EREÇÃO LUNAR

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Homossexual
Contém 747 palavras
Data: 26/03/2024 21:48:57
Assuntos: Gay, Homossexual

Lua amarela, redonda, inteira no alto, esparzindo gotas de tesão, deixa-me aceso e ansioso, na minha solteirice. Nessas noites, na falta de uma companhia com quem repartir desejos, melhor gastar energia batendo perna por aí, e concluir batendo uma bela punheta em sua homenagem.

Escolhi um shopping aleatoriamente e me pus a curtir a minha solidão, meu olhar se perdendo em coxas que passavam, exibindo-se até a dobra da bunda; generosos decotes, a expor boa parte de seios pequenos e rígidos; falos que se desenhavam atrevidos em calças ou bermudas justas.

Uma parada num simpático e sofisticado boteco – boteco de shopping –, duas ou três doses, algo mastigável para acompanhar, depois a constatação, na hora do caixa, que com aquele valor eu tomaria uma meiota de cana e um prato do mais apetitoso tira-gosto em algum barzinho da cidade. Mas, para passar o tempo, estava valendo. O diabo é que meu corpo não sossegava, cada vez mais sensível.

Continuei a caminhada pelas avenidas multicoloridas e feéricas das lojas, colhendo aqui e ali algum produto que me chamava atenção – não mais que um minuto ou dois. Como não conhecia bem aquele centro de compras, resolvi subir aos andares superiores, estes já quase desertos de final de jornada.

A enorme vidraça que dava para a rua, mostrava-me a lua, responsável por aquele meu estado de sensibilidade; estava brilhante, prateada, inteira. Decidi: no primeiro banheiro que encontrar, descarrego toda esta energia contida.

Era também todo silêncio o sanitário que encontrei. Encostei no mictório, e, ao baixar o zíper, a rola libertou-se rígida, como a saltar para a liberdade. Pus-me a acariciá-la, para sentir cada laivo de prazer emanado da minha fabriquinha de gozo.

Estava eu em plena atividade, quando um barulho característico de alguém entrando. Puta que pariu! Que droga! Amaldiçoei até a quinta geração daquele intruso de uma figa. Nada a fazer, concentrei-me para acalmar meu guerreiro, e, logo que consegui, guardei-o.

Um delicioso perfume incensava o ambiente. Um belo rapaz, de seus vinte anos, cabelo nitidamente úmido de um recente banho, punha sobre sua pele leves pitadas do cheiroso líquido. Novamente mexe-se meu pau, como se também estivesse inebriado pelo afrodisíaco olor que emanava daquele garoto.

Fazendo grande esforço para vencer minha timidez, e tomando todo o cuidado para não ser tomado como um assediador, dirigi-me ao lavabo e, ao passar por trás do rapaz, comentei:

– Hummm... Que perfume agradável!...

Vi pelo espelho seu sorriso meio sem graça, ao agradecer o elogio:

– Obrigado. Você gostou mesmo? Acabei de comprar. Estou experimentando agora.

– Muito gostoso! – maliciei: o perfume também.

Novo sorriso, este mais aberto. Parece que tomou coragem:

– Você pode cheirar minha pele, para me dizer se não é muito forte.

Forte era, com certeza. Eu nem precisava cheirar seu corpo para saber disso, mas claro que eu não deixaria passar uma cantada daquela. Aproximei-me por trás, encostei minha rigidez em suas nádegas para que ele sentisse como eu estava, e cheirei demoradamente embaixo de sua orelha.

– Nossa, me arrepiou todo... olha só! E me mostrava o braço com todos os pelinhos em pé.

– Nossa, um cheirinho de nada provocou isso tudo? – fresquei, no mesmo tom de sua fala. Então quero experimentar também.

Ele posicionou-se como eu havia feito, e sua rola mostrou-se dura à minha bunda. Seu cheiro no meu pescoço, os seus braços cruzados sobre meu peito, eu sentindo todo o seu corpo amalgamado ao meu, minha pica só faltou rasgar a calça.

Comentários bobos e aleatórios sobre perfumes, cheiros, arrepios. Apresentei-me, estendendo-lhe a mão:

– Sou Cláudio.

Ele correspondeu ao cumprimento, aninhou minha mão na maciez da sua, e sorriu:

– Carlos.

Puxei sua mão suavemente, transformando o cumprimento num abraço, em que nossas rolas rígidas se tocaram. Guardados nos braços um do outro, afastei um pouco o rosto e colhi seus lábios. Ele correspondeu, e nossas línguas se encontraram num louco frenesi, enquanto nossas mãos vadiavam com ansiedade pelos corpos.

Depois que nossas bocas se deixaram, nossas mãos se soltaram, e somente dois ou três selinhos coroavam os dois sorrisos, afastei-me dele, no exato momento em que o faxineiro adentrava no banheiro, com os apetrechos de limpeza nas mãos. Olhou-nos meio desconfiado, mas nada falou.

– Foi um prazer Carlos! Até mais...

O coração disparado, a rola dura e com o sorriso mais pateta do universo estampado na cara, venci o corredor que se abria a minha frente. Ao passar pela enorme vidraça, a lua tinha alguns fiapos de nuvens a sua frente, como a disfarçar também sua ereção.

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Comentários

Foto de perfil de Tito JC

Perfeito! Poético e elegantemente escrito. Um exemplo de como se dizer muito, com poucas palavras. Parabéns!

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Tá ótimo.

Vai ter continuação? Na minha opinião precisa ter.

fredcomedorr2022@gmail.com

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