Tudo isso começou numa noite de quarta-feira. Eu estava na boate, tomando um energético, ouvindo a música alta da Valesca Popozuda e vendo as garotas dançarem. Era mais um dia comum, onde a casa estava cheia de clientes e as garotas rebolando e se insinuando a eles, quando escuto uma voz que me provocou um arrepio.
Bruno - Caralho!!! Não acredito que é a minha pretinha putinha!!! É você, mesmo?
Robson - O nome é Robson, Bruno!
Sim. Meu nome é Robson e eu sou um homem negro, alto com 1,82 e bem forte, mas nem sempre foi assim. Nos meus tempos de colégio, eu era magrelo, mas muito magrelo mesmo. A minha família era pobre e nem sempre dava pra comer direito. Tínhamos uma refeição por dia, que era o almoço e mesmo assim algumas vezes não era suficiente.
Minha mãe era diarista e meu pai era a minha mãe também. Eu era o irmão mais velho e tinha mais um irmão e uma irmã. Nem vou mencionar os nomes e como eles são, porque eles são relevantes pra história.
O fato era que nós vivíamos na pindaíba e eu tive que trabalhar cedo pra ajudar a minha mãe. No início, eu vendia bala no sinal e depois vendia no trem. Por várias vezes pensei em entrar pro movimento, mas isso daria um profundo desgosto pra minha mãe, porque o meu pai era bandido e pelo que eu sabia estava morto. Eu recusei entrar pro tráfico, mas acabei tomando dois tiros no braço pela recusa. Minha mãe ficou desesperada e chegou a peitar o dono do morro, que só não fez uma desgraça com ela, em respeito à memória do meu pai e o resultado foi uma cicatriz horrível no meu braço.
Na escola eu era alvo de piadinhas racistas dos meus “amigos” de sala. Era uma situação bem ruim, mas naquela época ninguém ligava pra bullying ou discriminação racial. Tudo era tratado como zoeira de adolescentes.
Eu não tinha nem como enfrentar, porque os caras eram mais fortes do que eu. Apesar de frequentamos um colégio público, eles tinham famílias melhor estruturadas, mais posses, praticavam esportes, academia, etc.
Eu não teria chance contra um deles, ainda mais se eles se juntassem.
Renatinho, Bruninho e Alê. Esses eram os três que faziam bullying e me perturbavam na escola e eles eram conhecidos como o trio parada dura. Eu, tentava ser amigo deles, porque na minha visão, eles eram descolados e se davam bem com as garotas.
Todos eles tinham namoradas e alguns deles ainda tinham uns rolos por fora e eu ainda era o virjão. Dei uns beijinhos aqui e ali, mas nada muito sério, como amassos e nem sarradas.
Eu era tímido e por sempre baixar a cabeça pra eles, a minha timidez quase se transformava em covardia, pois como eu disse, eles sempre se apoiavam uns nos outros e enfrentá-los seria pedir pra apanhar e continuar a sofrer.
Tinha uma menina, que eu era apaixonado. Ela se chamava Isabela, ou simplesmente Isa, para os mais próximos. Moreninha linda, de pele branquinha e olhos castanhos claros. Seu cabelo batia quase na bunda e ela era uma das mais bonitas da escola. Eu sabia que nunca teria chance, então nunca tentei nada oficialmente, até porque ela gostava do Bruninho, que nessa época namorava uma outra garota.
A pior coisa que fizeram comigo foi me amarrarem no banheiro feminino e me obrigarem a vestir sutiã e calcinha. Tudo isso porque eu me recusei a comprar maconha pra eles.
Eles sabiam que eu morava no morro e que eu conhecia quem era do movimento, mas eu havia feito uma promessa pra minha mãe que nunca mexeria com drogas e pra mim, promessa é uma coisa séria.
Agora imaginem a cena. Um negão magrelo de quatro no chão, amarrado na pia do banheiro feminino usando lingerie branca, com fio dental enfiado no rego. Foi muita humilhação! As meninas riram muito de mim, quando me viram lá e rapidamente parece que a notícia se espalhou e todos da escola foram saber o que estava acontecendo no banheiro feminino. A minha sorte é que nessa época, não existia smartphone pra tirarem fotos de mim naquela situação vexatória.
Meu apelido passou a ser pretinha putinha e isso me irritava profundamente. Chorei muito por diversas vezes, mas o pior foi ver a cara da Isabela, que ao me ver, riu de mim e ainda disse pra sua amiga Tatiana, que a calcinha era de puta mesmo. Fiquei arrasado…
O tempo passou, eu me alistei e entrei pro exército. Lá tinha uns caras babacas também, mas foi lá que fiz amigos de verdade e eu quase segui a carreira militar, mas por um azar do destino, eu acabei me envolvendo numa briga em um puteiro e isso pegou mal lá no quartel, pois o cara que eu bati, quase morreu.
Esqueci de dizer que depois que eu entrei pro exército, fazendo exercícios e comendo direito, meu corpo respondeu e agora eu era um cara parrudo e forte.
O cara que eu bati, estava batendo numa das garotas da boate e a garota era muito gente boa e não merecia isso.
Depois que fui expulso do exército, voltei na boate pra beber e esquecer os problemas, mas pelo menos, alguma coisa eu ganhei. O dono da boate me disse que eu poderia beber o quanto eu quisesse e a garota, muito agradecida disse que iria dormir comigo naquela noite.
Foi só naquele dia, que eu perdi a minha virgindade. Lógico que eu não falei isso com ela e eu sabia o que fazer, pois já tinha assistido filmes pornográficos.
Quando eu tirei a minha roupa, ela tomou um susto, vendo o tamanho da minha rola, que era bem grossa e com veias bem marcadas. Ela ficou tão empolgada, porque disse que gostava de rolas avantajadas e fazia tempo que não pegava um cliente grandão.
Ela então pegou no meu pau, tocando uma leve punheta e arregaçou toda a pele, expondo a cabeça roxa da minha rola, para em seguida, cair de boca nele, fazendo voltas com a língua e chupando só a chapeleta.
Jenny - Que pica enorme! Mal consigo colocar a cabeça na boca - Dizia a garota, ajoelhada no chão, com a boca toda aberta, tentando botar o máximo da minha rola pra dentro.
Robson - Mama, safada! Mama direitinho!
Jenny - Não dá… Sua pica é muito grossa…
Ela estava tentando mostrar todo o seu agradecimento e se esforçava pra tentar engolir ao máximo, mas nem chegava na metade da minha rola e às vezes até se engasgava nas tentativas.
Eu era cabaço, então eu já estava quase gozando, mas acho que ela percebeu e parou de me chupar e ainda brincou dizendo que eu tava muito afobadinho.
Fomos pra cama e ela quis cavalgar, porque ficou com medo de se machucar com a minha rola e eu acho que ela por ser mais vivida, percebeu que eu tinha pouca experiência, por mais que eu tentasse não demonstrar.
Ela passou um pouquinho de gel na buceta, pra lubrificar e foi encaixando a buceta no meu pau e descendo aos poucos. Foi a sensação mais gostosa do mundo, mesmo usando camisinha, eu senti o calor da sua buceta, que estava pegando fogo.
Jenny - Aaai, caralho! Que pica grossa… Tá me deixando arreganhada… Que dorzinha gostosa… Amanhã vou ficar assada, seu safado!
E assim, ela começou o sobe e desce, com as mãos no meu peito e a cada descida, ela gemia e me xingava. Os gemidos dela era bem manhosos e me deixavam cada vez mais cheio de tesão. Não sei se eram verdadeiros ou se eram de fingimento, mas eu estava com muito tesão.
De vez em quando ela descia até o fim e dava uma rebolada, baixando seu corpo contra o meu e esfregando os seios em mim. Eu aproveitava e beijava a sua boca, mas acho que ela não curtia muito isso.
Estava tudo muito bom, mas infelizmente durou menos de dez minutos, e todo o meu tesão foi parar na borracha. Essa foi a minha primeira vez e eu gostei muito. Ela ainda ficou em cima de mim, e mesmo um pouco mais mole, continuei dentro dela, até que ela se levantou e me deu um beijinho no rosto.
Jenny - Que pena, bebê! Você foi muito rapidinho, mas a gente pode continuar outro dia…
Robson - Eu quero sim. Você é foda!
Jenny - Você foi muito bem também e só precisa durar um pouco mais de tempo, mas pra uma primeira vez, você foi bem - Disse Jenny sorrindo e eu fiquei todo encabulado.
Quando eu estava indo embora, ela me disse que conhecia outra boate e que lá estavam precisando de um segurança e que pagavam muito bem, mas ninguém conseguia ficar lá por muito tempo, porque os playboys que frequentavam a boate, subornavam os seguranças e sempre dava problema.
Eu estava desempregado, precisando ajudar minha mãe, topei. Rapidamente, ganhei respeito lá. Bastou um playboy fazer uma gracinha e eu desloquei o ombro dele, com um agarrão e com o passar dos anos, fui botando ordem na boate. Meu corpo agora era todo trabalhado, porque eu malhava todo dia e meu tamanho botava medo em qualquer um.
Voltando àquela quarta-feira…
Bruno - Opa! Foi mal… caralho, Robson! Há quanto tempo, cara! - Disse o safado, tentando me abraçar, mas eu me afastei dando um passo pra trás.
Robson - 14 anos, 3 meses e 2 dias…
Bruno - Hahahaha você é demais…mas me conta aí… O que você tem feito? Tu vem aqui sempre? Tem alguma garota pra me indicar?
Robson - Bem, eu sou segurança aqui!
Bruno - Você, segurança? Segura no meu pau, então… hahahaha brincadeira, cara… - Brincou ele, me dando um tapa no ombro.
Eu olhei sério pra ele, que parece ter visto que eu não estava de brincadeira.
Bruno - É sério mesmo, que você é segurança de puteiro?
Robson - Sou sim! Também faço uns bicos por fora. Toma aqui um cartão com meu número. Se conhecer alguém que precise de um segurança, só me ligar.
Bruno - Ok. Cara, queria te falar um negócio… me sinto até mal por isso, mas eu queria que você me desculpasse pelas brincadeiras de mau gosto. Eu era muito sem noção…
Robson - Era mesmo… você e os seus amigos…
Bruno - Cara, deixa eu te pagar uma tequila e aí a gente brinda esse reencontro.
Robson - Estou de serviço e não posso beber, mas se quiser me pagar um energético, eu aceito.
Ele pediu uma tequila e um energético e brindamos pelos velhos tempos e pela amizade.
Bruno - Vamos tirar uma foto? O pessoal não vai acreditar que eu encontrei você e como você está diferente. Se não fosse a cicatriz no seu braço, eu não te reconheceria.
Tiramos a foto e eu dei aquele sorriso amarelo sem graça e meio forçado.
Robson - Você ainda tem contato com a galera?
Bruno - Tenho, cara! Nós somos unha e carne.
Robson - Eu sei…me lembro bem…
Bruno - Robson, tive uma idéia! Vou marcar uma paradinha com a galera. O que você acha? Topa? - Perguntou ele, quase implorando pra eu aceitar.
Robson - Não sei… Já faz tanto tempo e eu tenho um pouco de mágoa por tudo que aconteceu.
Na verdade, não era pouca mágoa…
Bruno - Porra, cara! Eu já disse que foi brincadeira e eu já pedi desculpa.
Robson - Você acha que é assim? Como se tudo se resolvesse num estalar de dedos?
Bruno - Eu te entendo. Eu também sofri muito, cara! Tive que estudar naquele colégio ruim e eu não consegui passar pra uma faculdade pública. Tive que trabalhar e estudar cara! Foi barra!
Eu não acreditava no que ouvia…como ele queria comparar esse sofrimento com o meu? Fiquei calado, só ouvindo o cara se lamentar, até que resolvi encerrar a conversa, dizendo que eu tinha que voltar ao trabalho.
Bruno - Pô, Robson! A galera iria gostar tanto de te ver e saber que você está bem. Tenho certeza que a Isa iria gostar de te ver.
Robson - Isa?
Meu coração chegou a bater mais forte, mas logo eu me lembrei que ela riu de mim também.
Bruno - É, cara! Eu e Isa estamos noivos.
Robson - Ah, é?
Bruno - Vamos nos casar ano que vem.
Robson - Manda um abraço pra ela.
Bruno - E você? Tem uma patroa? Ou tá sozinho até hoje? Você sempre foi meio tímido…
Robson - Eu tenho uma garota sim e ela é linda.
Bruno - Então, meu amigo, vamos marcar um dia pra reunir a galera. Você vai rever o pessoal e agora todo mundo tem outra cabeça. Ninguém vai te desrespeitar. Todo mundo tá casado e eu sou o único que falta botar um bambolê no dedo. Tenho certeza que vai ser bom pra todo mundo, inclusive pra você.
Robson - Vou pensar. Me passa o seu contato e eu te aviso.
Bruno - O Alê tem uma casa na praia e a gente vai direto pra lá. Acho que é um lugar perfeito pra esse encontro. Amanhã mesmo vou falar com o Alê e o resto da galera.
Ele então me perguntou qual mulher daquele puteiro era a melhor e eu indiquei a Flavinha. Fui falar com ela e disse que um cliente novo queria conhecê-la e falei pra ela dar um chá de buceta nele, que o cara tinha grana, a julgar pelo relógio, celular e sapatos que ele usava e que se ela fizesse certinho, quem sabe poderia arrumar um cliente fixo.
Flavinha era uma safada e com ela não tinha frescura. Ela fazia de tudo, mas ela era um pouco gananciosa e olhuda. Ela me agradeceu e foi falar com o meu “amigo”.
Dez minutos de papo e eles subiram as escadas para o quarto. Enquanto subiam, ela ainda virou a cabeça pra trás e deu uma piscadinha e um sorrisinho maroto pra mim.
Eles ficaram lá por duas horas e Bruno saiu de lá bem satisfeito e me agradeceu pela indicação, dizendo que foi a melhor trepada da vida dele.
No dia seguinte, recebo uma notificação no meu whatsapp, dizendo que eu fui colocado num grupo, que se chamava turma da pesada.
Logo vieram os cumprimentos de Renato, Alê e Bruno. Todos mandaram um oi, como vai, essas coisas e fomos nos falando. Bruno perguntou se poderia acrescentar Isa e Tati, já que ambas eram também do colégio, sendo que Isa era noiva do Bruno e Tati era esposa do Alê.
Após algumas conversas, achamos que não deveríamos colocar as duas ali e deixar o grupo só com homem, porque sempre rola alguma foto ou vídeo de sacanagem.
Renato era o mais abusado de todos, talvez porque fosse o mais bem sucedido e gostava de se exibir. Ele era dono de três farmácias, junto com um outro cara.
Alecsandro, ou simplesmente Alê, era empresário, acho que do ramo de biquíni e sua esposa trabalhava com ele, sendo modelo.
Bruno tinha a tão estabilidade que muitos sonham. Concursado, ele trabalhava no TRT e tinha um bom salário.
Eles já sabiam que eu trabalhava no puteiro, porque provavelmente o Bruno deve ter falado com eles.
Renato - Robson, não vai me dizer que além de segurança você faz um extra de outra forma? Deve ter um monte de lingerie branca lá, Hahahahaha.
Bruno - Que isso, Renato? A gente falou que iria parar com a zoeira.
Renato - Hahahahaha…. Foi mal, mas a piada foi boa. Desculpa, Putinha, quer dizer, Robson.
Alê - Caralho, Renato! Tu é foda!
Eu não sabia o que escrever. Se eu achasse ruim, iria cair na pilha e seria pior e eu acho que o mais certo era sair do grupo…
Bruno - Robson, liga pro Renato não, o cara já deve estar bêbado na piscina.
Renato - Estou tomando a minha cervejinha, mas não estou na piscina. Olha onde eu estou.
Em seguida mandou uma foto de uma loira na cama e parecia estar num motel. Todo mundo ficou zoando e perguntando quem era a mulher e ele disse que era uma das funcionárias de uma das farmácias e então se despediu da gente, dizendo que iria pro segundo tempo.
Aos poucos recebia um monte de mensagem no grupo, mas eu pouco interagia e eles continuavam a me chamar pra sair e de vez em quando rolava umas provocações. Eu realmente não queria, mas recebi uma mensagem de um número que eu não sabia quem era, mas logo descobri ser da Isabela.
Isa - Oi, Robson. Tudo bem contigo? O Bruno me falou que encontrou você na rua. Há quanto tempo, né?
Robson - Oi, Isa. É sim, ele me encontrou na rua um dia desses. Tomamos umas bebidas e conversamos um pouco.
Isa - O Bruno disse que você está bem diferente.
Robson - São 14 anos, Isa. Todo mundo muda com o tempo.
Isa - Bem, vou direto ao ponto. O Bruno ficou muito perturbado depois que te viu. Acho que ele está sentindo remorso pelas coisas que foram feitas a você na escola.
Robson - Olha, isso ficou pra trás e…
Isa - Eu sei que não ficou. Vamos marcar um dia pra gente se ver.
Robson - A gente?
Isa - Isso. Eu, você, Bruno e o pessoal.
Robson - Sei não… Acho que é melhor deixar o passado no passado.
Isa - O Bruno precisa, Robson. Todos nós precisamos.
Robson - Tudo bem.
Isa - Vamos marcar no domingo então... Vou falar com o pessoal e acertar os detalhes.
Falamos mais meia dúzia de palavras e eu fui pra academia malhar, mas durante a malhação recebi uma mensagem de uma amiga e ela precisava muito da minha ajuda. Na verdade, o namorado dela precisava da minha ajuda.
Ela me explicou a história toda e eu até me comovi com o que o namorado dela estava passando, mas eu não estava muito a fim de me envolver com aquilo. Eu conhecia as pessoas certas e algumas me deviam alguns favores. Falei com ela que iria pensar e daria retorno. Continuamos a conversar e eu disse que estava com saudades dela e ela disse que sentia saudades também, mas agora ela estava muito feliz ao lado do namorado.
Robson - Fico feliz por você, Priscila. Ainda bem que você encontrou um cara bacana e saiu dessa vida. Quando a boate fechava, ou quando o movimento tava fraco, você ficava no quarto estudando pras provas. Eu achava isso sensacional, porque você poderia ficar lá bebendo e jogando conversa fora.
Por fim, encerrei a ligação e eu disse que iria pensar, mas que com certeza eu iria ajudar de alguma forma.
A semana passou voando e o domingo chegou. Isa me passou o endereço e eu fui até o local. Fiquei sabendo que era a casa do Renatinho e era uma puta casa no Recreio dos Bandeirantes, com piscina, sauna, área gourmet no quintal. O cara realmente estava bem de vida.
Todos já estavam lá e eu fui bem recebido. Organizaram um almoço na sala de jantar e eu comecei a falar com todos que eu conhecia e fui apresentado para a Silvia, esposa do Renato. Tati, eu já conhecia e a Isa… bem a Isa estava mais linda do que nunca.
Vou deixar a descrição das pessoas para um outro momento mais oportuno, mas basta dizer que eu me sentia como um peixe fora d'água, no meio daquela branquitude.
Muita conversa rolou e todos foram muitos gentis. Os meus “amigos” estavam bem controlados, até que surgiu um papo de relacionamento. Me perguntaram sobre a minha namorada e eu disse que ela estava trabalhando num plantão e aí as zoeiras começaram de leve, mas nada muito constrangedor.
Era uma zoeira bem tranquila e foram as próprias mulheres que começaram, quando Tati falou pra todo mundo ouvir que eu era a fim da Isa. Fiquei muito sem graça e tentei mudar de assunto, mas o assunto não mudava.
Isa - Verdade, Robson? Por quê você nunca me falou? - Perguntou Isa, mexendo nos cabelos…
Robson - Aaah, você era muito linda…
Isa - Era?
Robson - Você ainda é linda, com todo respeito Bruno, e eu não tinha chance.
Bruno - Não, mesmo….hahahaha
Todos riram.
Robson - Como você ficou sabendo disso, Tati?
Tati - Um amigo seu me falou, o Kleber…
Robson - Filho da puta! Falei pra ele que era pra ficar de boca fechada.
Tati - Eu e Kleber ficamos umas duas vezes e ele acabou falando.
Alê - Tu ficou com aquele moleque feio?
Tati - Ele era feliz, mas tinha uma mão enoooooorme…
Todos riram zoando o Alê…
As horas foram passando e o meu desconforto foi diminuindo e até eu fazia algumas zoeiras também. Finalmente eu estava me sentindo parte daquele grupo e pra completar eu estava próximo a Isa, minha paixão de escola. Perdi a conta de quantas punhetas eu dediquei a ela e certamente hoje a noite eu dedicaria mais uma homenagem a ela.
O pessoal começo a ficar mais bêbado, inclusive eu, que não sou muito de beber estava aproveitando aquela oportunidade. Foi quando eu vi Silvia, esposa do Renato, olhar pra Isa de uma forma estranha e ela sorriu de volta, que falou assim:
Silvia - Robson, eu sei que provavelmente deve ser muito embaraçoso, mas me conta o porquê do apelido pretinha putinha.
Isa - Sílvia! Falei pra não tocarmos nesse assunto! - Disse a minha paixão do ensino médio, quase botando a mão na boca da Silvia.
Bruno - Foi mal, Robson! É que a Sílvia não conhece a história e a gente não quis contar em respeito a você, mas ela está curiosa, sabe como é mulher, né?
Isa - Ei, machão! Você também adora uma fofoca!
Robson - Gente, essa história ficou no passado e eu nem me importo mais…
Renato - Se é assim, deixa eu contar a história. - Disse o babaca me encarando com um estranho sorriso no rosto.
Isa - Robson, não liga pro Renato. É que ele já bebeu demais. - Falou Isa, me dando um abraço.
Robson - Tudo bem! É que eu gostaria de deixar essa história no passado…
Tati - Que tal isso? Se você me contar, eu te dou um selinho depois. - Me mandando um beijinho de longe.
Alê - Que parada é essa?
Tati - Relaxa, amor! Só um selinho, você não confia em mim não?
Todos ficaram em silêncio e eu resolvi quebrar, afinal Tati era uma gata e ganhar um beijo dela na boca, seria uma boa forma de dar o troco no Alê pelas brincadeiras sem graça. Ele era meio pardo e me chamava de Babu, abreviação de babuíno. Loucura!!! Ele nem era tão branquinho que nem os outros.
Robson - Se for um beijo na boca, eu permito o Renatinho contar a história.
Sílvia - Deixa Alê. É só um beijinho… Eu quero saber a história. - Disse ela toda empolgada.
Alê - Olha lá o que você vai aprontar, Tati… Se tu fizer merda, vai dormir no sofá por um bom tempo e vai ser no sofá da sua mãe. - Frisando bem a palavra mãe, com uma entonação mais grossa.
Novamente, outro silêncio dessa vez maior, que foi interrompido por Renato.
Renato - Bem, o Robson aqui, era um cara muito tímido e as pessoas zoavam muito ele. Naquela época, nós éramos todos meio babacas e a gente pegava no pé dos mais fracos. Coisa de garoto querendo provar ser macho, pra mostrar quem é que manda, enfim…essas coisas.
Alê - Só deixando claro, que a gente gostava muito do Robson e ainda gosta, não é galera?
Bruno - Claro! Tanto que ele está aqui hoje. Se a gente não gostasse, a gente não teria te convidado.
Renato - Continuando, quando a gente fez dezessete, ficamos com vontade de experimentar maconha e o Robson morava na favela e conhecia os traficantes, então pedimos a ele pra comprar maconha pra gente, mas ele era meio fracote e covarde. Tinha medo dos traficantes e não foi lá pra gente.
Robson - Não é bem isso…
Renato - Fica quieto aí e deixa eu terminar de contar, caralho! - Disse o babaca batendo a mão na mesa.
Silvia - Renato, calma…
Renato - É que ele me cortou e tá querendo inventar história, mas continuando… Ele não foi e a gente decidiu dar um castigo nele. Falamos que a Isa estava a fim dele e queria dar uns amassos no banheiro feminino. Hahahaha Vocês acreditam que o trouxa caiu na história e foi pra lá? Assim que ele chegou no banheiro, nós três seguramos ele e o prendemos com algumas cordas. Hahahaha.
Sílvia - Vocês são uns safados! Bando de filhos da puta! - Dando um tapa no marido, que não parava de rir.
Alê - A gente era garoto. Só fazia merda…
Renato - Foi então que a gente começou a falar que tinha uma putinha no banheiro e as meninas foram lá ver o Robson de sutiã e calcinha enfiada no cu e de quatro. Além das garotas verem, os garotos começaram a entrar também e aí foi aquela zoeira.
Alê - Vocês se lembram do Jefão? Ele deu uns tapas na bunda do Robson e ficou puxando a calcinha pra enterrar mais ainda. - Disse o Alê, gesticulando e fazendo movimentos com as mãos de como a calcinha foi puxada.
Bruno - O Jefão era doido! Achei que ele fosse comer o cu do Robson no banheiro.
Isa - Cruzes! Coitado do Robson!
Eu estava me controlando pra não dar um soco na cara deles, porque chega uma hora que o controle acaba. Durante anos eu treinei esse autocontrole, porque ser segurança de puteiro tem que ter sangue frio. Muita gente bêbada, drogada e garotas marrentas e abusadas. Se o cara não for seguro de si, é engolido ou perde a cabeça e faz uma besteira.
Renato - E aí foi assim que ele se tornou a pretinha putinha até o fim do ano e depois ficou mais um ano com esse apelido.
Sílvia - Muita sacanagem de vocês…
Renato - Robson, parceiro, aproveitando que você vai ganhar um presente da Tati…
Alê - Vai nada! - Se levantando da cadeira, todo agitado.
Renato - Nós três também queremos te dar um presente. A gente trouxe você aqui e queremos te dar um presente. Só um instante que eu vou lá pegar.
Em menos de um minuto, Renato retorna com uma caixa preta, um pouco maior que uma caixa de sapato, com um laço vermelho em cima.
Renato - Aceite que é de coração! - Disse ele todo gentil e carinhoso.
Comecei a abrir a caixa e todos pareciam ansiosos…
Alê - A gente não tem certeza se vai caber, já que você mudou muito e cresceu, mas acho que vai servir.
Tinha um papel de seda por cima e quando eu desembrulhei, meus olhos arregalaram e todo mundo começou a rir.
Olhei pra eles com muita raiva, me segurando pra não fazer uma besteira, mas olhar aquela lingerie branca me fez voltar ao passado e toda a vergonha e humilhação que eu passei, veio como uma tsunami em mim, que simplesmente foi impossível conter e acabou escapando pelos meus olhos.
Renato - Aaaah, vai chorar? Chora não, putinha pretinha! É só uma brincadeira! Hahahahahahahaha.
Bruno - É só uma brincadeira, Robson! A gente gosta de você, mas foi impossível não fazer uma zoeira.
Eu fiquei calado e enxuguei as lágrimas, me levantei da cadeira e olhei pra eles, que não paravam de rir.
Robson - Bem, eu cumpri a minha parte e agora quero o meu outro presente.
Tati - Nem pensar! Eu nunca vou beijar a boca de uma pretinha putinha!
Isa - TATIANA!!! - Falou Isa, quase partindo pra cima da amiga.
Tati - O que foi? A gente combinou tudo e agora você quer se fazer de santa?
Bruno - Garotas, por favor… Acabou! Robson, é o seguinte e agora eu falo sério. Isso que aconteceu aqui não passa de uma brincadeira e saiba que a gente gosta muito de você e eu vou provar isso.
Ele tirou um envelope do bolso e me deu, mas eu nem abri o envelope e rasguei na frente dele.
Isa - Tá vendo o que vocês fizeram?
Renato - Fica quietinha, que você não foi contra em nenhum momento.
Bruno - Robson, naquele envelope tinha um convite pro meu casamento e eu gostaria muito que você fosse e fizesse parte.
Robson - Eu vou embora daqui e você enfia esse convite no meio do olho do teu cu.
Alê - Calma, Robson! Vamos fazer o seguinte. Daqui duas semanas, nós iremos pra minha casa de praia passar um fim de semana lá. Todos nós iremos e você pode ir e levar sua namorada.
Dei um tchau pra todos e fui embora, dando uma batida na porta da sala. Fui pro meu carro, entrei e quando sentei no banco comecei a chorar. Fui muito burro em achar que poderia fazer parte do grupo e quando eu estava ligando o carro, escutei gritarem o meu nome e era Isa, que foi até o meu carro pedindo pra eu esperá-la.
Robson - O que foi?
Isa - Foi mal, Robson! Eu sinto muito, mas não leve pro lado pessoal…
Robson - Até nunca mais…
Enxuguei os olhos e ela me olhava com um ar meio triste.
Isa - Pensa um pouco sobre a ida à casa do Alê. Vai ser tudo diferente agora. Eu prometo!
Robson - Então me dá um beijo!
Isa - Um beijo? - Perguntou ela assustada.
Robson - Vocês me devem um beijo. Já que a sua amiga não quis me dar, você deveria…
Isa - Aqui não… Tem câmeras, mas se você for na casa do Alê, eu te dou. A gente dá um perdido na sua namorada e no Bruno e eu prometo te dar uns beijos.
Robson - Vou pensar…
Saí dali, mas antes ela me deu um beijo no rosto e disse pra eu perdoar a galera. Peguei o caminho de casa pensando em como eu poderia sacanear os meus “amigos” e rapidamente eu tive uma ideia, mas eu iria precisar de uma ajuda. Parei o carro e liguei pra minha amiga.
Robson - Priscila! É o Robson! Eu topo ajudar o seu namorado e eu nem quero o dinheiro que ele ofereceu, mas eu preciso da sua ajuda com uma coisa.
Andréia - Hahahahaha eu quase desliguei a ligação. Meu nome agora é Andréia. Priscila ficou no passado e eu acho que só você ainda me chama assim.
Robson - É força do hábito, Andréia. Pode falar com seu namorado que eu topo fazer o serviço, mas eu quero um favor seu e eu só ajudo se isso rolar.
Andréia - Eu vou falar com o Armando e aí a gente marca pra gente acertar os detalhes. Qual favor eu terei que fazer?
Robson - Ser a minha namorada durante um fim de semana.
Andréia - Só posso aceitar isso, se o Armando deixar. Eu amo o meu coroa branquinho e não vou enganá-lo de jeito nenhum.
Robson - Eu me entendo com ele. Semana que vem a gente se encontra em algum lugar e eu explico o que eu quero.
Andréia - Ok. Vou falar com ele.
Se a Andréia topar ir comigo, aqueles três babacas vão ver só o que eu vou fazer…