Mentir por amor é válido? Errar por amor é perdoável? Talvez sim, acho que em algumas situações o amor justifica pequenos erros. Mas viver uma vida de mentiras é de erros por amor não é justificável. Não tem perdão! O amor não justifica tudo! Uma hora a conta chega!
Talita passou o dia no hospital, fiquei com ela até quase 13 horas, depois foi para minha agência porque eu tinha alguns assuntos para resolver. Talita já tinha ligado para os pais e explicado da maneira mais calma possível o que tinha acontecido. Eles não demoraram a chegar no hospital. Eu e a Raphaela aproveitamos para sair e resolver nossos problemas cada um no seu escritório.
Depois de resolver alguns problemas mais urgentes mandei mensagem para meu amor avisando que eu estava cheio de problemas no trabalho, por isso tinha sumido, ela disse que ainda estava com o pai e a mãe no hospital que eu podia resolver minhas coisas com calma e depois a gente conversava. Acabei de fazer tudo que eu precisava era quase 17 horas. Dali fui no apartamento tomar um banho e jantar porque eu não tinha comida nada além do café da manhã.
Segui para o hospital para ficar com Talita. Quando entrei vi dois detetives da polícia civil saindo do hospital. Quando cheguei no quarto, meu sogro e minha sogra ainda estavam lá. Os cumprimentei e fui dar um beijo em Talita. Perguntei como ela estava e ela disse que estava bem, mas sentia algumas dores pelo corpo. Falei para ela que tinha visto dois detetives sair só hospital e perguntei se vieram falar com ela. Ela disse que sim, que vieram pegar o depoimento dela mas que no fim só teve uma conversa extra oficial com eles e no outro dia iria até a delegacia para dar seu depoimento oficial.
Meu sogro perguntou o que eu pensava sobre o que tinha acontecido, se eu achava mesmo que só foi uma tentativa de assalto. Eu disse a ele que ainda não sabia dos detalhes porque Talita não tinha me contado tudo, mas pelo que eu sabia parecia que sim. Ele disse que pensava o mesmo mas que não descartava nenhuma possibilidade e que iria tirar isso a limpo. Talita entrou no meio da conversa
~Pai eu sei que o senhor está preocupado comigo e fico muito feliz por isso mas acredita em mim. Foi só uma tentativa de assalto. Graças a Deus por quatro bandidos novatos e burros porque se fossem mais experientes tinham percebido que meu carro era blindado. Que eu tinha caminho livre a frente. Tem adesivos no carro que indicam a blindagem. Eles nem notaram isso. Eles me apontaram uma pistola e um revólver. Fizeram sinal para eu abaixar o vidro. Se fosse uma tentativa de homicídio eles com certeza iriam esperar eu estar com meu carro bloqueado por outros no trânsito. Eles estariam usando armas de alto calibre. Iriam chegar atirarando e não pedir para eu abaixar o vidro.
O que ela disse fazia total sentido, mas meu sogro rebateu.
~Existe gente burra em todo lugar, até assassinos burros. Você sabe que odeio ficar com dúvidas, prefiro ter certeza das coisas para não me arrepender depois.
Eu não sabia o que meu sogro iria fazer, mas com certeza ele já tinha algo em mente. Talita mudou de assunto para não ficar debatendo com seu pai. Ficamos ali conversando coisas banais e logo meus sogros se foram. Perguntei a Talita se ela precisava de algo, ela disse que não. Falou que era para eu ir para casa que Raphaela iria passar a noite com ela. Eu disse que ficaria com ela sem problemas. Ela disse que eu precisava descansar e trabalhar no outro dia. Ela sorriu e disse que Raphaela tinha ganhado folga o resto da semana da patroa incrível que ela tinha. Assim poderia cuidar da sua melhor amiga. Eu ri já que a patroa e a melhor amiga era justamente ela. Perguntei se ela realmente tinha certeza e ela disse que tinha sim.
Esperei Raphaela chegar e depois de me despedir das duas fui para minha casa. Cheguei muito cansado, principalmente mentalmente. Só queria um banho e uma cama, mas assim que eu entrei no quarto uma das empregadas me chama e avisa que eu tenha visitas. Sai do quarto e quando chego na sala vejo Dudu ali parado perto da porta de entrada. Ele abriu um sorriso meio amarelo quando me viu. Se desculpou pela hora e disse que só veio saber notícias da Tata. Quase falei o que não devia quando ele disse Tata, mas respirei fundo e me controlei.
~Minha esposa “Talita” está bem sim. Foi só um susto. Ela sofreu só alguns ferimentos leves, mas vai passar a noite no hospital em observação. Se tudo der certo amanhã mesmo ela vai estar em casa.
Ele me agradeceu e disse que se a gente precisasse de qualquer coisa era só falar que ele estava à disposição para ajudar no que pudesse. Eu agradeci, ele se despediu e se foi. Meu mau humor voltou com força depois daquela visita. Quem ele pensa que é para chamar minha esposa de Tata!?! Minha vontade foi de xingar ele, mas me controlei porque não queria arrumar mais um problema naquele momento.
Fui tomar meu banho e tentar dormir, mas não deu muito certo. Eu perdi o sono de ficar pensando no maldito Dudu. Eu não estava me entendendo, eu nunca fui ciumento e na verdade se fosse para pensar friamente eu nem tinha motivos. Talvez eu tivesse adquirido um sentimento de posse se tratando da Talita. Não tinha outra explicação, o ciúme estava me corroendo por dentro.
Com aqueles pensamentos eu demorei a dormir mas por fim apaguei. Acordei com os olhos ardendo de sono no outro dia, dormi pouco e com isso meu humor só piorou. Tomei um banho, um café rápido e fui pro trabalho. Mandei uma mensagem para Talita perguntando se ela estava bem e que horas ela iria para casa. Provavelmente ela estava dormindo porque não nem visualizou a mensagem.
Comecei meu trabalho mas não consegui me concentrar direito. Era umas 8 horas quando Talita respondeu dizendo que ainda não sabia que horas iria para casa mas que provavelmente o médico iria ver os resultados dos últimos exames e ir falar com ela. Que assim que tivesse novidades me avisava.
Me arrastei entre documentos e projetos até dar hora do almoço. Fui em um restaurante bem perto do meu trabalho almoçar, nem tive coragem de ir ao meu apartamento. Mandei uma mensagem pro meu amor querendo saber notícias dela. Ela disse que estava saindo do hospital, que tinha falado com o médico e estava indo para sua casa. Que estava morrendo de sono porque não dormiu direito no hospital e iria tentar dormir quando chegasse em casa. Ela queria voltar ao trabalho no outro dia já que tinha faltado dois dias seguidos, mesmo com motivos ela não gostava de faltar assim. Falei para ela que o certo era ela tirar o resto da semana de folga mas eu até entendia ela. Nos despedimos e eu voltei para o escritório.
Era umas 13 horas quando Talita disse que já estava em casa e deu tudo certo. Eu não estava conseguindo trabalhar direito. Resolvi ir para casa cuidar da minha esposa. Quando cheguei vi que tinha outras pessoas lá, pela risada uma era Raphaela, mas ouvi uma voz masculina. Eu reconheci, era o Dudu que estava lá no quarto junto com minha esposa e Raphaela. Nem fui ao quarto, da sala segui para a cozinha. Pedi para uma das empregadas pegar uma cerveja para mim. Fiquei ali sentado por um bom tempo, bebi 6 cerveja long neck para ver se me relaxava um pouco. Ouvi Raphaela se despedindo do Dudu, aí sim resolvi ir ao quarto. Talita se assustou ao me ver e perguntou o que eu estava fazendo ali
~Eu vim ver minha esposa, mas como você estava ocupada fui para cozinha beber umas cerveja até sua visita ir embora.
Talita fechou a cara na hora.
~Eu não acredito que você não veio aqui porque o Dudu veio me ver! De novo isso Maurício?
Raphaela parecia não entender nada.
~Gente, o que está acontecendo? Não estou entendo essa pequena discussão de vocês.
Talita tomou a frente e explicou.
~Raphaela o Maurício tem ciúmes do Dudu comigo.
Raphaela disparou a rir ao ouvir aquela informação.
~kkkkkkkk como assim ciúmes do Dudu? Kkkkk meu Deus ele não sabe Talita?
~Não, eu tentei contar duas vezes mas nas duas ele não deixou eu terminar de falar e me interrompeu. Você sabe que odeio isso. Bom deixa para lá kkk desculpe Maurício mas você está fazendo um papel ridículo, eu já tinha falado mas você não me escuta kkkkkk
Eu não estava vendo graça alguma mas fiquei curioso.
~O que eu não sei sobre o Dudu? E qual a graça? Alguém me conta que também quero rir.
Raphaela ria tanto que nem conseguiu responder, aí Talita matou minha curiosidade.
~O Dudu é gay Maurício, mas muito gay kkkkkkk desculpe amor mas foi engraçado você com ciúmes dele kkkkkk
Eu não sabia se eu ria, ou se eu xingava as duas de estarem rindo da minha cara. Mas de uma coisa eu tinha certeza, aquela informação me deu um alívio tremendo. Agora sim as coisas faziam sentido. Os abraços, os beijinhos, os elogios exagerados da Raphaela. O pior que eu não notei isso, talvez porque ele não demonstrava isso. O jeito dele conversar ou se vestir não tinha nada de gay. Mas Talita tinha razão, ela tentou conversar comigo duas vezes e eu a interrompi. Pior que elas tinham razão. Era realmente engraçado e com certeza eu fiz um papel ridículo.
Depois de boas risadas das duas e algumas minhas, a gente ficou ali conversando. Talita disse que o médico falou que ela realmente não sofreu nenhum ferimento interno e tirando as dores que alguns ferimentos iriam causar nos próximos dias ela estava bem. Ela falou que ligou na delegacia e adiou seu depoimentos pro outro dia. Que do trabalho iria lá na delegacia. Raphaela disse que ela não deveria voltar a trabalhar logo no outro dia, mas Talita disse que já estava bem. Que tinha remédios para aliviar as dores e que ela não queria ficar mais longe do trabalho. Acabou que Raphaela desistiu da discussão. Eu nem falei nada. Conheço muito bem Talita e sabia que ninguém iria fazer ela mudar de ideia.
Raphaela logo resolveu ir para casa e disse que iria voltar a trabalhar no outro dia também já que não tinha necessidade mais dela ficar de folga. Antes de sair ela disse algo que nos fez rir de novo
~Amiga trata de melhorar logo que estou precisando de uma trepada bem dada com vocês dois. Quem sabe a gente não pode aumentar o número de participantes. O Dudu talvez queira participar kkkkkkk
Eu só xinguei ela.
~Vai se ferrar loira kkkkkk
Ela saiu rindo e rebolando aquela bunda gostosa que ela tem. Talita parou de rir e pediu para eu tomar um banho e me deitar com ela para a gente aproveitar o resto do dia juntos. Eu claro aceitei. O meu bom humor voltou, no banheiro mesmo dei algumas risadas sozinho lembrando dos meus ciúmes. Sai do banho e me deitei ao lado de Talita. Ela deitou no meu peito e disse que se não tivesse com tantas dores iria se aproveitar de mim. Passamos o resto do dia na cama conversando, trocando carinho e rindo toda hora que o nome do Dudu aparecia nos nossos assuntos.
No início da noite resolvi ir até casa do Dudu, era bem perto, acho que uns duzentos metros de distância. Quando o chamei ele apareceu com um sorriso no rosto. O convidei para ir jantar comigo e com Talita. E ele aceitou. Tivemos um almoço muito animado. Talita adorou a presença dele. Naquele jantar notei o porque ele era tão popular. O cara era mesmo muito bom de papo, inteligente e muito carismático. Estava sempre com um sorriso no rosto. Conhecia mais de moda que a própria Talita que era bem conhecedora do assunto. Algumas vezes eu nem falava nada porque o assunto não era do meu conhecimento ou interesse mas Dudu fazia até os assuntos chatos ficarem interessantes.
Depois do jantar tomamos um vinho e conversamos um pouco mais, porém Dudu teve que ir porque tinha que trabalhar no outro dia e nós também. Fazia uns dias que eu não dormia bem, mas naquela noite dormi feito um anjo. Acordei bem animado no outro dia. Levantei cedo e logo depois de um banho tomei meu café junto com Talita e fui pro trabalho. O dia foi muito cansativo porém muito produtivo também. A semana seguiu bem e na sexta na hora do almoço liguei para meu amor e combinamos de almoçar juntos. Tivemos um almoço bem legal. Ela parecia mais disposta e alegre. Ou talvez por eu ter voltado ao meu humor normal tenha contagiado ele também. Levei ela até seu trabalho e depois de um beijo muito gostoso de despedida voltei ao trabalho.
A noite voltei para minha casa, o clima estava bom então resolvi ir dormir em casa todos os dias. Mas assim que cheguei percebi que tinha algo errado. Quando entrei no portão meu sogro estava saindo e com uma cara não muito boa. Quando estacionei o carro ele entrou no dele e saiu. Só acenou para mim com uma cara de poucos amigos. Quando entrei fui direto para o quarto e Talita estava chorando. Me assustei com aquilo, eu nunca tinha visto ela chorar na vida.
Assim que ela me viu ela tentou limpar o rosto mas eu percebi que ela estava mal mesmo. Fui até ela, mas antes que eu pudesse chegar perto ela pediu para eu ir pro banho porque não estava muito legal e queria ficar sozinha. Nem discuti, fui tomar meu banho. Eu não fazia ideia do que tinha acontecido mas pela cara do pai dela e o estado que a encontrei algo muito grave aconteceu. Nem demorei muito no banho, aquela situação realmente me preocupou.
Quando sai Talita não estava no quarto, vesti uma roupa e fui procurar ela pela casa mas não a encontrei. Perguntei a uma das empregadas por ela e ela disse que a dona Talita tinha saído, mas ela não falou onde ia. Quando fui ligar para ela, caiu uma mensagem dela avisando que tinha ido falar com Raphaela. Que logo voltava e me explicaria tudo. Eu respondi que era para ela tomar cuidado e que eu estaria a sua espera.
Fui jantar e depois da janta fui assistir um pouco de TV no quarto, mas eu nem estava conseguindo prestar atenção no que passava na TV. Olhei a hora e já era quase 22 horas. Mandei uma mensagem para Talita dizendo que estava preocupado com ela. Depois de uns 20 minutos ela respondeu dizendo que já estava indo para casa. Fui para sala para esperar ela chegar. Não demorou muito e ouvi o carro dela chegar no portão. Fui até a porta e abri. Ela saiu do carro e veio em minha direção. Perguntei como ela estava e ela disse que bem na medida do possível.
Entramos e já no quarto perguntei o que tinha acontecido. Ela disse que discutiu com o pai dela por causa de uns problemas nos negócios e ficou muito chateada. Que o pai se aposentou mas estava se metendo nos negócios. Eu perguntei porque ela não falou comigo em vez de ir procurar a Raphaela. Ela disse que porque tinha a ver com as lojas que Raphaela tomava conta. Mas que já tinha resolvido tudo e só queria descansar.
Eu disse que tudo bem, ela foi pro banheiro e ficou por lá um tempo. Quando voltou para cama me deu um beijo no rosto e forçou um pequeno sorriso antes de desejar boa noite. Deitou no seu canto e se encolheu toda e ali ficou até dormir. Eu realmente estava preocupado com ela. Nunca vi Talita e o pai discutir na vida. E pelo jeito a coisa foi séria porque ela ficou muito mal. Mas depois com calma eu pediria para ela explicar exatamente o que tinha acontecido.
Acordei no outro dia e Talita não estava na cama. Quando fui tomar meu café a empregada disse que ela saiu bem cedo e disse que não iria almoçar em casa. Eu fui para meu trabalho, mas com os pensamentos nela. Talita estava abalada com o que aconteceu e com certeza para abalar ela o pai deve ter feito ou falado algo muito grave.
Trabalhei a manhã toda com os pensamentos longe. Às dez e meia Talita me manda uma mensagem dizendo que provavelmente iria chegar bem tarde em casa porque depois do trabalho iria na casa dos pais. Queria ver se resolvia de vez o assunto com o pai dela e também queria ver sua mãe porque estava com muita saudade dela. Eu disse que tudo bem e que a noite a gente se via. Segui com meu trabalho. Queria tentar deixar tudo resolvido até o meio dia para poder ir para casa descansar. Meu amor iria ir ver a mãe então eu iria aproveitar para descansar um pouco.
Pouco antes do meio dia meu amor me manda mensagem pedindo para eu ir vê-la porque queria falar comigo urgente antes de ir ver sua mãe. Eu disse que tudo bem, em uma hora no máximo eu estaria lá. Terminei de arrumar tudo e fui. Para ela falar que era urgente alguma coisa aconteceu com certeza. Demorei um pouco para chegar porque além de meio longe o trânsito estava pesado.
Cheguei e assim que passei pelo portão vi ela parada na porta me esperando. Quando me aproximei vi que seus olhos estavam vermelhos. Provavelmente tinha chorado momentos antes. Me aproximei e ela já foi pedindo para eu entrar que a gente tinha muito o que conversar. Dei um selinho nela e entrei. Ela me disse que precisava me apresentar uma pessoa e olhou em duração a porta da cozinha. Quando olhei para porta da cozinha vi alguém que eu não esperava que faria parte da nossa conversa.
~Oie Maurício
Só me veio uma pergunta na cabeça
~O que você está fazendo aqui?
Continua