Envolvido num triângulo amoroso - 2# Parte

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Gay
Contém 10816 palavras
Data: 08/02/2024 15:45:05

Envolvido num triângulo amoroso - 2# Parte

À noite, no esconderijo da fazenda do Marcel, após um jantar transcorrido com poucas conversas e, à meio tom, talvez em respeito a todos aqueles corpos na praia, pais, filhos, maridos, irmãos que nunca mais voltariam para casa, e que deixaram seus lares desfalcados, nosso grupo estava se inteirando de uma nova missão em Lisboa, enquanto eu operava o oficial alemão no cômodo ao lado. Partiríamos em algumas semanas e, no caminho, receberíamos as coordenadas exatas do nosso destino e o que fazer quando alcançássemos. Nenhuma missão era confiada na íntegra até quase a véspera de sua execução para garantir o sigilo caso fossemos capturados e torturados para revelá-la. Não consegui jantar, ainda estava muito abalado com o que presenciei, e apesar de já se fazer tarde, também estava sem sono. A chuva havia amainado, mas o céu continuava encoberto. O ar dentro dos cômodos que ainda estavam intactos do que outrora fora uma casa, estava me sufocando, o estresse que passei fazendo a cirurgia improvisada ainda cobrava meu corpo e minha mente, o que me levou a sair e caminhar pelos arredores, agarrado a um agasalho pelo qual o vento frio passava. Das construções em volta, o celeiro era o mais preservado das ruínas, e foi dele, ao me aproximar mais da enorme porta de correr em sua entrada que ouvi sons. Apavorei-me de início, alemães, uma emboscada, haviam nos descoberto, articulavam a estratégia para invadir a casa, íamos ser fuzilados antes mesmo de notar sua presença, foi o que passou pela minha mente em conjecturas rápidas. Camuflei-me atrás de trator velho e enferrujado, e pus-me a ouvir. Não se parecia com uma conversa, eram mais ruídos abafados, gemidos. Eu não estava armado, mas me arrisquei chegando de mansinho até a porta aberta pela qual mal passava uma pessoa. Sob a luz baça de um lampião, o Neil fodia a Sabine. Ele estava em pé entre as pernas abertas dela, com a bunda apoiada sobre um caixote e a calcinha presa a um de seus tornozelos. O Neil a segurava pelas nádegas e se empurrava com força contra a vagina dela, enquanto chupava um de seus seios que ela lhe ofertava segurando a cabeça dele entre as mãos. Ele arfava rouco a cada estocada, ela suspirava em longos gemidos deixando-se arrombar pelo caralhão grosso dele, num prazer que emanava forte de ambos. Senti tanta raiva deles que desejei que houvessem morrido durante a incursão daquele dia. Odiei ambos, quando senti as lágrimas escorrendo pelo rosto.

Voltei para dentro de casa correndo e entrei no quarto onde o Henri e eu íamos dormir. Ele estava recostado na cabeceira da cama, usava apenas uma cueca e estava com as pernas abertas. Lancei-me na cama com ele, sem que ele compreendesse o que estava acontecendo.

- O que foi, Niklas? Aconteceu alguma coisa? O oficial morreu? – perguntou afoito

- Me abrace, Henri! Só me abrace!

- Você não devia ter se aproximado da praia, nós te avisamos! Você ainda não sabe lidar com toda essa brutalidade, queríamos te poupar, não queríamos que você ... – não o deixei terminar, cobri sua boca com um beijo carinhoso, mas libidinoso. Ele demorou um pouco a corresponder, mas quando me sentiu chupando seu lábio, me apertou contra o tronco e me beijou excitado.

Vieram-me à mente as imagens de se cacetão grosso e cabeçudo repousando flácido e pesado sobre sua coxa peluda quando eu trocava os curativos da perna dele. Isso me instigou e procurá-lo dentro da cueca, para onde deslizei uma das mãos até conseguir capturá-lo. Ao mesmo tempo em que descia pelo tórax dele beijando-o numa trilha úmida, minha mão acariciava o caralhão e o saco globoso.

- O que deu em você? Está me deixando maluco, Niklas! Estamos todos de olho na sua bundinha carnuda desde o primeiro dia que se juntou a nós; não respondo por mim se você continuar afagando meu pau desse jeito libertino. Está me dando tesão, Niklas, vou querer te foder quando meu cacete ficar completamente duro. – advertiu ele, procurando controlar a respiração que ia gradualmente se transformando num bufar rouco.

- Entra em mim, Henri! Me fode! – retruquei.

- Ah, Niklas, não repita isso, não me atente, não transo há semanas, você não pode me pedir uma coisa dessas, assim, todo carinhoso e dengoso. – o pauzão dele começava a melar minha mão e eu o tirei de dentro da cueca.

Coloquei-o na boca e comecei a chupá-lo num frenesi incontrolado. Mais do que depressa, o Henri se livrou da cueca e, com as pernas afastadas, entregou seu falo às minhas carícias. Eu sorvia o pré-gozo não deixando escapar nenhuma gota, enquanto ele se contorcia grunhindo e afundando minha cabeça dentro de sua virilha. Ele dava uns impulsos enfiando a pica na minha garganta, onde eu a envolvia com a língua e afastava lentamente a boca de modo que meus lábios percorriam toda sua extensão. Coloquei primeiro uma das bolonas dele na boca e chupei, depois a outra, quando o Henri já não se controlava mais. Através da minha mão espalmada sobre o ventre dele senti as ondulações retesando seus músculos e me apressei a abocanhar novamente a cabeçorra, segundos antes de ele soltar um urro e gozar na minha boca. Fixei meu olhar no dele enquanto ia engolindo os jatos densos de sua virilidade.

- Niklas, seu maluquinho do caralho, o que foi que deu em você para me mamar feito um bezerro esfomeado? Ah, isso só pode ser um sonho! E que sonho, Niklas! Que sonho maravilhoso! – murmurava ele enquanto eu lambia e limpava toda a porra do cacetão dele.

O Henri me despiu todo depois que mamei a caceta dele aliviando um pouco a pressão que afligia seus testículos abarrotados, tomou-me nos braços e ficou por um tempo acariciando minhas nádegas.

- Foi um dia difícil para você, não foi? Primeiro, aquela cena na praia, depois a discussão com a Sabine e, por fim, essa cirurgia toda improvisada. Eu te admiro e te respeito, Niklas! Você é muito corajoso, e tem um coração bondoso. – sentenciou o Henri, em cujo peito deitei minha cabeça exaurida. – Também é um tesão e faz um boquete sem igual! – exclamou rindo, dando uma beliscada numa das minhas nádegas.

- Obrigado por ter me apoiado na discussão com a Sabine! Não confio mais nela! – afirmei.

- Foi por eu ter te apoiado que você veio chupar meu pau?

- Claro que não, seu bobo! Chupei sua rola porque ela é linda e saborosa, e porque você é um macho lindo e tesudo. Isso é o bastante para você? – devolvi

- Já percebeu que minha pica está ficando inquieta outra vez? – perguntou, movendo-se para que eu sentisse sua ereção.

- Tenho um lugar onde posso aplacar com todo esse alvoroço dela! – exclamei sensual e lascivo

- E onde seria exatamente esse lugar? – perguntou ele cheio de malícia.

- Sua mão tarada está bem perto! – devolvi, beijando-o entre os mamilos.

- Aqui? – perguntou, depois de deslizar a mão para dentro do meu rego e dois dedos circundarem devassamente as preguinhas do meu cu. Outro beijo diretamente sobre sua boca respondeu a sua pergunta, e ele foi enfiando lentamente os dedos no meu cuzinho que se contraiu abruptamente quando os intrusos palpavam seu interior úmido e quente, e eu deixava escapar um suspiro voluptuoso.

Sentei-me no colo dele, o caralhão completamente rijo escorregava pelo meu rego enquanto eu movia minha pelve rebolando sobre ele. Ao me inclinar para dar outro beijo na boca do Henri, ele aproveitou para guiar a pica sobre a portinha do meu cu. Fui me abaixando devagar, deixando a cabeçorra distender minhas preguinhas e escorregar para dentro do meu cu, quando gani forte e quis me levantar; mas o Henri que segurou pela cintura e não me deixou tirar sua verga grossa do rabinho. Minhas coxas tremiam com ele entre elas, ele me encarava explodindo de tanto tesão, ergueu a bunda e, segurando minhas nádegas abertas, meteu a pica profundamente em mim. Gemi quando um espasmo travou meu cu aprisionando aquele colosso nas minhas entranhas espalhando uma dor forte pelo baixo ventre. Inspirei fundo e relaxei os esfíncteres, ele aproveitou e deu nova estocada, de baixo para cima, terminando de atolar o caralhão no meu cuzinho. Tornei a gemer num quase gritinho, antes de ele me puxar sobre si e colar sua boca na minha. Foram beijos longos nos quais eu rebolava cavalgando seu mastro grosso com ímpeto e vontade. Ele me estocava forte e rápido esfolando meu ânus apertado. Quando aquela posição já não satisfazia sua tara gradativamente mais insaciada, ele girou abraçado a mim ficando montado sobre o meu corpo. Eu mantinha as pernas fletidas e bem abertas suspensas com ele entre elas, me bombando o cuzinho com obstinação. Eu me agarrava a ele, àqueles músculos salientes que ganhavam vigor enquanto ele me fodia. Ele não deixava de me encarar, socava o cacetão fundo em mim, delirando de prazer. A dor e o prazer iam se revezando em mim e me faziam acalentar aquele macho viril que só procurava carinho nos meus braços e no meu cuzinho receptivo. Quando afaguei sua nuca junto a implantação dos cabelos, senti uma contração forte no ventre, era o gozo querendo sair e me contemplar com o regozijo que aquele homem estava me ofertando. Fui me esporrando a barriga a cada estocada dele, como se a eclosão dos jatos e os impulsos vigorosos dele fossem notas cadenciadas de uma só melodia. O Henri gozou quase simultâneo a mim, soltando um bramido grave enquanto seu corpão estremecia todo sobre mim, e jatos profícuos de esperma denso iam molhando todo o meu cuzinho.

- O que foi isso, Niklas? Nunca pensei que sentiria tanto prazer transando com um homem, mas esse gozo superou tudo o que já senti durante um coito. Você deve ser um bruxinho tesudo que sabe como satisfazer e dar prazer a um homem, de onde você vem, bruxinho? De algum paraíso que ninguém conhece? – ronronou ele, liberando fartamente a porra acumulada em seus colhões globosos.

- Não sou nenhum bruxo, só alguém que procura um homem que queira todo o amor que tenho a oferecer. – respondi.

- Quer que eu seja esse homem? – indagou, deitando-se em meu ombro.

- Por essa noite sim! Por essa noite sim, Henri! – sussurrei, afagando seu rosto. Se era realmente de um homem que eu estava precisando nem eu mesmo sabia, o que eu precisava naquele momento era do calor de um corpão forte enlaçado no meu que afastasse todos os medos que habitavam em mim. E, na respiração tranquila do Henri eu quase senti que tinha encontrado o que precisava.

O Kurt não apenas sobreviveu à minha cirurgia como se recuperava lentamente sob meus cuidados subsequentes. Quando recuperou a consciência, nas conversas que tivemos, percebi que tínhamos muito em comum. Vínhamos de famílias bem estruturadas, fomos educados com princípios e valores morais e éticos. Descobrimos que odiávamos o sistema político ditatorial que nos governava, mas que pouco ou quase nada podia ser feito contra os governantes e a massa do povo que se deixou influenciar por uma ideologia delirante. Esse é o grande mal da humanidade, quando um povo se vê oprimido, aceita qualquer discurso fantasioso que os levará a uma suposta bonança que nunca vem, mas que continua a ser prometida enquanto a escalada de vítimas não para de crescer. Foi sempre assim, a história está repleta de exemplos, porém dominar uma massa do povo através de discursos incitantes sempre levou as pessoas a abandonarem o bom senso e a aderirem a falsas promessas cometendo para isso toda e qualquer barbaridade. Contudo, vivíamos tempos em que se posicionar contra o regime levava invariavelmente à morte, simples assim. O Kurt nunca quis ser militar, foi engajado à força, treinado à revelia de suas crenças, e mandado a campo para executar aquilo que idealizadores decidiam nos gabinetes do alto escalão. Tanto quanto eu, ele queria viver num país igualitário onde cada cidadão podia circular livre e sem medo de suas origens, credos e sexualidade. Numa tarde quando já estava bastante bem para caminhar, embora ainda com dificuldade, e percorríamos os arredores da fazenda, ele me perguntou se eu era homossexual. Fiquei surpreso com a objetividade da pergunta, e sua finalidade. Contudo, respondi que sim. Ele me disse que tinha um irmão homossexual com quem se dava muito bem, e que sabia como era difícil se aceitar, conviver com preconceituosos e ser agredido e insultado por eles. Perguntou-me como minha família lidava com a situação e, quando lhe expliquei que nunca fui rejeitado por ela, ele revelou que o mesmo aconteceu com seu irmão. O que o preocupava no momento, era a integridade desse irmão que tanto amava, mas do qual fazia tempo não tinha notícias, e temia que alguém o denunciasse e o matassem.

- Espero que isso nunca aconteça! – afirmei, para acalmá-lo.

- Você precisou fugir, ficar longe dos que ama, levar uma vida nômade para se manter vivo. Não sei se meu irmão está tendo o mesmo destino. – afirmou desolado. – Obrigado por ter salvo a minha vida! – exclamou, após um breve silêncio. – Nunca vou poder lhe agradecer pelo tanto que fez e está fazendo por mim. Se sobrevivermos a tudo isso, espero um dia poder me reencontrar com você num ambiente de harmonia e paz.

- Eu adoraria, Kurt! Adoraria conhecer o seu irmão também! – afirmei sincero e comovido.

O Neil passou todas aquelas semanas que cuidei do Kurt me evitando e quando trocava algumas frases comigo, se mostrava agressivo. Minha disposição para conversar com ele também não era das melhores. Depois que o flagrei transando com a Sabine eu não queria olhar para a cara dele, sentia-me traído e estava com muita raiva.

Há poucos dias da viagem para Lisboa tive outra discussão com a Sabine. Lideranças superiores da Resistência haviam-na colocado na chefia daquela missão, o que achei um despropósito visto que o Neil sempre foi o líder do grupo e, embora todos soubessem que ele andava perdendo o controle ultimamente, depois que recebeu notícias vindas da Inglaterra de que a irmã e o cunhado que viviam em Londres tinham se asilado na casa de um parente do cunhado, em Coventry, quando, noite após noite, a Luftwaffe bombardeou Londres pesadamente. No entanto, a cidade também acabou sendo alvo dos bombardeios e sua irmã e cunhado, juntamente com alguns parentes dele, haviam morrido durante os ataques. Quem lhe enviou as notícias foi um padre que dirigia um orfanato e para onde o sobrinho, Harry, de quatro anos havia sido entregue pelas autoridades. Desde então, o Neil parecia um touro bravo. No ataque ao destacamento que o Kurt comandou em Dieppe, ele tirou a vida de três soldados usando apenas as mãos e suas táticas de luta. Ele fazia parte do grupo exatamente por essa habilidade, matar sem disparar um tiro sequer, matar silenciosamente, quebrando o pescoço das vítimas com um simples e potente tranco.

- Não vou com vocês! – anunciei, quando chegou a informação de que ela seria a líder da missão. – Não confio nessa mulher! Em Lisboa não estaremos enfrentando tropas, apenas agentes da Gestapo que perseguem e matam altos ex-funcionários do alto escalão da Alemanha que não rezam pela cartilha de Hitler. E sabemos muito bem como a Sabine lida com essas questões, atirando fria e diretamente na cabeça das vítimas mesmo que já rendidas ou presas. – afirmei, questionando a posição dela.

- De repente você se tornou um defensor desses nazistas miseráveis? Trouxe esse oficial desgraçado para cá, colocando em risco nosso esconderijo e todo o grupo do Marcel, e agora simpatizando com aqueles agentes da Gestapo em Lisboa que estão perseguindo, delatando e matando civis alemães contrários ao regime nazista. Me diga Niklas, quando você mesmo vai nos entregar? – retrucou ela.

- Sua desgraçada! Não é a minha lealdade que você deve colocar em dúvida, mas a sua! Você trairia e mataria qualquer um do grupo se isso lhe trouxesse alguma vantagem, você delataria até um familiar seu, não tenho dúvida. – devolvi.

- Por que está me acusando, Niklas? Diga a verdade, por que? Confesse que é pelo Neil! Você nos viu juntos e desde então está se corroendo de ciúmes. Saiba que o Neil não é homem de criar laços, e muito menos com um homossexual; ou você acha que eu não percebi como você olhou para ele quando te apresentei pela primeira vez ao grupo naquele bar em Saint-Diés-des-Vosges. Vocês homossexuais são ligeiros em identificar um macho potencialmente viril que povoam seus sonhos e desejos depravados, e o Neil se encaixa perfeitamente nesse perfil. Você está apaixonado por ele, mas, como eu disse, ele nunca vai se ligar a você, como também não se liga a nenhuma mulher, ou relacionamento que exija fidelidade. O Neil é um homem do mundo, um homem que apenas procura satisfazer seus instintos de macho. Paixão e amor não fazem parte do vocabulário dele, meta isso nessa sua cabeça infantilóide. – despejou ela.

- Você não passa de uma cretina! Uma cretina rameira, uma judia que como todos os demais só procura vingança. É por isso que você mata por prazer, pois acha que com isso está fazendo justiça. Eu não vou me submeter ao seu comando nessa ou em qualquer outra missão na qual você seja a líder. Você não é uma líder, é uma psicopata assassina, nada mais! – revidei. Fomos apartados pelo René e pelo Henri, que perceberam que do jeito que a discussão evoluía, em breve estaríamos nos engalfinhando.

- E o que vamos fazer com esse alemão que ele enfiou aqui dentro da sua casa, Marcel? Ele está recuperado, é uma questão de tempo para ele denunciar o esconderijo e todo o seu grupo. Vocês precisam acabar com ele se quiserem continuar vivos e na luta. – argumentou ela, se dirigindo ao Marcel para conseguir seu apoio.

- Eu vou ficar aqui! O Kurt não vai nos delatar! Confio mais nele do que em você! – afirmei. O grupo ainda não estava muito convencido disso, mas a confiança que depositavam em mim era a segurança que o Kurt precisava para não ser vitimado.

- Bem, eu avisei! Todos sabem o que devemos fazer nesses casos, quando nossa segurança e a das demais células da Resistência com as quais temos contato estão em risco. Basta um disparo para todos ficarem tranquilos, é dessa segurança que precisamos para continuar nosso trabalho. – a Sabine não se conformava por ter sido impedida de tirar a vida do Kurt naquele dia em a impedi de executar um ferido indefeso.

- Sou muito grato pelo que fizeram comigo, me poupando e cuidando de mim, especialmente o Niklas! Estejam certos que jamais os trairia, não sou um traidor! – afirmou o Kurt, que até então ouvia calado a discussão acalorada.

- E quem pode confiar num alemão? Não dou um dia, depois de você sair daqui, para que as tropas alemães venham nos caçar feito animais. – afirmou a Sabine.

- Não pretendo deixá-los! Gostaria de ajudar no que for possível. Também não compactuou com a ideologia nazista, só quero que essa guerra acabe e que vidas sejam poupadas de ambos os lados. – afirmou o Kurt

- Alguém é ingênuo ou tolo o bastante para acreditar nesse alemão? – questionou a Sabine. Eu a odiava cada vez mais, e tinha motivos para isso.

Logo após a discussão, o Marcel veio me procurar; disse que seu grupo continuaria a dar abrigo ao Kurt e a mim, e que confiava no meu senso de julgamento. Eu o abracei agradecido. Assim que nos conhecemos pude notar que se formou uma ligação entre nós. Ele era um homem sofrido e amargurado por ter perdido a esposa e presenciado impotente a destruição de sua fazenda que está há gerações na família e de onde sempre irou o sustento. Vê-la devastada e improdutiva só aumentava sua solidão. Também era um homem rústico, grande e enérgico aos quarenta anos, o que fazia dele um camponês atraente e sexy. Ele parecia saber fazer de tudo, sua habilidade manual era uma coisa linda de se ver. Desde o primeiro dia, eu só conseguia olhar para ele com doçura, não sei explicar porque e, à medida que fui conhecendo sua história de vida, sentia muito carinho por ele.

O Marcel não deve ter notado apenas a maneira como eu olhava para ele e o jeito carinhoso com o qual o tratava. Apesar de todos os reveses, ele continuava sendo um homem com necessidades, um homem movido a testosterona, um homem com desejos insaciados. E, foi isso, que logo o levou a reparar no meu corpo, na delicadeza dos meus dedos longos e finos que nunca foram desgastados por trabalhos rudimentares, na expressão alegre que se formava quando eu sorria e, a passar a me desejar sexualmente quando lhe disseram que eu era homossexual.

Eu fiquei chateado quando o Neil partiu com o grupo para Lisboa sem termos feito as pazes. Ele era turrão, não cedia e nem explicou porque estava tão zangado comigo quando era eu quem tinha motivos para estar furioso com ele, por ter transado com a Sabine. Eu sabia que nunca falamos sobre a transa que aconteceu entre nós, sabia que isso não me dava o direito de exigir nada dele, mas também não contava que na primeira oportunidade, ia meter o cacetão na vadia da Sabine. Depois que os flagrei trepando, tive a certeza de que a Sabine transava com todos eles. Do René eu sabia, tinha-os visto sob o viaduto, com o Neil também, ninguém precisou me contar, eu vi; e conhecendo o Henri e aquele fogo que ardia entre suas pernas era certo que também já tinha enfiado o caralhão na vagina fácil dela. O Pierre certamente também se saciou na boceta dela. Até para o Marcel e outros homens atraentes do grupo dele ela andou cercando e se oferecendo. Nesse período sombrio, onde praticamente só se viam desgraças, famílias destruídas, amores desfeitos, pessoas se desencontrando, era natural que ocorressem ligações fugazes e intensas, que se fizesse sexo como uma maneira de se sentir vivo e ainda possuidor de sentimentos. Não se pensava no amor a longo prazo, pois ninguém sabia quanto prazo ainda tinha até sua vida se extinguir. Meditando a respeito disso e compreendendo o que deveria estar se passando dentro do Neil, eu já o havia perdoado pelo deslize. Era um macho fogoso, precisava de sexo, e o fazia quando as oportunidades surgiam, particularmente quando uma mulher como a Sabine se prestava a lhe oferecer tudo que seu caralhão precisava. Talvez não fizesse sob outras condições, talvez não agisse assim se não fosse a maldita guerra.

Foi assim meditativo que o Marcel me encontrou naquela noite ao sair do banho e entrar no quarto com a toalha amarrada à cintura. Com a saída do grupo para Lisboa, fizemos um rearranjo nos quartos intactos da casa e na distribuição das camas de modo a proporcionar mais conforto e privacidade, uma vez que havia menos pessoas a serem alojadas. O quarto para o qual me mudei foi o que o Marcel ocupava com a esposa quando ela era viva, e no qual havia um banheiro anexo. Como toda a casa, era um cômodo rústico com imensas e grossas vigas de carvalho sustentando o telhado inclinado, e paredes de reboco caiadas de terracota. Por se encontrar num extremo da construção, três grandes janelões de peitoril largo dispostas em L ocupavam um canto do quarto trazendo luz para o aposento e os primeiros raios de sol ao amanhecer durante o inverno. Eu havia acabado de me deitar, tinha um livro nas mãos, mas quando o vi entrar, não pude deixar de olhar para seu corpão sedutor, nem para aquele tórax forrado de pelos em redemoinho.

- Raios dessa barba que nunca consigo aparar direito, picotei-a toda, fiz buracos nela ao invés de a aparar! – resmungou, olhando-se do espelho da porta do armário, enquanto a cofiava. – Era a Sophie quem a aparava para mim, desde então mais pareço um bárbaro. – emendou.

- Deixe-me ver! – exclamei, saindo debaixo da coberta apenas com a cueca que estava usando. – É, realmente você não leva jeito, picotou-a toda! – afirmei sincero, ao passar os dedos entre os pelos grossos. – Venha, vamos voltar para a pia do banheiro e ver se dá para consertar o estrago.

Diante do espelho, fui aparando rente à pele os densos pelos de tom castanho escuro com uma tesoura, pois ele trazia a barba curta, mas não escanhoada. Afirmou não gostar do formato de seu rosto sem a barba, por isso não deixava a pele exposta.

- Bobagem! Você tem um rosto bonito, anguloso, másculo, fica tão bem com a barba como sem ela. A barba só lhe acrescenta mais virilidade. – afirmei sincero.

- Faz tempo que não ouço um elogio, muito menos quanto à minha masculinidade! Por essas bandas as pessoas perderam a sutileza e o traquejo social, o trabalho no campo embrutece as pessoas, deixa-as calejadas não apenas nas mãos, mas também na alma. – retrucou ele.

- Que tal, ficou como esperava? – perguntei, ao dar por findo o trabalho.

- Gostaria de saber a sua opinião. – devolveu, pegando minha mão e a deslizando sobre a barba, o que me fez estremecer todo.

- Eu acho que ficou ótimo! – respondi, sentindo o rosto afogueado

- Fiquei viril, como afirmou há pouco?

- Você não precisa da barba para parecer viril. Você todo é um homem extremamente viril. – afirmei, percebendo que já não controlava mais o tesão que estava sentindo.

- Veja o que fez comigo! Se sou tão viril quanto você diz, eu não sei, mas que suas mãos leves deslizando pelo rosto me excitaram, isso aqui não tem como negar. – retrucou, tirando a toalha da cintura e me exibindo a gigantesca ereção em curso.

Fiquei por uns segundos sem reação, encantado com aquele pauzão troncudo que a cada pulsar se tornava mais grosso e empinado. O Marcel colocou sua mão sobre a minha, e a veio trazendo lentamente, do rosto até a virilha, enquanto me olhava fixamente nos olhos, fazendo-a deslizar mansamente sobre o peitoral peludo, o abdômen trincado e afundar nos densos pelos pubianos encaracolados até a sentir envolvendo seu falo.

- Sabia que dá para se perder nesses seus olhos azul turquesa, tão límpidos quanto um mar tropical? Você é um rapaz muito bonito, Niklas! Homens como eu não se cansam de admirar rapazes com um corpo liso e esbelto como o seu, um rosto angelical e esses olhos, esses olhos perturbadores e excitantes. – afirmou, com a cobiça a lhe atiçar a genitália. – Sei que tenho quase o dobro da sua idade, mas não tenho como não deixar de falar o quanto te desejo como homem. – revelou, expondo toda sua franqueza.

- Então preciso te confessar que rapazes como eu sentem um tesão incontrolável por homens como você. Como está sendo o meu caso agora! – devolvi, afagando seus dois testículos rechonchudos e pesados.

Ele me puxou para junto dele, colou a boca sobre a minha, desceu lentamente as mãos pelas minhas costas até entrar com elas dentro da cueca, arriando-a até expor meus glúteos. Afaguei o rosto e os ombro dele, enquanto o beijo tórrido transcorria com nossos lábios se devorando mutuamente, e deixei-o amassar a carne rija das minhas nádegas. Ele as esmagava vorazmente com as mãos enormes, abria-as para explorar meu reguinho, cuja quentura ele sentia se espalhando por suas mãos. Ele me levantou pela bunda e voltou para o quarto, me carregando em seus braços musculosos. Pendurei-me em seus ombros vigorosos, o que deixou meus peitinhos na altura do rosto dele, e ao alcance de sua boca. Senti a primeira mordida englobando um deles e gemi, afundando meus dedos na cabeleira dele. O Marcel o lambeu após constatar que seus dentes haviam marcado todo seu entorno, o que fez meu biquinho se projetar denunciando a minha excitação. Ele o chupou, apertou-o entre os dentes até me ouvir soltando outro gemido. Eu segurava a cabeça dele como se lhe fosse dar de mamar, enquanto sugava meu peitinho com força como se o quisesse devorar. Meu tesão era tamanho que eu rebolava nas mãos dele, suspenso com as pernas ao redor de sua cintura. Seus dedos foram atrás do meu cuzinho, percorrendo avidamente meu rego apartado. Quando o encontrou, piscando lépido, o Marcel os enfiou dentro dele, e meu gemido lascivo ecoou pelo quarto.

Ele foi me soltando sobre a cama, sem desgrudar a boca da minha, segurando minhas pernas abertas de modo a ter livre acesso ao meu cuzinho. Aos poucos, mordiscando aqui e acolá a pele lisa das nádegas, sua boca foi se aproximando da minha fendinha anal, enquanto minha respiração ficava cada mais entrecortada e superficial. Assim que a ponta úmida da língua dele tocou minha rosquinha eu pensei que ia desmaiar de tanto tesão e soltei um gemido impudico.

- Ai Marcel! Marcel! Marcel, por favor! Ai Marcel! – gemia eu, me contorcendo enquanto ele tentava enfiar a ponta da língua no meu cu e lambia freneticamente a diminuta rosca anal pregueada.

Ele me atiçou até quase me levar a exaustão. Todo meu corpo era percorrido por espasmos, e ele se deliciava com o tremor que me consumia, passeando com as mãos espalmadas sobre a minha pele que ficava cada vez mais quente. Eu já não suportava mais aquela indolência que ia se apossando de mim à medida que ele me subjugava, agarrado as suas musculosas coxas peludas voltei a agarrar o cacetão rijo do qual vazava o melzinho perfumado de sua excitação. O Marcel soltou minhas pernas e trouxe minha cabeça para junto de sua virilha. Espalmei as mãos sobre suas coxas e coloquei a cabeçorra arroxeada na boca. Ele soltou um gemido, prendeu minha cabeça entre as mãos e enfiou a caceta na minha garganta até eu quase sufocar, me vendo obrigado a socar suas coxas para conseguir respirar.

- Mama minha rola, Niklas! Quero te sentir chupando meu pau! Chupa, Niklas! – grunhia ele impaciente e descontrolado.

Pouco além da chapeleta grossa cabia na minha boca, mas eu a lambi e chupei tão devotamente que o Marcel se contorcia todo vendo seu mastro sendo consumido com tanto afinco. Simultaneamente, eu acariciava seus bagos maciços enquanto engolia o pré-gozo dele misturado à minha saliva. Os rugidos dele se tornavam mais sonoros, por duas vezes ele começou a urrar na iminência do gozo, mas conseguiu se controlar, anunciando que estava prestes a gozar. Eu não largava da pica, lambia-a e mordicava-a da base desde o sacão até o orifício uretral, manejando-a pesada na minha mão, enquanto a outra, espalmada sobre o abdômen peludo dele, acariciava os longos pelos escuros, sentindo cada contração muscular que se espalhava pelo ventre. De repente, ele agarrou meus cabelos com força, forçou meu rosto contra a virilha e o cacetão afundou na minha goela ejaculando o gozo leitoso e amendoado que eu engolia apressado enquanto ele urrava de prazer.

- Engole, Niklas! Engole meu leite de macho, engole Niklas! Bebe a minha porra, bebe! Bebe toda a minha porra, Niklas! – exclamava ele, tomado pelo êxtase. – Eu sempre quis sentir alguém engolindo minha porra, nunca consegui, até agora, Niklas! Você está engolindo a minha porra! Caralho como dá tesão ver você me mamando feito um bezerro esfomeado. Ah, Niklas! Nunca me mamaram assim, nunca! – ronronava ele, liberando os jatos abundantes de sêmen leitoso na minha boca. E eu o fazia satisfeito, saboreando seu esperma denso, sem desperdiçar uma gota sequer. – Sempre estive com mulheres que sentiam nojo de colocar um caralho na boca, quanto mais engolir a porra, e você me faz sentir o mais viril dos machos engolindo meu esperma. – a alegria e satisfação daquele homem eram impagáveis, e eu transbordava felicidade por ter lhe proporcionado isso, em meio a tempos tão difíceis e turbulentos, onde qualquer interação mais íntima entre as pessoas parecia um verdadeiro sacrilégio.

Eu gostei de me aconchegar sobre o torso sólido dele, de dedilhar entre os redemoinhos de pelos, de ouvir a respiração dele. Éramos os únicos ainda acordados na casa, a excitação nos fizera perder o sono. O Marcel me contou um pouco de sua vida quase toda passada em Val-de-Scie sem grandes sobressaltos até sobrevir a guerra e mudar a vida e o destino de todos. Contou como conheceu a esposa em Paris, numa das raras ocasiões em saiu da cidadezinha, como se apaixonaram no primeiro encontro, como teve medo de lhe contar que só estava de passagem pela cidade e que era um camponês que pouco tinha a lhe oferecer. Contou-me como ela não hesitou em acompanhá-lo e como se engajou fácil na vida no campo. Parou a narrativa antes de me contar como as tropas alemãs a haviam matado, quando emocionado lhe vieram as lágrimas. Beijei seu rosto em diversos lugares, enquanto o segurava entre as mãos. Senti-me impotente para mitigar as dores que aquele homem trazia no peito, tudo o que eu podia fazer era ouvi-lo, deixá-lo desabafar e acolher a dor dele como se fosse minha. Sem o saber, fiz o que ele vinha precisando há tempos, compartilhar o que sentia envolvido num corpo que lhe infundia aquela quentura de que tanto precisava. Talvez fosse por isso que ele me apertava tanto em seus braços e contra si, para sentir outra vida roçando sua pele carente.

- Um homem como você não vai ficar sozinho por muito tempo! Alguém privilegiado vai ter a honra de entrar em sua vida para te fazer feliz e ser feliz. – afirmei.

- Quanto mais convivo com você, mais entendo porque os homens do grupo gostam e cuidam tanto de você, Niklas. Você é especial, é sensível ao sentimento dos outros, é doce e carinhoso e isso cativa as pessoas. É um tremendo tesão também, o que deixa os homens sonhando com sua dedicação. – sentenciou ele.

- Quem te disse que eles sonham comigo?

- Dá para notar! Apenas o Henri que confessou o quanto se sentia atraído por você, quanto tesão sentia enquanto você cuidava do ferimento dele e como se sentiu realizado quando transou com você. O Neil nem é preciso dizer, o que sente por você lhe salta dos olhos, está em cada gesto do que faz para você. O René, todo machão, sente um tesão inconfessável por você e, quanto mais luta contra o que sente, mais te deseja. Até esse oficial alemão, o olhar dele se perde quando te observa e como fantasia em ter os favores do seu corpo. – fiquei espantado com o comentário dele.

- São as circunstâncias! São homens livres, no auge da vida, sem muitas opções femininas, precisando se mudar de um lugar para o outro sem estabelecer raízes, isso os torna verdadeiros predadores. Não se interessariam por mim se não houvesse a guerra e suas vidas estivessem estabilizadas. – devolvi.

- Eu não teria tanta certeza! Inclusive um dos meus homens já me segredou sobre as ereções que sua presença provoca nele. – revelou. Precisei rir, subitamente me imaginei como uma daquelas mulheres nuas em posições sensuais de calendários e revistas masculinas que os adolescentes escondem debaixo de suas camas e levam para o banheiro para se masturbarem. Um objeto sexual.

Quando falei o que estava pensando o Marcel também riu, foi a primeira vez que vi um sorriso naquele rosto, e o beijei com fervor e sensualidade. Ele apalpou minhas nádegas, meteu a língua na minha boca e reacendemos o fogo em nossos corpos. Ele montou em mim aos poucos, distribuindo beijos pelas minhas costas enquanto subia em direção aos meus ombros e se deitava com o caralhão duro sobre a minha bunda, esfregando-se nela e arfando no meu cangote. O pré-gozo que vazava da pica dele foi escorrendo para o fundo do meu rego, onde a glande deslizava tentando encontrar a entrada apertada do meu cuzinho. Abri ligeiramente as pernas e empinei o rabo, segundos depois a cabeçorra estava roçando meu orifício anal. O Marcel a empurrou gentil para dentro dele, o que não me livrou da dor excruciante de sentir as preguinhas se rasgando para permitir a passagem daquele colosso, nem do grito que abafei afundando o rosto no travesseiro.

- Não quero te machucar! – disse ele, quando o cu já estava lacerado e involuntariamente prendido o cacetão dentro dele. – Posso tirar se você quiser!

- Não! Não quero que tire, quero que me preencha por inteiro, Marcel! Por inteiro! – gani, antes de levar a primeira das estocadas que terminaram de enfiar aquele caralhão enorme e grosso até o talo no meu cuzinho.

Ele abraçava meu tronco, sussurrava o quão prazeroso era o meu cu, e torcia os biquinhos dos meus mamilos entre seus dedos ásperos e fortes. Eu gemia e empinava a bunda para que o pauzão entrasse cada vez mais fundo em mim. Aninhar aquele macho sedento nas minhas entranhas era tudo o que eu precisava. Ele bombou meu rabo por um tempo nessa posição, depois me fez sentar sobre a verga empinada dele e cavalgar aquele mastro que chicoteava as minhas vísceras cada vez que se enterrava na minha carne. Eu me apoiava sobre o tórax dele, suas mãos me agarravam pela cintura e me forçavam a sentar até o sacão e os pelos pubianos se fazerem sentir no rego aberto. Eu me sentia empalado, até engolir a saliva parecia impossível com aquela verga enorme atravessando meus órgãos. Eu só gemia e cavalgava imerso num tesão sem tamanho. Em dado momento uma de suas mãos se fechou ao redor do meu pinto que saltitava no ritmo das minhas cavalgadas, e o Marcel começou a me masturbar com sua mão calejada e áspera. Levei poucos minutos para me esporrar todo, lançando os jatos cremosos sobre o peito dele, que os ia recolhendo com os dedos e os enfiando na minha boca.

- Como é bom te ver gozando, lambendo sua própria porra. – asseverou, me encarando cheio de tesão.

- É maravilhoso estar com um homem como você, Marcel! – sussurrei, ao me inclinar sobre ele.

Ele girou comigo até ficar por cima de mim, meteu fundo e com força, eu só conseguia ganir e me deixar foder, encarando seu rosto explodindo de prazer. Uma estocada bruta e funda culminou no gozo dele, seguida de um bramido rouco, e meu cuzinho sendo inundado com o esperma copioso e espesso que ele ejaculava.

- Meus testículos estavam pedrados, há muito não se esvaziavam tanto como hoje! Você sacia um macho como ninguém, Niklas! Não tem nada mais prazeroso para um homem do que sentir a porra fluindo do caralho e alguém a amparando dentro de si. Obrigado, Niklas, mil vezes obrigado por me fazer tão feliz! – sentenciou ele, quando cobri seu rosto hirsuto de beijos e afagos.

Entrei na cama dele todas as noites, e ele entrou no meu cuzinho em todas elas, sempre me deixando com sua virilidade úmida formigando no ânus encharcado, quando acordávamos abraçados, até ser chegada a hora de eu me juntar novamente ao grupo depois de eles terem concluído a missão em Lisboa.

Recebi a correspondência no meio de uma manhã fria de nevoeiro baixo, o inverno havia terminado, mas parece que se esqueceram de avisá-lo. O texto, com a letra do René, não ocupava nem meia página. Iniciava com – Ma chère et douce Niklas – continha apenas um endereço no 12º Arrondissement entre a Gare de Lyon e o Bois de Vincennes e uma data futura dali a cinco dias, e finalizava com – Votre bien-aimé R – senti um inexplicável nó na garganta quanto voltei a dobrar a folha de papel. Val-de-Scie foi o primeiro lugar desde que empreendi a minha fuga da Alemanha, onde encontrei um pouco de paz, onde parecia que a guerra acontecia muito distante e que os estragos que ela tinha que causar já tinham acontecido. Algo me dizia que eu ia sentir saudades daqueles vastos campos, onde o amanhecer demorava a acontecer, e as noites se precipitavam rápidas devolvendo o silêncio para aquelas colinas seculares.

- Notícias do grupo? – perguntou o Marcel quando me viu segurando a folha de papel e o envelope. – Falam alguma coisa sobre a missão? Se foi bem-sucedida?

- Sim, a letra é do René! Só consta um endereço em Paris, no 12º Arrondissement e a data para eu me juntar a eles. – respondi sem ânimo.

- Não está contente?

- Para ser bem sincero, não! Eu queria que tudo isso terminasse, mas sei que quando chegar lá, já teremos que encarar uma nova missão. Estou farto, Marcel! Estou farto dessa maldita guerra! Quero voltar para casa, Marcel! – desatei a chorar, quando ele colocou minha cabeça sobre o ombro dele e me acariciou.

- Ei, ei, onde está aquele Niklas destemido que se arrisca tentando e salvando a vida dos outros? Onde está aquele garotão alegre de sorriso doce? – perguntou, quando me agarrei nele.

- Está se perdendo, Marcel! Está se perdendo em meio tanta crueldade, nessa carnificina sem precedentes, nessa desesperança estampada em todos os rostos. – respondi.

- Seja forte, Niklas! Seja forte só mais um pouquinho! Um dia tudo isso será apenas passado, história a ser transmitida para as gerações futuras, gerações que a sua vai iniciar. – disse ele.

- Fui feliz aqui, Marcel! Fui feliz nos teus braços! E espero te rever algum dia. – devolvi

- Eu também, Niklas, fui muito feliz e sei que vou me lembrar das nossas noites juntos pelo resto da vida. – retorquiu.

- Estive pensando naquele garotão da mercearia na Place Général de Gaulle, digo garotão porque ele ainda tem cara de garotão com aquele rosto imberbe e aqueles cabelos loiros encaracolados, mas deve estar beirando os trinta anos. Eu notei como ele olhou para você naquele dia em que fomos fazer compras. Talvez ele possa ser meu substituto, é só você dar uma chance a ele. – argumentei.

- Você só pode estar brincando! Quem, o Jean-Luc? Ele estava nos primeiros anos do ensino básico quando eu comecei o ensino médio, conheço-o há anos, ele nunca me pareceu homossexual. – devolveu o Marcel.

- Posso não ser um expert, mas sei reconhecer um homem que gosta de outros homens, e o garotão gosta de você, pode estar certo! – afirmei.

- É sério? Acha mesmo? – ele ficou pensativo

- Da próxima vez que voltar a Val-de-Scie espero ver vocês dois juntos e felizes, você merece, Marcel! Merece todo o amor que alguém esteja disposto a te entregar. – ele me apertou num abraço tão apertado que pensei que ia me sufocar.

Eu e o Kurt estávamos de volta a Paris no outono de 1944. Haviam-se passado 15 meses de quando ingressei no grupo, mas pareciam ter sido quinze anos de tanta coisa que presenciei, de situações que precisei enfrentar, de perdas que tive que assimilar. O endereço no 12º Arrondissement próximo a Gare de Lyon ficava numa área decadente e, talvez por termos chegado à noite tive a impressão de ser perigosa e insegura. À exceção do Neil, o grupo estava reunido ao redor da mesa da cozinha do apartamento no quarto andar debruçado sobre dois grandes mapas cujas dobras já estavam rasgadas em alguns pontos. A Sabine se levantou apressadamente assim que me viu entrar com o Kurt.

- O que você está pensando, seu inconsequente? Trazer esse desgraçado junto com você sabendo que ele pode denunciar o nosso esconderijo e matar a todos nós, você não raciocina? Mas que merda! Maldita hora em que eu te apresentei ao grupo! Você não espera que vamos acolher esse alemão miserável, espera Niklas? – gritou ela, como se eu fosse uma criança que acabou de fazer uma travessura.

- Boa noite para você também, Sabine! – devolvi irônico. – Oi, pessoal! Eu não podia abandonar o Kurt com o pessoal do Marcel. Ele está conosco, e acho que todos já perceberam isso. Exceto você, Sabine que só é capaz de enxergar inimigos a sua volta.

- Sim, eu enxergo os inimigos e é por isso que sou tão bem quista na Resistência. Porque eu os enxergo e os elimino, e não os levo para a cama apenas por eles terem um pinto entre as pernas. – devolveu ela.

- Cadela rameira! Quem é você para me dar lições de moral, sua puta vagabunda! – revidei no mesmo tom agressivo.

- Pare com isso Sabine! Pare de provocar o Niklas! O que deu em você para tratá-lo dessa maneira? – questionou o René, que veio ao meu encontro e me abraçou todo contente por eu estar de volta.

- Vocês não conseguem ver que ele está nos colocando em perigo, ainda mais trazendo esse oficial alemão que ninguém conhece e cujas intenções são sabidamente más? – ninguém lhe deu ouvidos.

- Onde estão o Neil e o Henri? – perguntei.

- Sentiu falta dos teus machos? – indagou ela, com sarcasmo

- Sim, senti! É uma pena que a sua boceta não tenha mais o monopólio sobre eles, não é, Sabine? É esse o real motivo de você implicar comigo, confesse! – ela acendeu um cigarro, jogou o maço sobre a mesa e saiu do apartamento batendo a porta.

- O Neil foi se encontrar com um membro da Resistência que está com as instruções para a próxima missão, deve estar de volta em breve. – respondeu o Pierre, ao mesmo tempo trocando um olhar com o René. Estavam me escondendo alguma coisa, foi meu pressentimento.

- E o Henri? – Nenhum dos dois conseguiu me encarar. – Aconteceu alguma coisa com o Henri em Lisboa? – comecei a sentir falta de ar. – Onde está o Henri? – perguntei, elevando a voz.

- Infelizmente o Henri morreu em Lisboa! – tudo girou a minha volta e eu me agarrei ao espaldar da primeira cadeira que encontrei.

- Como assim, morreu? O que aconteceu? O Henri, não, não pode ser! Não o Henri! – balbuciei atordoado

- Um dos agentes da Gestapo que estávamos perseguindo atirou nele durante o confronto numa ruela próxima ao hotel onde eles estavam disfarçados como empresários alemães tratando de assuntos comerciais. O Henri ainda correu um trecho atrás de nós durante a fuga mesmo alvejado, mas caiu enquanto nós tentávamos atrair a atenção deles sobre nós. A Sabine voltou para o acudir, mas ele já estava muito mal e, pediu a ela que o matasse para que não o pegassem vivo e o torturassem até ele confessar nossos planos. Não sabemos dos detalhes, pois a Sabine estava em choque quando nos contou o que foi obrigada a fazer. – revelou o Pierre.

- A Sabine, lógico, a Sabine! Ela foi capaz de matar um dos nossos, essa mulher é uma assassina fria e calculista. O Henri jamais pediria um absurdo desses a ela! Foi ela quem tomou essa decisão, foi ela quem não quis que ele caísse nas mãos da Gestapo podendo revelar assuntos da Resistência, e então resolveu simplesmente matá-lo! Eu vou trucidar essa judia vagabunda com as minhas próprias mãos! – desabafei furioso.

- Não sabemos como foi, Niklas! Você sabe o quanto o Henri era fiel à causa, ele não queria ser torturado. – ponderou o René.

- Eu sei da lealdade dele, mas também sei o quanto ele tinha apresso à vida. Ele jamais pediria isso a ela! Eu tenho certeza que ela o matou em nome da maldita vingança que ela quer a qualquer custo, mesmo que isso signifique tirar a vida de um parceiro. – afirmei, pois ninguém seria capaz de me convencer do contrário.

- Tenha cuidado ao falar sobre isso com ela. Ela ficou muito abalada! – argumentou o Pierre.

- A Sabine não se abala com nada! Não pensem que essa mulher tem um coração ou que sinta qualquer coisa boa em relação a alguém. Ela vai me explicar direitinho porque matou o Henri, e eu não garanto que não vá tirar a vida dela depois. Eu a odeio! – devolvi, não conseguindo mais controlar o choro, me lembrando da carinha do Henri quando cuidei do ferimento dele, da maneira como ele ficava me observando, como sorria quando eu dava os curativos por terminados, do jeito amoroso com que me penetrou na primeira vez que transamos.

O René se aproximou de mim e me puxou para seus braços procurando me consolar. Ele sabia o quanto o Henri e eu ficamos ligados um ao outro depois que cuidei dele e depois de termos tido relações sexuais, o próprio Henri lhe confidenciou o quão prazerosos foram esses encontros. Quando o Neil regressou, foi nos braços e deitado no sofá sobre o peito do René que ele me encontrou. Ele nem deixou o sorriso que me dirigiu mostrar o quanto estava contente com a minha volta, pois já tinha notado que o René andava interessado no que eu tinha a lhe oferecer entre quatro paredes.

- Oi Neil! Senti sua falta! – exclamei sincero, ao me lançar nos braços dele à procura de consolo. – Você não acreditou nessa história da Sabine, acreditou, Neil? Ela está mentindo, ela matou o Henri para não deixar pistas, você sabe, não sabe Neil?

- Ninguém testemunhou como a morte dele aconteceu, só a Sabine. Não temos como julgar. – eu me desvencilhei dele abruptamente.

- Não me diga que você engoliu essa história! Ela o matou pura e simplesmente, Neil! Essa é a verdade, ela o matou, aquela assassina miserável! – protestei, encarando-o fixamente.

Ele ainda estava ressentido comigo por ter me visto deitado com o Henri na mesma noite em que fodeu a Sabine no celeiro, e agora que um dos rivais se foi, ele me flagra nos braços do René; era óbvio que não se posicionasse a meu favor. Ter encontrado o Kurt junto comigo também não ajudou muito, eu estava ligado demais a esse oficial para não deixá-lo com ciúmes.

- Vocês vieram juntos? – perguntou, explicitando minhas suspeitas.

- Sim! O Kurt pode nos ajudar em muitas coisas, ele se mostrou disposto a isso. – respondi, o que não tirou aqueles vincos que estavam na testa do Neil. Era mais um homem se aproximando de mim, era mais um homem disputando a minha atenção, era mais um homem querendo meu cuzinho; portanto ele não estava feliz, estava zangado, estava enciumado.

A Sabine não voltou ao apartamento naquela noite e, quando passou pela porta na manhã seguinte, eu e ela tivemos uma discussão, eu a acusei de ter matado o Henri e ela veio para cima de mim com o punhal que sempre trazia amarrado a sua coxa. Antes que eu a golpeasse com uma cadeira, ela abriu um talo no meu braço com punhal. Todos intervieram nos segurando e nos afastando. Eu espumava de tanto ódio, e jurei que a mataria na primeira oportunidade.

Já não havia mais como permanecer no grupo. Senti que havia chegado a hora de eu seguir com a minha vida, e comuniquei minha decisão pouco depois da briga. Ninguém quis aceitar meu posicionamento, apenas o Kurt se prontificou a me acompanhar, uma vez que sua presença deixava o grupo incomodado de certa forma.

Tentando me demover, o René veio ter comigo naquela noite, deitando-se ao meu lado e me seduzindo com seu corpão másculo. Ao sentir as mãos dele tateando sobre o meu corpo, eu revi a cena dele transando com a Sabine sob o viaduto, e isso me fez querer transar com ele. Era como se eu quisesse esfregar na cara daquela cadela que aqueles machos que ela monopolizava também me desejavam. Estaria eu me tornando uma pessoa rancorosa e vingativa? De fato, eu gostava do René, sempre o achei muito ativo e decidido, seus atributos físicos também não me eram indiferentes, e a maneira sui generis com a qual muitas vezes o flagrei me observando tinha algo de libertina que o excitava. Contudo, naquela noite, eu não tinha certeza se estava aceitando a investida dele por seu charme sexy, ou se o fazia para me vingar da Sabine que nutria uma paixão não confessada por ele. Eu me virei na direção do René, beijei-o carinhosamente e acariciei a ereção dele dentro da cueca. O René sempre me pareceu o mais taradão deles, e isso se confirmou quando ele veio para cima de mim feito um garanhão querendo copular, e eu cedi com a mesma facilidade que uma égua no cio faria.

Quando tirei o cacetão consistente de dentro da cueca o René começou a arfar, me observar brincando e acariciando seu falo acendeu um tesão incontrolado nele. Enquanto o examinava em detalhes, grosso, contornado por veias saltadas, dotado de uma chapeleta arroxeada e circuncidada toda melada e de um sacão alongado dentro do qual as duas bolas enormes pendiam em alturas diferentes, eu me perguntava como aqueles machos tinham conseguido caralhões daquele tamanho, pois todos eles eram muito bem-dotados, divergiam apenas nas características individuais de cada um. Meu cuzinho padecia quando um deles me penetrava; no entanto, ele prontamente ficava úmido, as preguinhas pareciam querer desabrochar e os esfíncteres piscavam insaciáveis. Com o René não foi diferente, bastou eu começar a chupar a verga, sentir o sabor daquele sumo viril para que o ânus se projetasse num beiço macio e quente, que o dedo do René logo sentiu ao estimulá-lo e se insinuar em seu buraquinho. Deitei-me sobre o corpão do René quando senti o dedo me explorando a fendinha anal e o beijei com tesão, impudicamente, aceitando sua língua na minha boca e chupando-a no que mais se parecia com um coito bucal. Ele grunhia durante o beijo, enfiava o dedo devasso cada vez mais fundo no meu cu e eu gemia expressando todo meu tesão. Ele girou comigo ficando por cima de mim, abri minhas pernas e fleti os joelhos como uma fêmea se entregando para o macho. Ele sorriu satisfeito com meu gesto, me beijou, sussurrou meu nome e disse que ia me foder. Acariciei a barba dele, contornei seus lábios com o polegar e num murmúrio suspirado pedi que me penetrasse. Enquanto ele procurava por uma posição mais confortável para atender meu pedido, eu me agarrei aos ombros largos dele, sabendo que aquele caralhão grosso conjugado com todo aquele tesão do René não entraria no meu cu sem o detonar. Me dedar o fez perceber que eu ia ganir alto ou gritar quando a cabeçorra de seu membro rasgasse minhas pregas e, precavendo-se de não deixar que os outros soubessem o que estava acontecendo no quarto, ele tapou minha boca com sua mão pesada abafando o grito que soltei quando o caralhão deslizou para dentro do meu cuzinho. A dor fez com que eu me agitasse debaixo dele, mas com seu peso ele me conteve, parou de meter e me beijou, deixando sua saliva escorrer para dentro da minha boca, enquanto sua língua a devassava. Demorei a conseguir relaxar a musculatura anal, ele foi paciente e não parava de me beijar. Aos poucos, aquele pulsar da chapeleta na entradinha do meu cuzinho me levou a erguer a bunda, afastar mais as pernas e descontrair a fendinha que se abriu permitindo que as estocada dele metessem mais da metade da pica no meu cu. Voltei a ganir, ele me encarou quase suplicando para eu deixar ele meter o restante, e quando cedi, em duas estocadas ele enfiou o caralhão inteiro no meu rabo. Nos beijamos demoradamente com meus músculos anais apertando firmemente o cacetão dele, antes do René começar a friccionar o pauzão no meu cuzinho em impulsos vigorosos e cadenciados. Consegui sentir nele a mesma carência que tinha notado nos outros, e me deixei foder, cobrindo seu rosto de beijos e afagando suas costas enquanto o aninhava nas minhas entranhas. Havia química entre as nossas peles, entre o cheiro de nossos corpos, nos olhares que trocávamos durante o coito prazeroso. Eu gozei rápido, talvez muito daquela minha inquietação e mau-humor se devesse a necessidade de copular.

Eu andava estranhamente excitado, olhava para cada homem com quem cruzava, a viagem toda para Paris não conseguia deixar de observar e sentir tesão pelo Kurt, por aquele volumão que havia entre suas pernas quando ele se sentava, pelos dedos grossos com tufinhos de pelos aloirados sobre as falanges. Quase se podia afirmar que eu estava no cio, pois a mera presença de um macho perto de mim estava me deixando excitado.

E agora que sentia toda a impetuosidade do René latejando dentro de mim, não tive como retardar o gozo e me esporrei todo o ventre. Ele ainda continuou me estocando as vísceras, meus gemidos o ensandeciam, e o ritmo das bombadas ia se acelerando. Subitamente, ele sacou o cacetão do meu cu, me deitou de bruços, abriu minhas pernas e as deixou pender para fora da cama. Em pé, suas mãos afastaram minhas nádegas, o cuzinho arregaçado e vermelho piscava e ele montou em mim, metendo de uma só vez o caralhão até o talo. Pensei que ele ia me rasgar por inteiro, o ganido escapou pela boca entreaberta pela qual meus gemidos e suspiros saíam afogueados. O sacão dele batia ruidosamente contra meu rego apartado, enquanto eu o servia esperando ele se saciar no meu cu. Na posição em que estava eu podia ver a porta do quarto enquanto o René me fodia cada vez com mais ímpeto e desespero. Certamente nossos ruídos podiam ser ouvidos fora do quarto, e a Sabine abriu cautelosamente uma fresta, o suficiente para ver o macho pelo qual nutria mais do que apenas tesão, me arrombando o cuzinho com uma expressão de satisfação e jubilo resplandecendo em seu rosto. Eu a encarei e sorri, deu para perceber o quanto ela ficou abalada com a cena, como se dentro dela tudo estivesse desmoronando. Nunca senti satisfação igual, pois naquele mesmo instante, ouvi o urro rouco do René e senti os jatos tépidos de porra dele molhando meu cuzinho. Ele ronronou meu nome, não sei se chegou a ver a Sabine olhando pela fresta, ou se simplesmente a ignorou para desfrutar em toda plenitude daquele prazer que eu lhe proporcionei.

Quando se afastou, ela bateu a porta com força, querendo ser notada. O René continuava me segurando pela cintura e deixava seu cacetão amolecer vagarosamente no meu cu, querendo usufruir até o último segundo aquele aconchego que meu ânus proporcionava ao seu falo. Voltamos a nos deitar e, entrelaçados, trocamos carícias e beijos até adormecermos um nos braços do outro. Estava quase amanhecendo quando acordei, o René me retinha junto ao seu corpo com um braço envolvendo minha cintura. Uma sensação de ter me tornado uma pessoa ruim se apossou de mim. Lembrei-me de como tinha matado o Rolf, o colega da faculdade que queria me denunciar como homossexual para a Gestapo, me tornando um assassino; fui relembrando cada episódio durante as missões nos quais colaborei para que alguém acabasse morto; ainda sentia a satisfação de ter me vingado da Sabine, transando com o cara que ela gostava e comecei a me perguntar se tudo aquilo valia à pena. No final das contas, não importava de que lado se estava naquela guerra estúpida, eram sempre seres humanos que perdiam a vida, que ficavam sem seus entes queridos, que sofriam por ideologias.

- Vou deixar o grupo hoje! – anunciei, quando todos estavam ao redor da mesa do café da manhã.

- Não faça isso, Niklas, precisamos de você! – afirmou o René apressado. Sei que se expressou contra, tão rápido, por ainda estar sob o efeito dos prazeres que encontrou em meus braços e no meu cuzinho.

- Por quê? Não faz sentido você nos deixar! – exclamou o Pierre.

- Não consigo mais lidar com essa situação! Não sei se estamos fazendo a coisa certa. Estamos lutando contra uma ideologia, contra um regime nazista, mas estamos matando pessoas. Chegamos a um ponto em que estamos nos matando mutuamente em nome da segurança do grupo, dos ideais da Resistência, de desconfiarmos da lealdade de companheiros que se arriscam para nos proteger. Não posso continuar. Quero parar antes que me veja obrigado a fazer coisas que nunca desejei fazer. Não quero me tornar uma criatura má. – devolvi

- Está falando assim porque a Sabine se viu obrigada a matar o Henri, não é? Você não está conseguindo lidar com isso. – questionou o Neil.

- Ela não se viu obrigada a matar o Henri! Ela pura e simplesmente o matou por tudo isso que eu mencionei. O fanatismo político dela não é diferente do fanatismo cruel dos nazistas. Ela está matando por gosto, para se ver vingada a cada vida que ceifa. Eu não quero me tornar igual a ela. – argumentei.

- Você é um idiota! Um maricas desgraçado que não tem coragem para nada! – gritou a Sabine. – E a questão de você sair do grupo precisa passar por uma avaliação, você sabe demais, conhece muitos membros da Resistência, sabe do nosso modus operandi, e essas informações não podem escapar. Se o deixarmos sair, podemos não sobreviver, a causa pode não sobreviver! – sentenciou ela, incitando os demais a não me deixarem partir, ao menos, não vivo.

- É claro que repentinamente me tornei um maricas para você, os homens que você julgou estarem completamente dependentes dos teus favores sexuais não lhe foram tão fieis assim, não é sua prostituta assassina? – revidei.

- E para onde você vai, Niklas? O que vai fazer da sua vida? É arriscado você voltar para a Alemanha enquanto as pessoas que não atendem aos parâmetros arianos estão sendo perseguidos e mortos. – ponderou o Pierre.

- O Kurt tem uma tia de idade avançada vivendo sozinha na ilha Sylt no Mar Báltico, é para lá que vamos. As pessoas se conhecem, não há tanta perseguição. – respondi. – Se ainda lhes restam dúvidas quanto a minha integridade e lealdade a vocês e estiverem achando que vou denunciá-los ao sair daqui, terão que nos eliminar agora, pois estamos partindo. – todos se entreolharam, havia mais tristeza nos olhares deles do que desconfiança, à exceção, é claro, da Sabine.

- Vão mesmo ficar aí parados sem fazer nada? Não podemos permitir que partam com tudo o que sabem! Não é hora de ser frouxo, temos que nos resguardar. – instigou ela ante a complacência dos demais que apenas a encararam com desprezo. Acredito eu que depois de tudo que falei, eles já não acreditavam na versão dela sobre a morte do Henri.

Como ninguém tomou nenhuma atitude, eu fui de um em um me despedir com um abraço e me fazendo de forte para não chorar na frente deles, mesmo quando me agarravam com força e sussurravam no meu ouvido para eu não os abandonar. O grupo percebeu que já não fazia mais sentido lutar uma luta inglória no lugar de outros, arriscar suas próprias vidas quando continuavam sendo vistos como anarquistas revolucionários. O Pierre chorava sentido, como melhor amigo do Henri ele sabia como tinha sido forte a minha ligação com ele. Quando ele me beijou não consegui mais conter as lágrimas.

- Patético! Homens chorando por causa de um homossexual! Vocês deviam ter vergonha na cara! – tripudiou a Sabine. Mandaram-na calar-se. – A guerra ainda não acabou, nossa causa vai mudar o rumo dela e seremos vencedores, pode apostar nisso, Niklas! Você e eu ainda vamos nos encontrar, esteja certo e, como você acaba de escolher o lado em que quer ficar, eu terei o maior prazer em acabar com a sua vida, porque você nunca deixou de ser um alemão nazista mesmo não sendo um homem macho. – afirmou ela, me fuzilando com o olhar pérfido.

- Espero que a sorte nunca a abandone, Sabine! Não importa o que você defende, você continua sendo uma judia com ancestrais alemães e, portanto, tão vulnerável quanto eu diante desse regime ditatorial. Seja feliz, se o conseguir! – retruquei.

O Kurt já estava ao lado do táxi com as nossas malas quando o Neil me interceptou no meio das escadas. Ele se limitou a me estender a mão quando fui me despedir dele, já com os olhos úmidos. Toquei suavemente o rosto dele, como se isso me ajudasse a jamais me esquecer dele. Beijei-o delicadamente no canto da boca, mas ele não retribuiu. Dava para sentir como estava tenso, contrariado, talvez até furioso comigo por estar saindo assim, sem que as coisas entre nós tivessem sido resolvidas.

- Estou com vontade de arrebentar a sua cara, Niklas! – disse ele, quando me agarrou pelo braço e me empurrou contra a parede. – Por que se deitou com o Henri, por quê? Por que começou a dar o cu como se fosse uma prostituta? Você não podia ter feito isso comigo! Tenho que te esmurrar para essa raiva passar, você entende isso? – sentenciou, mantendo seu braço fortemente comprimido contra o meu peito, o que me esmagava contra a parede fria.

- Então arrebente a minha cara, vamos lá! Me esmurre até sua raiva passar, se isso vai te fazer sentir-se melhor, vamos ande! A resposta às suas perguntas você mesmo sabe. Você pegou a Sabine no dia seguinte ao que eu te disse o quanto a sua vida era importante para mim. Você nunca se preocupou em saber o quanto eu te amo e como fiquei sem chão quando te flagrei fodendo aquela vadia. – despejei fitando-o diretamente nos olhos. – Quer resolver as pendências entre nós, vá em frente, pois essa é sua chance, a última! – emendei, esboçando uma coragem que não tinha, pois ele podia me estraçalhar num acesso de fúria, e eu podia desistir de tudo só para ficar com ele.

Ele me soltou, esmurrou a parede, deu um grito que ecoou por toda escadaria e sentou desolado num dos degraus. Me contive para não me ajoelhar diante dele e trazer sua cabeça para junto do meu peito, acariciando-o e lhe confessando que ele sempre foi o único homem com quem eu quis ficar. Ele começou a chorar, eu não olhei para trás.

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Comentários

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Que capítulo tesudo. Fantástico tá sendo esse conto Kherr

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Grato mais uma vez pelo comentário nego@! Curto quando o leitor se excita com a história. Abração!

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Que capítulo, kherr!! Uau! Quanto sexo, quanta emoção,quantas tomadas de decisão. Maravilhoso!

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Fico feliz que esteja gostando! Abraço!

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Muito bom. Puta merda, o cara fudeu com quase todos do grupo sem falar no dono da fazenda. Ainda falta o alemaozinho que ele salvou. Tô babando e todo babado e morrendo de inveja desse garoto.

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KKKKKKK.....Você é tarado, Roberto!!! O Niklas não deu moleza, provou de tudo!!! 😋😋😂😂

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