Este é um primeiro conto erótico que pretendo desenvolver aqui, uma espécie de rascunho de depoimento que vou compartilhar com vocês. Preciso ouvir críticas e sugestões que me incentivem e orientem para continuar escrevendo.
A princípio, o título será “Nas ruas de Recife”, mas, como ainda não sei aonde essa estória vai acabar, muita coisa pode mudar, inclusive o título.
Não haverá, daqui pra frente, uma sequência temporal entre um texto e outro, podendo os personagens surgirem na atualidade ou em situações passadas. Também não haverá qualquer aviso ou introdução a respeito disso. Mas quem ler com atenção e interesse, não perderá o fio da meada.
Chorei feito um menino.
Entrei no terminal de ônibus apressado. Naquela hora do dia uma multidão praticamente me empurrava para dentro do terminal e me imprensava contra a catraca.
– Bora meu irmão, vai passar ou não? Reclamou um cara preto logo atrás de mim que carregava uma espécie de balaio cheio de verduras.
– Num tá vendo a senhora aqui na frente não, porra?! Reagi, enquanto uma moça ainda bem jovem suspendia sua filha para passar por cima da catraca. Percebi que era uma mulher bonita que se vestia como evangélica, cabelos compridos, blusa de botão até o pescoço e saia bem longa até o tornozelo. A menina se agarrava à mãe assustada, vestidinha com uma farda de escola municipal e carregando uma mochila amarela com enfeites infantis.
Eu tinha parado e estava realmente segurando uma enorme fila de gente apressada que já começavam a me xingar.
–por que parou aí na frente? tão passando cheque é? todo mundo aqui tem hora pra chegar no trabalho, porra!
Por alguns instantes eu fiquei absorvido pela imagem daquela moça com a filhinha. seu cabelo comprido bem escuro e brilhoso, seu rostinho de traços bem delicados, as curvas bem torneadas de seu corpo que a vestimenta super comportada não conseguia esconder, principalmente uma bundinha linda que teimava em se destacar.
— posso lhe ajudar com a menina?
– pega a mochila dela pra mim, por favor? Pediu envergonhada e eu prontamente a ajudei.
– deixa titio te ajudar menina linda. mas a garotinha se agarrou na mochila assustada.
– dá a bolsa pro rapaz Carol! falou, impositiva e avexada.
Acabou que finalmente foi desobstruída a passagem e entramos no terminal.
– Demora da porra, perdi meu ónibus. resmungou o negão que passou me encarando.
– Obrigada viu moço, Jesus lhe abençoe. disse a irmãzinha seguindo com passos largos em direção ao seu ponto de ônibus. E eu fiquei observando aquela lindeza de crentezinha que se afastava levando pela mão sua filha.
Aí voltou aquela angústia que me torturava desde ontem pela manhã, as revelações que me minha esposa, Sara, me fez durante a noite, as palavras agressivas que trocamos, nossa filhinha acordando assustada com nossos gritos e as imagens que povoavam sem parar minha cabeça nas últimas 24 horas.
– aquela rapariga não podia ter feito isso comigo! ela é minha esposa, porra! falei baixinho trincando os dentes.
– Transar com aquela puta, aquela sapatão do caralho! E com o puto do marido dela também. Pooorraaa! Eu, nego véi já, virei corno, né foda? E corno duplo, de mulher e de homem. E gargalhei de mim mesmo, um riso alto, angustiado, triste, chamando a atenção de quem passava, feito um doido.
Nisso, percebi que meu ônibus chegou. Estava até vazio e eu chegaria rápido em casa, mas não tive coragem de entrar. Na verdade, não tinha a menor vontade de chegar em casa naquela manhã, embora eu estivesse fudido de cansaço depois de um plantão estressante de 24h.
Meu nome é Jonas. Eu sou enfermeiro e trabalho no bloco cirúrgico de uma das maiores emergências de Recife, Pernambuco. Tenho 40 anos e estou casado há 10 anos com Sara. Temos uma filha linda, Mariana, com 7 anos. Sou filho de mãe paraibana e pai cearense, o que me deu características bem nordestinas, um tipo entroncado, barbudo, careca, algo acima do peso, 100 quilinhos bem distribuídos.
Pratiquei jiu jitsu por muitos anos até ter que abandonar os treinos por motivo de trabalho e outros compromissos pessoais. Plantões seguidos, o casamento com Sara, o nascimento de Mariana. Esses anos de treinos me deixaram com aquela aparência de pitbull, as orelhas de repolho, cicatrizes no rosto, o pescoço afundado num tórax largo. E os anos de relativo sedentarismo me fizeram ganhar bastante peso. Pode parecer mentira, mas essa aparência de gorilão me deixou mais atraente para as mulheres e só muito recentemente fui percebendo isso. Vai entender…
Sara tem a mesma idade que eu. é uma mulher baixinha, bem branquinha, de cabelos castanhos claros que hoje ela usa bem curtos, tem feições bem delicadas, europeias, ela é neta de portugueses. Mas sempre se destacou, e foi isso que primeiro me atraiu nela, pelas pernas grossas e uma bunda avantajada, o que é raro em mulheres bem brancas.. Nunca foi muito de praticar esportes, mas seu corpo se mantém firme, mesmo depois da gravidez. Aliás, depois que ela pariu, ganhou uns quilos a mais e, pra mim, ficou ainda mais gostosa, pois adquiriu curvas mais acentuadas, coxas mais grossas e um bundão que me deixa louco. É professora de Matemática de uma escola pública estadual também aqui de Recife.
Pela educação que recebi de meus pais e pelos ensinamentos de meu mestre, nunca me meti em confusão, nunca fui violento com ninguém e sempre muito carinhoso com Sara. Depois que Mariana nasceu, aí foi que eu fiquei abestalhado mesmo, completamente dominado por aquela coisinha linda e pela mãe dela.
Resolvi pegar um ônibus no sentido contrário de minha casa, para o centro da cidade. Eu precisava botar minha cabeça “pesada” no lugar, tomar algumas decisões, e eu não conhecia melhor lugar que o centro do Recife. Essa cidade linda que eu tanto adoro, suas ruas históricas, suas pontes, o casario antigo. tanta coisa boa eu tinha vivido ali. Achei até bom nessa hora eu estar sem carro, pois teria uma boa desculpa para minha demora e ainda poderia caminhar livremente pelo centro sem me preocupar com estacionamento, engarrafamento, flanelinha, esse problemas que ninguém resolve nessa merda de cidade, Merda de cidade linda.
Por quase uma hora, caminhei sem rumo pelas ruas de Recife, parecendo um personagem daquela música de Alceu Valença. Resmungando alto, dando socos no vento, enxugando envergonhado as lágrimas que molhavam meu rosto. Fui ficando muito cansado, minhas pernas já doíam e meus olhos ardiam pelas 24 horas em claro e decidi voltar pra casa. Minha imaginação não deixava de ser cruel comigo pois só vinha na minha cabeça as cenas de Sara fudendo de todas as formas com Amanda e Roni. Ela chupando a buceta de Amanda com avidez e sendo chupada da mesma forma num 69, ela de quatro levando rola de Roni na buceta e no cú, os três gozando juntos e zombando do corno aqui..
-- Puta que pariu!
Não sei se pelo cansaço ou pelo ódio que me queimava por dentro, cheguei a ter alucinações e via os três rindo de mim de dentro de um carro que passava e da janela de um prédio.
– Gáia endoida, resmunguei e, de novo, ri alto de mim mesmo.
Cheguei em casa acabado, um bagaço que não prestava mais pra nada. Abri a porta do apartamento e Sara estava tranquilamente tomando café na mesa da sala.
– Finalmente chegou, não foi meu gostosão? Já tomou café? fiz aquele cuzcuz que você adora.
Ela falava e eu não ouvia nada enquanto tirava o sapato emborrachado e o pijama de hospital ainda na entrada do apartamento para evitar contaminação. Na minha cabeça continuavam os gemidos e gritos dos três fudendo com violência.
– Como foi o plantão? Conseguiu dormir um pouco? eu, apesar de tudo que passamos ontem, tive uma noite ótima.
Puta que pariu! Aquela última frase dela destampou alguma coisa dentro mim e eu já ia falar ou até mesmo fazer alguma merda contra ela quando ouço uma vozinha gostosa gritando “painhooo” e sinto aquela delicinha se agarrando em mim como uma macaquinha. Aquilo me desmontou. Todo ódio desapareceu milagrosamente de dentro de mim. Agarrei Mariana num abraço forte e chorei feito um menino.