Continuação de "A Favela - Parte 1".
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Ele respondeu em seguida com o endereço dele. Eu tentei dar uma olhada pelo Google Maps e consegui visualizar o local onde ele morava. Realmente, era dentro da comunidade, numa rua estreita, a sensação que dava era que um carro comum passaria com dificuldade por ali.
O restante da conversa foi a gente se conhecendo um pouco mais; ele tinha 19 anos, morava com a mãe e o nome dele era Jean. Foi isso que ele me informou inicialmente. Trocamos nossos números de celular e ele me chamou no WhatsApp.
Já no WhatsApp a conversa esquentou um pouquinho. Ele me pediu algumas fotos, e eu fiz questão de enviar fotos que mostrasse a ele o que ele queria: bunda. Fui retribuída com algumas fotos também. O nick dele não mentia, ele realmente era moreno, magro e era possível ver os gominhos do abdômen dele. O físico dele era daqueles carinhas que jogam futebol com os amigos constantemente. A minha surpresa foi quando recebi a foto da rola dele e novamente, o nick não mentia: era enorme e um pouquinho grossa. Chegava a ser meio discrepante com relação ao físico dele. Eu fiquei uns minutos encarando a foto, imaginando que mesmo se eu colocasse minhas duas mãos, ainda sobraria espaço ali.
Ele também adorou as fotos que eu mandei pra ele. A tecla que ele mais batia era com relação a minha bunda, disse que parecia de mulher e que só tinha visto daquele tamanho em trans. Ele começou a falar algumas putarias por áudio e a que mais me chamou a atenção foi quando ele disse:vem pra minha casa. Vou te colocar de quatro e vou esfolar seu cuzinho (...)
Tudo se aliou; o tesão que eu estava, aquela rola maravilhosa me querendo, o novinho trabalhando as palavras na minha mente, mesmo sem saber os efeitos que elas tinham sobre mim. Então, eu resolvi ir até a casa dele. Já estava praticamente pronta, mantive o mesmo baby-doll por baixo, apenas vesti uma blusa e uma calça de moletom por cima. Peguei meu celular secundário e meu documento e solicitei o Uber. Em seguida, enviei pra ele:
- Estou saindo daqui. Eu te aviso quando eu estiver próximo, me espera na frente da sua casa. – Não demorou muito para que a resposta chegasse.
- ta bom
vo toma um banho aq
Demorou pra achar um motorista, o motivo era provavelmente a localização para onde eu estava indo. Enquanto eu aguardava, fiquei pensando nos perigos que eu estava correndo: indo em uma comunidade que eu não estava habituada, encontrar um cara desconhecido... eram inúmeras as possibilidades de isso realmente "dar ruim".
O meu lado racional era confrontado pelo meu lado ninfeta: não é como se eu nunca tivesse adentrado no meio de uma favela, pelo contrário, eu sempre fui uma pessoa com o círculo social extenso, então eu tinha amigos e conhecidos em todos os lugares, de todas as classes sociais. Então sim, eu já tinha andado em favelas, na casa de amigos ou alguma situação de comemoração (churrasco, festa de aniversário, etc.). Fiquei nesse impasse por um certo tempo, mas para o meu azar (ou sorte), o meu lado ninfeta estava persuasiva ao extremo, me fazendo lembrar das fotos que eu havia recebido e me fazendo imaginar como seria incrível ser a putinha daquele novinho naquela noite.
Mantive minha decisão e depois de alguns minutos, finalmente um motorista aceitou minha corrida. Saí de casa, recepcionei o motorista e entrei no carro. Após os cumprimentos, o motorista disse:
- O Senhor tem certeza esse endereço está certo? É aqui mesmo onde o Senhor vai?
- Sim, é esse mesmo. É a casa de um amigo meu. – Respondi, mentindo. Fingi não notar o olhar questionador que o motorista me lançou pelo retrovisor. Eu olhei pro console do carro e vi as horas, não tinha notado, mas já eram pouco mais das 22h. Com alguns ajustes no celular preso ao console, o motorista deu início a corrida.
O silêncio foi quebrado pelo motorista:
- Nenhum motorista costuma aceitar corrida pra onde você tá indo. Eu só aceitei porque sou da região, conheço bem por ali.
- Mas o que tem lá? É tão ruim assim? - Respondi, deixando visível e quase palpável minha curiosidade e falta de informação sobre onde eu estava indo.
A minha pergunta foi tão espontânea que não percebi que eu mesma estava me contradizendo. Se era meu amigo, e era a casa dele, como eu nunca tinha ido lá? Como eu não sabia como era o local?
Ele respondeu, sem se importar ou sem se dar conta da minha história torta:
- Não é que é ruim. Pra quem vive lá, é normal. Não chega a ser perigoso, só evita ficar reparando demais, olhando para os lados e você vai ficar bem.
Eu não tinha como saber se ele estava sendo sincero ou se estava dizendo aquilo apenas para me tranquilizar. Fiquei em silêncio, com o olhar fixo para o lado de fora, mas sem prestar atenção no que acontecia, só tentava não pensar muito. Senti meu coração acelerar, tendo certeza que o motivo era o meu senso de autopreservação me exclamando e questionando “QUE MERDA VOCÊ TÁ FAZENDO?”.
Depois de uns cinco minutos, o silêncio voltou a ser quebrado novamente pelo motorista:
- Já estamos chegando.
Dei uma olhada rápida no celular do motorista, pra ver onde estava a bandeirinha que indicava o destino no mapa. Vi que realmente estava próximo. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Jean.
- Estou chegando. Me espera na frente da sua casa, eu não sei onde ela é.
Eu olhei pela janela e comecei a reparar no lugar. Ruas estreitas, casa sobre casa, em alguns lugares, a proximidade entre uma casa e outra formava uma espécie de viela, onde tinha um portão fechado. Não tinha muita gente na rua, pra minha surpresa. Era possível notar alguns pequenos comércios abertos, adegas, barzinhos, onde sempre havia alguém na porta conversando.
Meu devaneio foi interrompido.
- É naquela rua ali. – Disse o motorista e apontou para a uma esquina. Ele fez a curva e eu pude visualizar a rua. Estreita, como no mapa e vazia. Não tinha ninguém na rua. Meus olhos percorreram os portões a procura de alguém, mas não encontrei ninguém. Ele parou o carro próximo de uma calçada e provavelmente estava aguardando meu desembarque.
- O Senhor está bem? – Disse o motorista com a expressão de uma pessoa curiosa. É como se ele soubesse que eu estava mentindo e parecia que ele conseguia ver através de mim; como se ele pudesse ver o que eu realmente estava fazendo naquele lugar. Isso me deixou inquieta.
- Sim, sim. Estou sim, só estou procurando meu amigo. Ele disse que me esperaria na frente da casa dele.
Toda minha atenção estava nos meus olhos, percorri novamente os portões, buscando o que eu queria, mas não encontrei. Aquela vozinha no meu subconsciente já estava comemorando que eu estava prestes a desistir e pedir para o motorista me levar de volta.
- Tem uma pessoa saindo daquele portão ali. – O motorista fez um gesto com a cabeça para a nossa esquerda. Realmente, havia uma pessoa saindo de um portão cinza, estreito e alto. Era ele, eu tinha certeza. Moreno, de bermuda, camisa de algum time estrangeiro e chinelo. Ele era alto, acho que cerca de uns 1,78m de altura. Eu me despedi do motorista e agradeci pela viagem e desembarquei do carro.
Assim que ele me viu, ele acenou pra mim. Ele sabia que era eu, não precisava de muita informação para deduzir isso. Comecei a andar em direção a ele, com o coração super acelerado devido a todas as circunstâncias desconhecidas nas quais eu me encontrava. Nos cumprimentamos com um simples movimento de cabeça, sem falar nada e ele começou a andar para dentro do portão. Segui ele, assim que passei pelo portão, ele o fechou, sem trancar. Continuei seguindo-o por uma espécie de corredor estreito. O mesmo tipo de corredor que eu tinha mencionado anteriormente, só que dessa vez, eu estava no meio. Continuei seguindo-o, até que chegamos no fim do corredor, onde o espaço se abriu um pouco e tinha um outro portão que dava acesso para dentro de uma casa alta. Ele abriu esse portão e nós entramos. Na minha esquerda tinha uma escada íngreme, e por distração minha, comecei a subir sem ele, pensando que era pra lá que nós íamos.
- Não é aí não, pô. É aqui. – Ele disse e continuou andando pela direita da escada. Era escuro demais, com apenas algumas luzes refletindo nas paredes, não tinha como eu ver que havia algo ali para trás sem antes acostumar minha visão com a escuridão. Andamos mais alguns metros e de repente ele parou, pegando na maçaneta de uma porta. Com um leve rangido de metal, a porta se abriu. Ele acendeu a luz e abriu espaço para eu entrar também. Eu entrei e, por costume, comecei a reparar na casa. Era realmente pequena, haviam duas portas apenas, sem contar a entrada. A cozinha e a sala eram praticamente no mesmo cômodo, se não fosse dividida pela própria porta de entrada. A parede era pintada num tom de azul claro, meio desbotado; e pelo nível de organização e limpeza, eu tive a confirmação de que ele realmente morava com a mãe ou alguma mulher que cuidava da casa. Olhando para o lado direito do ambiente, eu notei uma porta na parede do fundo e uma abertura na parede à minha direita, onde provavelmente deveria ficar outra porta, mas só havia uma cortina instalada de forma provisória. O Jean trancou a porta pela qual nós entramos e passou justamente pela cortina, sem dizer uma palavra. Eu apenas o segui. Quando entrei no cômodo, era um quarto. Não parecia ser o quarto dele, havia uma cama de casal velha, uma arara com algumas roupas femininas penduradas e nas prateleiras improvisadas na parede, haviam alguns produtos básicos de skincare e cremes hidratantes. Me aproximei da cama e perdida na minha irritante mania de observação, mal tinha notado que o Jean estava atrás de mim. Tomei um pequeno susto quando ele colocou a mão na minha bunda e começou a movimentá-la... de cima a baixo, de um lado para o outro, medindo o tamanho do meu traseiro no toque das mãos. Passado o susto e aquela mão curiosa percorrendo a minha pele sob o tecido do meu baby-doll, meu corpo e minha mente já estavam agitados novamente. É incrível como o tesão consegue sobrepor quaisquer outros sentimentos, deixando o que é simples mais intenso e o que é razão vira emoção.
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Continua...
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