Ao chegar, entrei no vestiário que curiosamente estava vazio e sentei em um dos bancos para começar a trocar de roupa. De repente, sinto minha felicidade ir embora quando Carlos Eduardo, o Cadu, adentra no local.
- Bom dia! – Cumprimentou-me ele. O que foi estranho, já que ele parece me odiar e nunca nos demos bem.
- Bom dia! – Respondi.
Cadu colocou sua mochila em outro banco que ficava de frente para o meu e começou a trocar de roupa. Ele tirou primeiramente a camiseta e eu preciso admitir que o filha da puta é um gostoso. Cadu é branco, tem um tanquinho legal, músculos definidos e o cabelo loirinho. O cara parece uma versão 2.0 do Juliano Floss. No entanto, o que ele tem de lindo, tem de insuportável.
- Por que será que não chegou mais ninguém ainda? Nem tá tão cedo... – Ele disse enquanto pegava o telefone para olhar alguma coisa.
- Pois é, também tô achando meio estranho. – Respondi.
De repente, Gabriel, meu melhor amigo, entra no vestiário, tentando tomar fôlego, parecia que havia corrido bastante para chegar ali.
- Caralho! – Ele exclamou enquanto sentava ao meu lado, ainda recuperando o fôlego.
- Que foi, Biel? – Perguntei. – Veio correndo por quê? Tá tudo bem?
- Eu sabia que você iria estar aqui. O Jorge disse que ia precisar cancelar o treino de hoje. Como você não confirmou nada no grupo, nem falou comigo, imaginei que você não tinha visto e já estaria aqui. – Ele disse e olhou para Cadu que observava atento toda a situação. – E, pelo visto, não só você.
- Puta que pariu! – Falei chateado. – Eu realmente não vi.
- Nem eu. – Disse Cadu.
- Então é isso, vou voltar pra casa! – Falei.
- Eu já tô aqui mesmo. – Disse Cadu. – Vou ficar e treinar, pelo menos, um pouco. As eliminatórias estão chegando e não posso vacilar.
- Caralho, pior que é verdade. – Respondeu Gabriel. – Tá afim de ficar e treinar Luan?
- Tá, beleza então! – Assenti.
Gabriel colocou sua mochila ao lado da minha e começou a trocar de roupa também, colocando sua sunga. Fiz o mesmo, assim como Cadu.
Fomos todos à piscina e nos posicionamos para saltar. Nós fizemos alguns percursos por quase 40 minutos até que Gabriel parou um pouco nos degraus da piscina e eu o segui.
- Relaxa, Cadu! – Gritou Gabriel.
- É, cara, qual é? – Gritei em seguida. – Descansa um pouco.
Cadu finalmente nos escutou e se juntou a nós na borda da piscina.
- Beleza que todos nós queremos uma vaga no estadual, mas cê não acha que exagera um pouco? – Perguntei.
- Eu tô ligado..., mas meus pais meio que estão me pressionando muito pra essa vaga. – Ele respondeu. – Já não consegui entrar ano passado, então não posso vacilar de novo.
- Pode crer! – Gabriel respondeu. – Quando os pais pegam no pé não tem jeito...
- Principalmente se você já não é o que eles esperavam. – Deixou escapar Cadu.
- Como assim? – Perguntei.
Cadu parecia diferente. Mas, na verdade, a gente nunca se deu bem então nunca tive espaço pra falar com ele por mais de cinco minutos.
- Sério que vocês nunca notaram? – Cadu começou. – Eu sou gay.
Gabriel e eu nos olhamos em choque. Eu realmente não fazia ideia.
- Pela cara de vocês, o clima aqui não vai ser melhor que lá em casa a partir de agora.
Ele ia levantar, mas eu o interrompi.
- Pode ficar tranquilo, Cadu! – Disse. – Não somos assim.
- É, cara, pode ficar de boa. – Gabriel respondeu em seguida.
Após mais alguns minutos, todos saímos e fomos embora. Mais tarde, recebi uma notificação no telefone: Cadu havia me seguido. Curiosamente, aquilo me tirou um sorriso de canto e retribuí o follow.
Já em casa, ao anoitecer, recebi uma mensagem do meu pai avisando que iria dormir na casa do Marcelo pois eles tinham alguns projetos pra terminar. Obviamente fiquei desconfiado, mas não me opus. Enquanto eu arrumava algumas coisas, escuto a campainha tocando: era Pedro. Abro a porta para ele, que senta no sofá, não demonstrando expressão alguma, me deixando extremamente curioso e ansioso.
- E aí, como foi? – pergunto.
Recebo silêncio em resposta. Imagino que o Pedro não deve ter boas notícias então, compadecido resolvo consolá-lo.
- Pô, cara, não fica assim não. – Comecei. – Essas coisas acontecem, já já tu arranja outro e...
Fui surpreendido pelo sorrisão na cara do meu primo que foi aparecendo conforme eu falava.
- Eu passei, porra! – Ele levantou e gritou. – Consegui a vaga cuzão!
- Porra aí sim! – Retribui com um sorriso tão grande quanto o dele e a gente se abraçou.
Confesso que sentir o cheiro do meu primo fez com que a lembrança do que ocorrera hoje de manhã surgisse. Larguei ele e disfarcei indo pra cozinha antes que eu tivesse uma ereção e não conseguisse esconder.
Pedro avisou que iria tomar um banho e depois me contar um pouco mais sobre a entrevista. Eu assenti e disse que iria fazer cachorro quente para o jantar pra comemorar a notícia.
Alguns minutos depois, Pedro sai do banheiro usando apenas uma bermuda (sem cueca, pra variar), puxa uma cadeira e fica lá na cozinha comigo.
- E foi muito difícil na entrevista? – Perguntei, puxando assunto.
- Cara, eu tava meio tenso porque quando eu cheguei lá tinha, tipo, uns 5 playboys disputando a vaga também, tá ligado? – Ele respondeu e seguiu contando. – A maior parte dos caras pareciam mais estudados que eu, saca? Foi aí que eu percebi que ia ter que contar com a minha lábia.
- Como assim?
- Depois que o terceiro mano saiu da sala, ele falou meu nome, dizendo que era a minha vez. – Pedro contava com um certo suspense. – Aí eu fui e me deparo com uma coroa loura enxuta com, sei lá, seus 50 e poucos anos. A mulher era toda fria, parceiro, parecia que ia devorar a minha alma.
Rimos.
- Mas aí eu respirei fundo – Ele continuou. – E resolvi usar todo o carisma do pai pra desmontar ela.
- E deu certo? – Perguntei.
- Não. – Ele respondeu.
Rimos novamente.
- Aí eu tive que apelar. – Pedro voltou a contar a história. – Perguntei à ela se eu podia pegar um copo d’água e ela apontou pra um filtro que tinha no canto da sala.
- Cara, ainda não tô entenden... – Eu disse, mas ele me interrompeu, pedindo pra eu ter calma que eu já ia sacar tudo.
Nesse meio tempo, eu já tinha terminado de fazer o cachorro quente e estava colocando as coisas na mesa.
- Só que aí eu fingi que derrubei água em mim e tirei camisa bem rápido.
- Não tô acreditando numa coisa dessas... – Falei – Tá achando que a vida é um pornô? Sorte sua que ela não te denunciou isso sim.
- Piada. – Pedro respondeu. – Assim que ela viu o shape do pai, ela partiu pra cima de mim.
- Tipo, vocês realmente transaram? – Perguntei, ainda em choque.
- Claro! – Ele afirmou com a maior naturalidade. – Primeiro coloquei ela pra cair de boca, depois soquei fundo naquela bucetinha.
- Pedro, tu não tem limites mesmo...
- Quando a gente terminou, ela disse que a vaga era minha... a única condição é repetir a dose de vez em quando.
- E aí, imediatamente, cê topou?
- Lógico! – Ele disse animado. – Consegui a vaga que eu queria, vou ganhar dinheiro e ainda vou poder comer a chefe de vez em quando... só vantagens!
- Seu puto! – Respondi e rimos bastante.
Mais tarde, naquela noite, estávamos os dois de bobeira no sofá. Enquanto, eu focava num joguinho no meu celular, Pedro, assistia à um filme que passava na televisão. De repente, o silêncio é interrompido.
- É, primo... acho que agora não tem mais dúvida, né? – Começou Pedro.
- Como assim? – Indaguei. – Tá falando do quê?
- Seu pai. – Ele respondeu seco. – Ou ele tá passando a pica no Marcelo ou tá levando pica do Marcelo... ou os dois.
Ele deu uma risadinha baixa.
- Mas do jeito que teu pai parece do tipo putão, tenho certeza que é o Marcelo que tá levando no cu. – E riu mais alto.
Não aguentei e ri também.
- Até porque aquela porra dura é enorme. – Pedro deixou escapar ainda entre risos, enquanto eu desfiz o sorriso.
- Como você sabe? – Perguntei.
- O quê? – Pedro tentou disfarçar.
- Quando que você viu meu pai de pau duro, Pedro? – Fui direto.
- Porra, mano, vou ser sincero contigo. – Começou ele. – No dia que a gente veio da casa do amigo do Marcelo, eu ajudei seu pai a tomar banho. Ele tava bêbado, lembra?
Eu escutava tudo atentamente.
- O pau dele acabou endurecendo, nada demais, mas... fiquei meio sem graça de contar.
Eu queria ter ficado incomodado, juro que queria. Mas ouvir meu primo dizer que viu meu pai de pau duro enquanto dava banho nele tava me deixando era com tesão. Resolvi demonstrar que estava tudo bem. Sorri de canto e continuei a brincadeira de antes.
- Mas o meu pai também tá saindo no lucro. – Disse eu. – Tá ligado que o Marcelo tem uma bunda até gostosinha né?
Rimos.
- Que tu perdeu a chance de torar, vacilão! – Disse Pedro.
- E o filho da puta queria dar pro pai e pro filho... vai se fuder. – Eu respondi e rimos mais.
- Eu entendo o cara. – Disse Pedro, como se compartilhasse da vontade.
Mais uma vez, meu riso foi interrompido por uma cara de dúvida.
- Tá viajando, mano? – Indaguei. – Tá ligado que tu acabou de dizer que daria pro meu pai e... pra mim?
- Caralho, Luan, tu é muito exagerado mano – Ele disse e riu. – Qual que é a neura de eu querer aproveitar um pouco a vida?
- Eu nem sei o que pensar... – Tentei digerir tudo o que acabara de ouvir.
- Eu, literalmente, chupei teu pau hoje, Luan. – Ele disse, com muita naturalidade. – Relaxa um pouco, cara!
Pedro voltou à atenção para o filme enquanto eu ainda processava lentamente toda a nossa conversa. Até que tive coragem e resolvi agir.
- Primo? – Chamei-o.
- Fala tu.
- Como tu mesmo disse, você fez isso em mim hoje de manhã. – Eu falava devagar, estava muito tenso com toda a situação. – Posso retribuir o favor em você agora?
Tomado pela vergonha, meu olhar não sabia encontrar outro lugar que não fosse o chão.
- Tu tá me dizendo que tu quer chupar meu pau, Luan? – Ele foi mais direto.
Eu olhei para ele e assenti com a cabeça.
Pedro deu um sorriso sacana, levantou e abaixou a bermuda até o tornozelo, deixando aquele pau meio-bomba balançando. Ele sentou novamente no sofá e começou a se punhetar lentamente.
- Tá esperando o quê, primão? – Ele disse, olhando pra mim, com aquela voz de puto que ele tem.
CONTINUA...
