JP sentia muito ciúme do namorado, aumentando sua ansiedade e insegurança.
Já o outro, continuava atencioso e amoroso e sempre demonstrava carinho e afeto. Davi não percebia o ciúme de JP e vivia o lado bom, sempre imaginava as coisas boas que iam fazer juntos e equilibrava e relação, que não estavam tendo atritos.
Em uma quarta feira, Davi tinha um aniversário para ir. João pediu muito que ele não fosse, pois estava cheio de tesão e queria estar com ele para janrtar e passar a noite. O jovem disse que iria a turma toda e que também seria uma confraternização, já que estavam no final do curso. Contrariado, João concordou, mas não quis saber onde era a festa, pois estava chateado e também quis segurar a tentação de aparecer de surpresa. Apesar de querer deixar o namorado à vontade, ficou pensando se alguém poderia dar em cima de Davi, que era tão belo e atraente. João ficou inquieto com a saída do jovem.
A festa foi em um bar na Lapa, não ia acabar tão tarde e depois Davi iria para sua casa. Agitado, João Paulo resolveu procurar Lucas, para conversar um pouco, se distrair, já que não queria ficar em casa sozinho.
A casa de Lucas ficava em Santa Teresa. JP chegou e conversaram sobre várias coisas. Lucas contou que apesar de suas aventuras, tinha muita vontade de ter um namorado e disse que João era um privilegiado por ter Davi ao seu lado.
A conversa já estava ficando sem assunto e João resolveu ir embora. Ao entrar no carro decidiu dar uma volta pela Lapa para ver o movimento. Dirigir era uma coisa que diminuía sua ansiedade. Rodou pelas ruas principais para retornar e ir para casa entrou em uma rua pequena e escura. Viu na calçada um rapaz magro de calça jeans, camiseta, moreno com barba por fazer e cabelos pretos curtos andando. O tesão latente e a ansiedade fizeram daquele momento a hora certa para uma aventura. Entrou em outra rua e retornou, dando a volta no quarteirão para passar de novo pelo homem. Ao se olharem, o homem apertou o pau, era a dica, era sinal de que ia rolar alguma coisa. João parou o carro logo em seguida.
- Fala rapaz, tudo bem, perdido na Lapa? - perguntou o homem.
- Estava até agora. E você? A fim de uma brincadeira? A rua está deserta, o carro é confortável... - disse João.
- Dentro do carro? Me amarro em uma putaria assim, cara! - disse o homem entrando pela porta do carona. João saiu com o veículo e estacionou um pouco mais adiante. Estava tudo deserto, afinal era dia de semana e já estava meio tarde.
João sentiu a mão do homem em seu pau e abriu a calça, deixando livre seu mastro duro. Ambos estavam com sede de prazer e gozo. João sentiu a boca quente do rapaz em seu pau, recebendo um oral gostoso e guloso e relaxou, curtiu a língua esperta do desconhecido. Sem carinhos e nomes, só o prazer instantâneo. Enquanto chupava, o carona colocou seu membro para fora da calça e João passou a masturbá-lo.
No bar, Davi se despedia dos amigos. A festa já estava terminando e era hora de ir para casa. Foi em direção ao ponto de ônibus, que não era muito longe dali. Andou na rua e entrou em outra rua, menor, para pegar a rua principal, o ponto era na avenida Mem de Sá. como estava deserto e já era tarde, o jovem caminhava um pouco mais rápido.
No automóvel de João, os rapazes já estavam no momento de chegarem ao orgasmo, estavam muito animados. O desconhecido engoliu o membro de JP a ponto da glande chegar na garganta, deixando-o de tesão e mais perto de gozar.
- Você é muito puto, cara, vou encher sua boca, que mamada boa, você sabe cuidar bem de um cacete! Porra, vou gozar e inundar sua boca com minha porra e você vai beber tudo! - gemeu JP. O rapaz estava suado e vermelho, e sentiu que o pau já estava latejando e chegando perto de jorrar todo o esperma. João ejaculou forte, se contorceu até relaxar no banco do carro.
Davi descia a rua e reconheceu o carro de João estacionado pela placa. Imaginou que ele tinha feito uma surpresa em ter ido à Lapa para pegá-lo e já ia ligar para saber onde ele estava. Realmente era uma surpresa, só que a mais inesperada, para os dois.
No banco do carona, o homem estava com a boca cheia de esperma e não engoliu como João mandou. Abriu a porta do carro e cuspiu bem na hora em que Davi passou, quase acertando o pé do jovem. Davi parou, um pouco atordoado e ouviu João Paulo gritar com o cara:
- Amigo, tu tá maluco, porra? Você cuspiu? Desperdiçou uma gozada farta que todos caras do seu tipo fazem questão de receber? E se suja meu carro, seu merda? Você não tem noção mesmo! Vai embora, some, caralho. Nem parece que gosta de macho! - esbravejou João.
O homem, assustado com a reação de João, colocou o pau para dentro, fechou ziper e o botão da calça e saiu quase correndo, envergonhado por quase ter sujado os pés do rapaz que passava e com enraivecido pelo jeito de como João o tratou.
Davi ficou estático, chocado com o que tinha presenciado: esperma quase nos seus pés, o carro aberto e seu namorado dentro com o pau fora da calça. João se desesperou ao ver seu namorado.
- Meu amor, entra no carro, vamos sair daqui, está arriscado. - disse, fechando a calça.
Meu amor? Arriscado? Acabou de sair um homem estranho do seu carro a uma hora dessa, em uma rua escura da Lapa e você diz que é arriscado? Você quer que eu entre no seu carro, João? Não preciso, eu já estou sentindo o cheiro do que aconteceu aí dentro, deve ter sido bom, o cheiro de sexo está bem evidente!
- Foi só uma mamada rápida, para com isso, entra logo!
- Só uma mamada? E o jeito que você tratou o cara! Como fala assim por ele ter cuspido sua porra? Não é você, não parece você! E o pior, você tem a mim, realizo tudo que você pede e gosta e recebo isso em troca? Quem é você, João, o que é você? - Davi não conseguia se contar e falava chorando, estava se sentindo enganado e não sabia o que fazer. João estava sem ação, só pensava em sair daquela rua.
- Vamos para casa conversar com calma, por favor!
- VOCÊ ESTÁ COM CHEIRO DE OUTRO, SEU PAU ESTÁ MELADO! Tem saliva dele em você e ambos estavam com as calças abertas, então você também estava chupando, não foi só uma mamada! - disse Davi, entre soluços.
- Não! Eu só peguei no pau dele, foi nada demais!
- Só? Para você, tudo sempre é pouco, não é? Só uma mamada, só peguei! Tudo bobagem! É muita coragem e falta de consideração o que você fez! O que estou fazendo aqui ainda depois de ter presenciado isso tudo? - falou Davi, se dirigindo para o ponto, precisava chegar em casa. Ao chegar na avenida, um ônibus estava parado no ponto e ele entrou. João foi em direção a casa do rapaz.
Quando Davi subiu sua rua, viu o carro parado e seguiu. João saiu e foi atrás.
- Vamos conversar, por favor! Calma, eu errei, mas precisamos conversar, tem muita coisa envolvida, eu amo muito você, eu imploro. - disse João. Nisso passou um rapaz e falou que era para eles saírem dali, pois não podia ter confusão e que já tinha gente de olho. Davi nada falou e seguiu para casa. João entrou no carro e saiu, chorando.
No dia seguinte, João Paulo ligou para Davi o mais cedo que pode. Não tinha dormido, estava virado, o máximo que conseguiu fazer foi tomar um banho. Rolou na cama, foi para o terraço, andou pela cobertura. Bebeu várias doses de whisky, mas não conseguiu se acalmar nem diminuir a ansiedade. Davi também não tinha dormido. Estava arrasado, chorou a noite toda, sentiu-se usado, traído e inferior. Tinha se dedicado tanto a um homem, tinha resolvido ceder e facilitar tudo para viverem melhor e presenciou uma cena deplorável. Não conseguia entender aquilo.
João ligou para ele e pediu que se encontrassem no apartamento de Copacabana. Sem responder, Davi desligou.
Quando Davi chegou, João foi abraçá-lo e ele se afastou.
- Eu reconheço, você não é homem para mim, você é maravilhoso, eu não te mereço. Por mais que ame você, não podemos dar certo. Você foi a única pessoa que mexeu com tudo dentro de mim, mas, nunca vai entender… você me transformou, me fez conhecer o amor, e mesmo assim eu faço você sofrer, não posso… - disse João, em lágrimas.
- Você é que não é homem para mim, João! Nem para ninguém! Até porque você não é um homem, você é um moleque, um covarde… disse Davi, já chorando.
- Não sou mesmo homem para você, mas eu te amo! Amo como nunca amei! Tive os caras mais bonitos, famosos, mas nenhum tão especial quanto você, que é lindo por dentro e por fora. Você sabe disso, o quanto eu te amo, cara!
- Eu sei que você me ama, João, por isso que estou com você, por isso que superei todas as diferenças e medos! Você também me fez conhecer o amor, mas não é assim que eu quero, eu te amo, mas não aguento mais! É muito ciúme, é muita ansiedade, é muita demanda… e agora isso! Se põe no meu lugar! Imagina se fosse o contrário! - disse Davi.
- Não tenho como, se fosse o contrário… jamais aconteceria… você nunca faria isso… me perdoa, me dá uma chance. Eu quero você, preciso ter sua presença na minha vida, como meu amor, meu namorado…
- O que é perdão para você, João? Explica, o que é perdoar? É esquecer? É justificar? É o quê?
- É entender, é dar uma chance… por favor…
- Perdão é abstrato demais, as pessoas pedem perdão sem saber o que significa, na verdade querem se livrar da culpa e as pessoas que perdoam nem sabem porque perdoam! Você acha que pode ter tudo né, aliás, você sempre consegue! Seus desejos, suas conquistas!
- Davi, você está certo, eu sempre consegui tudo o que eu quis, só que na maioria das vezes eu quis as coisas erradas e também as pessoas erradas, então eu acabava conseguindo sim, mas as pessoas erradas. Você é a única escolha certa que eu fiz, e não fui eu, foi meu coração, meu sentimento. Eu não desejei você somente. Desde a primeira vez que te vi, eu senti que você era o cara, que você era a pessoa certa, eu juro… não foi tesão e desejo, senti amor desde primeiro instante, pergunta para o Lucas, ele sabe o quanto você é importante… estou arrependido, você não deveria voltar para mim nem me perdoar, mas, vai, me perdoa, me dá uma chance, eu vou mudar. - disse João chorando, enquanto Davi também chorava, sem saber o que fazer. Tudo era novidade para os dois, nunca tinham amado tanto nem sofrido tanto por amor.
Como vai ficar agora?