Há algum tempo, encontrava-me desempregado e com muitas contas para pagar. Procurava avidamente um emprego nas páginas de classificados dos jornais, até que, finalmente!, encontrei um anúncio de Vendas (não especificava qual o produto), e não exigiam experiência, apenas o ensino médio. Devo dizer que sou de estatura média, magro, bem apessoado (dizem até que pareço com certo ator da TV), cabelos um pouco longos, mas bem tratados, e guardo, embora muitas vezes procure ocultar, um quê de feminino na fala, nos gestos e no andar. Resumido: sou meio efeminado...
Cheguei ao endereço indicado no anúncio do jornal. Subi um lance de escada, empurrei a porta do escritório mencionado e sentei-me na sala de espera. Mais três pessoas, todas mulheres, aguardavam também. Notei que minha presença despertou curiosidade na sala, uma das candidatas até cochichou algo ao ouvido de outra, mas não dei maior importância a isso. Perguntei a uma moça que estava ao meu lado se apenas mulheres seriam aprovadas. Ela não sabia. Esperei cerca de trinta ou quarenta minutos. Chegou a minha vez. Entrei numa sala maior, aconchegante e sóbria. Um homem de terno e gravata, com cerca de trinta e cinco ou quarenta anos, alto, espadaúdo, de cabelos pretos bem cortados e uma sombra azulada de barba que dava a impressão de um falso desmazelo, me esperava atrás de uma mesa grande, sóbria como a sala. Por um rápido momento seu olhar foi de estupefação e reprovação ao mesmo tempo. Baixou os olhos, discretamente confuso, e me olhou por uma segunda vez, mais seguro. Disse-lhe então que estava ali atendendo ao anúncio. Um leve pigarrear, um tom de confissão:
– Infelizmente o anúncio é só para mulheres.
- Mas no anúncio não especificava o sexo... – redargui.
- Mas, meu jovem - disse o homem -, pelo nome da firma, dava para ver que só contratamos vendedoras!
De fato, não havia prestado a devida atenção ao logotipo estampado na publicidade: INTIMODAS.
Não me dei por achado. Fiz o jogo, me espantei. Ele insistiu:
– Fabricamos e vendemos moda íntima, feminina, entende? Nunca tivemos um vendedor do sexo masculino.
Então, o sujeito deu uma risadinha sardônica e me encarou.
– E não gostariam de tentar? – perguntei, timidamente.
Rosto contraído, contrariado, me respondeu:
– Infelizmente, meu rapaz, nossos produtos só são bem recebidos quando demonstrados por vendedoras, mulheres. De mais a mais não tenho autorização de meus superiores para aprovar um candidato homem.
– Uma pena – falei. Levantei. Já ia saindo, quando me ocorreu uma ideia ousada.
- Senhor, não poderia abrir uma exceção? Eu posso demonstrar ao senhor a minha facilidade de comunicação, a minha empatia com a cliente, meu poder de convencimento...
O sujeito me olhou de alto a baixo. Parecia que ele estava me despindo, sei lá!
Resolveu, finalmente...
- Pois bem. Como é o seu nome?
- Sandro – respondi.
- Pois então, Sandro, vamos lá ver esse teste! Está disposto a se submeter às regras do nosso Departamento de Vendas?
- Claro, claro! – respondi, já animado com a perspectiva de obter o emprego.
- Muito bem. Meu nome é Roberval, e sou o gerente de RH. Vamos ver como você se sai nos testes, Sandro.
Em seguida, o senhor Roberval discou um número no telefone e falou para a secretária:
- Dona Lurdes, hoje não recebo mais candidatas. Não me interrompa, OK? – E desligou.
Dirigiu-se a mim:
- Você, Sandro, deve estar numa curiosidade maluca! – disse Roberval, aproximando-se bastante. A ideia daquela barba, uma mancha azulada, arranhando minha pele fina, deu-me um frio, um estremecimento. Era uma sensação de vergonha que experimentava, de quem fora visto nos seus sentimentos, nos seus desejos mais íntimos. Roberval, então, tomou-me as mãos.
- Que mãos frias!
- Não é nada. Nervoso – justifiquei.
- Quantos anos você tem? Dezoito, vinte? – inquiriu Roberval.
- Vinte.
- Pensei que tivesse mais.
Fez uma pausa e acrescentou:
- Vamos ver como você se sai como vendedor... isto é, vendedora!
Roberval passou-me, então, as instruções. Eu deveria dirigir-me a uma sala contígua, onde encontraria diversos vestuários e adereços femininos, e travestir-me da melhor maneira possível, de forma que “encarnasse” uma vendedora que iria demonstrar os artigos para um possível comprador.
Fiz como me fora sugerido, embora manifestasse intimamente certa incredulidade e dúvidas do que poderia acontecer. Despi a calça jeans, a camisa social, o blazer, a cueca slip, etc. e “montei-me” (como falam as travestis) com uma calcinha fio-dental, sutiã, uma blusa de voile, todos na cor preta, que era muito do meu agrado. Não esqueci de colocar dois enormes brincos de argola dourados e passei um batonzinho, ornando meus lábios de uma vibrante cor vermelha. Feito isso, coloquei por cima um vistoso vestido também vermelho, e mirando-me num enorme espelho de parede, dei-me por satisfeito e tornei à sala do escritório.
Quando voltei à sala da gerência, Roberval olhou-me de cima a baixo. Ao ver-me assim travestido, bateu palmas de contentamento.
Começou a falar que, desde que eu chegara, observou-me com atenção, e que minhas atitudes e gestos haviam despertado nele uma curiosidade. Então, fez a pergunta fatal: se eu gostava de homens? Embora apanhado de surpresa, não me fiz de difícil. Respondi, meio sem jeito, que sim, eu era bi, mas gostava de transar mais com homem do que com mulher. O gerente, então, sem qualquer cerimônia, perguntou-me se gostaria de ver o pau dele, pois havia notado que, desde que eu chegara, olhava repetidas vezes para o volume da frente da sua calça.
- Você está linda! – elogiou. – Agora, faz de conta que eu sou um cliente, por exemplo: um marido ou namorado que deseja comprar algo para sua esposa ou namorada. Como você agiria?
Eu, meio sem jeito, balbuciei algumas palavras inaudíveis.
Roberval observou:
- Assim você não vende nada, rapaz! Fale alto e bom som, com convicção. Afinal, você quer o emprego ou não?
Respirei fundo, engoli em seco, passei levemente a língua úmida sobre os lábios ressecados. Afinal, pigarreei, tomei coragem e comecei:
- Senhor, tenho comigo artigos que podem ser do interesse e agrado da sua esposa. Nossa marca INTIMODAS é famosa por contemplar nossas clientes com as mais delicadas lingeries e acessórios do mercado...
Rindo-se por dentro do meu papel vexaminoso, Roberval resolveu interpelar-me:
- Sandro, ou, devo dizer Sandra? E se o cliente propuser algo como... vejamos... por exemplo: quer ver o meu pau? O que você faria?
Pego de surpresa, tentei desconversar:
- Se o cliente quiser mostrar...
Roberval, surpreso com a resposta, desabotoou a braguilha da calça e retirou seu pênis para fora. Convenhamos que era um belo cacete, bem grande, grosso e com uma vistosa glande avermelhada, já meio duro.
- Que você acha do meu pau? Bonito, não é?
- Muito – confessei, embora estivesse um pouco acanhado.
Meio desconcertado com a rispidez da abordagem, acrescentei que, comparado com as picas dos meus colegas do colégio, que via quando tomavam uma chuveirada no vestiário, após os jogos de futebol, a pica dele era muito bonita, bem grande, muito maior do que a dos rapazes. Roberval perguntou-me se não teria vontade de pegar nela, “só por curiosidade”. Hesitei, sentindo-me muito pouco à vontade com a impertinência do gerente. Mas raciocinei que, talvez, a oportunidade de emprego estivesse dependendo do meu comportamento (afinal, eu estava me relacionando com um possível “cliente”), assenti, meneando afirmativamente a cabeça. Segurei, usando as duas mãos, o belo exemplar de pênis, comprido e grosso. Roberval, maldosamente, indagou se eu já havia tinha visto um pau maior (devia medir uns 21cm ou22 cm). Eu disse que não, nunca vira um pênis tão grande e...
Roberval insistiu, numa curiosidade de homem que invade os segredos de outro homem.
- E se eu, ou melhor, o cliente, lhe pedisse pra fazer um boquete?
Recuei. Com as mãos na cintura, exclamei:
- Isso nunca! Assim, senhor, já é demais!
O gerente transformou-se numa coisa animal, de uma violência animalesca. Aplicou-me um tapa no rosto, com violência desusada, deixando na minha face uma mancha avermelhada.
- Olhe o que o e senhor me fez, me feriu – choraminguei.
- Confesse que gosta de apanhar de macho! Confesse, sua bicha!
Admiti, de olhos baixos, com uma vergonha doida: “Sim!”
Encarei a face amedrontadora do outro:
- Pode me bater, pode, bate, continue! – exclamei, quase histérico.
“Não vou resistir, não posso resistir” – pensava intimamente. Nunca me sentira tão frágil, tão sem vontade. “Poderá fazer comigo nem sei o quê”.
Roberval estava fora de si. Intempestivamente, começou a despir-se, arriando as calças, a sunga preta, tirando a camisa, a gravata italiana, jogando-as com violência no chão, descalçou as meias e os sapatos de couro alemão.
Ficou inteiramente nu na minha frente. Eu estava perplexo.
Roberval, segundo ele mesmo me disse, era dotado de um membro com dezenove centímetros de circunferência por vinte e dois de comprimento. Eu nunca vira coisa tão bonita e majestosa; este instrumento estava quase sempre duro, e, e segundo soube tempos depois, apenas com seis descargas podia encher até a borda uma garrafa de meio litro; era aparentemente muito delicado, muito gentil, e tinha um rosto interessante.
O gerente estava depilado na virilha, o que deixava bem visível o volume da genitália...
- Vou me servir de você – falou o homem.
Reclamei:
- Senhor Roberval, isso faz parte da entrevista? Se for desse jeito, vou-me embora...
Roberval perdeu a paciência. Cresceu para mim, que estava atemorizado.
Aplicou-me mais dois tapas no rosto. Amedrontado, recolhi-me, ficando de cócoras. Roberval encostou seu poderoso membro quase junto à minha delicada boca. Ordenou:
- Chupa, viadinho, eu sei que você está doido pra fazer isso!
O gerente, então, mandou que eu o chupasse ali mesmo. Como esboçasse uma reação negativa, Roberval ficou desconcertado e mostrou-se agressivo: forçou a minha cabeça para baixo e, colocando-se de pé bem na minha frente, obrigou-me a ajoelhar. Começou a berrar, meio que fora de si, “chupa, sua vagabunda, viado que nem você tem mesmo é que chupar um caralho de macho, bem grosso, tem que tomar muita porra no cu”, e outras coisas horríveis que tive de ouvir. Depois de obrigar-me a mamar a grossa pica durante alguns minutos, jorrou muita porra na minha infeliz boca. Disse para eu engolir tudo. Assim foi feito, que jeito?
Roberval insinuou que daquele dia em diante, se eu fosse contratado, todas as vezes que ele quisesse “me usar”, ele o faria, e eu deveria servi-lo do jeito que tivesse vontade.
Eu procurava conhecer quais seriam as próximas intenções do gerente. Roberval aproximou-se de mim e beijou-me. Houve uma inesperada procura e fusão de bocas e salivas. Nunca havia beijado um homem, e na hora não gostei da experiência.
(A secretária, coitada, a tal da dona Lurdes, parece que continuava firme no seu posto, pois não interrompeu nem uma vez sequer a minha entrevista.)
- Vamos à segunda demonstração – ordenou o gerente, dirigindo-se a mim, que estava a essa altura muito assustado.
Retirou uma garrafa de uísque de um armário, serviu-se de uma farta dose, e ofereceu-me. Recusei. Ele bebericou um gole do uisquinho e deu início aos trabalhos.
Sem qualquer cerimônia, me puxou pelo cabelo e me fez ajoelhar e cheirar o pau dele.
Ai!!! Ele recomeçou a me xingar de putinha, vadia, viado safado! Me fez segurar com as duas mãos o pauzão já duro, e me obrigou a lamber a cabeçorra e chupar, enfiando o pau na minha boca, com bastante força. Ele me xingava cada vez mais alto de puta, dizia que eu era o viadinho dele, que eu gostava mesmo era de um pau, queria um macho, e outras indecências.
Me bateu na bunda e novamente estapeou-me a cara, mas eu estava tão excitado que nem senti nada. Me fez tirar o vestido vermelho, arrancou minha calcinha, e me virando de costas, disse que a minha bundinha era muito branca; enfiando um ou dois dedos em mim, falou: “que bundinha redondinha!” e, abrindo minhas nádegas, observou que parecia que eu tinha o cu apertadinho.
Devo dizer que minha bunda é voluptuosa, e isso é extremamente raro em homem, mas meu pênis duro mede apenas doze centímetros. Mas esse pequeno detalhe, ali, naquelas circunstâncias, não significava nada!
Sempre me xingando – piranha! viado! –, Roberval berrou que ia me arrombar e, dito e feito!, me enfiou o pau com força, só tinha botado cuspe no meu cu, imagina! A princípio, senti uma forte dor. Pouco depois, com o movimento de vai e vem, comecei a sentir prazer em ter aquela magnífica rola atochada no meu cuzinho. Eu notei que se esgarçavam as pregas. Eu, provocando, falei para ele que, se era macho de verdade, queria ver ele me arrombar mesmo! Foi aí que ele ficou com mais tesão ainda! Dava seguidos tapas na minha bunda, deixando meu traseiro todo vermelho! Pouco tempo depois, ele descarregou tanta porra no meu buraquinho que caiu gala até no chão.
Choraminguei, apesar do prazer que experimentara, e com voz embargada falei, ou melhor, gritei para ele:
- Eu era VIRGEM!!! Eu era virgem, seu canalha, cafajeste!!!
Pensei que Roberval quisesse conversar a respeito do meu “teste”. Mas, para minha surpresa, não! Ele apenas riu da minha lamentação e, de modo brusco, disse apenas:
- Está contratado, começa amanhã! Dona Lurdes vai providenciar sua admissão.
Depois, sem dizer palavra, caminhou em direção à sala da Diretoria e... foi fazer sei lá o quê!
Despedi-me de dona Lurdes e fui-me embora, muito satisfeito, mas com o cuzinho em brasa!
Resumindo: com a obsessão de me possuir novamente, Roberval tem me tomado muito tempo, vive me perseguindo com essa ideia maluca de convencer a dar de novo para ele. Não me deixa em paz, e desde então, só de sacanagem, como me tornei em pouco tempo amante do diretor da empresa, nunca mais lhe dei oportunidade. Mas, confesso, estou sentindo muita falta disso...
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