Trident de Melancia [06] ~ E o monstro do Leo!

Um conto erótico de CELO
Categoria: Gay
Contém 7514 palavras
Data: 27/02/2024 12:14:06

Mateus: Acorda amor... vamos Luis deixa de ser fingido sei que tu ta acordado...

Mateus ainda insistiu em acordar o namorado, mas este continuava imóvel, e ainda ensaiava um ronco, ele por sua vez já estava de banho tomado, e só esperava Luis se levantar para voltar pra casa, estava muito atrasado, seu pai com certeza iria brigar com ele, por não ter voltado pra casa após a aula, e ainda por cima chegaria em casa praticamente à noite.

Mateus: Acorda moleque ou corto teu pinto (risos)

Luis: Ta bom, já acordei, não precisa de tudo isso amor...

Mateus: Então estava mesmo acordado seu feio?

Luis: (rindo ainda de olhos fechados) é cedo amor, como tu quer que eu esteja acordado?

Mateus: cedo já é passado garoto, já são duas da tarde, e eu tenho que ir embora, me leva até a porta...

Luis: Anem amor fica mais aqui comigo... essa noite foi tão maravilhosa.

Mateus: Amor eu avisei em casa que chegaria cedo, se não for agora meu pai coloca a polícia atrás de mim!

Luis: Liga pra ele e diz que vai ficar aqui, e volta após a faculdade, por favor amor preciso de você...

Mateus: Ta bom faço isso, mas com duas condições, a primeira que você acorde e vá tomar um banho...

Luis: To fedendo amor?

Mateus: Claro que não gatinho albino, mas é que assim você desperta deste sono todo... E segundo você vai me contar o porquê me ligou aquele dia que eu fui... tipo...

Luis: Um animal?

Mateus: Não usaria essa palavra, mas pode ser, são essas as condições aceita ou adeus.

Luis: Ai preferia continuar aqui dormindo agarradinho com você... mas não posso fugir desta conversa, então vai à cozinha e come alguma coisa enquanto eu tomo meu banho.

Mateus: Mais Lu o que eu vou falar pra sua família? Que dormi aqui e só agora acordei?

Luis: Nem te preocupa, minha mãe e o marido saem cedo, e ainda não devem ter voltado, no máximo tu encontra a tia Emi zanzando de roupão por ai.

Luis finalmente se levantou e foi tomar seu banho, ligou o chuveiro, posicionou a chave na posição verão e entregou seu corpo as águas mornas que logo o aqueceu. Gostava do banho morno, o ajudava a pensar melhor em tudo o que estava vivendo.

Estava feliz isso era obvio, mas o que atormentava era a volta de seu meio irmão, Leo o havia machucado demais, foram anos tentando superar aquela bendita tarde, e agora se via obrigado a reviver tudo de novo, primeiro contar a Mateus, tarefa até que fácil, segundo encarar o próprio Leo, algo que com certeza não seria legal de se ver.

Luis demorou ainda uns quinze minutos no banho, quando saiu ainda molhado e enrolado na toalha não viu Mateus no quarto, foi procurá-lo na cozinha, e lá estava sentado à mesa conversando animadamente com Emília, os dois pareciam amigos de muitos anos, Luis se colocou a admirá-los, quem diria que um mês atrás, Mateus a criticava e ofendia diante Luis, agora estavam ali rindo um para o outro, vivendo um relacionamento terno e bonito.

Mateus percebeu a presença de Luis, sorriu pra ele, seu sorriso branquinho iluminou a face de Luis, como era lindo aquele sorriso, cercado por aquele cabelo em caracóis e pelos olhos de esmeralda o deixava perfeito, uma obra prima. Luis caminhou ate o namorado, o abraçou por trás e beijou-lhe a

bochecha.

Mateus: Amor você esta me molhando todo, vá se vestir coisa chata...

Luis: Ta vendo tia como esse ingrato me trata, quero lhe dar carinho e ele me repudia...

Disse isso já beijando a testa de Emília que ainda estava de roupão rosa choque, a sua frente sobre a mesa uma caneca de café. Era habito diário, organizar matéria, planejar aulas, corrigir provas dentro daquele roupão enquanto tomava uma caneca de café preto fumegante.

Emília: Ah calanguinho deixa o menino, você que está errado, vá se vestir sou uma moça decente, mesmo sendo meu sobrinho, não gosto de ficar vendo um rapagão assim nu em pelo na minha frente.

Luis: aff... melhor ir pro meu quarto, vocês dois já estão entrosados demais pro meu gosto...

Luis voltou ao quarto, vestiu-se apenas com uma cueca Box preta e um short verde destes de futebol, estava organizando o cabelo quando Mateus entrou e o abraçou.

Mateus: É assim que eu gosto, limpo, cheiroso e seco...

Os dois se beijaram intensamente, um beijo quente e lento, a língua dos dois procurava espaço entre os lábios do outro, as mãos de Mateus percorriam as costas largas e nuas de Luis, já este acariciava os cabelos do namorado com uma mão e com a outra o segurava pela cintura.

Mateus: Para amor, não pensa que vai me fazer esquecer o nosso acordo com beijos e cafunés... anda vamos conversar, quero saber de tudo, agora!

Luis: Nossa que namorado mais mandão e curioso fui arrumar meu Deus...

Os dois se sentaram na cama de Luis, era visível o constrangimento em seu rosto, aquele assunto estava morto e encerrado e agora voltava à tona como um zumbi dos filmes norte americano. Ele caçava as palavras, mas parece que estas fugiam de sua mente, ele ficou ali parado olhando Mateus por um tempo, até que suspirou e começou:

Luis: Aquele dia antes de te ligar, eu encontrei minha mãe ainda em casa, achei estranho por que geralmente nem a vejo durante a semana, quando a questionei, ela me contou que o filho de Raul, Leonardo é o nome dele, estaria vindo de mudança do Rio Grande de Sul, acontece que eu odeio esse cara, tenho ódio mortal... tentei convencer minha mãe mais foi em vão, ele chega nesta segunda-feira e eu não sei como vou fazer... tenho medo dele também, esse cara me provocou tanto mal. Te liguei por que precisava ouvir de alguém que tudo ficaria bem, mas ao contrario fiquei pior após falar com você. Sei que não teve culpa, mas foi doloroso aquele dia...

Mateus: Me conta amor, o que esse Leonardo fez de tão grave assim para você odiá-lo e ter medo?

Luis: Aiai... Ta bom vou te contar (olhar perdido tentava se lembrar dos detalhes daquele dia)

Flashback

Luis tinha dez, morava no interior do estado de Goiás, com o pai Luis Carlos e a mãe Laila, eram uma família feliz, moravam em uma casa boa, aconchegante, o pai era empresário, atuava com comercio de aparelhos eletrônicos importado, ganhava muito dinheiro, a mãe era uma dona de casa,

insatisfeita com a vida, praticamente já havia criado o filho, e não via mais sentido na vida. Certa tarde ela resolveu que começaria a estudar, pretendia cursar uma faculdade escolherá Publicidade, não demorou a passar em um vestibular para uma faculdade particular em um município próximo de onde morava. No inicio Laila vivia fora, estudando, Luis Carlos também viajava muito, ficava ate meses longe de casa. Luis crescia sozinho. Mais isso estava para mudar, Laila em seu segundo semestre, tinha como matéria Regulamentação Publicitária, dizia ser uma matéria complicada, envolvia leis, códigos e normas, tinha como professor um senhor viúvo e advogado de nome Raul, segundo Laila contava em raros momentos de reunião familiar, que Raul a perseguia, a acuava com trabalhos mirabolantes, com chamadas de atenção e outras atitudes que a deixava irritadíssima. Ocorre que dois meses após o inicio do período, Luis e a família ganharam um vizinho novo, seu nome era Raul, o professor de Laila, junto com ele estava um garoto branquinho como Luis, de uns treze, logo Raul e Leo frequentavam a casa dos Almeida, Laila sempre o recebia em casa para aulas particulares como ela mesmo dizia, ou então ia à casa do lado estudar longe do filho que só

atrapalhava com tanto barulho que fazia. Leo e Luis se tornaram inseparáveis amigos, todos os dias iam à escola juntos, tomavam banho de piscina, jogavam futebol, handebol, basquete, vôlei... eram amigos e se viam até como irmãos, a aparência ajudava muito, pareciam realmente irmãos, cabelos, olhos, tom de pele tudo igual. Leo e Luis sempre estavam juntos durante as aulas particulares de Laila e Raul. E assim seguiu durante o semestre todo, no semestre seguinte o pai de Luis havia fraturado a perna e teria que passar uma temporada grande em casa, começou então a estranhar as aulas particulares da esposa, ela havia passado com êxito na matéria de Raul, e este já não era mais seu professor, era

estranho um advogado ajudar com disciplinas como Criação e Design, Fotografia e outros.

Certa manhã Luis acordou com os gritos dos pais, estavam brigando, pelo pouco que ouviu a razão era Raul, não soube mais o teor daquela conversa, lembra-se de ver o pai entrar no carro auxiliado por uma muleta levando uma mala. Daquele dia em diante, Luis Carlos não regressou mais naquela casa. Raul passou a visitá-los mais vezes, e dormia ali também, mas Luis não ligava seu melhor amigo dormia em seu quarto, ficavam ate altas horas conversando, jogando vídeo game, eram super parecido em tudo, havia cumplicidade de irmão entre eles. No final de ano, veio à surpresa, Laila e Raul oficializaram o namoro, e em duas semanas se casaram, Luis ainda todo de terno foi o porta aliança do casal, mas ainda não se importava em ter um novo pai, pois com ele vinha o direito a ter um irmão mais velho, o qual ele adorava. Os anos passaram rápido Laila se formou e já trabalhava na área, Raul atuava pela região como defensor criminal, Leo agora com dezesseis ainda continuava a tratar Luis com treze como irmão. Os dois viviam juntos para todo o lado, e quem não os conhecia jurava que eram irmãos. Uma tarde, Luis estava no jardim de casa brincando com sua cadela Pituca, havia ganhado aquele labrador do pai, quando era menor, ela já estava velha e lenta, mais Luis a amava muito, e mesmo vendo que não conseguiria faze lá correr atrás da bola, insistia em brincar. Atirava a bola e todas às vezes tinha que buscá-la, a única coisa que fazia Pituca sair do lugar era chocolate, a cachorra era viciada em chocolate. Por um pedaço do doce, Pituca até entrava na piscina e nadava. Luis brincava com Pituca, quando Leo chegou acompanhado de Renata sua namoradinha, olhou para o irmão, piscou o olho e subiu para seu quarto, Luis já sabia o que eles fariam, iriam transar como faziam toda quinta-feira quando não tinham aula de inglês. Luis já o havia visto transando com Renata, Leo o

colocara no guarda-roupa para que pudesse vê-los em ação, mas naquela tarde Luis não queria ver sexo, queria era brincar com Pituca. Tirou uma barra de chocolate do bolso e estendeu no ar, a cadela ao ver se colocou de pé a pular para abocanhar a barra, Luis se esquivava rindo, amava ver Pituca viva e alegre. Estava na borda da piscina, o chão estava molhado. A cadela pulou em seu peito, Luis ate teria se equilibrado se não fosse o chão úmido, escorregou e caiu de costas na piscina, logo no centro havia uma rede que usavam para jogar vôlei, acontece que ao cair, Luis prendeu os pés na rede. Tentou por algum tempo se soltar daquilo, mas se cansou logo, estava com câimbras, e quase se afogava. Pituca latia constantemente, mas nada podia fazer pelo dono a não ser olhar. Em certo momento não teve duvidas deveria gritar por ajuda, e o fez, gritou por Leo, mas este não o ouvia do quarto, Luis estava assustado, já havia engolido muita água estava se afogando, não conseguia manter o corpo boiando, não conseguia se segurar na rede por cima da água, já não tinha mais força para gritar, os olhos foram fechando lentamente, uma sensação estranha se fez presente em seu corpo e nada mais viu ou ouviu. Acordou horas depois, estava em um hospital, uma seringa estava injetada em seu braço direito por onde entrava o soro. Sua mãe estava sentada em um sofá do outro lado do quarto, revisava alguns papeis.

Luis: Mãe o que aconteceu... onde estou?

Laila: Graças a Deus acordou meu filho, você quase me mata de susto... seu irmão disse que o encontrou boiando na piscina com os pés presos na rede de vôlei, ele te tirou de lá, fez respiração boca-a-boca e chamou a polícia, que te trouxe pra cá. Explica-me como conseguiu se prender na rede?

Luis: Eu... não sei...

Luis chorava ao se lembrar do medo que sentirá ali naquela piscina, mais uma coisa o deixava feliz, Leo seu irmão o salvará, tinha uma divida eterna com o garoto, e o idolatrava mais ainda, Laila viu que aquilo machucava o filho, e resolveu deixar para questioná-lo mais tarde quando já estivesse em casa

recuperado do susto. Mal sabia que isso não era nada perto do que os aguardava. Mãe e filho chegaram em casa já à noite, Luis estava cansado e seu peito doía, devido à quantidade de água que engoliu, pretendia abraçar Leo assim que o visse e dizer o quanto grato estava por tê-lo salvo. Mas antes mesmo de pensar em abraçá-lo se surpreendeu, ao encontrá-lo chorando sentado no sofá, Luis de imediato pensou que fosse devido o medo que tinha de perder o irmãozinho caçula, mas logo essa ideia se desfez ao ver na porta da cozinha parado com uma cara de raiva, o velho Raul, naquele momento Luis temeu por si e pelo irmão, conhecia Raul e já havia visto seu ódio ser liberado uma vez, e não era nada bonito de se ver.

Raul: Ótimo... ótimo... família reunida finalmente... você mocinho sente-se ali agora (disse apontando de Luis para o lugar no sofá ao lado de Leonardo) vamos conversar e ver quem esta mentindo aqui...

Laís: O que houve Raul? Por que esta bronca toda com os meninos, Luis ainda se sente mal, lembre-se que ele passou por uma experiência trágica, precisa descansar...

Raul: Calada Laís, eu quero esclarecer isso tudo hoje, ninguém vai descansar antes de esclarecermos isso, nada me tira da cabeça que tem o dedo do Leonardo neste acidente, conta Luis o que aconteceu... (seu olhar de ódio para com Luis lhe provocava calafrios imensos)

Luis: Não, tio... o Leo... (chorando) ele não tem nada a ver com isso, eu que cai sozinho... (soluçando) eu tava... com a Pituca no jardim... escorreguei... Cai... (já não conseguia falar mais nada, o medo que tinha de Raul era maior do que o trauma acontecido mais cedo).

Raul: E onde você estava quando isso aconteceu moleque me conta? (Raul gritava agora com Leo, seus punhos fechados demonstravam a raiva que estava do filho, se pudesse teria socado ele ali, na presença de Laís e Luis).

Leo: Pai eu tava aqui na sala vendo TV, quando o ouvi gritar eu corri...

Raul: Isso é verdade Luis?

Laila permanecia calada, Luis chegou a olhá-la procurando ajuda, mas desistiu ao vê-la de cabeça baixa, chorando, ela também temia o marido conhecia sua fúria e força, ainda estava na cabeça de todos ali naquela sala, quando ele em um acesso de fúria, quase quebrou a cabeça de um trombadinha que tentou roubar a bolsa de Laila, na ultima vez que foram à capital.

Sem saída Luis teve que responder.

Luis: Si... si... sim... tio...

Raul: Olha pra mim Luis Carlos de Almeida Junior, se você estiver mentindo pra acobertar o Leonardo você está bem encrencado, não quero estar na sua pele moleque... fala me conta a verdade, onde estava o Leonardo?

Luis: No quarto tio, ele estava no quarto com a namorada... (Luis disse tudo gritando e chorando ao mesmo tempo, não se aguentou e desmaiou o efeito dos remédios ainda dominavam seu corpo, estava exausto e agora a pressão psicológica sofrida havia lhe retirado às últimas doses de energia que tinha).

Raul: Desgraçado eu sabia, seu pivete... seu merda... olha o que tu provocou... é tudo culpa sua seu infeliz, maldita hora que tu nasceu... só me traz infelicidade... matou tua mãe e agora quer matar o meu filho... mais eu te mato seu infeliz... eu te mato... tu vai aprender a nunca enfiar puta aqui na minha

casa... sobe pro seu quarto e me espera pelado, vou te ensinar a cumprir com suas responsabilidades.

Leo saiu correndo, o coração levava na mão, o medo o dominava, Luis já recuperado do desmaio olhava atônito para Raul, não podia acreditar que Leo havia matado a mãe, e mais incrível ainda era que ele considerava Luis como seu filho, Raul olhou para Luis agora com um olhar doce e gentil e disse:

Raul: Não se preocupa meu pequeno, ele não vai mais te fazer mal, não vou deixá-lo mais sozinho com você, o tio não vai permitir que algo ruim aconteça de novo.

Raul falava como se conversasse com um menino de colo, e Luis sentia mais medo ainda, se sendo mal ele dava medo, sendo bom ele era assustador, Raul pediu a Laís que levasse o filho para o quarto e ligasse o aparelho de som no volume máximo, terminaria aquela conversa com Leonardo, e não queria ser interrompido e muito menos que o menino ouvisse o que aconteceria.

Raul subiu as escadas, parou diante o quarto de Leo, respirou fundo, aguardou o inicio da musica no quarto de Luis e entrou, Leo estava sentado todo encolhido em um canto do quarto, estava nu como o pai havia lhe dito, tremia de medo, abraçava-se aos joelhos como se eles o pudessem defendê-lo.

Raul: Agora seu merda, eu vou te ensinar a cumprir com o que eu mando... eu te disse que era pra ficar de olho no Luis... ele é muito importante para a mãe e para mim, vou lhe ensinar o que você merece.

Raul pegou o filho pelo braço e o atirou na cama, Leo caiu de costas para o pai, o medo o dominava, não chorava apenas tremia de medo, era como se a voz lhe faltasse, o pai nunca havia falado daquela forma com ele, nunca havia demonstrado ódio, raiva por ele, mas agora ele se sentia um lixo, um nada. O

pai lhe culpava pela morte da mãe, não fora culpa sua que ela morreu no parto, não foi culpa sua... era o que pensava Leo, temia pelo que iria acontecer... Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho alto do cinto do pai lhe acertando as costas, de inicio não sentiu nada, mas na segunda cintada veio a

dor, e como era horrível, ele trincava os dentes para não chorar, e isso despertava um ódio irracional em Raul que lhe desferiu mais umas oito cintadas em suas costas, nenhum dizia nada, somente se ouvia os barulhos do cinto correndo pelo ar em direção as costas de Leo. Aquele silêncio aumentava o ódio de Raul e em um acesso de fúria, virou o cinto ao contrario segurando-o pelo meio, a fivela agora ficava livre para acertar Leo.

Raul: Vamos ver se você é tão ruim assim moleque ao ponto de não sentir dor...

E bateu, bateu, bateu... Leo não se aguentava gritava de dor, sentia a fivela do cinto se prender em suas costas, e rasgá-la ao ser puxada novamente por Raul, virando-se um pouco para o pai, via um sorriso de prazer em seu rosto, as costas, a cama e o cinto estavam ensanguentados, mas Raul não parou, seguiu batendo no garoto, que já não chorava mais, apenas deixava seu jovem corpo ser mutilado pelo pai.

Isso seguiu por meia hora, até que Laís vendo que o filho dormia, resolveu ver o que acontecia com Leo e o pai, ao entrar no quarto, ficou horrorizada, Leo estava quase inconsciente e Raul seguia lhe golpeando com o cinto, Laís correu até o enteado e se colocou em frente ao marido.

Laís: Para Raul, assim você vai matá-lo... para pelo amor de Deus...

Raul: Essa praga se morrer não fará falta...

Laís: Fará sim, fará falta pra mim e pro Luis, pensa no que ele vai pensar em vê-lo sendo preso por matar o irmão que tanto ama...

Raul parou de bater no filho, jogou o cinto no chão e saia do quarto, quando parou olhou pra trás e voltou ate onde estava o filho, abaixou-se ao lado da cama pegou-lhe pelos cabelos suspendendo a sua cabeça e disse:

Raul: Eu não quero ver a sua cara imunda tão cedo seu bosta, e se contar pra alguém juro que termino o que comecei...

Laís estava tremendo de medo, nunca pensará que o marido podia cometer tamanha atrocidade, e temia pelo enteado que agora chorava sobre a cama, mais que depressa correu ate seu quarto e pegou o kit de primeiros socorros, preparou uma salmoura (água quente e sal) e limpou e cuidou do garoto, tinha pena do menino, ele era um adolescente, não poderia se responsabilizar por outro quase de sua idade, Raul havia passado dos limites, mas não diria nada a ninguém, não agora, mais isso não ficaria assim.

Laís cuidou do enteado, até vê-lo dormir, aplicou-lhe um dos calmantes que usava, e foi-se deitar, antes passou no quarto do filho e o beijou, olhava seu rosto angelical e pensava que jamais teria coragem de judiar dele assim como Raul fizera com Leo.

Na manhã seguinte Luis não foi à escola, levantou-se mais tarde, não encontrou a mãe ou o padrasto, na geladeira um recado de sua mãe dizendo que deveria descansar, e que voltariam à noite.

Luis pegou os biscoitos que comia todas as manhãs um copo de suco de laranja e foi assistir TV, ficou ali por horas, assistindo o matinal da Angélica, estava ali deitado no sofá pensando em Leo, onde estaria seu herói, queria lhe beijar, abraçar e agradecer por ter salvado sua vida.

Pensava que ele estava pra escola, mas ao ouvir a descarga do banheiro de cima sabia que alguém estava em casa, e pensou que fosse seu irmão herói, subiu as escadas correndo e entrou no quarto de Leo.

Ele estava em pé olhando pela janela do quarto, tudo estava escuro, mas isso não impediu Luis de correr até ele e abraçá-lo por trás.

Leo: Aiiiiiiiii... (se virando, olhou incrédulo para Luis) é você seu moleque desgraçado, o que você quer aqui... quer roubar meu quarto também... meu computador... minha vida...

Luis estava assustado, não entendia o que o irmão falava, seus olhos estavam vermelhos, parecia que ele havia chorado muito.

Luis: Por que esta falando assim comigo Leo, eu não quero nada seu meu irmão...

Leo: Seu irmão? Eu prefiro morrer a ser seu irmão seu desgraçado, você me roubou tudo, minha honra, minha paz, minha vida, meu pai... eu te odeio seu desgraçado, saia daqui agora, antes que eu te mate...

Luis saiu correndo do quarto de Leo, antes mesmo de atingir a escada, já chorava muito, porque seu irmão o tratava assim, porque dizia aquelas coisas, ele não havia roubado nada, não tinha se quer coragem de tocar sem permissão algo que não era seu, quanto mais roubar uma vida inteira.

Sentou-se na grama do jardim, logo Pituca surgiu saltitante entre os arbustos próximos a piscina, veio até Luis e tentou brincar com ele, percebia sua tristeza e queria animá-lo, mas Luis não lhe dava atenção alguma. Então começou a latir latiu muito, mas nada fazia com que o garoto a olhasse ou mesmo afagasse sua cabeça peluda.

Da janela do quarto, Leonardo surgiu gritando:

Leo: Cala a boca desta cachorra imunda moleque ou eu mesmo calo...

Luis: Vá à merda viado... (Luis pela primeira vez dissera um palavrão, sairá sem pensar, mas já não aguentava a ira do irmão...).

Leo surgiu pela porta da cozinha, trazia em sua mão direita uma corda grande, e na outra uma faca, Luis temeu por si, pensou que o irmão o mataria e colocou-se a implorar.

Luis: Desculpa Leo saiu sem querer, não queria te ofender... pode deixar que eu vou fazer ela ficar quietinha...

Leo: Cala a boca... (e bateu no rosto de Luis)

Luis caiu no gramado, já chorava novamente, não podia se imaginar em uma situação como essa, seu irmão lhe batendo, ninguém havia lhe tocado com o intuito de machucar antes.

Ao se sentar novamente viu Leo amarrar a corda no pescoço de Pituca, e puxá-la para perto da piscina. O ódio em seus olhos demonstrava que nada bom sairia de sua cabeça, Pituca se recusou a acompanhá-lo, e Leo chutou a cabeça da cadela que ganiu alto de dor, Luis se levantou, uma fúria dominou

seu ser, ninguém podia bater em sua cadelinha, correu e pulou sobre Leo, este gritava de dor, ao sentir o garoto acertar suas costas com socos, seu ódio aumentou e agora já não pretendia descontar a raiva que tinha apenas na cachorra, o plano diabólico estava armado, executá-lo seria prazeroso.

Leo pegou Luis pelo braço e o arrastou ate a piscina, próximo ao canto, ficava a bomba que enchia a piscina destampou o tanque de aproximadamente dois metros, ligou a luz e obrigou Luis a descer.

O garoto temia pelo que Leo poderia fazer se ligasse a bomba, morreria eletrocutado, se abrisse o ralo da piscina morreria afagado, não aquilo não era real, era um sonho, era isso, não podia ser real.

Mas era, era tudo real, Leo olhava Luis lá embaixo no buraco, puxou a escada de cordas que ali tinha para subir e saiu...

Luis gritava por ajuda, mas sua voz devia chegar abafada ate em cima, dentro daquele fosso de dois metros de altura por duzentos centímetros de largura ele se sentia abandonado, rejeitado, a pior das criaturas, começava a acreditar no que Leo dissera, ele era mesmo um ladrão, roubará tudo que ele tinha. Sentou-se no chão, abraçou os joelhos e começou a chorar, pretendia pedir perdão de joelhos a Leo, estava arrependido de ter provocado tanta ira no irmão, mesmo sem ter certeza que ele era à razão. Não demorou a ouvir um grito agudo de Pituca, levantou-se assustado, olhando pra cima, tentando vislumbrá-la, mas nada podia ver a não ser o céu azul. Pituca ganiu novamente, o desespero tomou conta de Luis, temia pela cadelinha lá em cima sozinha nas mãos de Leo.

Leo: Ei seu merda...

Leo estava agachado a borda do fosso e olhava para Luis com cara de ódio, Luis agora temia por si próprio, era à hora da vingança de Leo, não sabia o que ele era capaz de fazer, se tivesse herdado o temperamento do pai, nada bom sairia dali.

Leo: Vou te ensinar agora, a roubar o que é dos outros, você e essa cachorra são culpados por tudo o que me aconteceu... olha o que você me fez... (levantou-se e tirou à camiseta, Luis ficou em choque ao ver os curativos banhados em sangue nas suas costas) por sua culpa... por ser linguarudo eu estou assim. Por sua causa e dessa cadela eu apanhei do meu pai... eu nunca apanhei de ninguém... nem mesmo uma palmada... mas agora vocês dois vão me pagar...

Leo se levantou novamente e saiu, Luis escutou a cadela ganir novamente, e a viu surgir sobre a abertura do fosso. Ela estava sendo içada por uma corda presa no pescoço, à corda estava presa sobre um galho de arvore que tinha ali perto. Luis temeu pela cadela, naquela posição morreria enforcada.

Luis: Leo, por favor, solta ela, não faz isso, me perdoa, eu não tive culpa, seu pai é um louco, eu não causei isso, por favor...

Leo: Louco? Como ousa chamá-lo de louco... inacreditável ele repudia o próprio filho por você... e você ainda o chama de louco... eu vou matar essa desgraçada... vou fazer nela tudo que tenho vontade de fazer em você...

Leo segurava em uma mão a ponta da corda que prendia Pituca pelo pescoço, e na outra mão a faca que trouxe da cozinha, em um golpe certeiro acertou a barriga da cadela que gritava de dor. Luis estava em pânico, viu tudo incapacitado de reagir, Leo deu outra facada na cachorra que agora apenas

gemia de dor, o sangue que escorria pelo corte caia sobre Luis, era como uma torneira aberta, muito sangue sobre sua cabeça.

Leo: Olha desgraçado... olha pra mim... Torça para meu pai não saber disso ou o próximo vai ser você e sua mamãezinha... Vocês três vieram só pra me infernizar... e em pensar que já te amei como meu irmão... eu te odeio Luis, te odeio..

Luis nada dizia, apenas estava sentado de cabeça baixa, chorando, sentindo o sangue de Pituca cair sobre sua cabeça, e as lagrimas caírem de seus olhos.

Leo deu outra facada na cachorra e desceu com ela até quase o inicio da cauda, a cadela estava aberta ao meio, já não gania, mas mexia uma perna, estava sendo esquartejada viva, com mais uma facada, Leo acertou o seu coração, e Pituca morreu. Luis sentia a vida de sua amiga indo embora, mas

não tinha coragem de olhar, uma coisa mole e quente caiu sobre sua cabeça e foi parar entre suas pernas, ao ver o que era Luis pulou assustado e bateu com a cabeça em um cano de ferro. Era o coração de Pituca, ainda sangrando, quente ali próximo ao seu pé.

Leo: Olha aqui filho da puta... olha pra mim... se quer assim garoto, fica ai... e morra junto com esse bicho nojento...

Leo soltou a corda que prendia o corpo inerte de Pituca, e a cadela caiu dentro do fosso, antes de chegar a Luis ainda bateu contra os canos acima de Luis, e logo chegou ao chão seu intestino, esôfago e língua estavam fora de seu corpo, Luis quase vomitou a ver aquilo, mas ao se lembrar de que se tratava de Pituca se atirou conta à cadelinha abraçando-a, com uma das mãos a acariciava e com a outra tentava inutilmente colocar seus órgãos dentro do corpo novamente. Leo olhou aquilo tudo, e sentiu-se arrependido, mas não voltaria a trás, Luis era culpado e precisava aprender a respeitar seus limites. Levantou-se, puxou a porta do fosso e a fechou. Voltou para dentro da casa, antes se dirigiu a lixeira do lado de fora da residência e jogou ali a faca, arma do crime. Seus braços estavam cobertos de sangue do animal, e isso o fez querer tomar um banho, foi doloroso aquele banho, suas costas ardiam devido aos machucados provocados pelo pai, mas não se comparavam a felicidade que sentia, em saber que se vingará de Luis. O banho foi rápido, Leo saiu do quarto vestido, foi ate a padaria comprou pão de queijo, voltou pra casa.

Ainda era cedo, os pais demorariam a chegar, não temia nada e nem ninguém, acreditava que se o pai o matasse depois do que tinha feito morreria feliz e realizado, havia cumprido sua vingança, Luis pensaria duas vezes antes de se aproximar dele. Deitado no sofá adormeceu.

Acordou horas depois, como barulho no portão, já era noite e Luis ainda estava no buraco, não daria tempo de tirá-lo de lá, o medo o dominou instantaneamente, depois de passada a raiva ele via o que o estrago que ele provocará causaria a si próprio, então como meio de fugir de mais um castigo

subiu as pressas às escadas, foi ate o quarto de Luis, ligou o som baixinho, saiu e trancou a porta por fora, ainda conseguiu descer e se deitar no sofá como se estivesse vendo TV.

Laís abriu a porta e viu o enteado ali deitado, um olhar triste em seu rosto, teve pena ao lembrar-se do que o marido havia feito, mais resolveu deixá-lo só quando estivesse a fim de falar, ela estaria ali para ouvir.

Laís: Cadê Luis?

Leo: Dormindo, ele estava cansado ai mandei-o dormir, ta lá trancado, deve ta no sétimo sono...

Laís: Que bom... amanhã falo com ele então... a propósito Leo, teu pai não dorme em casa hoje, ele teve que viajar até Brasília de urgência, um dos seus clientes poderosos parece que cometeu um crime.

Leo: Tudo bem vou subir também e tentar dormir... até amanhã...

Leo realmente subiu, pensava consigo, sem o pai em casa e com Laís acreditando em sua história, poderia deixar o meio irmão mais um tempo ali naquele buraco, no outro dia com tempo e paciência o tiraria dali e o faria ficar calado sobre o que aconteceu...

Aquela noite passou como o vento, já era dia quando Laís acordou para ir trabalhar, como de costume foi até o quarto do filho lhe dar bom dia e colocá-lo para se aprontar para a escola. Tentou entrar e viu que a porta ainda estava trancada, era costume de Luis dormir de porta trancada quando estava chateado, o aparelho de som apenas emitia um ruído, estava fora de sintonia ou era o fim do cd. Achou estranho, pois Luis sempre ligava o repete para não deixar o aparelho ligado sem serventia. Retornou a seu quarto e no criado mudo tirou um livro grosso, ao abri-lo encontrou o que procurava uma chave mestra que usava em toda a casa, inclusive no quarto de Luis. Novamente diante do quarto do filho, colocou a fechadura na porta e não encontrou resistência, ele deveria ter tirado a chave da porta ao trancá-la pensou, abriu a porta lentamente gostava de acordá-lo com beijos no rosto. Mas para sua surpresa não havia ninguém ali, a cama estava arrumada, pensou que o filho estivesse no banho, mas a porta do banheiro estava aberta, e não havia ninguém lá dentro. Retornou então a cama e sentou-se sobre ela, com os dedos tateou travesseiro e lençol, estavam frios, se Luis tivesse dormido ali, deveria ter acordado muito cedo, o que era improvável, desde o nascimento que seu habito mais freqüente é dormir até tarde. Como um relâmpago uma ideia surgiu em sua mente, Leo, ele havia feito algo com Luis, ele estava com raiva do pai, e tudo era culpa de Luis, ele caíra na piscina, ele se afogara, ele que entregou Leo ao pai, ele era o culpado por tudo que aconteceu a Leo. O desespero tomou conta de sua mente, nada poderia acontecer a Luis, era a única coisa de que realmente gostava na vida, embora não demonstrasse, estava preocupada, não sabia o que fazer. Só lhe restava procurar Leo, mais o medo a travava, e se ele o matou? E se ele o deixou na rua? Eram várias as hipóteses que surgiam em sua mente, nenhuma parecia confiável, e não lhe sobrou alternativa, andou ate o quarto de Leo que era no extremo oposto do de Luis, ele ainda dormia, a porta trancada. Com a chave mestra em seus dedos trêmulos, tentou de inicio abrir a porta, mas a chave do outro lado a impedia. Não queria acordar Leo aos gritos, se ele não tivesse nada a ver com o sumiço de Luis ficaria com raiva dela. Meu Deus era uma hipótese, ele pode ter ouvido o que aconteceu com Leo e de medo e culpa pode ter fugido... Laís ainda pensou em desistir de entrar no quarto de Leo, mas se não o fizesse, só retornaria a casa já à noite, não aguentaria ficar sem noticias do filho até lá. Retirou um grampo que usava para segurar o coque que fazia com o cabelo, o abriu e o colocou no buraco da fechadura, com dificuldade conseguiu mover a chave e derrubá-la no chão pelo lado de dentro. Girou sua chave e lá estava o quarto de Leo aberto, o garoto dormia de bruços, estava nu Laís pensou em voltar, mas o desejo de saber do filho era maior, aproximou-se da cama e colocou-se a observar as feridas nas costas do enteado. Sentia pena dele. Sacudiu-o para ver se despertava, mas o garoto estava imóvel, resolveu então chamá-lo e forçá-lo a acordar, Leo ao ouvir o seu nome se surpreendeu, acordou e colocou-se sentado. Demorou um pouco para perceber Laís ali no quarto, e o mais que depressa se cobriu estava com vergonha, alem de Renata só o pai o havia visto pelado.

Leo: Que diabos faz aqui mulher, quem te deixou entrar... Melhor como você entrou se só eu tenho as chaves?

Laís: Isso não importa garoto, eu quero saber cadê o Luis?

Leo se surpreendeu com a pergunta, pensava que jamais ela desconfiaria que o filho não estava no quarto, mas agora estava ali com ela em seu quarto, se ela foi capaz de entrar nele com a porta trancada, teria sido capaz de entrar no de Luis.

Leo: E eu que sei... não viu que estava dormindo, como vou saber daquele idiota...

Laís: Você me disse ontem quando cheguei que ele estava dormindo com a porta trancada, hoje antes de sair fui até o quarto e encontrei a porta ainda trancada, usei minha chave mestra e abri, Luis não estava lá, e não havia sinais de que tenha passado a noite ali, conta Leo onde esta o Luis, por favor...

Leo: Eu já lhe disse sua louca eu não sei... Porra ele disse que ia dormir, se não está lá azar dele e seu, agora sai que quero dormir...

Laís começou a chorar em sua cabeça centenas de hipóteses surgia, o que poderia ter acontecido com seu filho, não conseguia imaginar nada bom, o via morto, estuprado, sendo vendido para o exterior para exploração sexual, ou pior sendo cortado vivo para retirar seus órgãos para transplante clandestino.

Laís: Vou chamar a policia... quero meu filho... meu Deus me ajuda...

Laís se levantou para sair daquele quarto, Leo a olhava com certo receio, e se a polícia o encontrasse no fosso, poderia ser preso, cárcere, tortura psicológica isso era crime e ele sabia.

Leo: Aonde vai?

Laís: Ligar pra policia e pro seu pai, preciso de Raul aqui ele vai saber o que fazer...

Ouvir o nome do pai fez Leo sentir um arrepio pelo corpo, o medo de outra surra agora era visível, antes no momento de raiva, pouco importava, mas agora, temia pelo que poderia acontecer com ele, temia pela vida, não queria morrer na mão do pai e acabar sendo manchete de jornal sensacionalista.

Leo: Espera...

Laís: O que você quer garoto, eu preciso ser rápida Luis pode estar morto... meu Deus me livre dessa tristeza!

Leo: Calma eu sei onde ele está...

Laís: Onde me conta... fala menino...

Leo observava à madrasta, chegou a sentir pena dela, mesmo sendo perua, parecia se importar com o filho, e até mesmo com ele, mas isso não vinha ao caso, o que importava era o fato de que estava correndo risco de vida, caso ela contasse o que ele fez a Raul.

Leo: Eu conto, mas você tem que me jurar que não vai contar pro pai...

Laís: Eu juro... juro... se isso for trazer meu filho de volta, eu juro pela alma de Luis que eu não conto nada pro teu pai, mais me conta o que você fez com ele...

Leo: (hesitante) bom... sabe aquele fosso da piscina... ele ta lá dentro...

Laís: Meu Deus do céu, por que você fez isso com ele Leo?

Leo: Eu estava com raiva, fiz sem pensar, mas não o machuquei, só o coloquei lá dentro...

Laís: Se você tiver arrancado um fio do cabelo dele seu desgraçado eu juro que te mato...

Laís saiu correndo até o jardim, estava apreensiva com o que poderia ter acontecido com Luis, próxima a piscina viu manchas de sangue na tampa do fosso, o desespero tomou conta dela, chorava desesperada, temia pelo pior, foi com muito pesar que abriu aquela portinhola. O que viu foi aterrador, deitado em um canto estava Luis, abraçado com a cadela ambos cobertos de sangue, um cheiro horrível saia dali, havia parte do intestino de alguém no pescoço de Luis.

Laís: Luiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiis... não... não... não... meu Deus não... Leooooooo... Leoooo.

Leo apareceu vestindo apenas uma bermuda, ao ver Laís desesperada daquele jeito pensou que algo pudesse ter ocorrido com Luis, e se ele tivesse morrido, matar uma cachorra com requintes de crueldade, até que ia, mas um garoto, o próprio irmão... não isso não, ele não podia ser um assassino.

Demorou a se aproximar de Laís e ao olhar no fosso, viu o que tinha feito, era uma obra de uma pessoa sem coração, o garoto estava lá imóvel, parecia morto, coberto de sangue, sujo, fedido...

Ele não poderia acreditar Luis não podia estar morto, não aquilo não era possível, ele o deixou vivo consciente, sem nenhuma ferida e agora ele estava ali morto.

Leo estava desesperado, ele não poderia ser um criminoso, nem todo ódio do mundo poderia justificar matar um irmão, Laís não ajudava pelo contrario permanecia ali ao lado do fosso apenas chorando, não havia o que fazer, a não ser chorar também.

Leo olhava para o irmão no fundo daquele buraco, e desejava jamais tê-lo conhecido, naquele instante o odiava mais ainda, ele agora acabará com sua vida, como iria ser dali pra frente, seria preso, mandado para um lar de recuperação?

As indagações eram muitas, mas tudo se desfez ao perceber algo enquanto olhava para o irmão abraçado a cadela morta.

Leo: Ele mexeu... ele ta mexendo... ele ta vivo...

O choro de Laís cessou abruptamente ao ouvir aquilo, graças a Deus, suas preces haviam sido ouvidas, mais que depressa, jogou a escada dentro do fosso e colocou-se a descer, não poderia deixar seu filho naquela situação, ele precisava dela, e era hora de ser forte, de aguentar qualquer coisa que fosse contra sua vontade, ate mesmo aquele cheiro desagradável que vinha de Pituca, já no fundo do fosso, Laís olhava o filho, a mão na boca para segurar o vomito, a cara de nojo em seu rosto era incrivelmente assustadora, mas vencendo todos os seus medos e angustias, retirou o cadáver da cadela de cima do garoto, e se abraçou a ele, Luis com seus treze anos era leve como um fardo de algodão...

Leo olhava perplexo lá de cima, não imaginava de onde vinha toda aquela força que a madrasta demonstrava ter naquele instante.

Com certa dificuldade Laís colocou o filho no colo, e usando seu corpo para prendê-lo começou a subir as escadas, Luis nada dizia, seus olhos estavam abertos, mas não se moviam, Laís usava seu corpo como barreira para que Luis não caísse, a parede a sua frente firmava o corpo do garoto ao seu.

Foi difícil, mas ela venceu o desafio, conseguiu levar o filho até a abertura do fosso, onde Leo a ajudou a terminar de subi-lo. Laís ainda saia do buraco, quando Luis viu diante de si, o irmão, o temível Leo.

Luis: Não... não... me solta... monstro... socorro... soco...

Luis desmaiou nos braços de Leo. Laís não podia acreditar Luis desmaiara de medo do irmão, o que aquele infeliz fizera com seu bebê?

Laís: Monstro, solta meu filho... como pode fazer isso Leo, depois do meu bebê te idolatrar? Ele tinha você como um herói... e agora você é a criatura mais horrenda que ele poderia ver...

Leo: Laís...

Laís: Não diga nada garoto, eu e você conversaremos depois, agora se você quer mesmo que eu guarde segredo do que fez, tira essa carniça daí e lava esse fosso, porque se seu pai chegar e isso ainda tiver ai, eu conto a verdade. Leo apenas assentiu com a cabeça. Era seu trabalho, sua responsabilidade, seu erro.

Laís carregou o filho desacordado até o seu quarto, o cheiro do garoto era insuportável, era algo misturado com fezes, urina, sangue, algo podre. Em seu quarto. Laís ligou a banheira e despiu o filho, ainda com ele nos braços pode ver como seu bebê havia crescido, e percebia como havia sido ausente durante seu crescimento, e agora ele estava ali necessitando de seus cuidados, de seu carinho, ainda não acreditava no que o enteado fizera, mas sabia que não confiaria mais o filho a ele.

Fim do flashback

Luis: Eu tive que aturá-lo por um mês inteiro, ele não se aproximava de mim, se quer nos víamos, mas só de saber de sua presença eu me borrava de medo, ele havia ameaçado a minha mãe, e eu na minha inocência acreditava que o único jeito de evitar que ele a machucasse era ficar calado, minha mãe dois dias após o ocorrido agia como se nada tivesse acontecido. Só que meu quadro piorou, foi diagnosticada psicose profunda em mim, eu via Pituca sendo morta por todos os lados que olhava, minha mãe viu que me perderia se não fizesse nada, então convenceu Leo a ir morar com a avó em Porto Alegre.

Ela me jurou que ele jamais voltaria, que haviam feito um acordo, que eu não o veria nunca mais, e eu acreditei nisso, porque assim que fez dezoito anos ele se mudou pros Estados Unidos e ficou lá até esse ano, veio a passeio pro Brasil para visitar a irmã, Raul até viajou pra lá no mês passado.

Mateus: E agora ele ta voltando né?

Luis: Ta, e eu não sei o que fazer...

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