“Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia”.
(Nayla) – Paaaaaaai!!!!! Socooorrooo!!! Me ajuda!!!
Fui correndo até o quarto da Nayla e ela estava chorando e me chamando.
(Eduardo) – Filha, o que aconteceu?
(Nayla) – Pai, eu tive um pesadelo.
(Eduardo) – Foi só um sonho ruim, filha! Me dá um abraço!
Ela não parava de chorar e tremer e quando me sentei na cama pra lhe dar um abraço senti que a cama estava molhada.
(Nayla) – Pai, desculpa, mas eu fiz xixi na cama ... – Disse a minha filha envergonhada e com a cabeça baixa, enxugando as lágrimas.
(Eduardo) – Calma, filha! Isso acontece ... Vai tomar um banho e depois você dorme comigo. Ok?
(Nayla) – Tudo bem! Eu ia te pedir isso mesmo. Estou com medo, pai! Não me deixa ... Você promete que nunca vai me deixar?
(Eduardo) – Claro! Você é a minha filha! Nunca vou te deixar.
Dei mais um abraço nela e insisti que ela tomasse um banho. Enquanto isso, tirei a roupa de cama dela e fui deixar de molho. Quando eu voltei pro meu quarto, ela já estava lá de pijaminha e se deitou ao meu lado. Perguntei a ela sobre o pesadelo e ela me abraçou dizendo:
(Nayla) – Eu sonhei que você estava me levando pra um lugar bem longe, em outra cidade. Estávamos viajando de férias, mas aí quando chegamos no tal lugar, minha mãe estava me esperando ao lado daquele outro. Os dois não paravam de se beijar e você estava chorando de cabeça baixa e eles agradecendo por você ter me levado até eles e que agora você não precisava mais se preocupar, porque eu teria um pai de verdade. – Ela começou a chorar de novo e me abraçou mais forte. E continuou: – Eu não queria ir com eles, mas você disse que eu tinha que seguir a lei e que você não poderia mais chegar perto de mim, por ordem do juiz. Foi aí que eu acho que acordei te chamando, porque o desgraçado pegou no meu braço e me levou a força.
Dei um beijo na sua testa e a abracei mais forte ainda.
(Eduardo) – Ninguém vai tirar você de mim. Ninguém. Foi só um sonho ruim, filha. Eu nunca vou te deixar! Nunca!
(Nayla) – Eu o odeio! Odeio! – Ela dizia com cara de brava.
Comecei a enchê-la de beijos e a fazer cócegas nela, até conseguir arrancar um sorriso. Enfim, ela se aquietou e dormiu profundamente. Foi mais uma noite sem dormir, pensando sobre o que fazer.
Infelizmente, se as coisas continuassem assim, eu teria que começar a avisar a família sobre um possível divórcio e aí as coisas iriam se complicar ainda mais. Como falar com os meus pais que a Nayla não é mais a neta deles? Pelo menos não de sangue. Como falar com meus sogros? Mônica tá fodida! No mínimo, ela será deserdada ... Acho melhor deixar essa parte com ela, mesmo que ela dê a versão torta dela. Não vou arrumar sarna pra me coçar.
As horas foram passando e o dia raiando. Arrumei a Nayla pra ir à escola e a levei no carro que eu aluguei. Achei melhor assim, enquanto eu decidia qual carro comprar. Quando eu estava indo pra academia, recebi uma mensagem de um número estranho, me perguntando como eu estava e dizendo que queria conversar comigo e se podia ver a Nayla na saída da escola. Respondi a mensagem de forma bem malcriada pra Mônica, falando que ela se lembrou que tem filha.
(Mônica) – Edu, me perdoa! Eu posso explicar quase tudo.
(Eduardo) – Guarde suas explicações pro meu advogado, porque eu não estou a fim de ouvir.
(Mônica) – Deixa de ser cabeça dura e me escuta, pelo amor de Deus ...
Eu sei que teria que conversar com ela. Isto seria inevitável, mas ainda não estava na hora. Entretanto, ainda tinham muitas coisas que eu precisava saber, entender e refletir. Cada vez mais a história não estava fechando na minha cabeça.
(Eduardo) – Eu realmente quero conversar contigo, mas agora não é o momento. Tenho medo do que possa acontecer. Quanto a ver a Nayla na escola, você pode ir. É seu direito de mãe, mas toma cuidado com o que você vai fazer ou falar, porque a Nayla está muito magoada.
(Mônica) – Eu vou! Eu preciso conversar com ela. Preciso dar um abraço na minha filha.
(Eduardo) – Então, você a busca na escola e depois leva pra minha casa, mas nós ainda não iremos conversar. Entendeu?
(Mônica) – Entendi. Não concordo, mas fazer o quê, né?
(Eduardo) – Até mais tarde então ...
(Mônica) – Você nem quer saber como eu estou?
(Eduardo) – Mônica, sejamos práticos ... Eu não quero perder mais tempo do que eu já perdi.
(Mônica) – Edu!!!
(Eduardo) – O que foi, caralho? Você quer o que? Quer que eu te pergunte como você está? Quer que eu te pergunte se você está bem? Se está fodendo com aquele filho da puta? É isso que você quer?
(Mônica) – Desculpa, Edu! Melhor a gente conversar depois mesmo ... Eu te amo e sempre serei só sua ...
(Eduardo) – Aaah, Mônica ... Não fode!!!
Desliguei o celular pra evitar mais mensagens. Parei o carro e comecei a chorar. Ouvi-la falar que me ama é um soco no estômago, porque eu ainda amo aquela filha da puta. Como ela pôde fazer isso comigo? Liguei o rádio bem alto e dei um grito até perder o ar dos pulmões.
(Rádio) – Bom dia ouvintes, meu nome é Diego Barros e estarei com vocês até ao meio-dia tocando os sucessos dos anos 90 e hoje vamos começar com eles, a minha banda favorita ... Bom dia pra vocês ...
🎵🎵🎵
“E quem um dia irá dizer
que existe razão
nas coisas feitas pelo coração ...”.
(Eduardo) – Era só o que me faltava ... VAI TOMAR NO CU!!!
Desliguei o rádio e continuei o trajeto pra academia e quando cheguei, vi que Nikke estava com os olhos vermelhos e parecia muito triste. Não quis me intrometer, mas tentando demonstrar empatia e esquecer dos meus próprios problemas acabei perguntando a ela o que tinha acontecido.
(Nikke) – Você já viu o Instagram do Pedro hoje?
(Eduardo) – Tem tanto tempo que eu não abro as mídias sociais ... Não estou a fim de ver a felicidade dos outros.
(Nikke) – Vem cá ... Eu te mostro!
Nikke me mostrou no feed, a imagem do Pedro, com um sorriso de orelha a orelha e ao lado dele a tal Regina, que ostentava um barrigão. Nas fotos seguintes, Pedro estava beijando a barriga dela ou fazendo carinho, ou beijando a jovem. Continuando as fotos, mostrava agora o Pedro segurando um bebê no colo. Mais fotos da bebê, agora um pouquinho crescida. Na legenda, estava escrito “Mais feliz, impossível ...”.
(Eduardo) – Sinto muito, Nikke!
(Nikke) – Ele não sabe o quanto isso me machuca, mas a vida segue ...
(Eduardo) – Você quer tirar um tempo pra você hoje?
(Nikke) – Já passou! Não posso mais perder tempo. A pauta de hoje é entrevistar alguns candidatos a gerente para melhorar o funcionamento das filiais.
(Eduardo) – Tudo bem! Você consegue cuidar disso, sozinha?
(Nikke) – Claro! Pra cá, não precisa ... Nem pra filial da Fátima e da Helena.
(Eduardo) – Tem certeza disso?
(Nikke) – Tenho sim. A Fátima está fazendo um bom trabalho lá com a academia, mas a clínica eu vi que ela deixa mais pra Helena fazer as coisas.
(Eduardo) – Se você acha que podemos confiar ...
(Nikke) – Sobre as outras três ... Eu sei que o Tarcísio foi demitido.
(Eduardo) – Sim e eu não vou voltar atrás!
(Nikke) – Eu tenho então três vagas pra preencher, sendo que uma vaga, eu já tenho alguém em mente.
(Eduardo) – Ela é de confiança?
(Nikke) – Ela é bem jovem, mas é muito esforçada. Tem um futuro brilhante pela frente e acho que vai ser um ótimo aprendizado pra ela e um desafio também.
(Eduardo) – Confio no seu julgamento, Nikke.
(Nikke) – As outras duas vagas irei preencher no máximo em uma semana. Você vai ver como as coisas irão mudar rapidamente e até o fim do ano, você estará com tempo livre pra se dedicar à família.
Acho que ela nem percebeu a mancada. Agradeci Nikke e dei um abraço e um beijo em seu rosto. Pude ver que ela deu uma leve corada e eu também acabei ficando meio sem jeito e continuamos a trabalhar.
{...}
Aquela filha da puta!!! Eu devia ter previsto isso. Foi só levar um pé na bunda do corno, que logo foi atrás do meu Tarcísio! Que ódio!!! Isso não vai ficar assim! Bem que eu achei que ela estava quieta demais ... Era pra ela ter vindo aqui com dez pedras na mão, mas parece que ela quer seguir em frente com o Tarcísio.
Eu preciso relaxar ... Na verdade, eu precisava era gozar um pouco e fui atrás da pessoa que tem uma das chupadas mais gostosas que eu já experimentei. Peguei meu carro e fui até a Tijuca, mais precisamente na praça Saens Pena. Entrei no centro comercial que fica nessa praça e fui até o elevador e fiquei esperando ali, enquanto mandava uma mensagem pro Paulo.
(Helena) – Estou aqui embaixo. Inventa uma desculpa qualquer e desmarca todos os seus atendimentos de hoje. Quero ir pro motel e relaxar um pouco.
Fiquei uns poucos minutos ali e recebi a mensagem dele.
(Paulo) – Ficou maluca? Tenho mais três pacientes pra atender hoje.
(Helena) – Não quero saber. Dá o seu jeito. Preciso gozar! Preciso da sua língua e da sua pica.
(Paulo) – Lena, você é foda! Em dez minutos estou descendo ...
Eu precisava ferrar aquela puta e eu sei exatamente quem iria me ajudar...
Alguns minutos depois, Paulo apareceu e eu disse pra irmos no meu carro que estava num estacionamento ali perto. Entramos no carro e fomos pro Motel Corinto que fica ali perto.
Tiramos nossas roupas e eu já fui logo pedindo que ele me chupasse.
(Paulo) – Estou doido pra te comer desde o domingo, sua puta!
(Helena) – Então vem, meu safado! Vem, que a minha xoxota precisa muito da sua boca.
(Paulo) – E o meu pau precisa do seu cu ...
(Helena) – Não, amor ... Meu cu está interditado até semana que vem ...
(Paulo) – Estou sabendo. A Keyla me contou que você tomou muito café com leite pelo rabo.
(Helena) – Aqueles dois safados me foderam literalmente! Arrebentaram as minhas preguinhas.
(Paulo) – Que preguinhas? – Ele perguntou rindo com um certo deboche.
(Helena) – Vai se foder, Paulo! Cala essa boca e vem me chupar ...
Eu já estava deitada na cama de pernas abertas, quando ele veio com a boca direto na minha xoxota e eu já senti um arrepio. Paulo sabia chupar uma buceta como ninguém. Ele começou dando um beijo na minha buceta, mas depois ficou beijando as minhas coxas na parte interna e eu sentia aquela barba ralinha arranhando a minha pele, causando arrepios.
Com uma das mãos, ele ficou massageando o meu grelinho e ficava chupando os lábios da minha xoxota. Às vezes ficava dando pequenas mordidas no meu grelinho, para em seguida lambê-lo e enfiar um dedo na minha xoxota.
(Helena) – Ai, Pauloooooooo! Que delícia! Não para, não para ... Isso é muito gostoso.
(Paulo) – Tá gostoso, né vadia? Pode deixar, que eu só vou parar quando você gozar na minha língua, sua gostosa do caralho.
(Helena) – Cala essa boca e continua a me chupar, filho da puta! Aaah, assim ... Chupa gostoso essa xoxota ... Faz ela chorar na sua boca!
Eu fechei meus olhos e agora eu sentia aquela língua grande entrando e saindo de dentro de mim. Eu gemia de prazer, até que eu senti seu dedo tentando entrar no meu cu.
(Helena) – Aí, não ... Já falei ...
(Paulo) – Ainda está um pouquinho inchado. Libera esse cu pra mim ... – Disse isso me dando um beliscão na minha bunda.
Quando fui reclamar, ele voltou a me chupar com mais intensidade e tudo o que eu consegui dizer, foi:
(Helena) – Safado, filho da puta! Assim você me deixa doida.
Pouco tempo depois eu gozei, mas ele não parou e agora enfiava dois dedos em mim, tentando alcançar o meu ponto “G” e a sua língua passeava pelo meu grelinho, dando voltas, e então eu o sentia mordiscando novamente bem de leve.
Meu segundo orgasmo veio muito rápido e eu gritei, afinal estava muito bom, mas eu precisava que hoje ele se sentisse o maior dos garanhões. Eu rebolava na sua boca e segurava a sua cabeça, falando para ele não parar e gemia a cada linguada que ele me dava. Logo, minhas pernas estavam tremendo novamente com a vinda de mais um orgasmo.
(Paulo) – Que gostoso o sabor do seu melzinho! – Ele falava rindo, enquanto continuava a me chupar.
Ele agora chupava com mais vontade o meu grelinho, como se fosse uma bala. Eu coloquei a minha mão no lençol e ele estava molhado na região do meu quadril. Esse homem estava acabando comigo e mais uma vez eu senti que outro orgasmo estava chegando. Segurei novamente em sua cabeça e fechei as minhas pernas, dando, literalmente, uma chave de buceta nele.
Meus gemidos ficaram mais altos e com menos espaço de tempo, até que Paulo percebeu que eu estava quase gozando novamente e tentou mais uma vez enfiar um dedo no meu cuzinho, mas eu rapidamente fiz um movimento de contração pra fechar o meu cu e xinguei ele dizendo que “hoje não”, mas ele ficou insistindo e eu acabei deixando enfiar só um pouquinho e quando gozei, achei melhor partir pra cima dele e tentar dominar a situação.
Montei em cima dele e dei cada sentada, que o Paulo ficou maluco me chamando de cachorra e vadia. Passei então a sentar com a mesma força, mas a cada duas ou três sentadas eu rebolava em sua pica. O coitado não teve chance e em menos de cinco minutos nesse ritmo, ele anunciou que iria gozar e eu saí de cima dele e fiquei tocando uma punheta bem rápida pra ele e chupando a cabecinha.
(Paulo) – Ahh, toma meu leite, filha da puta! Bebe ele todinho, caralho!
Olhei pra cara dele e vi que ele estava bem satisfeito. Vi que era hora de ter uma conversinha com ele.
(Helena) – Paulo, você gozou pra caralho! Tá tomando alguma coisa?
(Paulo) – Sabe como é ... O William está sugando literalmente as energias da Keyla e às vezes a gente fica uns dois ou três dias sem transar ... Tá bem complicado.
(Helena) – E as aluninhas que eu mando? Não estão dando conta?
(Paulo) – Se não fossem elas, eu estava fodido e eu adoro do jeito que você faz, sem me avisar quem é.
(Helena) – Gostou né?
(Paulo) – Teve uma vez que eu quase me ferrei porque não era uma amiguinha sua e eu comecei a cantar a garota. A minha sorte foi que quando eu esbarrei meu pau no ombro dela, recebi um olhar de indignação e aí eu vi que não era quem eu imaginava.
(Helena) – Hahahahaha, cuidado hein, garanhão... Me deixa te contar um babado fortíssimo ...
(Paulo) – O que foi? – Perguntou Paulo muito interessado, porque ele adorava uma fofoca.
(Helena) – Você já deve estar sabendo que o casamento do Edu e da Mônica acabou, né?
(Paulo) – Pô, tô sabendo sim. Cara, eu estou com um pouquinho de remorso, sabia?
(Helena) – Por quê?
(Paulo) – O combinado não era esse. A ideia era trazer eles dois pro mundo liberal.
(Helena) – Eu sei, querido, mas as coisas não deram certo. O Edu é muito careta e deu o azar de encontrar o Tarcísio lá em casa ...
(Paulo) – Lena, o que você aprontou?
(Helena) – Não aprontei nada. Eu juro! Tu ainda não entendeu que a Monica e o Tarcísio tinham um caso? A Nayla é filha deles ...
(Paulo) – Eu estou até agora chocado com esta notícia! Conversei com o Gilson sobre isso e o meu cérebro ainda não aceitou essa informação.
(Helena) – Eu sei ... Muito escroto isso, mas o pior vem agora ...
(Paulo) – Pior? O que pode ser pior?
(Helena) – Mônica saiu de casa e está morando com o Tarcísio. Os dois decidiram assumir o relacionamento e acho até que vão brigar pela guarda da Nayla.
(Paulo) – Puta que o pariu!!! Coitado do Edu. – Disse o Paulo admirado com o que eu disse.
(Helena) – A Mônica é uma filha da puta! Quem poderia imaginar, né?
(Paulo) – Na moral, eu agora estou com muito mais vontade de comer aquela safada.
(Helena) – De repente, agora fica mais fácil ... Sei que o Tarcísio consegue convencê-la. Só temos que trazê-lo para o nosso lado.
(Paulo) – Ótima ideia!
(Helena) – Tá sabendo que ele foi demitido? Se você puder arrumar algum emprego pra ele, pode ser que as coisas fiquem mais fáceis.
(Paulo) – Claro! Vou ver com algum amigo se eu consigo um emprego pra ele.
(Helena) – Só não acho certo o Edu passar por mais essa. Perder a esposa e depois a filha.
(Paulo) – Isso é muita sacanagem! Ele me mandou mensagem querendo conversar comigo, e aí eu aproveito e dou um toque nele, pra ele abrir os olhos.
(Helena) – Perfeito!!!
Foi mais fácil que eu imaginei, nem precisei pedir.
(Helena) – Agora vem que essa conversa me deixou com tesão. Me chupa de novo, meu bem ...
{...}
(Mônica) – Tarcísio, eu consegui falar com o Edu. Eu combinei com ele, que eu iria buscar a Nayla na escola hoje e depois quando eu a levar pra casa, irei tentar conversar com ele e explicar as coisas.
(Tarcísio) – Você acha uma boa ideia? Não temos nada de concreto ainda. Não temos provas! Acho melhor esperar mais um pouco.
(Mônica) – Não dá pra esperar mais, Tarcísio! Aquela desgraçada está me difamando pra todo mundo. Você não ouviu o que a Marina falou? Além disso, a gente falou com a Marina, pra ela contar para a Lena que estávamos juntos. Com certeza ela vai espalhar isso também.
(Tarcísio) – Mas esse era o plano, né? – Perguntou ele, com uma cara de dúvida.
(Mônica) – O plano era esse sim, mas o Edu tem que saber que isso é mentira. Se ele ficar sabendo por outra pessoa, ele vai surtar e aí estaremos ferrados.
(Tarcísio) – Cara, que cilada a gente se meteu!
(Mônica) – Se eu tivesse pelo menos o meu celular, mas a Marina procurou na casa da Helena e não encontrou.
(Tarcísio) – Ela deve ter escondido ou quebrou o seu celular. Agora que você comprou outro, não consegue fazer backup daquela conversa?
(Mônica) – Já tentei ...
(Tarcísio) – Aiiiii ...
(Mônica) – Ei, onde pensa que vai? Ainda não pode ficar zanzando por aí.
(Tarcísio) – Cansei de ficar na mordomia. Quero fazer uns ovos pra comer.
(Mônica) – Deixa que eu faço!
(Tarcísio) – O Edu tem a mão pesada, né? Caramba, ainda estou dolorido e minha vista não está 100%.
(Mônica) – Desculpa o meu marido ...
(Tarcísio) – Lógico! Eu teria feito o mesmo e conhecendo o meu amigo, tenho certeza de que essas porradas que ele me deu, doeram mais nele do que em mim.
Olhei pro Tarcísio, que estava com os olhos marejados e enxugou os olhos, dizendo que tinha sido um cisco. Fui preparar os ovos que ele queria comer e continuamos a conversar. Marina chegou depois de um tempo e disse que iria dormir na casa da Lena e iria procurar pelo celular novamente, quando ela fosse dormir.
Ficamos combinando como iríamos fazer nos próximos dias, até que chegou a hora de buscar a Nayla na escola. Eu estava ansiosa, mas também receosa, porque eu sabia que a minha filha estava com muita raiva. Me despedi do Tarcísio e da Marina e eles me desejaram boa sorte. Na hora de sair ainda disse pro Tarcísio não aprontar, porque ainda estava se recuperando.
Ele disse que ficaria quietinho, mas a Marina riu e disse que ela não ...
Peguei o meu carro e fui pra escola da Nayla. Meu coração estava mais acelerado que o carro que eu dirigia pelas ruas do centro da cidade. Nayla estudava no bairro de São Cristóvão, numa das escolas mais tradicionais do RJ, o colégio Pedro II. Cheguei meia hora mais cedo e fiquei esperando a hora dela sair. O tempo passava, mas os minutos não. Eu não sabia como a minha filha iria reagir ao me ver e eu estava preparada para o pior.
Alguns estudantes começaram a sair e cada garota que saía pelo portão, eu achava que era a minha filha. Saí do carro e fiquei de frente para o portão, aguardando. Dez minutos depois, ela finalmente apareceu, conversando com algumas amigas e quando ela me viu, ficou paralisada. Nayla olhou para os lados, como se procurasse por algo ou alguém e eu acenei pra ela, que se despediu das amigas e atravessou a rua de cabeça baixa, sem me olhar nos olhos.
Tentei abraçá-la, quando ela se aproximou, mas ela colocou a sua mão na frente, me impedindo o contato.
(Nayla) – Não quero abraços, Mônica!
Mônica??? Era a primeira vez na vida que ela me chamava pelo nome em vez de “mãe”. Meu sangue gelou e ferveu ao mesmo tempo. Ela entrou no carro, sentou-se no banco de trás, me deixando sozinha na frente e cruzou os braços com a cara emburrada.
(Mônica) – Filha, você está com fome? Estou morrendo de fome, sabia? Que tal se a gente lanchar no BK?
(Nayla) – Não estou a fim, Mônica. Me leva pra casa. – Disse isso de cabeça baixa, evitando qualquer tipo de contato visual.
(Mônica) – Nayla, que história é essa de me chamar de “Mônica”?
(Nayla) – Seu nome é Mônica, não é?
(Mônica) – Eu sou sua mãe! Você nunca me chamou de Mônica ...
(Nayla) – Você quer que eu te chame de mãe? Ou prefere mamãe? Fala! Ou você prefere que eu te chame de traíra? Serve traidora? Anda, mãezinha querida! Me fala qual você prefere ... Se eu pudesse, te chamava de coisa pior, que é o que você realmente merece, mas eu prometi ao meu pai que não faria isso.
(Mônica) – Nayla, você me respeita, que eu ainda sou a sua mãe!
(Nayla) – Ok, mãezinha ... – Respondeu a minha filha de forma debochada.
(Mônica) – Filha, eu quero te pedir desculpas. Eu te amo e tudo o que eu fiz foi pra te proteger. Eu juro que eu não queria que você e seu pai passassem por isso.
(Nayla) – Não quero ouvir as suas mentiras ... Só me deixa em casa.
(Mônica) – Filha, por favor me escuta! Eu tenho tanta coisa pra te falar.
(Nayla) – Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, la. – Cantarolava Nayla, com as mãos tampando os ouvidos.
Aproveitei que paramos num sinal e me virei pra trás, puxando um de seus braços.
(Mônica) – NAYLA!!! EU AINDA SOU SUA ... – Gritei com ela, mas antes de completar a frase, ela me disse algo que me machucou de uma tal forma.
(Nayla) – CALA ESSA BOca, pi ...! – Me olhando ela não conseguiu completar a frase.
Eu tomei um susto quando ela falou isso, e ela também tomou um susto, tanto que a mesma, colocou a mão na boca, como se tentasse impedir que aquilo fosse dito, mas já era tarde, uma parte havia sido dita. Eu perdi o rumo naquela hora e me virei pra frente, abaixei o rosto e comecei a chorar. O sinal abriu e eu continuei parada. Os carros começaram a buzinar e Nayla agora se mostrava menos arredia.
(Nayla) – Mãe, o sinal abriu ... Mãe, não liga para o que eu disse ... Mãe, esquece o que eu falei ...
Como esquecer isso? Ser chamada de piranha pela própria filha ... A situação era mais grave, do que eu pensei. Nayla nunca tinha me insultado dessa forma. Mais buzinas e xingamentos, só que agora de outros motoristas. Falavam cada coisa ...
“Tinha que ser mulher no volante”.
“Não sabe pilotar carro, vai pilotar um fogão”.
“Se está de TPM, devia ficar em casa”.
Aquilo foi me revoltando de uma tal forma que eu fiz a única coisa que eu poderia fazer naquele momento pra não perder a minha sanidade.
(Mônica) – AAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!
(Nayla) – Mãe, se acalma! Por favor ... – Disse a minha filha chorando e com a cara assustada.
Eu me calei, olhei pra ela e enxuguei as lágrimas. Não disse nada. Não havia o que dizer. O sinal estava fechado novamente, mas dessa vez quando ele abriu, estranhamente eu estava mais lúcida e segui o trajeto. Um tempo depois perguntei pra Nayla se ela estava bem e ela me disse que estava.
(Nayla) – Desculpa eu ter falado aquilo, mãe! É que eu estou com muita raiva ... Como você pôde fazer isso com o meu pai?
Eu não quis falar nada. Me mantive quieta.
(Nayla) – Você disse que nos amava. Quem ama, não faz o outro sofrer.
(Mônica) – Filha, você me ama?
Olhei pelo retrovisor e ela estava de cabeça baixa e não respondeu. Insisti.
(Mônica) – Nayla, você me ama ou não me ama?
(Nayla) – Lógico que eu amo! – Disse ela com os olhos arregalados e chorando.
(Mônica) – Quando você quase me chamou de piranha, eu sofri. Me deu uma dor no peito que você não imagina, mas mesmo assim você disse que me ama.
(Nayla) – Mãe, por favor me desculpa, eu falei sem pensar, acabou saindo sem querer.
(Mônica) – Tudo bem, filha! Só não faz mais isso. Entendeu como as coisas são complicadas? Eu te amo também e eu amo o seu pai.
(Nayla) – Qual deles?
(Mônica) – Você sabe muito bem de qual pai eu estou falando. Você só tem um pai, Nayla! Lembre-se disso!
(Nayla) – Mas e o tio Tarcísio? E se ele quiser ser o meu pai agora? Se ele quiser que eu durma com ele, que eu vá passear no shopping com ele.
(Mônica) – Se isso acontecer um dia, só vai acontecer se você quiser. Eu não vou te forçar a nada disso e nem ele, mas você já dormiu com ele e já passeou com ele. Afinal, ele é o seu padrinho.
Ela ficou quietinha, pensando e eu queria saber o que raios se passava naquela cabecinha.
(Nayla) – No Dia dos Pais, eu tenho que dar presente pra quem? Acho que eu vou ter que dar presente pros dois.
(Mônica) – Filha, eu já disse. Você só tem um pai, que é o Edu. Não se esqueça disso.
(Nayla) – Eu não quero morar com ele. Ainda estou com muita raiva dele e de você.
Eu suspirei, mas fiquei quieta. Alguns minutos depois, chegamos em casa.
(Nayla) – Paaaai! Paaaai, nunca mais faça isso!
(Eduardo) – O que filha?
(Nayla) – Quando eu não te vi lá e vi a mamãe, eu achei que ela iria me levar embora. Você não me avisou nada ...
(Eduardo) – Você acha que eu iria deixar isso acontecer? Se te levarem, vai ter que ser a força. Terão que me matar antes.
Vi os dois abraçados e isso me deu certo conforto. Um estava cuidando do outro e uma lágrima insistiu em descer pela minha bochecha.
(Mônica) – Edu, eu queria conversar contigo ...
(Eduardo) – Não sei se agora é um bom momento. Estou muito nervoso ainda e não quero fazer nenhuma besteira.
(Mônica) – Mas nós precisamos conversar.
(Eduardo) – Sim, eu concordo, mas não hoje. Não vai dar Mônica. – Edu falava comigo, mas nem olhava na minha cara.
(Mônica) – Edu, você tem que me ouvir. É sério! Você precisa saber de tudo o que está acontecendo.
(Eduardo) – Não sei se eu quero saber de tudo ...
(Mônica) – Nayla, eu tenho que conversar com o seu pai coisas muito sérias. Melhor você não ouvir.
(Nayla) – Eu vou ficar! Eu quero ouvir também.
Minha filha se sentou no sofá e ficou aguardando.
(Mônica) – Edu ...
(Eduardo) – Nayla, por favor, vá para o seu quarto. Depois eu vou lá conversar com você. Acho que o que eu e a sua mãe temos para conversar seria demais para você.
(Nayla) – Ah, pai ...
(Eduardo) – Confie em mim, Nayla. – E, me virando para Mônica, assim que Nayla se retirou, perguntei: – Pronto, agora está pronta para confessar?
(Mônica) – Não faz isso comigo ...
(Eduardo) – Você não teve coragem de aprontar? Cadê a coragem agora?
(Mônica) – Edu, a Lena armou tudo. É tudo culpa dela.
(Eduardo) – A Lena já me disse isso e até pediu desculpas.
(Mônica) – O que?
(Eduardo) – É verdade! Ela disse que armou tudo.
(Mônica) – Graças a Deus! Acho que a Lena teve um pouco de consciência ... Você então me perdoa?
(Eduardo) – A Lena disse que armou, porque não suportava mais me ver sendo feito de trouxa por vocês dois. Ela armou porque não queria mais acobertar a safadeza de vocês.
(Mônica) – Isso é mentira, Edu! Eu nunca tive nada com o Tarcísio!
(Eduardo) – Ah, não! E a Nayla é filha de quem?
Fiquei muda um instante. Pensei e continuei a falar.
(Mônica) – A Nayla é sua filha. Pai é quem cuida e você fez e faz isso muito bem durante todos esses anos.
(Eduardo) – Você é uma mentirosa, Mônica. Mentiu pra mim por todos esses anos. Enquanto eu trabalhava, você fornicava com o Tarcísio.
(Mônica) – Não, meu amor. Eu não fazia isso. Eu trabalhava igual a você, dando duro igual a você. Que horas eu teria pra me encontrar com ele?
(Eduardo) – Que horas? Nas viagens, nas férias, sempre que estávamos todos juntos passeando em família. Eu nunca cismei com as brincadeiras e intimidades que vocês tinham, mas agora eu sei que era algo mais.
(Mônica) – Edu, você enlouqueceu! Eu nunca te traí assim ... Nunca!
(Eduardo) – Me traiu de que forma então?
(Mônica) – Eu traí a sua confiança. Isso que eu quis dizer.
(Eduardo) – Na despedida de solteira, você me traiu.
(Mônica) – Me desculpa, meu amor. Eu não tive culpa. Eu achei que estava transando contigo.
(Eduardo) – Para de inventar história! Vai me dizer que você não sentiu a diferença de tamanho do meu cacete pro dele ...
(Mônica) – Lógico que eu senti que alguma coisa estava diferente, mas eu estava drogada e ... Eu achei que estava em casa. Achei que alguém tinha me levado pra casa, mas só quando amanheceu que eu vi a grande enrascada que eu me meti.
(Eduardo) – Você deveria ter me avisado na mesma hora! A gente ia pra polícia, fazia BO, corpo de delito, teste de drogas e aí você podia tomar aquela píl ...
Ele ficou quieto de repente, se ajoelhou e começou a chorar.
O abracei e falei no ouvido dele que a Nayla foi a única coisa boa que saiu disso tudo e por isso eu não me arrependo. Só por isso.
(Eduardo) – Mônica, melhor você ir embora.
(Mônica) – Mas eu ainda não disse tudo.
(Eduardo) – Já foi muita emoção hoje. Vamos continuar num outro dia. Hoje não dá mais.
(Mônica) – É que eu tenho algo muito importante pra falar.
(Eduardo) – Eu também tenho, mas não sei se quero falar hoje.
(Mônica) – Pode falar.
(Eduardo) – Mônica, eu acho que... acho que a nossa história...
Continua ...