Dei pro meu patrão

Da série Coleiras
Um conto erótico de Amanda
Categoria: Heterossexual
Contém 2155 palavras
Data: 26/02/2024 12:18:39

Sou uma pessoa que ama rotinas. Gosto da mesmice, das coisas previsíveis. Surpresas me deixam ansiosa, mas padrões me deixam calma, me dão controle.

Hoje é terça-feira, dia de rotina. Eu acordo às 6 da manhã, me olho no espelho do quarto, checando meu corpinho magro, sem muito peito, nem muita bunda, mas cinturinha fina. Escovo meus cabelos longos cor de castanho. Tomo meu café, meu pai vai para o trabalho, vou ao banheiro, escovo os dentes, lavo o rosto, passo meu hidratante, meu protetor solar e me arrumo. Começo a me olhar no espelho para ver se tudo está certo e ouço a buzina.

- Filha, vamos logo!

Sempre previsível. É minha mãe no carro, me avisando pois já estamos atrasadas. Pego minha bolsa, celular e vou com ela até a igreja. Ela sempre me apressa, mas sempre somos as primeiras a chegar. Logo vem um ajudante ou decano abrir o portão, e depois o pastor, a esposa ou um dos filhos. Nossa família, evangélica batista tradicional, sempre foi voluntária. 20 anos que existo e 20 anos que estou na igreja, até brincam dizendo que meu primeiro voluntariado era quando me deixando no carrinho encostado na porta para não bater com o vento.

Ajudamos com a limpeza ou qualquer outra tarefa que tem para o dia. Fofoco com as meninas, fazendo caras e bocas sobre os últimos bafões. Quem pegou quem, quem foi pro mundo, que varão foi visto com varão. Sempre fui de ficar na minha rotina, dentro da igreja nunca peguei ninguém, nunca fui atrás de ninguém, sempre recusei qualquer flerte. Vivia sendo o exemplo de santinha para os grupos de meninas. Algumas me odeiam, mas não faço nada de especial, só sigo a rotina.

10 da manhã é quando estamos nos preparando para voltar. Se hoje for um dia típico, é a hora que baterista vem tentar puxar assunto. Ah, lá vem ele.

- Paz, Amandinha! Nem te vi hoje, cabelo está lindo. – todo sorridente.

- Ah, obrigada, Márcio. Estava tão ocupada, quase não falei com ninguém hoje. – Estava fugindo mesmo.

- Hoje vai ter encontro de jovens à noite, faz tanto tempo que você não vai... Se quiser posso passar no seu trabalho e te pegar, vamos direto.

- Nossa, verdade, tanto tempo que não vou, dá até saudades. Mas não tem como mesmo, fico até tarde para fechar a loja.

- E você fecha sempre a loja? Posso tentar falar com o pastor para colocarmos um segundo dia.

- Todo dia. O dono só confia em mim, virou rotina.

Como sempre, ele acaba com cara de desapontado, e eu fujo para o carro da minha mãe. Não tem problema, até amanhã ele já pensou noutro papo furado.

Voltamos para casa, ajudo minha mãe em casa, almoçamos cedo, faço minha maquiagem, coloco minha roupinha de trabalho, e às 13h em ponto estou entrando na loja.

- Amanda! Que gata!

A esposa do meu chefe, que abre a loja e faz o caixa e gerência no turno da manhã. Todo dia estou gata para ela.

- Ainda bem que chegou, já estava MO – RRENDO de fome.

Eu sempre chego no mesmo horário.

Beijinho de um lado, beijinho do outro, e ela some. Dou graças à Deus. Tento não revirar os olhos. Arrumo meu caixa, conto tudo certinho, falo com as meninas e começo meu dia de trabalho numa loja de cosméticos e bijuterias.

Hoje é terça, toda terça é lenta. Fico no TikTok e vez em quando passeio pela loja para ter certeza que está em ordem. É engraçado, entrei aqui aos 16, novinha de tudo. Rapidinho os donos me amaram. Eu era uma boa vendedora, mas odiava vender. Aos 18 me promoveram para o caixa, e me colocaram várias outras funções, sou uma gerente em tudo menos na carteira.

Às 15h minha rotina se confunde um pouco. De longe ouço aquela voz odiosa e sinto o cheiro de perfume invadindo tudo e impregnando a loja toda. Moreno meio grisalho, quarentão daqueles que corre de manhã, faz academia no almoço, ouve podcast motivacional, e anda de polo e social. Até a tatuagem do leão e a rosa não podia faltar. Seu Deonor, batizado com nome do avô, que não podemos chamar assim afinal ele odeia, e só usa o nome do meio, Ricardo. Tento não revirar os olhos quando ele entra. Dono da loja e meu patrão.

“Deonor” é meu oposto. Aquilo que eu amo em rotinas ele desdenha. Aparece na loja quando quer, como quer. Toma decisões na hora por pura emoção, bagunça tudo, e larga para que eu arrume e bote ordem.

Ricardo passa pela loja mexendo com todas as meninas. As panaquinhas se derretem por ele, algumas por puro fingimento, sabem que se agradar o ego do patrão conseguem uns agrados. Outras por interesse, é um belo candidato a velho da lancha e é um safado que bota chifre na esposa. E algumas, pasme, fingem que não mas só querem dar mesmo para ele. Como dizem, gosto não se discute, só se lamenta.

Ele finalmente chega no balcão, tirando o óculos com um sorriso de orelha a orelha.

- Amandinha, minha querida! Como vai?

Beijinho de um lado e de outro.

- Oi seu Ricardo, tudo bem, dia meio parado mas estamos indo bem. A chuva da semana passada parou então o pessoal está voltando.

Abro um sorriso também, afinal não sou boba.

- Maravilha, maravilha! Sei que com você aqui a gente vai voar esse mês. Bom, se precisar de mim estou no whats. Mais tarde passo aqui para te ajudar a fechar a loja.

Ele me puxa para perto, dando dois beijinhos no rosto de novo. A força dele sempre me surpreende. O braço peludo e amorenado dele esconde um pouco o tamanho e os músculos.

A tarde vai passando, às vezes um cliente ou outro, uma troca aqui e ali, uma atendente chata querendo sair mais cedo. Faço meu almoço às 18h e às 20h estamos fechando e as garotas vão embora. Mas pra mim o dia ainda não acabou. Tenho mais duas horas de trabalho lá dentro do estoque que também usamos de escritório. Faturando nota, respondendo e-mail de fornecedor, e fechando a loja para estar tudo finalizado e abrirmos no dia seguinte.

Eu amo rotinas, mas o seu Ricardo não. Por volta das 21h ele apareceu, lá do estoque sentia o cheiro dele invadindo tudo. Estava de costas para a entrada, arrumando algumas caixas, a loja vazia exceto por nós dois. Eu ouvi ele entrar e sentia o cheiro, mas não ouvi ele se aproximando. Fui pega de susto quando senti um tapa na minha bunda, dando um pulinho.

- Calma, calma, Amandinha, é o seu Ricardo.

Ele me abraçou por trás, aquele cheiro de perfume odioso me invadia, e já podia sentir o volume dele me cutucando.

- Aii, me assustou...

Respondi toda manhosa, largando a caixa na estante e me esfregando nele. Virei para ver ele e o recebi com um beijo, os braços fortes dele envolveram minha cintura. Eu sou uma garota alta, e ele não é muito mais alto, nossa diferença é perfeita para nos beijarmos confortavelmente.

Sendo sincera, eu não precisava beijar ele assim, mas sempre fui esforçada em tudo o que faço.

- Que delícia meu amor, estava com saudades? – ele perguntou me segurando pela cintura, aquele volume roçando no meu corpo.

- Eu? Nem um pouco. Estava dando glória. – respondi toda venenosa, e dei um sorrisinho.

- Sei, sei – ele riu – Deixei uns colares que a outra não gostou, o que der para voltar no estoque pode voltar, se não avisa para devolver pro fornecedor.

Manhosa, fechei a cara na hora.

- O que foi, Amandinha?

- Só vem para falar dela. Mulher chata, e tá ficando gorda.

- Para com isso, você sabe que não é assim – ele suspirou – Se for boazinha hoje, te dou um presentinho, que tal?

- Presentão?

- Presentão. – ele suspirou de novo.

Abri outro sorriso e beijei ele.

As suas mãos percorriam meu corpo, minha cintura, coxas, minha bunda, meus peitos. Eu permitia, afinal, por mais que não fosse rotina, eu sempre permitia. Desde que entrei na loja o Ricardo dava em cima de mim. Odiava o jeito que ele falava com as outras meninas, sempre entrava no meio para cortar a dele. E por muito tempo eu mesma sempre dei foras discretos. Quando subi de cargo, já sabia que logo viriam novas expectativas, era previsível. Achei que seria só continuar me esquivando, mas começamos a passar mais tempo juntos, fechando a loja, ele me treinando. Se eu pudesse ficar na minha rotina, nada teria acontecido, mas Ricardo não tinha rotina.

Um dia me largava sozinha de última hora, noutro aparecia sem aviso. Me dava presentes ou me levava para almoçar sem aviso. Eu nunca sabia quando ele iria fazer um avanço, os flertes me pegavam desprevenida. Eu odiava tanto, mas ele me venceu e eventualmente eu cedi.

Sempre odiei ele, e ainda odeio. Ele nunca entra na minha rotina. É algo sobre o jeito que ele já abriu minha calça, que tirou minha camisa e beijou meus peitos. Nessa hora penso que ele deve querer minha boca, tentei me ajoelhar, mas ele me rodopia e me dobra sobre a mesa do escritório, derrubando o teclado, mouse, as notas, meus cadernos. Ele gosta de me ver nua, se isso fosse uma rotina eu deveria ficar nua, mas hoje ele só puxou minha calça e calcinha até os joelhos. Odeio esse vagabundo, cafajeste, cachorro, mas o jeito que ele sempre coloca o pau dentro de mim um pouquinho antes de eu estar totalmente pronta, o jeito que ele entra machucando só um pouquinho, não o suficiente para eu perder o tesão, mas me fazendo gemer, amolece minhas pernas. Eu odeio como que assim que sinto nossas coxas batendo, minha buceta já está aberta e sinto escorrer pelas pernas.

- Hmm... Ai, ai, Ricardo... Puta que pariu...

Cada estocada me roubava gemidos e chacoalhava a mesa toda. Meus olhos fechados imaginavam a cena por outro ângulo, vendo aquele homem gostoso me pegando por trás. Minhas mãos esticavam e batiam na mesa, sem controle algum, procurando algo para se agarrar, mas só acabavam derrubando mais coisas. As palmadas na bunda me faziam empinar, e sentia aquele pau grosso e pesado me preenchendo. Se alguém da igreja visse aquilo, eu sequer poderia pisar lá de novo, podiam fofocar e até inventar histórias, mas ninguém lá tinha sequer noção da cadela que eu era.

Ele deslizou as mãos pelo meu corpo, agarrando meus peitos com força. Me puxou para perto, eu agora em pé, levantando os braços e cruzando por trás do pescoço dele. Ele segurando meu rostinho virado para o dele. Fiquei na ponta dos pés enquanto ele me fodia.

- Estava com saudades, minha putinha? – Ele me perguntava com aquele sorriso cafajeste.

- Fiquei amor – respondia toda manhosa – Preciso de você todo dia me fodendo gostosinho assim.

- Ah é? – ele me agarrou pelo pescoço – Então até o fim dessa semana vou vir aqui fechar todo dia.

- Vai mesmo amor? – eu fazia o possível para falar entre os gemidos.

- Claro, faço de tudo pra minha ninfetinha ficar feliz.

Ele me agarrou com mais força, nos beijamos enquanto ele continuava estocando. Não aguentei mais e derreti nos braços dele, tendo um orgasmo maravilhoso enquanto aquele homem explorava minha boca com a língua dele e socava sua rola no meu útero. Não demorou e senti o seu pau pulsando, e então os jatos quentes dentro de mim. Minha vagina agarrou aquele pau por reflexo, e eu quase fui outra vez sentindo aquilo dentro de mim.

Continuamos nos beijando por um tempo, aproveitando aquele momento delicioso após uma boa foda. Devagarinho o pau dele amoleceu dentro de mim e escorregou para fora. Já era quase 22h, ele guardou o mastro e comecei a me arrumar.

- Você está tomando pílula, né? Ou quer que eu passe na farmácia?

- Estou sim, amor. Fica tranquilo.

Coloquei minha camisa e dei um selinho. Fui arrumando as coisas de volta na mesa do escritório enquanto ele foi até o caixa, abriu, tirou umas notas, voltou e enfiou no bolso de trás da minha calça, me deu um tapinha na bunda.

- Seu presentão. Agora preciso ir que tenho compromisso, pode deixar tudo como está aqui, vou falar pra outra que tivemos um problema com fornecedor e ficamos resolvendo. Beijo, amor.

Eu só concordei, demos outro beijo e ele saiu.

Deu 22h e meu celular começou a tocar. Era minha rotina voltando agora que ele tinha saído de perto. Sempre deixo um alarme para lembrar de tomar a pílula na hora certinha, todo dia às 22h em ponto. É o horário que estou saindo da loja ou chegando em casa depois do culto. Dá certinho, e nunca saio da rotina.

Hoje, olhei para o celular, mordi os lábios e passei a mão pela barriga, pensativa. Olhei ele vibrando e vibrando, avisando da hora. 22h01. 22h02. Deslizei para o lado, “desligar”. Acho que hoje posso fugir um pouquinho da rotina.

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Comentários

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Que história legal e que se destaca por ter uma narrativa bem original.

Adorei como a personagem percebe, como entende, sua vida, esse universo de rotinas que adora, mas que é abalado pelo caos que na figura do patrão/amante invade e seduz sua ordem diária.

Meus Parabéns! Viva a criatividade!

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Caramba Amanda! Que conto gostoso. Uma cadelinha sonsa, apegada a rotina (amei o tema e a idéia super original) ao trabalho, a chatice do dia a dia que é quebrada com o sexo com o patrão. A fuga inesperada da rotina provocando uma possível gravidez. Sensacional

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Nossa, muito safadinha e conto muito exitante. Aguardando a continuação.🌟🌟🌟

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Listas em que este conto está presente

J67
Esposa satisfeita