Acordei olhando meu Enzo, acho ele tão bonito enquanto dorme, parece uma criança. Meu homem, meu tesão gostoso. Pena que esses últimos meses foram tão complicados.
Respirei fundo, me espreguicei e tomei coragem para me levantar. Ia ser um dia difícil, nem fazia idéia do que falar com Vilma, me dava calafrios só de pensar.
E ainda tinha o 'pela saco' do Marcelo. Detesto palavrão, mas esse define bem o meu cliente. Huff!
Depois de lavar o rosto e escovar os dentes. Comecei a me preparar, escolhi o perfume, um que talvez agradasse Vilma. Acho que ela não gostou do último que usei. Vale quase tudo pra agradar o cliente. Afinal, é ela quem vai me pagar a comissão que eu tanto preciso.
Passei o batom, dei uma penteada no cabelo. Meu Deus! Ando precisando pintar, meus cabelos brancos estão aparecendo de novo. Droga!
Dei um beijo no Enzo, ele acordando e eu colocando meus brincos.
"Tchau amor!"
"Tão cedo?"
"Cedo nada, tô atrasada. Vou pegar um trânsito daqueles. Leva os meninos na escola?"
"Pode deixar."
Dei um beijo nos meninos e corri para garagem. Foi entrar no carro e o celular começou a tocar. Só podia...
"Oi!"
"Onde você está?"
"Saindo de casa Marcelo. Bom dia!"
Deixei no viva voz e sai dirigindo.
"Ainda?"
"Marcelo eu não posso chegar na casa da Vilma com ela ainda dormindo. Calma, homem!"
"Tá, tá bom! Me liga assim que sair de lá."
"Pode deixar. Tchau."
Ficou mudo, inacreditável, além de egoísta, um mal educado.
***
Cheguei na residência da Vilma pouco depois da oito da manhã. Eram um casarão de três andares onde a mulher morava. Antiga, um estilo clássico, inglês. Um tanto sóbrio para o meu gosto, móveis antiquados e o piso de tacos só deixavam o interior mais escuro.
Bati a campainha e demoraram para atender. Destrancaram a porta de ferro barulhenta e apareceu a secretaria de dona Vilma, a que me atendeu no telefone ontem. Não parecia muito feliz de me viver ali.
"Bom dia."
"Bom dia. Lembra de mim? Lara, a corretora."
A moça dos seus trinta e poucos, vestindo um uniforme de enfermeira, abriu um sorriso amarelo e fez sinal para que eu entrasse.
"Eu queria ver dona Vilma, será que ela já está acordada?"
"Ela... ela ainda está se vestindo. A gripe a deixou mais cansada."
"Não melhorou?"
"Um pouco, não sei se vai poder receber a senhora."
"Nossa! Querida, veja se posso falar com ela. Estão pegando no meu pé pra resolver a venda do terreno."
Fiz cara de cachorro que caiu da mudança. A moça avisou que faria o que fosse possível, mas que não garantia nada. Pediu que eu esperasse no escritório.
E como eu esperei, já eram mais dez horas quando a porta do escritório rangeu e dona Vilma entrou sentada numa cadeira de rodas, um ar de abatida e como sempre muito bem vestida. Um estampado, com um colar de pérolas no pescoço.
"Minha querida!"
"Dona Vilma."
Me ergui para cumprimentá-la.
"Não esperava você hoje, ainda mais tão cedo."
"Desculpe dona Vilma, são os negócios. Meus clientes estão ansiosos."
"Sente-se, sente-se."
Sentei e expliquei meus motivos, pelo menos até onde seria aconselhável revelar. Vilma ouvia sem me olhar, de vez em quando limpando o nariz com um lenço, às vezes admirando um dos quadros da sala.
Seus cabelos brancos me lembravam os da rainha Elizabeth. Havia um broche lindo no seu vestido de seda azul.
"É isso dona Vilma. Desculpe ficar parecendo que estou pressionando a senhora, mas são os bancos que estão pedindo uma solução rápida."
"Não gosto muito quando me pedem uma decisão tão rápido. Meu marido sempre dizia que não tomasse decisões 'assodadas', era o que ele falava."
"Entendo o seu ponto de vista."
Vilma começou a tossir e espirrar. A secretaria chegou com uma bandeja com um copo de cristal e alguns remédios.
"Obrigada minha filha."
A garota fez uma mesura e saiu como entrou, silenciosa e discreta. Quando a porta fechou Vilma me encarou, parecia que os remédios começavam a fazer efeito. Seu olhar parecia mais vivo, seu rosto ficou mais corado.
"Então, querida eu tenho uma coisa para te contar. Gosto de você, por isso vou contar o que está acontecendo."
"Pois não, algum problema de saúde?"
"Não, não, nada disso. O problema é que..."
Ela assou o nariz, tossiu, havia um certo incômodo nela.
"O problema é que meu neto, Hiran, você não o conhece. Bem, ele me apresentou uma nova proposta. Outros empresários que também se interessaram pelo meu terreno."
"Entendo, e a proposta é melhor do que a nossa?"
"Não, bem... sim. De certa forma, sim."
Eu não estava entendendo nada.
"Como assim?"
"O valor deles é um pouco mais baixo do que o seu, do seu cliente, mas..."
Ela voltou a tossir, meu coração disparou, tentei ajuda-lá entregando o copo com água.
"Obrigada, obrigada querida."
"Melhor? Mas se a proposta é menor, eu não estou entendendo qual a vantagem de aceitar um valor menor no seu terreno? A senhora pode falar o valor?"
"Ai minha filha, meu neto pediu que não revelasse. Mas o problema é que o que ficar da sua proposta depois que você retirar a sua comissão é menor do que o valor que eles vão me pagar."
"Como assim, menor? Mesmo depois de descontar a comissão, o valor deles fica maior que o nosso?"
"Fica, foi o que Hiran disse. Ele é o corretor deles e aceita não receber a comissão."
"Não? Nada!"
"Meu neto querida, uma pessoa muito boa. Mesmo porque a minha herança vai acabar sendo dele. Meus filhos eu nem os vejo mais, que dirá dos outros netos.
"Entendo."
Caiu aquele silêncio constrangedor, eu olhava os meus sapatos enquanto ela fingia ajustar o relógio no pulso. Até que ela resolveu falar.
"E se seus clientes fizessem uma nova oferta? Algo que compensasse o valor que eu terei que pagar a você?"
Aquela velhinha gentil, como jeito rainha de contos de fada, era mais esperta do que eu imaginava. É óbvio que ela sabia que eles não fariam isso, até por que Marcelo já me prometera um valor por fora.
Estava na cara que ela queria que eu retirasse a minha comissão. Eu já tinha reduzido meu valor em certas ocasiões para garantir algum retorno. Mas justo quando eu mais precisava do dinheiro. Não era o meu dia.
Fiz uma jogada só pra sentir o terreno onde eu estava pisando.
"Acho que eles não fariam isso dona Vilma, é a oferta máxima que eles estão dispostos a fazer."
"Bom, meu neto me disse que a única solução que ele via para que os seus clientes comprem o terreno é com você aceitando ficar sem a comissão. Mas eu não acho que essa seja uma boa solução, não quero que você trabalhe graça."
Olhei pra ela estudando a viúva. Ela com um sorriso inocente no rosto, uma pessoa doce. Cínica! É o que me veio à mente. Ela e o neto só queriam ganhar mais dinheiro às minhas custas, o problema é que eu não tinha como saber o valor da outra proposta.
"Agradeço sua preocupação com o meu trabalho dona Vilma."
Dei o meu melhor sorriso mesmo com uma vontade enorme de esganar o tal Hiran. Veio só pra me atrapalhar.
"Eu sei que você é uma excelente profissional. Reconheço só de olhar a pessoa. Mas o fato é que temos que ser pragmáticos quando se trata de negócios, é o que o meu marido sempre me disse. Um bom conselho, concorda?"
"Com certeza."
"Hiran também acha, é igual ao avô dele. Esse meu neto sempre me deu bons conselhos, entende?"
"Entendo. Bom, eu verei o que posso fazer. A gente volta a se falar."
Me despedi e sai, a cabeça girando, uma raiva me comendo por dentro.
"Velha safada!"
Falei alto quando entrei no carro. Sai meio sem rumo. Era mais de meio dia, parei no Vicara para almoçar, eu estava até meio tonta de fome.
Enquanto almoçava olhei meu celular e achei estranho. Nenhuma mensagem do Marcelo, pelo menos há mais de cinco horas! O problema é que eu precisava comunicar a novidade para o sujeito.
Resolvi escrever ao invés de ligar.
'Temos um problema com a Vilma. Apareceu uma outra oferta.'
Achei que ele fosse me responder na hora, mas foi só quando eu saia do restaurante que ele escreveu.
'Oferta! Estranho. Estou em casa venha pra cá e me conte o que foi que aconteceu.'
Achei que ele fosse gritar, xingar, mas não foi nada disso. Nem parecia o mesmo cara intragável que me contratou.
***
Cheguei no condomínio dele pouco depois das duas. Um sol forte, um calor como se fosse uma fornalha. Bati a campainha e me deixaram entrar.
"Doutor Marcelo está na sala de massagens."
Me indicaram onde era e eu fui entrando. Havia uma sauna, o cheiro gostoso de eucalipto. Alguns equipamentos de ginástica num outro ambiente. Ouvi vozes vindo de uma sala ao fundo.
Quando entrei tomei um susto. Por aquilo eu não esperava, Marcelo estirado numa maca com estofamento na cor creme. Um cheiro suave de Pachouli, uma música indiana sendo tocada. Haviam alguns vazos de flores de diversos tipos. E perto dele, uma garota de costas pra mim e de frente pra ele.
"Com licença."
Me anunciei entrando meio receosa. Marcelo virou o rosto, parecia que estava com sono. A jovem, uma negra de bochechas salientes, os olhos pretos, me cumprimentou com um aceno.
Usava uma camiseta crooped branca, folgada, que deixava visível as marcas dos seios. Eles tinham a forma de gotas, são os mais belos, eu acho. Quem dera! Ela usava uma calça de lycra justa até os joelhos, não havia marcas de uma calcinha. Era uma massagista ou uma outra acompanhante?
"Lara! Finalmente."
"Boa tarde Marcelo."
Ficou aquele silêncio entre nós duas, até Marcelo se dar conta de que não tinha feito as apresentações.
"Ah, sim! Lara, essa é Ayana, minha massagista."
Estendemos as mãos e nos cumprimentamos.
"Você quer que eu espere lá fora?"
"Não, me conte as novidades enquanto ela me faz a massagem. Não podemos perder tempo."
"Não era melhor uma conversa particular?"
A garota começou a esparramar um óleo cheiroso nas costas do homem. Marcelo começou a gemer no ritmo que ela lhe apertava seus músculos.
"Uuuuhh! Bom... Não tem problema Lara. Ayana é nigeriana, não entende uma palavra de português. Só fala inglês e Yoruba."
Olhei a garota, mas ela não me deu atenção. Apertava as costelas do Marcelo usando o antebraço e o cotovelo. Ele já não gemia, gritava. Dava para ouvir os estalos dos ossos e o esticar dos músculos.
"Vai mulher me conta. Aaaiihh!"
"Vilma tem uma outra oferta. Do neto, um tal de Hiran."
"Hiran!? Aaaaaa! Oooohh! Nunca ouvi falar!"
A garota parecia que gostava de ouvir seus clientes gritando. Tinha um sorriso maldoso no rosto. Ela dobrava o braço e a mão do Marcelo como se ele fosse feito de borracha.
"Também não, ela me contou agora. Vamos ter problemas."
"A proposta... aaaa! Aaaaaah! É melhor? Mais alta?"
A garota ajeitou a toalha na cintura dele, dava pra ver as dobras das ancas. Ela caminhou em direção as pernas, até ficar de frente para os pés. Ergueu a perna direita e começou a puxar os dedos como se fosse arrancá-los. Depois massageou a planta do pé untando a mão no óleo com aroma de Pachoulli.
"Não! Menor que a nossa."
"Menor! Eu não estou entendendo, por que ela está em dúvida. Só por que é do neto?"
Ele urrou como se fosse um animal ferido quando Ayana beliscou seu tornozelo, e depois dobrou a perna e pé o máximo que podia. Bem que Marcelo merecia, sofrer daquele jeito.
Fiquei em dúvida de como contar qual era o problema. Medi as palavras antes de falar. Ayana passou para o outro lado da mesa e fez do mesmo jeito com a outra perna. Eu me aproximei da mesa, a pele do Marcelo brilhava e ele continuava berrando.
"Aaaah! Caralho Ayana! Aaaaiiiiihh!"
Dava para ouvir o barulho dos ossos entrando no lugar.
"O problema, Marcelo, é que... a comissão. Minha comissão agora é o problema."
"Comissão? Por que? Se a proposta é menor, qual o problema com a comissão?"
"Pelo que eu entendi, quando tirar a minha comissão o valor que ela recebe será menor."
A técnica da massagista me fascinava. Ela massageava as panturrilhas e depois as coxas num ritmo alucinante. Marcelo tinha umas coxas bem apreciáveis por sinal, pelo tamanho ele devia ser um desses 'ratos' de academia.
"Uuuummmm! Bommmm! A comissão deles é menor?"
"Não tem comissão, foi o que ela falou."
Marcelo devia estar fazendo as contas de cabeça. A garota me olhou com os olhos que pareciam duas jabuticabas nadando numa nata branca. Suas bochechas incharam, ela abriu um sorriso nitidamente safado. Afastou as pernas do Marcelo e me deixou ver os ovos do sujeito. Trocamos olhares ainda que eu não entendesse bem por que ela fazia aquilo.
Tomei um susto quando Marcelo gritou.
"Então tira!"
"O que?"
"Tira a sua comissão, porra!"
A garota sapeca puxou a toalha e deixou à vista quase a metade da bunda. Seus dedos desceram no meio das carnes do Marcelo.
"Eu não posso trabalhar de graça Marcelo."
"Aaaahh! Ayana please. Piranha!"
Senti cheiro forte de arnica, a garota havia destampado um pequeno pote de metal. Melecou a ponta do dedo no creme esbranquiçado e enfiou o dedo no meio. Rindo com um jeito de atrevida. Olhando direto pra mim.
"Aaaahh! Aaaannhh!"
Marcelo gemia sentindo o dedo massageando a entrada do ânus. O homem se apoiando nos joelhos, o bumbum empinado. Parecia que nem se importava que eu estivesse ali.
Eu podia ver seu pênis se esfregando no tecido acolchoado, Marcelo era desses que se depila completamente, como as mulheres fazem.
E a tal Ayana me provocando, girava o dedo na circunferência enrugada do homem. Aposto que se eu não estivesse ali, aquela garota atrevida...
"Stop, girl! What a fuck! Can't you see I'm talking!"
Ayana não esperava pela bronca. Ficou sem jeito, cobriu Marcelo de novo e passou a massagear o outro braço.
"Então Lara? Você não vai sair de mãos abanando. Eu te prometi um porcento. Isso é muito mais do você ganha vendendo esses apartamentos de classe média."
Senti uma fincada no pescoço. Outra dor nas costas, eu estava tensa com tudo aquilo. Marcelo, Vilma, a garota, todo mundo um complô contra mim. Eu nem devia ter saído da cama.
"Não seria problema, se não fosse as dificuldades financeiras do meu marido. Eu já te contei."
"Ahh! Me poupe Lara. Um negócio de milhões, eu e meus sócios não podemos perder essa negociação. O terreno é só uma parte. Os franceses estão interessados em construir uma fábrica de automóveis no Brasil. Sua comissão não pode ser um entrave."
Eu não sabia o que falar. Realmente os 50 mil que ele me daria era um bom dinheiro. Só que não resolvia o problema da construtora. Movi meu pescoço e senti ele estalar. Marcelo sentou na maca e depois cobriu o pênis com a toalha.
Não parecia nervoso, tinha uma cara de sono. Com certeza Ayana era boa no que fazia.
"Vou ver o que posso saber desse..."
"Hiran?"
"Essa velha está muito esperta para o meu gosto."
"Também acho. Não gostei do jeito que ela me contou toda essa história."
Nem percebi quando Ayana ficou atrás de mim. Eu falava e de repente a mão delicada pressionou meu pescoço, veio uma pontada de cima embaixo, como uma descarga elétrica. Olhei de lado, e vi a garota me massageando os ombros e rindo.
"Relax, you're very tense."
O sotaque dela e o meu inglês limitado, eu não entendi o que ela falava. Marcelo percebeu e traduziu.
"Disse que você está tensa. Isso é óbvio, dá pra ver na sua cara."
Ele se levantou segurando a toalha, mal cobria as suas partes íntimas. Bem que Júlia avisou que era enorme. Ayana foi buscar um roupão. Marcelo se vestiu na minha frente, vi muito mais do que devia.
Ele deu nó desleixado. Bocejou outra vez e saiu. Ayana o puxou e sussurrou algo no ouvido. Ele riu e me olhou.
"Ela quer saber se você gostaria de uma massagem?"
Eu ri, não esperava a oferta.
"Seria bom, mas eu não posso pagar o preço dela."
"Isso não é problema. Te dou de presente. Você vai ver como é bom. Fala inglês?"
"Arranho."
"Não precisa de muito. Deixa eu indo, vou pra sauna e depois pra cama. Ayana, please. She stay with you."
Ele saiu manquitolando. Só então eu me dei conta de que queria uma massagem sim, mas não uma tortura como aquela.
"Take a shower, first."
A jovem apontou o chuveiro, eu entendi e fui na direção que ela indicou. Me despi, coloquei as roupas numa prateleira. Notei que a garota me observava, um riso indefinido no rosto.
Aquilo me deixou encabulada. Peguei uma toalha e entrei fechando a porta de vidro. Pus a toalha num suporte e liguei a ducha. Tomei um soco no peito, nos seios, fiquei de costas e a ducha martelou dos meus ombros até as ancas.
Achei um sache com sabonete líquido, despejei na mão e espalhei. A surra molhada agora me estapeava as coxas. Enquanto eu ensoboava os peitos e o rosto. O cheiro de lavanda se misturando com o vapor da ducha.
Se pudesse eu ficaria ali por horas, mas tinha garota esperando lá fora, e eu tinha minha casa para cuidar. Desliguei a ducha e passei as mãos arrumando meus cabelos.
Não sei como vou explicar isso lá em casa, pensei. Enxuguei e sai enrolada na toalha, pisando na ponta dos pés para não sentir o frio do porcelanato.
Ayana limpara a maca das marcas de óleo. Seu sorriso era
cativante. As mãos cruzadas nas costas sobre a bundinha arrebitada, como uma profissional esperando pela cliente.
"Deito?"
"Please."
Foi o que fiz. Abri a toalha e me deitei de bruços. Não sabia o que fazer com mãos. Ayana resolveu o meu desconforto, colocou uma toalha sobre minhas nádegas. Coloquei as mãos debaixo da cabeça como um apoio. Ela me trouxe um travesseiro pequeno, puxou meus braços e os esticou ao longo do meu corpo.
Me concentrei na música que tocava, o som de um violino. Veio o arona do Patchoulli que ela deixou cair nas minhas costas.
"Hard ou soft?"
"Hum? Oh! Soft. Suave, por favor."
Ainda bem que ela me perguntou. Eu não queria nada tão forte como o que ela aplicara no Marcelo. A garota começou a girar as mãos espalhando o óleo morno no meu corpo, fui ficando untada das omoplatas até a cintura.
Eu sentia os efeitos dos dedos ágeis da garota nas minhas costas. Ayana ficou de frente, pude ver sua barriga, seu umbigo pequeno.A vagina mordendo o calção de lycra. Não havia marcas dos pêlos.
Ela massageou minhas têmporas, as laterais da nuca. Senti que meu sangue fluia mais rápido. Aquilo era mais que relaxante.
"Hummmm!"
"Good, very good?"
"Sim, very good. Delícia!"
Ela passou a massagear o meu braço e foi saindo da minha frente. Apesar de uma dor funda, dava para ser um prazer surgindo de dentro. Eram excitante, os dedos me tocando o braço e a mão, até me esticar os dedos. Dava para ouvir os estralos dos ossos.
Ayana dobrando e girando o meu punho, mesmo num ritmo lento, aquilo era estimulante. Meus ossos ião sendo encaixados.
Nem me dei conta quando ela passou para as minhas pernas. Deixou pingar o óleo morno nas minhas coxas, nas panturrilhas. Girou suas mãos de um modo forte. Ela estimulava a minha circulação sanguínea. Depois usou os dedos a me provocar sensações desconhecidas no meu corpo.
Vieram os toques nos pés, dobrando, girando, forçando. Esticando meus dedos, abrindo e untando. Meu corpo brilhava, meus músculos vibravam. Uma sensação erótica misturada com um relaxamento da mente.
"Aaaahhh! Uuuuuuhh!"
"Yeah! Enjoying?
"Yeah, yes."
Respondi, mas mais deduzi do que entendi.
Dos pés ela passou a me massagear a outra perna. Sua voz foi ficando mais sensual, mais rouca.
"You are so beautiful, Lara. Nice body."
"Meu corpo! Você acha? Do you like, my body?"
Ela riu, riu e me afastou as pernas. Do mesmo jeito que fez com Marcelo. Enviou a mão no meio das minhas ancas. Sentiu meu calor. Meu corpo tremia, era invasivo, quase abusivo. E no entanto, era o que ele pedia. Estranho, audacioso e muito gostoso. O que será que ela ia fazer? Foi o que pensei. O medo se misturando com a vergonha e também com o desejo mais profundo.
Ayana espremeu minhas nádegas, me arranhou com seus dedos.
"Beauty. So beauty!"
"Uuuuunnn! Moça, eu... aaah!"
Meu ventre pegou fogo, a virilha suou e ela entendeu. Ayana riu, percebendo o que o meu corpo queria. Seu dedo entrou no meio, afastando os meus lábios, me examinando com um olhar de menina curiosa. Era a primeira mulher a fazer isso, e ela podia ser minha filha.
"Ooooh! Good. I like, you like, huh?"
"Aaahh! Por favor, I don't know. Eu não sei, não sei..."
E não sabia mesmo. Eu já não era dona do meu corpo, nem das minhas emoções. Eu só reagia ao que ela fazia. Instintiva me apoiei nos joelhos, empinei a bunda larga. Do mesmo jeito que Marcelo tinha feito, me oferecendo a ela. Aos toques dela. Ayana abriu e viu meus orifícios, o ânus, a abertura da vulva.
Cuspiu, sim, a safada deixou cair um uma gota longa que me molhou o cu e aquilo escorreu pela vagina. Com os dedos ela espalhou aquela baba nos meus buracos, até no clitóris. Me estimulou girando os dedos do jeito que eu mais gosto.
"Aaaahh! Please! Garota..."
"Wow, You so hot, Lara. Hot and wet."
"Aaahh, please, ooohh! Eu nunca, entende, fiz nada com outra mulher. Oooohhh!"
Eu me esforçava pra não gozar, não com ela curiosa olhando os meus segredos. O problema foi que ela me pegou de surpresa.
Não pediu, não falou nada. Só me abriu e invadiu a vagina. Tocou por dentro até achar o meu ponto mais sensível. Eu gemi descompensada.
"Aaaahhh! Ooouuuuu! Uuuuuhh!"
Minha boceta pulsava, meus sucos escorriam molhando meus lábios. Eu cada vez mais tensa, com as ancas empinadas, abertas na frente da moça.
Ela cuspiu de novo no ânus. Só nele, senti o líquido descendo por dentro.
"Oooh! Man, nice. Lol!
Ela riu e me estimulou, girou seus dedos no meu anel. Um monte de sensações foi se aflorando. Me ânus pulsava, abria e fechava.
"You want? Here, yeah, this way?"
"Garota, ooohhh! Desse jeito, sim!"
Como eu estava quase ajoelhada, ela enfiou a mão por baixo do meu corpo e me tocou a vagina. Me acariciou, masturbou, enquanto o outro dedo me perfurava o anel. Foi abrindo, se enfiado devagar. Lubrificada, eu não resisti.
Fechei os olhos, cravei o queixo no travesseiro, ainda com os braços esticados. Parecia uma cadelinha sendo estimulada. Era impossível suportar.
"Aaaaaahh! Mmmmmm! Uuuuuuhhh!
Gozei na frente dela. Ayana saboreou meu orgasmo. Saiu de mim como uma explosão. Eu gemia como se machucasse, mas era só o prazer e a tensão saindo do corpo, me limpando.
Ayana não disse nada. Me fez um carinho nas costas, e nos ombros. Enquanto eu recuperava o fôlego.
"You, ok? Very good, girl! Very nice."
Eu nem sabia o que falar. Fui me virando, ela rindo como se fosse a coisa mais natural do mundo.
"Ok? Can I continue?"
Eu movi a cabeça num sim. Que importância tinha se ela agora via a minha vagina? Me ajeitei, esticando as pernas, coloquei as mãos sobre a barriga.
Ayana descruzou meus braços e os colocou de novo ao lado. Afastou minhas pernas, as coxas. Me fez entender que ela queria que a planta dos meus pés se tocasem.
Aquilo era muito estimulante. Eu exposta ali, a mercer da garota. E a planta dos meus pés me provocando sensações excitantes.
Eu era dela e nós duas sabíamos. Ayana fez como antes, segurou um pote e enfiou os dedos nele, e com a mão na forma cunha deixou pingar o óleo suave na minha barriga, depois nos seios e nos braços.
Rimos. Ela com um olhar sapeca, um jeito de quem compartilha um segredo. Eu sem sentir culpa, um pouco de vergonha, mas o que eu queria mesmo é saber até onde ela me levaria. Eu estava curiosa.
"Your tits are so big, man? I like!"
"Thanks. Mas eu invejo os seus. São lindos."
Dava pra perceber os bicos duros apontados na crooped que ela usava. Deitada ali eu enxergava os seios em forma de gotas debaixo do tecido.
Meio atrevida estiquei o braço, enfiei a mão por dentro da blusa até tocar o seu seio por baixo da crooped. Ela parou e acompanhou o meu gesto, passei os dedos sentindo a pele sedosa, o peito durinho, o mamilo ficando excitado. Agarrei e esmaguei até ela fazer cara de dor. Belisquei o peitinho para deixar o bico durinho.
"Thank you, Lara."
Ela mostrou aqueles dentes lindos, os beiços grossos. A garota arfavava. Seus olhos brilhavam. Era bom saber que uma menina podia ficar excitada com os meus toques.
Nós duas nos massagiávamos. Ayana girando as mãos no meu ventre, eu acariciando as suas tetas lindas. Ela lambuzou os meus seios, espremeu, com os dedos formando pinças até me deixar com os bicos duros também.
Uma intimidade intensa, tão diferente do que eu tinha com Enzo. Nós duas nos encarando e rindo, enquanto ela me alisava a barriga, fazendo cócegas no umbigo.
Um olhar tão profundo, uma corrente elétrica nos prendendo. Era puro tesão brotando da pele. Ayana me fez um carinho na vagina, a mão oleosa cobrindo os meus pêlos, e foi descendo pelas dobras me abrindo.
"Oh, Deus!"
Eu tremia e ela ria. Seus dedos descobriram meu grelo, só com a ponta do dedo deslizando envolta daquele ponto tão sensível. Um jeito suave, delicado, mas cada vez mais indecente. Foi assim até me fazer gemet.
"Aaaaah! Uuuuuhh!"
"Sssshh. Easy girl, easy! Huh? Like this?"
Eu tremia ansiosa, curiosa, era delicioso ser tocada por quem sabe como a gente mais gosta.
"Sim, yes! Good. Ooohh meu... Deus!"
Ela afundou seus dedos no meio, olhando pra mim. Me enfeitiçando, me levando a loucura. Nem olhava para o que seus dedos faxiam, só me encarava. Entrava e saia, cada vez mais fundo, cada vez mais dedos. Dava para ouvir um barulho melado escorrendo de mim.
"Ooohhh, God! Please! Eu vou gozar, aaaahh!"
"Go Lara, go! Not shame, not blame!"
Ayana me fodia gostoso. Minha boceta pelando, ela me comendo com a mão em forma de cunha, até o punho. Eu vibrava inteira, vibrava e gritava. Uma tarada descontrolada.
Ayana foi se dobrando sobre mim. Enfiei a mão no seu crooped e apertei o peito da massagista. Nossos rostos estavam quase colados. Eu abri a boca e ela vez o mesmo. As línguas se lamberam, os lábios se rossaram.
Um beijo incrível, inesquecível. Beijo tenso de duas garotas safadas. Ergui as pernas, abri, me ofereci inteira. Eu queria ser penetrada, meu corpo implorava.
Ela entendeu, enquanto me beijava sua penetração foi ficando ainda mais abusada, afundou seu braço até o meio. Meu Deus como era possível, nem um pênis era tão grosso!
Eu nem imaginava que podia. O beijo maravilhoso, a foda incrível. Gemi na boca da garota, me senti esguichando, nela e também na maca.
Depois de um tempo, depois dos carinhos, Ayana foi se erguendo me mostrando a mão molhada nos meus sucos. Chupou um dedo e lambeu o outro.
"Mmmm! Good! Crazy girl!"
E enfim aconteceu, na minha frente. Um orgasmo feminino que não era o meu. O calção de lycra ficou transparente, as marcas de uma vagina jovem aparecendo?
"Ai! Garota, que isso! Olha o que a gente fez!!"
Eu fui me erguendo, sentando. Ela com cara de menina safada me deu um abraço e me beijou. Me fez lembrar o Enzo depois de uma boa transa. A gente fica mais que apaixonada.
Ela encostou o dedo nos lábios pedindo segredo. Eu perguntei as horas. Ela fez cara de quem não entendeu. Apontei para o meu pulso com o indicador. Ela compreendeu.
"Oh! Half past five."
"Tudo isso?"
Sentei na maca envergonhada, e agora? Marcelo, Enzo, onde eu enfiava a cara? Mas eu não tinha tempo pra pensar. Eu tinha que sair dali, e ainda tinha que tomar outro banho.
"Nossa! O tempo voou. Sorry, I need... go home."
"Ok."
"My husband, do you know?"
"Yes. Nice! I like you, Lara!"
E me encarou com aqueles olhos de jaboticaba madura, me deixou ainda mais envergonhada.
"I like you too."