ele mudou, ele já esta com vinte e seis anos, isso é amadurecimento o suficiente, quem sabe vocês não possam ser amigos?
Luis: Jamais, eu quero distância daquele cara, não quero revê-lo, não quero perdoá-lo, não quero ser amigo dele, não me importa quantos anos passem, eu vou sempre odiá-lo.
Laís se levantou do sofá olhou o filho com pena, mas seu olhar se transformou, era como se aceitasse toda aquela situação, como se não houvesse outra saída, a imagem da resignação estava estampada em sua face, e sua voz agora controlada fez se ouvir por todos os cômodos de casa.
Laís: Escuta meu filho, não há nada a fazer, você é maior de idade, se quiser sair dessa casa você sabe qual é a porta de saída, mas saiba que se sair, você esta por conta própria, sem ajuda minha ou de Raul, se ficar saiba que farei o necessário para evitar que Leo te incomode ou invada teu espaço, escolha, por que agora estou indo trabalhar, já perdi tempo de mais com essa discussão que não vai levar a lugar nenhum. Luis não disse mais nada, ainda chorava quando sua mãe saiu e bateu com força a porta do apartamento, não era possível Leonardo de volta a vida de Luis, o que ele já havia feito era imperdoável, vê-lo agora seria como reviver todo o passado, sua presença era intragável, e junto a Raul ele fazia da vida de Luis um inferno.
Já no quarto Luis não teve duvidas, pegou o celular e discou o numero de Mateus, precisava ouvir palavras de carinho, precisava de amor, ser acalentado.
Mateus: Alo?
Luis: Amor preciso de você vem pra cá, por favor...
Mateus: Mano agora não dá, to trabalhando a noite a gente se fala na faculdade, beleza?
Luis: Mano? Acho que você não me entendeu disse que preciso de você? Sou eu Luis porra...
Mateus: Saco, eu sei quem é merda, já disse to ocupado e não posso falar, então meu fica na sua, falou...
Agora sim era o fim, Mateus grosso no telefone, Leonardo chegando a qualquer momento, Laila odiando Luis, estava tudo conspirando contra o jovem, que não sabia fazer outra coisa a não ser chorar, e chorou praticamente o dia todo, certa hora já não havia mais lagrimas para derramar, o cansaço tomou conta, e Luis dormiu, um sono rápido e livre de sonhos, da mesma forma que estava quando adormeceu, acordou. Seu corpo estava todo doido, sua cabeça doía mais ainda, seus olhos estavam vermelhos, parecia estar com conjuntivite, ouviu barulho na cozinha e apurou os ouvidos para saber do que se tratava, ou de quem, sem sucesso em distinguir de quem se tratava, temendo encontrar Leo em sua casa, caminhou pé ante pé até o cômodo, o coração na boca, mas um sorriso de alivio surgiu ao ver sua tia Emilia preparando o jantar.
Emília: Calanguinho acordou finalmente... Estou preparando o jantar mais cedo, sua mãe vai se atrasar hoje, e já já temos que ir pra faculdade...
Emília ainda não havia olhado para o sobrinho, estava atenta com o bife de fígado a milanesa que preparava, mas ao se virar e ver o rosto do seu amado calanguinho se surpreendeu.
Emília: Menino do céu, o que aconteceu? Você esta doente... Me conta calanguinho... (olhando mais perto o rosto de Luis) não isso não é doença, isso é choro, você estava chorando bebê, conta pra titia o que foi meu brancocó.
Luis: Hoje tive as duas maiores decepções da minha vida, tia.
Emília: Meu Deus garoto, conta o que aconteceu...
Luis: Logo que acordei minha mãe me chamou pra conversar... E sabe o que ela me disse... Tia você não vai acreditar... O Leo tia... O Leo... (inicio do choro novamente)
Emília: Leo... Que Leo é esse meu filhote, conta o que aconteceu com esse Leo?
Luis: Tia Leo... É o filho do Raul, aquele monstro que morava aqui quando eu era pequeno...
Emília: Assim, sei quem é agora, Leo aquele garotinho adorável, que vivia me seguindo e pedindo pra eu contar historias pra ele... Então quer dizer que ele vai vir passar um tempo aqui em casa... Mas... Por que isso é uma decepção meu filhotinho?
Luis: Tia eu odeio o Leo, ele era um mentiroso, convencia vocês todos de que era bonzinho, mas sempre foi ele que aprontou agora aquele desgraçado que destruiu minha infância esta voltando, isso é castigo só pode...
Emília: Meu bebê, nunca entendi o porquê de você odiar tanto seu meio-irmão, e mesmo que fosse assim como você diz, na época vocês eram crianças, nada mais comum do que traquinagens, ele agora já ta homem, certeza que vocês irão se dar bem...
Luis: Se você soubesse de tudo tia, jamais diria isso, e odiaria ele assim como eu odeio, mas eu não posso, não... Não... Não consigo falar sobre isso...
Emília: Luis Carlos meu querido não vou insistir para me contar o que houve com vocês, naquela época você não me contou, não confiou em mim, se ainda não confia pra falar, não vou forçá-lo, mas não me peça para odiar o garoto, se a mim não me parece nada de errado contra ele.
Luis: Tia ainda machuca tudo o que ele me fez, tudo que ele fez para... Para...
Emília: Shiiiiii (dedo nos lábios – som de silêncio) Já disse não precisa dizer, agora me diz meu neném qual a segunda decepção que teve hoje...
Luis: Não sei qual a pior tia, se o fato do Leo voltar, ou o que o Mateus fez comigo...
Emília: Não me diga que ele já aprontou, mas pode deixar eu dou um jeito nele ainda hoje, segundo horário hoje é na sala dele, vou acabar com aquele moreninho metido a galãnzinho da malhação.
Luis: Não tia, escuta, hoje quando fiquei sabendo da volta do Leo, liguei pra ele, precisava conversar com ele, o ouvi-lo dizer que tudo vai ficar bem, sei lá a voz dele me acalma.
Emília: Típico dos apaixonados...
Luis: Aff... Acontece tia que quando liguei, ele me tratou como um amigo qualquer, me chamando de mano, disse que tava ocupado e que a noite a gente se falava, ele ate desligou na minha cara, acredita..
Emília: Ai e tudo isso por causa de uma coisinha dessas, você já parou pra imaginar que ele poderia realmente estar ocupado, ou pior que tivesse algum familiar dele por perto, e ele não poderia falar da forma que você queria?
Luis: Não me importa, o dever dele era ter pelo menos me ligado após isso, ele não ficou o dia todo ocupado, não ficaram junto a ele o dia todo, isso é impossível, uma hora ele ficou só e mesmo assim ele não me ligou para se desculpar, ou mesmo para saber o que eu queria. E quer saber chega de ficar falando nesse otário, hoje não vou com a senhora pra faculdade, ou melhor, eu a levo, e depois da aula terminada busco, mas não vou ficar lá, não quero vê-lo.
Emilia: Agora é a minha vez de dizer aff... Faça como quiser meu filho, a janta ta pronta, vou me arrumar para ir pra minha aula, não ganho nada ouvindo as lamurias de um marmanjão que acha que o mundo gira em torno dele, que fica chateadinho por que o irmãozinho ta vindo e agora vai ter que dividir os brinquedos, ou pior um marmanjão que chorar feito uma menininha só por que o namoradinho não pode lhe dar atenção, francamente Luis... Francamente...
Emília parecia chateada com o comportamento de Luis, mas ela não conhecia a verdadeira origem de toda a rusga que mantinha com Leonardo, não havia presenciado a conversa ao telefone com Mateus, era fácil julgá-lo sem conhecer os fatos, Luis ficou desolado com a semi-bronca da tia, qualquer pessoa poderia lhe chamar a atenção menos Emília, ele a amava mais do que a própria mãe. Luis e Emília não trocaram mais nenhuma palavra, enquanto ela se banhava, ele jantava, e quando ele se banhava, ela jantava, no trajeto para a faculdade, o silêncio predominava. Já no estacionamento Luis se viu obrigado a romper a barreira invisível que separava os dois.
Luis: As onze venho te buscar, boa aula.
Emília respondeu com um aceno de cabeça e segui em direção ao complexo administrativo da faculdade, Luis já fazia o retorno no estacionamento, quando aquela Loira que ele desejava evitar surgiu diante o carro, sem pensar Luis pisou no freio e por milímetros evitou o atropelamento da antes amiga Laila.
Luis: Você ficou louca menina, quer morrer?
Laila: Ai meu filho sem drama ta, foi o único jeito de fazer você parar, já que vejo que não vai ficar pra aula, está querendo me evitar garoto?
Luis: Você é prepotente demais garota, como se acha, saiba que o mundo não gira em torno de você...
Laila: Abaixa as armas Luis, vamos conversar civilizadamente, por favor?
Luis: Abaixe você as suas, trato você como você me tratar...
Laila: Ok. Agora desce do carro, vamos conversar, precisamos resolver nossa situação não acha?
Luis: Pra mim isso já está resolvido garota, já lhe disse só quero sua amizade nada mais, se isso não servir pra você, sorry...
Laila: Eu já entendi isso, gosto demais de você, que aceito ser só sua amiga, mas uma coisa eu digo eu não vou deixar de lutar por você garoto, vou te mostrar que eu sou melhor como namorada do que como amiga. Você vai ver...
Luis: Olha você faça como quiser, só não pense que vai ser tudo como antes, você me ofendeu, e isso não da pra apagar...
Laila: Eu sei, mas você também me ofendeu Luis, mas deixa isso quieto, não quero mais brigar, quero ser sua amiga aceita?
Luis: Aceito. Me da um abraço, que eu senti saudades suas!
Os dois se abraçaram a amizade falou mais alto, e relevar aquela briga era o melhor para os dois, ambos precisavam do outro, seja para consolar como amiga, seja para adorar como paixão platônica.
Laila: Agora guarda esse carro ai, que você já não tem motivos pra não ficar e ajudar sua tia...
Luis: Mais você se acha mesmo, hein garota, não é por você que estou indo embora, são assuntos particulares, e que eu preciso resolver, amanhã a gente se vê, certo?
Laila: Se você diz tudo bem à gente se vê amanhã, mas eu ainda acho que você estava indo por minha causa e que agora ta com vergonha de admitir isso, eu acho.
Os dois sorriram um para o outro, deram os dois típicos beijinhos e se despediram Luis seguiu pra casa, precisava descansar ainda se sentia perdido, sem chão, mesmo com a amizade de Laila normal novamente, seu coração estava pequenininho e precisava se encontrar antes de resolver seus problemas coletivos. Luis voltou para casa, se sentia cansado de sofrer por antecipação. O que Leo havia feito na infância realmente não tinha como esquecer, mas agora ele era homem, assim como Luis, quem sabe Leo havia mudado, talvez esteja arrependido e agora vai voltar e pedir perdão. Luis não pensava em Mateus por tempo algum, o namorado o havia machucado, seu lado sensível que aflorará de uma única vez, explodia de indagações e sugestões auto infligidas, e isso o afastava de qualquer possibilidade que justificasse o que o garoto havia feito. Desde que desistirá de ter vida social meses antes de sua tia Emilia chegar, Luis havia se afastado do computador, e consequentemente do MSN, Orkut, facebook e outros, mas naquele momento, a internet parecia à saída para todos aqueles problemas. Fez o login em todas as suas redes sociais, e no MSN, mas nada encontrou, ou melhor, ninguém legal encontrou ali, e ele sabia qual lugar procurar uma amizade legal em uma noite de solidão, já fizera isso muitas vezes, quando ainda se achava hétero usava o bate papo da UOL para encontrar mulheres afim de uma noite apenas, e quase sempre obtinha lucro com isso. Diante a página inicial do site, Luis olhava com dúvida onde deveria entrar, sabia que seria nas salas de sua cidade Goiânia, mas ainda não havia decidido qual critério usaria para escolher a sala mais acertada, foi como se algo guiasse o mouse sozinho até a sala Goiânia 17, não esperava encontrar mais que uma amizade, seu Nick: caretão carente era nada sugestivo para alguém que procurasse sexo, e transparecia quem ele era naquele instante.
Conversou com diversas pessoas diferentes, cada uma com um nome pior que o outro, avassalador, HxH cam, menina sapeca, chupo tudo M, 40tão carente, dotadão Bueno. Chico_pass, Novo Horizonte hxh, entre outros, era claro que ali havia mais meninos, ou melhor, gays que mulheres, mas Luis não se interessou pela conversa com nenhum deles, já estava pra desistir quando alguém com um nome de Anjo Solitário o chamou para conversar, a princípio uma barreira se colocou entre ele e a vontade de falar com aquele cara, mas aquilo era mundo virtual, não havia nada a perder mesmo.
Anjo solitário: Oi, quer tcl?
Caretão carente: Sim, por que não.
Anjo: tcl de onde boy?
Caretão: hummm... segredo mano..
Anjo: Soh, tu procura o que aki fera?
Caretão: a mano to querendo amizade saca, to meio deprê ai com umas coisas que andam acontecendo...
Anjo: E quer alguém pra conversar, se abrir, sem ter q se esconder com vergonha, certo?
Caretão: Certo mano, aff...
Anjo: to aqui cara se quiser falar, sou todo ouvidos, ou melhor, sou todo olhos, hehehehe
Caretão: Boa, mas e você o que faz aki?
Anjo: A sei lá to tão sozinho aqui, precisava conversar com alguém diferente, fazer amizade sabe...
Caretão: seicomé, mais vc tem quantos anos boy?
Anjo: tenho vinte e um, faço vinte e dois daqui a duas semanas. Hehe
Anjo: ps: quero presente.
Caretão: kkkkkk vamos ver se você merece... mas já que não perguntou eu respondo tenho 23 anos mano.
Anjo: já ia perguntar: tipo cara da pra falar no MSN?
Caretão: claro, passa aê...
Anjo passou o email e Luis o add no MSN, havia gostado do rapaz, era novo como ele e parecia ser gente boa, quem sabe ali estava um bom amigo para desabafar. Luis adicionou o novo amigo, e em nenhum momento pensou em usar um MSN fake, foi de cara limpa, pronto para enfrentar qualquer situação que surgisse fosse esta ruim ou boa, seria ele mesmo. Em poucos segundos a janelinha subiu, dizendo Julio Marcello diz: Boa noite!!
Luis: Boa noite, então tu te chamas Julio Marcello?
Julio Marcello: Infelizmente, mas meus amigos me chamam de Cello, hehe.
Luis: Então Julio, me conta à verdade o que você procurava realmente naquela sala?
Cello: Ou coisa, eu não disse que meus amigos me chamam de Cello, deixa de ser lesado mano, já somos amigos não é?
Luis: ashuashuashua... uai somos?
Cello: Só não somos se você não quiser seu besta...
Luis: Pronto somos amigos então, pois eu quero... Cello diz ai este na foto é você mesmo?
Cello: Sou sim, por que já ta apaixonado, né?
Luis: ashuashuashuashua... capaz... tu te parece com um amigo meu, tipo os olhos são verdes certo?
Cello: É sim, a única beleza que tenho... hehehehe
Luis: Nada, teu cabelo também é top, por isso a historia de anjo é?
Cello: Sim. Sempre me chamaram de anjo, por causa dos olhos verdes e o cabelo enrolado... corrigindo tenho duas únicas belezas, meu cabelo e meus olhos...
Os dois ainda trocaram formalidades, estavam se conhecendo, nada muito comprometedor, a dúvida existia em ambos, como saber quem era realmente atrás daquela tela, as fotos eram verdadeiras? Mas Luis havia gostado do amigo recém conquistado, ou era a carência que sentia por não ser ouvido por aquele que mais desejava?
Luis: Cello vou ser sincero com você, posso?
Cello: ai meu Deus... naaaooo vc não vai me dizer q tu é um velho de oitenta anos, sem dentes, de pinto mole e cheio de muxiba atrás de garotinhos lindo e virgens como eu, e depois tu vai me ludibriar, me conquistar, me deixar apaixonado, vai me pedir em namoro, ai no dia que nos conhecermos tu vai me matar com a faca de serra que tu usa pra coçar as costas e tomar umas cinco pílulas azulzinhas pra levantar o defunto e fuder meu corpinho lindo, virgem e morto sem dó nem piedade, ou vai?
Luis: Meu Deus garoto que mentalidade fértil, ashuashuashuashua, eu tenho vinte e três anos mesmo, faço vinte e quatro em dezembro, e tipo não curto necrofilia...
Cello: Soh... então mano diz ai o que tu ia me contar?
Luis: Assim o real motivo de te encontrar no bate papo, é que estou meio confuso com umas coisas que aconteceram comigo, e com a pessoa que eu gosto tipo hoje liguei pra essa pessoa e ela me atendeu super mal, me ofendeu e desligou o telefone na minha cara... minha tia diz que ele deveria estar com alguém perto e por isso não pode falar comigo.
Cello: Então tu também é gay?
Luis: Gay? Não cara tu entendeu errado...
Cello: Desculpa ai mano é que tipo tu escreveu ele deveria...
Luis: To ligado, mais conta tu é gay?
Cello: Gay, gay eu não sou não, to mais pra bi, mas curto um cara se é isso que tu quer saber, mais não se preocupe tu não faz meu tipo...
Luis: ashuashuashua... admite que tu se apaixonou em mim garoto, se não fosse comprometido te dava uns catas...
Cello: Sabia, tu tbm é gay. Hehehehe... se entregou mermão...
Luis: Aff... sou mesmo mano, descobri há pouco tempo, quando me vi apaixonado pelo carinha que disse que parece com você.
Cello: sei, mais explica essa história de ligação mano...
Luis: Foi assim: tipo liguei pra ele, por que estava deprimido tinha recebido uma notícia nada legal, e precisava ouvir a voz de alguém querido, mas ele me atendeu super bruto disse que estava ocupado e que a noite quando nos encontrássemos na faculdade a gente se falava, eu tentei argumentar, ai ele foi grosso, me ofendeu e desligou na minha cara, nossa foi horrível...
Cello: Olha meu amigo, não vou defendê-lo, nem vou ficar do teu lado, ele foi errado em não se explicar melhor e desligar o telefone na tua cara, e também ser grosso com você para mostrar masculinidade não é justificativa, mas você também não é cem por cento certo nessa historia, você ligou, ele disse que estava ocupado, você deveria ter desligado e não insistido, e outra ele não disse que te encontrava a noite na faculdade?
Luis: disse sim, só que eu não fui lá, quer dizer até fui, mais não cheguei a descer do carro...
Cello: viu tu é tão errado quanto ele, você deveria ter ido, encarado ele, exigido uma explicação, agora fugir, se fazer de donzela em apuros, ai não mano, isso te rebaixa a nada, a zero.
Luis: Você tem razão Cello...
Cello: Manoo Cellinho lindo lindo sempre tem razão, e outra se fosse você saia desse MSN agora e ia atrás dele, ainda da tempo, vai mano corre atrás do seu amor, não deixa outro vir e levá-lo.
Luis: Ai nem sei, tenho medo de ir lá e me decepcionar, tipo ele me rejeitar de novo.
Cello: Tu é novo nessa vida mano e não entende direito as coisas, uma eu te falo, o que tu mais vai ter na vida é decepção, é o normal do mundo gay, uma hora ou outra uma pessoa te decepciona, isso é fato.
Luis: Acho que vou lá falar com ele então...
Cello: Já devia ter ido...
Luis: calma ae meu celular ta tocando é minha tia, já volto!
...
Luis: Fala tia, já to saindo daqui, em cinco minutos to ai...
Emilia: O cabeça de vento olha as horas seu perdido, em cinco minutos eu estou ai, te esperei por meia hora e nada de você, to voltando de táxi, logo to ai, tchau!
Luis: Aff... hoje é o dia mais uma pra desligar na minha cara.
...
Luis (no MSN): Manooooo você ta ai?
Cello: To sim, você que não deveria estar não é?
Luis: Nem rola ir lá hoje, minha tia me ligou pra dizer que ta vindo de táxi, por que me esqueci de pegá-la na faculdade...
Cello: hehehe, nem vi que já tava tão tarde!
Luis: Pois é, agora a história com o Mateus vai ficar pra amanhã, por que há essas horas ele deve estar no ônibus voltando pra casa.
Cello: Olha só te falo uma coisa, não deixa pra amanhã o que se pode fazer hoje, uma hora ele se cansa de esperar e parti pra outra, falo por experiência própria.
Luis: Você tem razão, mano vou sair aki antes da minha tia chegar, vou ouvir um monte por não ter ido buscá-la e a culpa é sua...
Cello: Minha por quê?
Luis: Por ser esse cara bacana que me cativou e me prendeu em casa...
Cello: omodeusu que mininu mais fofo, tu tbm me cativou garoto, hehehe, somos irmãos já.
Luis: Jaéh, to indo nessa e amanhã a gente se fala!
Cello: Blz, to on o dia todo e só me chamar, boa noite ai e se cuida!
Luis: Falou!
Luis deslogou-se, saiu do quarto e foi para a cozinha buscar uma coca, pra beber enquanto assistia um filme qualquer na TV a cabo, iria esperar a tia acordado, como havia dito o amigo, não deixe pra manhã o que se pode fazer hoje, e nada melhor que dormir depois de uma bronca, pra acordar mansinho mansinho. Emília ainda demorou a chegar Luis já quase adormecia no sofá, quando ouviu barulhos de chave na porta, seu padrasto e mãe já dormiam há tempos, então só podia ser a tia, fingiu dormir, queria lhe pregar uma peça, e a assustar, mas quando abriu os olhos para surpreendê-la, parou imediatamente surpreso com o par de esmeraldas que o fitava, um sorriso tímido, meio triste, meio que dizia “me perdoa”. Mateus estava lindo com a camiseta rosa do uniforme do curso, aquela camiseta parecia que dava um brilho a mais aos seus olhos verdes.
Emília: Aiai vão ficar ai se olhando ou vão se cumprimentar, fingir que não estão vendo à velha aqui e se beijarem, antes de sair correndo pro quarto.
Essa era a vontade de Luis, beijar muito aquela boca com gosto de chiclete de melancia, mas o medo o perturbava, e se Mateus estivesse ali para terminar o namoro, dizendo que tudo era um erro, ou que tinha encontrado alguém e por isso não prosseguiria com Luis? Os dois permaneceram em silêncio, ambos se olhavam cada qual com o semblante mais carregado, mais triste, era como se aquela conversa viesse como uma onda e lavasse o castelinho de areia que os dois estavam construindo juntos, Emília viu que sua presença era desnecessária, e que nem suas piadinhas os fariam prosseguir, descrente de tudo aquilo disse:
Emília: Como vocês jovens dizem... aff... sério to indo dormir, amanhã a gente conversa sobre ter me esquecido senhor Luis, e Mateus tu conhece o quarto do Luis, hoje tu dorme lá independente onde essa conversa leve, se não quiserem conversar ótimo, melhor que dormem cedo, se quiserem namorar cuidado apenas com os barulhos, não precisamos ouvir vossas intimidades. Emília se foi, Luis já não aguentava mais aquela troca de olhares precisava tomar uma atitude imediata, então sem uma única palavra estendeu a mão para Mateus, em sua cabeça a cena da primeira vez que se viram quando Mateus lhe ofereceu o Trident de Melancia surgiu, o medo de levar uma espanada na mão era grande, mas não iria deixar pra amanhã o que poderia fazer hoje. Mateus ainda olhou aquela mão estendida, olhou também o namorado e abriu um meio sorriso, deu a mão a Luis, e com a outra pegou a mochila que havia deixado no sofá, Luis puxou o rapaz e juntos caminharam até o quarto de Luis, trancou a porta e se escorou nela, Mateus caminhou e sentou-se na cadeira do computador, novamente aquele silêncio constrangedor, Luis não sabia como iniciar aquela conversa, tinha medo, muito medo, desta vez foi Mateus que tomou à dianteira e disse:
Mateus: Precisamos conversar Luis, não dá pra ficar protelando esse assunto, e passarmos a noite toda somente com troca de olhares tímidos como se fossemos duas criancinhas que foram pegas roubando biscoito escondido do pote, eu preciso me explicar, lhe pedir desculpas...
Luis: Não meu amor (a voz de Luis era calma, um pouco triste, com uma tonalidade de culpa), você não tem que se desculpar, eu sim... fui eu que te liguei em um horário impróprio, e mesmo depois de você falar que não poderia falar eu insisti, eu que fiquei grilado com o modo como prosseguiu essa conversa, eu que fui errado em não ir à aula só para não ter que falar com você, estava com raiva de outra coisa, e acabei por lhe ofender, criei histórias nessa cabeça desocupada...
Mateus: Cabeça vazia oficina do diabo...
Luis: Eu sei, reconheço meu erro, eu que lhe devo desculpas.
Mateus: Nunca imaginei essa conversa desta forma, estava preparado para lhe ver gritar, me xingar, sei lá... assim como você também estava errado, não deveria ter falado com você daquela forma, ainda mais por telefone, acontece que estava com meu irmão, e ele naquele momento estava tirando uma com a minha cara, me chamando de bichinha, me ofendendo. Se falasse carinhosamente com você, estaria assinando minha sentença de morte, ele havia pegado o telefone e ia atender, tomei-lhe o telefone e na euforia te tratei assim, mas ainda tive que ouvir-lhe dizer que Luis era o nome do meu macho, eu o odeio, e descontei esse ódio em você, estou tão errado quanto você, e o pior foi que não percebi que lhe havia magoado, precisei ouvir isso da tia Emília, ela me contou.
Luis: Contou exatamente o quê?
Mateus: Que você estava chateado comigo, porque havia precisado de mim, e eu o havia ignorado, fiquei tão pra baixo, pedi licença pra ela e fui pro banheiro chorar, pensei em te ligar, mas tive medo, achei que seria melhor deixá-lo se acalmar... não pretendia vir aqui, mas quando estávamos saindo Jana comentou com sua tia da sua ausência, e a Lai entrou na conversa dizendo que havia lhe visto no estacionamento, que vocês haviam se acertado, e que seria questão de tempo até voltarem a namorar...
Luis: Menina idiota deixei claro a ela que só quero sua amizade, se continuar assim, me afasto dela de vez, juro pra ti.
Mateus: Eu sei, mas na hora me deu um aperto no coração, pensei que você poderia voltar pra ela, só para se vingar por ter sido tão besta com você, quando vi sua tia no ponto de táxi ao lado do meu ponto de ônibus, perguntei de você e ela me disse que você havia ficado em casa, devido a nossa desavença, mas que você iria buscá-la acabei ficando lá precisava falar com você de qualquer forma, não poderia aceitar te perder, mas você não foi, perdi o ônibus que vou pra casa, já estava ficando desesperado, quando sua tia ligou pra você, e ai você atendeu sorrindo, alegre, sua alegria foi como uma faca no meu peito, eu tinha certeza que você havia superado a nossa discussão e que possivelmente havia percebido que não era gay, que não poderia gostar de mim, então criei coragem e falei pra sua tia que viria dormir aqui com você e me acertar, ela não hesitou um só momento, disse pra você que viria de táxi, e ai o resto você já sabe.
Luis: Meu neném jamais iria pensar que não gosto de você, não me vejo como gay, não ainda, mas reconheço que te amo isso é puro demais, para se esquecer assim com uma briguinha, e outra Laila não tem chance comigo, ela não tem esses olhos verdes esmeralda, não tem esses cachinhos marrons na cabeça, até acho ela bonitinha, mas lindo só existe você.
Os dois estavam com lágrimas nos olhos, e ao mesmo tempo levaram as mãos, a face um do outro para aparar as lágrimas que caiam, Mateus passou a acariciar a face de Luis, seus olhos estavam mais verdes do que de costume, devido às lágrimas, sorrindo disse:
Mateus: Eu te amo tanto em tão pouco tempo, que isso assusta, machuca, meu peito dói quando não te vejo, e saber que esta triste por minha causa é a pior dor que poderia sentir, me perdoa?
Luis: Perdoo se você me perdoar?
Um sorriu novamente para o outro e se beijaram, eram beijos fortes contínuos, como se um tivessem fome da boca do outro, as línguas pareciam disputar espaço na boca do outro, e as mãos, essas percorriam o corpo do companheiro por inteiro, Luis concentrava uma de suas mãos na nuca de Mateus, adorava segurá-lo por ali sentindo a maciez de seus cachos castanhos claro, a outra estava nas costas do amante, onde com apertos fortes sentia a rigidez daquele corpo forte e trabalhado, Mateus era mais ousado, já havia ficado com outro garoto, sabia o que queria, e onde queria chegar, suas mãos estavam sobre a bunda de Luis, e a apertava com força, sentia aquela preciosidade grande, redonda e durinha como se fosse à joia mais cobiçada, e era seu amor era e é tudo o que de mais valioso ele tinha na vida. Luis estava em estado de êxtase e se quer se deu conta que desde que iniciará o namoro com Mateus, ainda não havia tido uma ereção nos braços do amado, mas ali naquele beijo de reconciliação, cheio de desejo, no maior amasso, o roçar dos corpos despertou novamente o desejo de possuir aquele corpo como sentia nas sessões de punheta durante o banho. Mateus estava em total estado de tesão, Luis sentia seu membro pressionar sua perna, e era grande, como era grande, mesmo por debaixo da calça jeans e da cueca Box, ele podia senti-lo. A posição em que se encontravam era meio desconfortável para Luis, Mateus era mais baixo que ele e isso o obrigava a se curvar um pouco para beijá-lo, então ainda com o namorado preso aos seus lábios, guiou-o até sua cama e se jogou sobre o garoto que caiu de costas na cama, suas bocas não se desprenderam um só segundo, as mãos agora percorriam com mais gosto o corpo do outro, Luis agora estava mais ousado sua mão direita já caminhava pela barriga trincadinha do namorado, sentir cada gominho o deixava ainda mais excitado. Já Mateus guiava seus dedos pela coluna do outro, Luis se arrepiava a cada toque, os dedos de Mateus saiam do pescoço e desciam em poucos segundos até sua fonte de desejo, os dedos espertos levantaram com rapidez a calça do pijama de Luis e ali dentro entraram, agora só com a cueca separando seu tato da pele lisa, macia e quente do outro. Luis queria mais, tocar era ótimo, beijar nem se fala, então por que não unir o útil ao agradável, ou seja, o toque ao beijo, lentamente ainda sobre o namorado foi descendo por seu pescoço, queria sentir o peito de Mateus em seus lábios, acabou por encontrar a camiseta do namorado, mas rapidamente o ajudou a tirar. A sua saiu fácil como se deslizasse pelo corpo, agora ambos com o torço nu, agiam mais ainda com tesão, a boca de Luis circulava os mamilos de Mateus, e como era bom o gosto daquela pele quente, melhor ainda era sentir sua respiração acelerada e as batidas de seu coração que pareciam dizer te amo, te amo, te amo. Mateus apertava os cabelos de Luis com os dedos, mas sem lhe provocar dor, desejava sentir os lábios carnudos do namorado em outra parte de seu corpo. E Luis não se fez de rogado, desceu rápido ate o umbigo do moreno, e ali fazia movimentos circulares em seu entorno, era um umbigo raso, mas isso não impediu Luis de simular uma penetração, ele fodia literalmente o umbigo de Mateus e esse já não se aguentava apertou a cabeça de Luis ate seu pau duro sob a calça, Luis entendeu o recado e ainda por cima da calça deu uma mordida em toda a circunferência do pênis de Mateus, e viu como era grosso, agora sentado entre as pernas do namorado, Luis o olhava nos olhos com a cara mais safada que se possa imaginar, e sem olhar para o que fazia suas mãos foi retirando cinto e abrindo a calça jeans do namorado. Mateus por sua vez se levantou um pouco, quando o outro lhe puxou a peça de roupa, logo sua calça já estava a seus pés, e enquanto Luis ficava de pé na cama para tirar-lhe a calça do pijama, Mateus terminou de tirar a calça com a ajuda dos pés, seus olhos se prendiam no corpo de Luis. Um corpo branco, magro sem exageros, braços longos, nada de músculos saltados ou definidos, mas uma barriguinha lisa, mais linda mesmo assim, um caminho ralo da felicidade e mais abaixo debaixo da cueca Box um volume de se fazer inveja em muito cara, nossa como Mateus desejou chupar o pinto do namorado, mas nada fez, deixou-o conduzir, era sua primeira vez, não queria assustá-lo, tudo teria seu tempo, e aquele membro ainda conheceria cada orifício do corpo de Mateus, mas o que mais chamava atenção no corpo de Luis eram as coxas super grossas, sem pelos, algo estranho para alguém de sua idade e que não se depila, as panturrilhas eram perfeitas, torneadas, grossas e grandes, novamente Mateus desejou levar seus lábios ate elas e mordê-lo, mas se conte. Os pés de Luis eram de uma brancura incrível, lindos e limpos, dedos proporcionais, unhas aparadas e limpas, as veias eram visíveis de longe, rochinhas, dava em Mateus o desejo de percorrer sua língua por elas. De cima assim como Mateus o admirava Luis também o fazia, e como aquela visão era linda, parecia um menino quando vestido, mas despido era um homem, um corpo escultural, Luis deteve seus olhos nos olhos de Mateus que comiam seu corpo com desejo, aquelas esmeraldas que o conquistará, as esmeraldas que amava, seu rosto era lindo, liso como bumbum de bebê, e contornado por seus cachos o deixava com carinha de adolescente. Luis ainda olhou o restante do corpo do amado e como o desejou, aquele peito saliente, definido, aqueles mamilos mais escuros que a pele morena clara de Mateus nossa como era perfeito olhar aquele garoto, era um deleite, uma sensação de poder, Luis se sentia rei, por ser o dono daquele monumento, mais abaixo estava à terceira coisa que mais adorava em Mateus a barriga saradinha, dividido em seis gominhos quadradinhos, era uma delicia, uma tentação, Luis queria atacá-lo e morder aquela barriga, mas ao olhar para a cueca Box azul de Mateus e ver aquele volume descomunal se lembrava do que o esperava, e de certo modo temia por aquele momento, mas não deixava de desejar o garoto, Mateus era uma perfeição em si, suas coxas peludas e grossas eram um charme a mais, Luis sempre desejará ter coxas assim cobertas por aqueles pelinhos lisos, curtos e macios como o do namorado. Após o momento contemplação Luis ainda de pé sobre a cama colocou o pé sobre o pênis de Mateus e o massageava com a ponta dos dedos, o garoto fechava os olhos alucinado, sentir o amor da sua vida lhe tocando era mágico, sublime. Luis não durou muito ali, não aguentou a distância que separava seu corpo do de Mateus, se deitou sobre o garoto e voltou a beijá-lo. Era um beijo mais lento, mais calmo, com ternura, carinho, um verdadeiro beijo de amor. O beijo de Luis era lento, demonstrava todo o prazer que sentia com aquele momento, mas de certa forma cada movimento que dava tentava minimizar o medo que sentia daquele momento. Era tudo sublime, mas não deixava de ser assustador, era tudo novo, era tudo incerto, era sua primeira vez. Luis não era virgem, mas isso não diminuía suas incertezas, era sua primeira vez com um homem, não sabia quais eram as preferências de Mateus, não sabia quais eram as suas preferências. Até então, só tinha certeza que amava aquele garoto moreninho, que queria estar ali com ele, que aquele momento mágico e único durasse para sempre. Admitia pra si próprio que adorava sentir seus dedos massagear o pênis do amado, escondido pela cueca, admitia que adorava sentir sua bunda em suas mãos, mas também amava quando Mateus lhe arrancava suspiros com os apertões na sua bunda e gostava ainda mais do roçar de seu membro com a pele macia do garoto.
Luis: Amor... é minha...
Mateus: Sua primeira vez?
Luis sacudiu a cabeça confirmando, a timidez era visível em sua face corada.
Mateus: Não se preocupe amor, não estamos preparados para o sexo em si, mas isso não impede que brinquemos um com o outro, também é minha primeira vez.
Luis: Hãm?
Mateus: O quê? Ta achando que sou um devasso, que já saí com tudo quanto é homem?
Luis: Não é isso amor, é que você parece tão certo do que quer, transmite uma confiança tão grande.
Mateus: (risos e beijos no rosto de Luis) Meu calanguinho pareço certo por que isso é o que eu quero, isso é certo pra mim, faço o que tenho vontade, não tenho tanta experiência assim como você pensa, sou novo ainda nessa coisa de ser gay, tive apenas duas experiências em toda a minha vida, uma quando tinha doze, meu irmão tinha um melhor amigo, Carlinhos vivia lá em casa, e ele tinha um irmão caçula, desde pequeno ele tinha mó jeito afeminado, tem a minha idade, segundo Carlinhos me contou depois, meu irmão havia comido o irmão dele, meu irmão nega até a morte. Acontece que Carlinhos se viu na obrigação de se vingar do meu irmão, e o melhor jeito era como ele mesmo disse me comer, ele planejou tudo, descobriu quando estaria sozinho em casa, e foi lá, o deixei entrar, afinal ele dormia lá direto, já era de casa, ele não se fez de rogado, me vendo sozinho tentou de todo o jeito me fazer chupá-lo, eu neguei e lutei o máximo que consegui, ele iria me estuprar, mas meu irmão chegou antes dele conseguir ir além, eu fiquei traumatizado com isso, meu irmão quase destruiu a cara do Carlinhos e acabou a amizade, ele me fez jurar nunca contar isso pros meus pais, foi uma barra os anos seguintes, vivia com medo de todo mundo, tive que fazer terapia, meu pai passou a me odiar, por que eu era esquisito, medroso, não saia sozinho, não dormia no escuro, foi muito difícil, isso durou até meus dezesseis.
Luis: Nossa amor que coisa horrível, mais o que você fez para superar tudo isso?
Mateus: Em uma das últimas sessões que fiz, minha psicóloga me chamou para um churrasco na casa dela, era antiético segundo ela se envolver pessoalmente com os pacientes, mas nos já estávamos nos vendo três vezes por semana a mais de dois anos e acabamos criando uma afinidade. Eu não queria ir, mas meu pai me obrigou. Eu cheguei a casa dela a cumprimentei, me sentei em uma cadeira dessas de praia do lado da piscina, passei quase todo o dia ali sozinho, ela até tentava me enturmar com os outros garotos, mas nada funcionava. Eu já me preparava para ir embora, quando um carinha da mesma idade que eu, chegou ali, era sobrinho da psicóloga chamava Bernardo, e era muito gato, eu não consegui desgrudar os olhos dele, não queria mais ir embora, queria vê-lo só de sunga, queria ver como era seu corpo, acredita que em nenhum momento achei isso estranho, mas acaba que Bernardo veio falar comigo, ele era todo simpático, conversava com todo mundo, e quis saber quem era eu, de onde vinha, essas coisas, a gente conversou muito aquela tarde, e parece que ele havia gostado muito de mim, por que não me largou mais, as meninas ficavam chamando ele pra entrar na piscina, e ele dizia que só entrava se eu também entrasse, como eu também queria vê-lo de sunga aceitei entrar. A gente passou horas brincando ali, já era uma seis da tarde, quando meu pai me ligou avisando que iria me buscar, eu disse isso ao Bê, e ele ficou triste, quando fui pro quarto me trocar ele me seguiu, entrou, trancou a porta e disse que não poderia me deixar eu ir sem antes fazer o que havia passado o dia todo querendo, ele veio até mim e me beijou, era o meu primeiro beijo, não teve nada de sinos tocando, não teve perninha pra cima, mas foi incrível, eu soube ali que era gay, que o medo que sentia era só medo de ser gay e de ter gostado da possibilidade do que Carlinhos faria comigo se meu irmão não tivesse chegado. Após beijamos meu pai chegou e eu fui embora, depois disso nunca mais vi Bernardo.
Luis: Aff... não gostei de saber disso, seu primeiro beijo foi com esse cara, to com ciúmes...
Mateus: Meu amor, não fique eu não amo nem amei o Bê, eu amo e sempre amarei você meu gatinho, o Bernardo foi essencial na minha vida, você devia era agradecê-lo por que foi após esse beijo que aceitei minha condição, eu estava terminando o ensino médio, e não faria faculdade por medo, foi ele que me libertou disso tudo, se não fosse ele, eu não estaria na faculdade e não teríamos nos conhecido.
Luis: Pronto. Sou fã do Bê... Espera se você tinha dezesseis, e tava terminando o ensino médio, você ta com dezessete?
Mateus: O que tu achou que essa carinha novinha era o que? Eu sou praticamente um bebê... e quantas horas são agora?
Luis olhou o radio relógio em cima de seu criado mudo, marcava uma hora da manhã, disse as horas pra Mateus, e este lhe abriu um sorriso enorme, um sorriso de felicidade.
Mateus: Pode me parabenizar, há exata uma hora, completei minha maior idade...
Luis: Serio amor? Hoje é seu aniversário?
Mateus: É sim meu amor...
Luis: Então parabéns (beijo na testa) felicidades (beijo na bochecha) muitos anos de vida (beijo no nariz) muita paz (beijo na boca) muito amor (beijo no peito) muita riqueza (beijo na barriga) e muito sexo (beijo na cueca, por cima do pênis), e agora vou lhe dar meu presente...
Luis beijou novamente o membro de Mateus, estava decidido, era aquilo que ele queria, realmente não estava preparado pro ato sexual em si, mas podia brincar muito com o corpo do namorado, e dar e receber muito prazer sem penetração. Mordeu o pênis do garoto e esse fez cara de surpresa, num rápido movimento das mãos retirou do invólucro de tecido, aquele objeto de prazer e desejo, o segurando pela base, colocou-se a admirar a beleza que era o órgão sexual de seu namorado, nunca havia se imaginado segurando e admirando um pênis, mas ali estava ele pronto para abocanhar aquele rolo de carne grande e grosso. E não demorou a fazer isso, beijou a ponta do membro de Mateus, depois uma lambida leve, o gostinho salgado que aquilo tinha era mágico, formigava na boca de Luis, era um gostinho de quero mais, e ele queria muito mais, logo estava com tudo aquilo na boca, chupava, lambia, tentava engolir o máximo que conseguia, mas se engasgava. Era muito grosso e grande, mas Luis estava adorando fazer aquilo ao namorado, que gemia todas as vezes que Luis punha mais um pouco na boca, sua língua se movimentava muito pouco dentro de sua boca, disputava espaço com aquele rolo gigante, mas ainda era capaz de deslizar pelo corpo do pinto de Mateus lhe dando tanto prazer, que ele próprio não conseguia se ver sentindo tanto prazer sem retribuir o que o parceiro lhe dava. Afastou Luis, e se levantou, retirou a cueca que estava toda babada e voltou-se ao namorado, retirou também a peça de roupa que lhe restava e disse:
Mateus: Quero lhe dar prazer como você me deu agora a pouco, quero em nossa intimidade, cumplicidade, compartilhamento, sou todo teu, e você é todo meu...
Luis: Sim sou todo teu amor...
Mateus sorriu, subiu sobre a cama e se posicionou sobre o corpo de Luis, por fim deitou-se com a cabeça sobre os pés de Luis, era visível o que ele queria, e Luis logo percebeu agarrou o membro de Mateus e iniciou uma bela chupeta, do outro lado ele sorria, enquanto segurava o pinto do namorado, estava feliz, havia finalmente descoberto o amor, e agora o prazer, sua boca se enchia de saliva ao olhar para aquele membro pulsante em sua mão, e com muita vontade o colocou por inteiro na sua boca, engoliu tudo, sua garganta se abria de forma impar aconchegando aquele pinto branquinho, nada pequeno em seu interior, podia sentir os pelos do saco de Luis em seu nariz. Um proporcionava ao outro prazer antes jamais sentido, um 69 magnífico, cheio de amor, de descoberta, de prazer. Foram horas assim um chupando o outro, ambos queriam ver o ápice do outro, mas também queriam prolongar ao máximo aquele momento, Luis sentiu as pernas de Mateus tremerem, percebeu que era chegado à hora, engoliu o que conseguiu e esperou a esporrada, o que não demorou a vir, Mateus gozou forte, uns cinco jatos bem na garganta de Luis, aquela coisa quente, gelatinosa, salgada meio azedinha encheu a boca de Luis, e o gosto até que não era ruim, amou sentir o resultado do prazer proporcionado e também não se segurou, gozou na boca do namorado, que como o outro engoliu tudo, foram oito jatos fortes, era muita porra, havia ali muitas ereções desperdiçadas querendo ser aliviadas. Os dois se levantaram, sentados na cama um sorria pro outro e admirava o amor de suas vidas, um novo beijo quente e com gosto de porra se iniciou, os dois estavam cansados, se deitaram novamente, agora de conchinha com Mateus de costas pra Luis, ambos estavam nus, mas não pensavam em nada.
Luis: Tenho que agradecer Cello amanhã... (disse Luis quase sussurrando)
Mateus: Quem é Cello amor?
Luis: um cara incrível que conheci na internet foi ele que me fez ver que tava sendo injusto com você, ele é o cara...
Mateus: Então tenho que conhecê-lo, foi nosso cupido assim como sua tia Emilia né... E a propósito o que você queria me falar quando me ligou naquele dia?
Luis: Depois eu te falo, não é importante, não mais do que isso que estamos vivendo meu lindo...
Luis beijou a orelha de Mateus e ficou acariciando seus cabelos, logo o anjo de olhos esmeralda adormeceu se sentindo protegido pelos braços do seu amor, Luis também não demorou a dormir, mas sua cabeça já voltava ao problema que teria que enfrentar, e esse problema tinha nome e passaporte: Leo.