Um show para a professorinha

Um conto erótico de Cassia
Categoria: Gay
Contém 2400 palavras
Data: 24/03/2024 18:11:05

A sala dos professores fervilhava com a agitação habitual do fim do dia. Professores corrigiam provas, outros conversavam animadamente, e eu tentava em vão me concentrar na pilha de trabalhos que me esperava. O cheiro de giz de cera e livros velhos pairava no ar, impregnando minhas roupas. A luz fraca da tarde lançava longas sombras sobre as mesas e armários

As últimas semanas foram turbulentas para mim. O término com Gabi ainda pesava, deixando um vazio e uma sensação de incerteza. Julia também vivia um momento delicado, separada da esposa. A dor da perda era visível em seus olhos. De repente, ela, professora de literatura, irrompeu pela porta, um sorriso radiante iluminando seu rosto. Sentados lado a lado, dividíamos um silêncio cúmplice, ambos perdidos em pensamentos. As últimas semanas haviam sido difíceis para nós dois. Gabi, minha namorada de longa data, havia terminado comigo, e Julia se separara recentemente da esposa. As feridas ainda estavam frescas, a dor ainda latejava em nossos corações.

"Cássio, acho que ambos merecemos uma noite fora, algo para levantar o nosso astral!", ela exclamou, sua voz suave carregando um tom de urgência. Desde que Gabi me deixou, meu mundo se tornou um turbilhão de tristeza e solidão. As noites eram as piores, longas e vazias. Julia, minha amiga de longa data, parecia entender meu sofrimento. Foi então que ela propôs a tal noite fora, algo completamente diferente, algo que nos faria esquecer – pelo menos por algumas horas – dos nossos problemas.

Seus olhos castanhos, cheios de uma empatia compreensiva, me fitaram com atenção. Era verdade. Precisávamos de uma distração, de um escape da rotina que nos consumia, um bálsamo para as nossas almas feridas.

Ela estava certa. As últimas vezes tinham sido difíceis para mim, especialmente depois do término com Gabi. E ela sabia... Ela também tinha se separado recentemente da esposa. "Que tal fazermos algo completamente fora da nossa rotina? Algo que nos faça esquecer, pelo menos por um tempo, dos nossos problemas?"

Perguntei o que ela tinha em mente, e a resposta foi intrigante. Julia se inclinou na minha direção, seus olhos fixos nos meus. "Um toque que nos desafie, que nos liberte das nossas inibições, que nos faça sentir vivos novamente", ela sussurrou, sua voz carregada de um desejo ardente. Eu não entendi a audácia daquilo, mas ela disse que me contaria no dia seguinte.

A campainha tocou e meu coração deu um salto. Era Julia, com um sorriso misterioso no rosto. Ela segurava uma caixa embrulhada em papel dourado, um laço vermelho adornando-a.

"Pronto para a aventura?", ela perguntou, seus olhos brilhando de expectativa.

Eu assenti, curioso e um pouco apreensivo. O que diabos ela tinha planejado? Ela disse: "Cássio, não quero ouvir nenhuma reclamação." Com um sorriso nervoso, abri a caixa. O que meus olhos viram me deixou sem palavras. Um espartilho preto de renda, adornado com detalhes dourados, e um vestido modelador vermelho, sensual e provocante, estavam cuidadosamente dobrados dentro da caixa.

Eu ri; não é algo que eu usaria. Respirei fundo, meus olhos fixos no espartilho. Uma parte de mim queria recusar, sair correndo daquele apartamento e nunca mais olhar para trás. Quando eu era criança, lembro das piadinhas cruéis na escola me chamando de bicha. Naquela época, eu não entendia o que significava ser diferente. Só sabia que era motivo de chacota, o alvo frequente de bullying e humilhação.

Soltei uma risada nervosa. "Isso não é... isso não é pra mim, né?", gaguejei.

Ela permaneceu séria, olhando para mim. Olhei para Julia sem jeito. Eu não sabia o que dizer. Seus olhos fixos nos meus, transmitindo uma determinação inabalável. "Vista e experimente esses sapatos", ela ordenou, sua voz suave, mas firme. Eram saltos altos vermelhos, brilhantes e ousados. Eu me senti ridículo só de pensar em usá-los.

"Julia, isso é loucura!", protestei. "Eu não vou me vestir desse jeito!" , meu coração batendo acelerado. A situação era ridícula, surreal, e meu instinto masculino resistia. Mas havia algo nos olhos de Julia, uma chama de desejo e desafio, que me intrigava.

Era ridículo. Eu, um homem cisgênero, vestindo um vestido? A ideia me parecia absurda, engraçada, até mesmo humilhante. Mas havia algo nos olhos de Julia, uma determinação inabalável, que me fez hesitar. Nunca imaginei que meu primeiro encontro após o divórcio seria com um espartilho. Mas quando Julia o tirou da bolsa, com um sorriso enigmático, não pude deixar de rir. Era ridículo, sim, mas também incrivelmente excitante. Respirando fundo, peguei o vestido e o espartilho, meus dedos trêmulos ao tocar o tecido macio. A textura acetinada do espartilho contra a minha pele era estranha, mas não desagradável.

Horas depois, eu estaria no teatro com meu corpo depilado espremido em um vestido vermelho, equilibrando-me nas panturrilhas e tornozelos para me manter estável. Entrando no banho quente, depois na frieza do gel na minha pele... O contato com a lâmina, estranho, mas suave. E então minha pele começa a ficar lisa, refrescante... E até mesmo formigando, extremamente sensível. Ela cortou meu cabelo, sugerindo que fosse um pouco mais comprido por cima para suavizar o visual ousado que estava planejando. Cuidadosamente, Julia começou e manteve as laterais e a parte de trás bem curtas, criando uma transição suave para a parte superior, deixando-o alguns centímetros comprido. Afinal, era tudo para usar um vestidinho. Cada passo me lembrava disso. Saí do banho, soltei tudo o que precisava no vaso sanitário, e então ela me pediu para jogar água fria para fechar os poros e me deu uma toalha seca para colocar sobre a pele... Depois veio o creme hidratante com aloe vera. Tudo era estranho e definitivamente inédito no meu corpo. Mas ainda não era hora de se vestir. Eu estava de roupão enquanto ela trabalhava no meu rosto...

Para complementar o novo corte, ela iniciou o processo de tintura. Ela disse que seria só um pouco, enquanto eu entrava em pânico com a velocidade com que as coisas estavam acontecendo. Meu cabelo estava completamente coberto por um creme prometendo mudar de cor e, à medida que fazia efeito, ela falava sobre suas expectativas. "Vamos arrasar." Eu não queria arrasar. E especialmente não com um tom vibrante de vermelho no cabelo. Enquanto aplicava a tinta, Julia garantiu que cada mecha de cabelo fosse cuidadosamente coberta.

Minhas mãos e pés, imersos na água morna que me relaxava, foram secados e as unhas começaram a ser trabalhadas. Ela começou a limar e, ao fazer isso, a pele ficou irreconhecívelmente lisa e macia. Os movimentos suaves de massagem também eram agradáveis; Eu nem pensei no que estava acontecendo... Conforme Julia aplicava o esmalte magenta, minha expectativa só aumentava. Então ela aplicou uma nova camada brilhante e deixou secar. Agora minhas sobrancelhas estavam sendo modeladas em um formato mais arqueado à medida que recebiam pinçadas.

Franzi a testa, começando a dizer que não estava nem um pouco animada com esse "experimento" - agora precisava me aprofundar na minha personalidade feminina, mais do que nunca. Eu era um homem! Mas, ao mesmo tempo, não pude negar. Meu cabelo não podia simplesmente ficar escondido sem ser cortado. Meus lábios esatavam femininos. Minhas sobrancelhas estavam femininas. Na verdade, só havia um pedaço de mim que ainda permanecia menino. Essa foi uma percepção devastadora.

Ao chegarmos, enquanto a observava caminhar pelo corredor, a ideia de mim mesma, balançando pelo corredor com uma saia justa e salto agulha semelhante ao dela, era surreal. Eu balancei a cabeça para me livrar da imagem e mudei de assunto... Balancei a cabeça rapidamente, tentando dissipar a imagem e mudei de conversa. "Qual é o plano, Julia?" Perguntei, esperando me distrair.

"Isso vai te ajudar a passar por mulher", respondeu Julia, uma afirmação que me trouxe conforto e desconforto. Passar por mulher era crucial, da forma como eu estava, mas a ideia de me distanciar ainda mais do meu eu masculino normal me incomodava. Ainda assim, olhei para o espelho e me vi diferente. A figura masculina que sempre conheci se transformava em algo novo, algo que eu não sabia definir. Passado um tempo, Julia observava em silêncio, um sorriso de aprovação em seus lábios. "Você está linda", ela disse, sua voz carregada de admiração. "Agora, vamos nos divertir."

Eu não conseguia acreditar. Eu, Cássio, um homem de 32 anos, professor de matemática, estava vestido com roupas femininas. Era surreal. Julia era diferente de qualquer pessoa que eu já tinha conhecido. Era extrovertida, confiante e segura de si mesma. Eu, por outro lado, era tímido, introvertido e inseguro. Nos aproximamos rapidamente. Conversávamos por horas na sala dos professores, e eu me sentia cada vez mais atraído por ela. Mas eu tinha medo. Medo de ser rejeitado, medo de ser ridicularizado. Achei que ia transar com ela naquele dia, mas agora estava eu em um vestidinho chamando a atenção de outros homens.

Chegamos quase na hora do show. Entramos no salão, e com a plateia lotada, procuramos nossos lugares. Rostos se viraram instantaneamente para ver quem entrava, entediados e sem pressa. Aqueles olhares eram completamente diferentes de tudo o que eu recebi até hoje. Me senti totalmente vulnerável. O coração disparado... Ao me sentar, cruzei as pernas instintivamente e alisei a saia antes de me sentar, mantendo os pés juntos diretamente abaixo de mim... O que ela pensaria de mim agora? Era humilhante... Então, me acomodei no assento, cruzando delicadamente as pernas na altura do joelho. Repousando as mãos no colo, tirei casualmente um dos sapatos, deixando-o pendurado nos dedos dos pés.

Na plateia do teatro, experimentei uma mistura de excitação e profundo desconforto, como se estivesse envolto por um frio intenso. Sentado ali, ouvia o murmúrio constante dos espectadores, distante, mas insistente. Os pequenos detalhes do ambiente assumiam proporções de horror: a poeira acumulada nos assentos, a descoberta repentina de uma aranha por perto, a repulsa ao interagir com objetos simples, como um copo d'água. A visão de uma mancha na cortina, sem vida, provocava uma sensação de desespero, misturada com excitação nervosa, alimentada pela antecipação da próxima apresentação. Enquanto permanecia sentado, estava cercado por uma atmosfera silenciosa e lenta, onde até os ruídos mais insignificantes causavam pânico. O brilho das luzes do palco projetava sombras estranhas na plateia, criando uma atmosfera de desconforto em meio ao calor da apresentação. Nesse ambiente sufocante, lutei contra a fadiga e a inquietação, enquanto minha fé na qualidade da música era testada. De repente, uma mão roçou a barra da minha saia. Eu me encolhi, esperando um comentário, uma piada, mas em vez disso, um sussurro suave me fez cócegas na orelha: "Está tudo bem."

A voz pertencia ao homem sentado ao meu lado, seu olhar fixo no palco. Sua mão permaneceu no meu joelho. Não respondi, mas minha mão se colocou sobre a dele, buscando um consolo silencioso no toque inesperado.

Olhei para o meu pé trêmulo e o sapato pendurado na ponta dos dedos, percebendo o que estava fazendo. Isso realmente se tornou um reflexo nervoso para mim? Aparentemente sim. Eu me senti bastante envergonhado e parei o pé, mantendo-o imóvel. Então, comecei a balançar a perna lentamente. Conforme ela se movia, deixei meu sapato deslizar suavemente do salto, de modo que a sandálida com tira no calcanhar corresse. Balancei o pé da esquerda para a direita repetidamente, fazendo o sapato dançar na ponta dos dedos. Minha amiga olhou e riu. Eu não entendi na hora.

Mas em breve compreenderia. Não conseguia prestar atenção à peça... E o desconhecido que me dava a mão se levantou e me conduziu para fora do auditório... Não trocámos uma palavra. Apenas o segui até o banheiro de cadeirantes, me equilibrando precariamente sobre os calcanhares, me inclinando e me expondo enquanto olhava para trás. O meu vestido estava à volta da cintura quando eu rebolava sem parar ao toque sua língua. Eu não esperava por aquilo, empinava tudo o que eu podia e piscava meu cuzinho na lingua dele. Acabei com as pernas bambas, gozando com linguada no rabo, enterrando a bunda na cara dele. "Continua!" eu implorava quando os seus dedos já não eram suficientes para mim. Foi então que ele colocou na entrada e me disse para rebolar. Eu sabia que ia doer quando ele começasse, mas agora era a sério. Mesmo assim, respirei lentamente, enquanto gemia com a certeza de que aquela pica gigante me ia partir. Sem querer eu ia para frente, enfiando minha cara no espelho. Ele perguntou se eu queria parar. Eu disse que não e pedi-lhe que me lubrificasse mais. Começava a sentir o calor no meu reto, com os seus dedos a me massageando por dentro, quando voltei a olhar para trás e pedi que colocasse tudo.

Pouco a pouco, centímetro a centímetro, os nossos corpos se juntaram. De repente, me vi refletido no espelho. Tudo o que via era o meu corpo, coberto por um vestido até à cintura, ajustado ao corpo que me deixou sem fôlego desde o primeiro olhar. Via o reflexo do meu rosto. Fiquei encantada, acho que agora finalmente me aceitando no feminino, ao olhar por cima dos ombros e ver um pedaço do seu pau reaparecer a cada estocada que eu recebia com um gemido abafado. Afastei o cabelo do rosto e vi meus lábios vermelhos sorrindo entreabertos, embora os meus olhos sofressem. Os mesmos lábios que mordi de leve, depois de uma bofetada que me fez olhar para trás e ver a sua boca, sem som, pronunciar "gostosa". Acabei por gozar novamente, ao sentir o meu cuzinho contrair e piscar loucamente a cada jorro de esperma que espalhava no chão.

Aumentei os gemidos e empurrava para trás, enquanto pedia que gozasse na minha boca e a frequência das minhas reboladas se intensificava. Quando os seus urros se tornaram incontroláveis, não houve tempo para pôr na minha boca. Mal conseguimos tirar o preservativo e ele jorrou uma vez contra a minha bochecha antes de eu conseguir absorver o resto. As suas mãos puxaram o meu cabelo contra as suas coxas e eu tentei não me engasgar. Consegui engolir. Limpei o resto da baba com a minha língua. Tentei beijá-lo, mas ele desviou o rosto. Não me importei. Fiquei em silêncio sentindo um pouco mais de seu corpo, sem conseguir desviar o meu olhar do reflexo no espelho. Só voltamos pouco antes do fim da peça.

Quando voltei, a Julia sussurrou: "Você precisa retocar a maquiagem". Não respondi. As mãos dele continuavam pousadas nas minhas coxas.

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Comentários

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Cedeu bem fácil para alguém que "não queria"...

Parabéns pelo conto muito bem escrito.

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