CONSULTÓRIO DA DRA. THAIS.
— A Amanda é muito importante para mim. Ela investiu em mim quando acreditei estar perdido. Assim como as outras, ela me conheceu pelos textos, mas nunca tive ninguém que realmente gostasse de mim antes dela.
A terapeuta volta a fazer suas anotações.
— Mais um motivo para reconsiderar essa fantasia e até onde ela deve ser carregada para a realidade. Isso passa por uma conversa franca entre vocês.
Roberto assente com um gesto de sua cabeça. Thais continua a fazer anotações. Sentia-se bem sucedida ao perceber conseguir provocar reflexões em seu paciente.
— Disse que Amanda foi a primeira a gostar realmente de você. Pode me falar mais sobre isso?
O paciente encheu o pulmão de ar, como se quisesse parar o tempo ali. Sua inspiração não era infinita e ele expulsou o ar dos pulmões desabafando coisas que não se sentia à vontade para falar.
— Eu sempre fui longe de ser um homem interessante. Antes de Amanda, não era alvo do interesse de ninguém, apenas de deboche.
— Deboche? — Thais fazia anotações rápidas.
— Sim, deboche. Das coisas que você falou antes, não sou bonito, não me visto bem, não sou inteligente e muito menos sei me expressar bem. Não sabia me aproximar de ninguém ser gerar risos.
A terapeuta faz mais uma série de anotações, mais demoradas do que as anteriores, angustiado Roberto.
— Fica preocupado sempre que escrevo?
— Não sei o que está escrevendo. Parece que sempre que o faz, escreve algo ruim de mim.
— Você tem medo de ser julgado?
Roberto não responde, mas a resposta fica estampada em seu silêncio.
— Todos julgamos e somos julgados. Você mesmo me julga como alguém que só pensa o pior de você. Aliás, parece julgar todas as mulheres assim.
— É minha vivência com elas. Normalmente me jogam para baixo.
— Será mesmo? Muitas mulheres têm senso de humor mais aflorado. Outras convivem com julgamentos machistas o tempo todo e podem descontar isso em outros homens quando estes permitem isso. Nem sempre é sobre você.
ROBERTO
Após semanas amargurado com falta de trabalho, as coisas começaram a mudar para Roberto. Havia aparecido um freela, onde ajudaria a recuperar o computador de uma estudante. Por coincidência ela era uma de suas leitoras e tinha um potencial interessante para a escrita. Sua timidez ainda era manifesta na escrita e precisava de auxílio para se soltar. Com ajuda de Amanda, Roberto conseguiu quebrar as amarras de Suzana, que podia, então, se desenvolver como escritora e se tornar mais um membro do harém de Roberto.
A maré de sorte continuou e Roberto foi chamado para trabalhar numa empresa de advocacia. O escritório grande, cheio de funcionários e máquinas precisava atualizar seus sistemas. Seria um trabalho longo. Parte das tarefas envolvia interromper o trabalho dos funcionários por alguns minutos, sendo esta a parte desconfortável.
A timidez habitual transformava o ato simples de pedir licença a algum trabalhador em um sofrimento pessoal. Chegava às vezes a gaguejar. Ficava feliz quando alguém liberava o lugar mesmo sem pedir e mais ainda quando encontrava um computador vazio. Foi o que aconteceu em uma sala. A porta aberta e o assento vazio eram situações irresistíveis. Tinha certeza de entrar no computador e fazer qualquer revisão antes de quem quer que ocupasse aquele lugar, voltar.
Precisava ser breve, mas a lentidão do sistema o atrasava. Ainda sozinho, aproveitou o tempo de carregamento para olhar a internet pelo seu celular. O site onde sempre postava seus contos eróticos agora recebia a colaboração de Suzana e queria ter certeza de que o texto dela subiu sem problemas. Com o sistema voltando a responder, deixou o celular sobre a mesa e voltou a trabalhar.
— Quem é você e o que está fazendo na minha mesa, no meu computador.
A frase dita em tom baixo, porém ameaçador veio da mulher que surgia na porta daquela sala. Vestia uma calça social preta com blusa e blazer brancos. Os cabelos castanhos eram lisos até um pouco além dos ombros. Os olhos pretos, pareciam fuzilar Roberto, o homem que mexia em seu computador.
— Sou do TI, fui chamado para atualizar os sistemas em todos os computadores. Já estou terminando o seu.
— Não autorizei você a usar minha máquina para fazer nada.
— Relaxa, não estou olhando nenhum arquivo pessoal seu.
— Não tem arquivos pessoais meus, tem meu trabalho que você está atrapalhando.
— O sistema precisa ser atualizado…
— Não enquanto eu estiver aqui.
Aquela era Bruna, uma das principais advogadas da firma. Não eram poucos que gozavam da própria sala e ela fazia questão de todos os privilégios conquistados pelo seu trabalho. Um prestador de serviços sentar em sua cadeira sem permissão era praticamente uma ofensa para ela e não estava gostando nem um pouco da insistência daquele homem em continuar sentado em sua cadeira. Bruna era intempestiva e dada a resistência de Roberto, pegou seu celular sobre a mesa. O texto erótico de Suzana foi a primeira coisa a aparecer na tela.
A primeira reação foi rir, deixando Roberto constrangido, mas ela foi além. Caminhou até a outra sala, onde haviam mais colegas trabalhando.
— Gente, eu estava aqui pensando. Que tipo de gente lê contos eróticos na internet?
— Não fala assim, Bruna! Tenho vários livros e são ótimos. Você deveria lê-los. — Respondeu uma advogada.
— Livros, não, querida. Sites mesmo. Livros são escritos por autores de verdade. Os que não sabem fazer isso despejam qualquer coisa na internet.
— Coisa de punheteiro — respondeu outro advogado.
— Também acho, viu? Esse pessoal não consegue trepar e escreve as fantasias que nunca realiza e produz uns textos horríveis. Um amontoado de puaria.
— Deixa de ser chata, Bruna. Qual o problema de pessoas extravasar suas fantasias na escrita. Lê quem gosta e se identifica. Não é muito diferente dessas moças que postam fotos nuas na internet por conta própria. — respondeu outro advogado. Dessa vez, bruna se calou.
Voltando a passos apressados para dentro de sua sala, volta a pressionar Roberto.
— Saia do meu computador agora ou volto lá e conto para todo mundo que você é um punheteiro leitor de putaria.
Com os olhos arregalados, ele se levantou, dando lugar a ela.
— Quando posso voltar e continuar a atualização.
— Qualquer hora que eu não estiver aqui. Não quero ver a sua cara.
— Aí é fora do meu horário de trabalho.
— Pouco me importa, agora some!
Roberto saiu constrangido, preocupado se alguém ouvira a foram como foi tratado. A princípio, ninguém parece ter ouvido. Passou o resto do dia tentando engolir humilhação enquanto fazia seu trabalho. Mesmo que levasse dias para terminar toda a atualização, Bruna dificilmente o deixaria trabalhar. Pelo menso não sem humilhá-lo mais um pouco. Começava a ter saudade de quando não tralhava, quando negociou com o chefe a oportunidade de ter a chave do escritório para voltar à noite.
Fez questão de voltar tarde o bastante para ter certeza de quem nenhum funcionário iria trabalhar ali. Com todas as luzes desligadas, andou com cuidado até chegar à sala de Bruna. Nem acendeu a luz, indo até o computador e iluminando mal aquela sala apenas com o brilho do monitor. Finalmente, pode fazer todo o processo de atualização e se permitiu ficar ali mais tempo que o necessário. O silêncio daquele escritório lhe trazia paz. Não havia a poluição sonora de tantas vozes falando ao mesmo tempo. Principalmente, ninguém gritava com ele.
Ou quase.
— Meu Deus, o que você está fazendo aqui?
Roberto quase pulou da cadeira com o susto. A voz era conhecida, mas vinha da porta da sala, onde a luz pouco chegava. A luz traseira do celular iluminou a porta. Viu Bruna, ou pelo menso apenas a sua cabeça.
— Não me mate de susto! Eu que pergunto, o que faz aqui a essa hora?
— Perguntei primeiro. Isso não é hora de trabalhar. Está espionando meu computador?
— Você falou para eu vir numa hora que não trabalhasse. Vim no horário mais tarde que pude.
— Puutamerda — sussurrou, Bruna.
Com seu trabalho já terminado, Roberto não queria mais problemas. Se levantou, anunciando que iria sair.
— Não. Você ficará aí!!
O nervosismo na fala de Bruna deixou Roberto completamente confuso. Se lembrou da forma sádica como ela quase o expôs para o resto da equipe e pensou ser algum tipo diferente de humilhação. Não era, e percebeu isso quando apontou a luz do celular para a mesa, onde viu uma calça, um blazer e uma blusa sobrados sobre ela.
Estava explicado porque Bruna expunha penas a cabeça, escondendo o resto do corpo. Um sorriso malicioso brotou no rosto de Roberto, que se sentou tranquilamente na cadeira de Bruna.
— Olha, garoto, façamos o seguinte: sairei daqui e você espera uns cinco minutos para ir embora. Tudo bem?
— Não.
— Como é? — pergunta Bruna, carregada de indignação na voz.
— Se gosta de andar pelada pelo escritório, pouco me importa. Agora sou eu que não quero ser interrompido. Se quer suas roupas, venha buscar.
— Quem disse que estou pelada, rapaz? Deixei minhas roupas aqui porque fui na academia. Não deixarei um punheteiro feito você ficar me olhando.
Roberto riu.
— Quem disse que você está pelada é esse site aqui… — Roberto gira o monitor para a porta, e nele aparece um site de fotos eróticas — e o perfil “Advogadinha puta”.
— Seu ridículo! Se ficar me acusando de ser a mulher das fotos, eu processo você!
— Você não vai fazer isso.
— Pague para ver.
Apesar de não aparecer o seu rosto nas fotos, Roberto atualizou computadores em todas as salas. Reconhecia cada cenário nas imagens e nem a sala do dono da empresa escapara. Ali ele entendeu porque Bruna fora tão dura em fazê-lo sair da sala: não queria ninguém acessando seu histórico de acessos na internet. Não era desprezo e sim, medo de ser exposta e julgada por extravasar suas fantasias. Roberto descobriu o segredo dela, mas não queria vingança.
— Não pagarei para ver porque não preciso. Nem tenho intenção de contar para qualquer um sobre esse site quanto você mesma não quer essa briga comigo.
— Até parece! Se te ponho na justiça, deixo você sem as calças.
— Quem está sem calças agora não sou eu.
Um silêncio toma conta daquela sala por alguns segundos.
— Tudo bem, o que você quer? — perguntou Bruna, começando aficar exausta por ficar naquela posição escondida atrás do vão da porta.
— Nada de mais. Apenas que assume seu desejo de se exibir, sem medo. — Roberto vira o monitor de volta para ele, escurecendo um pouco mais a distância entre ele e a porta da sala. — venha aqui e pegue suas roupas.
— Acha que vou desfilar para me olhar pelada?
— Já estou te olhando pelada na internet. Você gosta de se exibir, mas esconde o rosto para não ser julgada, entendo isso. Não julgo você, pois da mesma forma que você posta suas fotos, eu posto meus textos, como aquele que leu mais cedo.
— É você que escreve aquilo?
— Sim.
Um breve silêncio se faz mais uma vez.
— Gostei do que texto que estava no seu telefone.
— Aquele não era meu, e sim de uma amiga minha. Posso te mostrar o que escrevo, depois. Ou mesmo escrever um sobre você. Sem citar seu nome, é claro.
Os períodos de silêncio agradavam Roberto. Percebia que Bruna não era mais reativa e considerava tudo o que ele dizia.
— Posso ir aí pegar a minha roupa?
— Pode.
— Você vai me olhar?
— Tanto quanto o brilho do monitor permitir.
Sentado na cadeira de Bruna, Roberto a viu se aproximar. A pouca iluminação não permitia ver a nudez dela com detalhes. Ele, porém, fizera uma aposta consigo mesmo. Com razão. Bruna deu meia volta e se dirigiu até a porta e acendeu a luz. O corpo curvilíneo da advogada era, então, perfeitamente visível. Vestia apenas a calcinha e sutiã brancos e o sapato de salto alto.
— Não precisava aceder a luz. Por que o fez?
— Você sabe…
— Não vai pegar sua roupa?
— Não…
— Então quero ver mais.
Bruna reagia com cada vez menos receio. Caminhou até a parede daquela sala, apoiando as mãos sobre ela. O quadril foi jogado para trás, realçando a forma generosa do bumbum da advogada. Roberto se aproximou por trás, juntando seu quadril ao dela para que sua ereção presa na calça fosse sentida. Com as mãos na cintura dela, encostou em sua orelha para sussurrar.
— “Havia uma mulher tão bonita, que passava horas se admirando em frente ao espelho. Ela se incomodava com o fato de ser a única a se ver tão bela, mas também tinha medo de lidar com as consequências. Fazia intervalos no seu trabalho para se masturbar, totalmente despida, na cabine do banheiro. Enquanto esfregava o grelo, se imaginava desfilando nua e os olhares desejosos de cada colega de trabalho. Fantasiava transando com um ou outros e às vezes com vários. Com os demais, queria apenas os olhares cheio de desejo. Sua fantasia se tornou uma obsessão e começou a sair nua pelo escritório à noite, quando todos já foram. Mesmo assim, não era o bastante. Passou a se fotografar nua nas salas e postar as fotos na internet e assim colher as respostas dos homens tarados que se masturbavam por ela. Mas isso ainda não era o suficiente para ela”
Roberto deslizou a mão na calcinha de Bruna e sentiu a boceta úmida e o clitóris endurecido. Um leve passear de dedos enquanto narrava sua história arrancava gemidos da advogada.
— Continue a história. — disse Roberto.
— Melhor você.
— Eu não pedi.
Um pouco mais de pressão no grelo e Bruna gemeu mais alto. Mordeu os lábios e respirou fundo ainda de falar.
— “A mulher encontrou um cara mexendo em seu computador, com risco de ver suas fotos. Ela toma o celular dele e encontra contos eróticos. Vários deles. Ela se identifica com as personagens, mulheres, querendo extravasar seus desejos, mas não assume que gosta. Pelo contrário, ela agride o rapaz para ele não ficar cheio de si, mas faz com que ele volte à noite, na hora em que ela desfila nua pelo escritório vazio.”
Roberto chupa a orelha de Bruna e outra mão percorre por baixo do sutiã, lhe apalpando os seios. A advogada leva uma mão atrás, apalpando o volume na calça dele.
— É assim que fico, olhando você.
Bruna abriu um sorriso malicioso e se ajoelhou de frente para ele. Abriu a calça devagar, como alguém que desembrulhar um presente sem querer rasgar o papel. Segurou o pau duro de Roberto com delicadeza e o olhou por vários ângulos, valorizando aquela ereção que ela própria fez brotar. Passou a masturbá-lo, mordendo os lábios enquanto olhava para ele. Roberto gemia, mas não deixava de olhá-la de volta. Parecia ma desafio, onde ele não poderia fechar os olhos, seja qual fosse o estímulo dela. Ele perdeu no momento em que a advogada pôs o seu pau na boca.
O contato quente, macio e úmido em volta da sua rola foi demais para ele. Roberto fechou os olhos na hora, se esforçando para se manter de pé, pois a mulher à sua frente queria degustar cada centímetro do seu pau, com um vai e vem muito lento. Bruna tirava a piroca da boca e sorria, masturbando-a de novo.
— Adoro ver um pau duro por minha causa.
Bruna engoliu o membro mais uma vez e mergulhou a mão na calcinha. Os movimentos de vai e vem não tinha mais o auxílio da mão, pois Bruna se masturbava enquanto mamava Roberto. Ele podia ouvir os gemidos abafados dela, mesmo abafados pelo pau na boca, ganhando intensidade. Da mesma forma, os dedos aceleraram na calcinha. Então, a fez se levantar. Invadiu a língua dela com a boca, apertando-lhe a bunda. Se esforçou para tirar a calça e os sapatos sem deixar de beijá-la.
— Então você é a advogadinha puta?
— Sou eu mesmo. Sua advogadinha puta.
— Quer terminar esse conto comigo?
— Faço o que você quiser.
Agarrando Bruna pela bunda, Roberto a fez se pendurar em seu pescoço. O casal trocou beijos enquanto Roberto a carregava pelos corredores da empresa. Ela se entregava em beijos molhados, lascivos, segurando-o firme pela nuca. Apenas interrompeu os beijos quando viu a recepção da empresa.
— Por que não tem fotos suas aqui?
— A porta é de vidro, se alguém passar pelo corredor vai me ver.
Os dois se olharam, e nada foi dito. Roberto a carregou até próximo ao sofá e ela desceu, empurrando-o para se sentar. Bruna tirou o sutiã e virou de costas para tirar a calcinha lentamente, se exibindo. Jogou a peça em cima dele e olhou o pau duro. Subiu em cima de Roberto e se sentou, alinhando a boceta naquela rola até descer lentamente. O quadril dela se balançou enquanto os dois se beijavam. Bruna fazia o movimento completo, indo e voltando até o pau dele sair quase inteiro. Tinha a mão dele lhe apertando a bunda, onde levava um tapa. Imediatamente, o som estalado assustou Bruna, que olhou para a porta de vidro.
— Tem medo de alguém te ver?
— Assentindo com a cabeça, Bruna respondeu afirmativamente.
— Se alguém aparecer, vão ver o quanto gosto é o seu rebolado no meu pau.
Bruna olha para a porta de vidro mais uma vez e sorri maliciosa.
— Me bate mais!
Foram alguns tapas firmes desferidos na bunda de Bruna. A advogada passou a rebolar mais rápido, esfregando também o clitóris no corpo de Roberto. Ele a apartava com força pela bunda, fazendo força como se auxiliasse nos movimentos dela. A força e intensidade crescente dos dois explodiu em um orgasmo conjunto. Se beijaram no momento em que se abraçavam, apertando os corpos entre si, abafando os violentos gemidos.
Bruna perdera o medo da recepção, permanecendo ali, sentada no colo de Roberto, pelo tempo que ele quisesse.