Meu Pai e Minha Noiva 10.

Um conto erótico de Lukinha e Id@.
Categoria: Heterossexual
Contém 4678 palavras
Data: 02/04/2024 17:09:27
Última revisão: 02/04/2024 19:23:19

Tina levou quase uma hora para chegar e veio carregada. Cerveja, vodka, tequila … tinha quase de tudo. Ela estava mesmo com vontade de enfiar o pé na jaca. Passei por isso e sei como ela estava se sentindo.

Conversamos muito e eu fiz um resumo das coisas mais importantes para ela. Conforme íamos ficando embriagados, o clima entre nós começava a mudar. Tina se insinuava abertamente para mim e suas mãos começavam a ter vida própria.

Me pegando desprevenido e sem que eu esperasse, ela me beijou. Inicialmente, me assustei, levando alguns segundos para reagir e afastá-la de mim:

— O que foi isso, Tina? Tá maluca?

Completamente bêbada, sem ter noção de sua mancada, ela minimizou sua atitude:

— É só um beijo, nada demais. Estamos no mesmo barco, ambos fomos traídos. Podemos fazer o mesmo. Somos solteiros, não devemos nada a ninguém.

Precisei me afastar dela, me levantando do sofá:

— Eu entendo … eu realmente entendo o que você está passando. Também fiz algo parecido, usando outra pessoa para tentar esquecer …

Ela se animou:

— Então, é como eu disse, nada demais. Eu quero, você quer … o que nos impede?

Caminhando pela sala, pensando no que dizer, precisei ser realista:

— O problema é que ao fazer isso, procurar conforto nos braços de outra pessoa, acabei encontrando alguém especial. – E também ser honesto. – E eu preciso ser verdadeiro com os meus sentimentos, pois não consigo parar de pensar nessa pessoa. Me desculpe, Tina, mas não vai rolar …

Comecei a rir sozinho, pois ao me virar para ela, com a intenção de falar olhando em seus olhos, demonstrando firmeza em minha negativa, percebi que ela estava apagada no sofá e talvez nem tivesse noção do que acabara de fazer.

Recolhi os copos, juntei e guardei as garrafas, peguei a Tina no colo e a levei até o quarto, ajeitando seu corpo na cama e a cobrindo com o lençol. Saí e apaguei a luz, desejando a ela uma noite calma de sono e bons sonhos. Ela já roncava baixinho.

Acabei esquecendo que assim como eu, ela também deveria ter péssimas lembranças daquela cama e, muito provavelmente, ficaria chateada ao acordar. Infelizmente, além do sofá, local que eu pretendia dormir, aquele era o único outro lugar confortável. Me deitei e peguei no sono em minutos.

Na manhã seguinte, acordei com o despertador do celular e com o cheiro de café recém passado:

— Acorda, dorminhoco. Eu fiz café.

Até pensei em falar sobre o beijo da noite passada, em dizer que aquilo não deveria se repetir, mas ela estava tão tranquila, de bem com a vida, que provavelmente nem se lembrava do ocorrido. Tina disse:

— Obrigado por me colocar na cama e me desculpe por beber tanto. Eu não sou assim. Até que foi uma noite legal. Pelo menos, até eu sair do ar. Eu precisava mesmo de uma mudança de ambiente. Você acabou me ajudando a deixar aquela tristeza e o desânimo para trás. Vida nova de agora em diante, chega de sofrer e lamentar.

Olhei as horas e eu estava com tempo de sobra. Me levantei e tomei café com ela:

— É isso aí, vida nova. Eu penso igual.

Após o café, ela lavou sua xícara e se despediu de mim:

— Eu preciso ir, hora de voltar ao trabalho. Meu pai vai ficar feliz ao me ver de volta na empresa. O trabalho vai me ajudar a manter a mente ocupada e não ter recaídas.

Nós nos despedimos e eu fui tomar banho e me arrumar para encontrar com a Olívia. Aproveitei o embalo e separei todas as coisas que eu queria levar comigo de volta para casa, como os meus pares de tênis, roupas sociais que eu usava para trabalhar, meus gadgets … enquanto esperava dar a hora para sair, uma ligação chegou:

— Dr. Mathias? Achei que levaria mais tempo para me ligar. Já analisou os documentos?

Ele estava bastante sério e direto:

— Podemos fazer uma reunião virtual? Têm coisas ligadas à proposta do seu pai que você precisa tomar conhecimento antes de aceitar. Eu precisava da autorização de um outro cliente, por isso não disse nada ontem.

Eu estava surpreso:

— Ainda estou na cidade, doutor. Eu agora tenho um compromisso, mas posso ligar mais tarde para combinarmos um horário aí no escritório. Melhor nos falarmos pessoalmente.

— Podemos marcar amanhã cedo, então? O que acha? Assim você pode se preocupar apenas com seu compromisso de hoje. O que temos para falar não será rápido e eu vou precisar da sua total atenção.

Aquilo me assustou:

— É tão sério assim, doutor?

Ele me acalmou:

— É em relação a empresa do Sr. Angelo. Eu quero que você tenha todos os dados possíveis antes de considerar aceitar a proposta que ele fez. Se conseguirmos chegar a um entendimento, acredito que podemos nos livrar de aborrecimentos futuros.

Ele ainda me disse que era um procedimento de rotina, mas eu percebi que ele falava aquilo apenas para não me deixar ansioso. De qualquer forma, era hora de reencontrar a Olívia e eu acabei me forçando a esquecer e adiar qualquer assunto que me atrapalhasse. Olívia também merecia a minha total atenção.

Peguei as chaves do carro, o celular, a carteira e saí. Apesar do trânsito agitado, não demorei a chegar. Olívia me avistou assim que eu estacionei e saí do carro:

— Rafa, aqui. – Ela agitava o braço no ar.

Corri até ela e, sem que ela esperasse, a abracei. Um abraço caloroso e apertado. Como eu sentia falta daquele delicado cheiro floral. Como fui retribuído na mesma intensidade, não perdi tempo e já colei meus lábios ao dela. Eu me perdia completamente naquele beijo. Ali, eu não conseguia pensar em mais nada, só existia Olívia e eu. Nosso beijo foi intenso, longo e saudoso. Nenhum dos dois queria parar.

Por que as coisas não são mais simples? Por que Olívia só apareceu na minha vida no meu pior momento? Seria coragem ou covardia abandonar tudo o que me prendia, esquecer o meu pai, a Maitê e sumir no mundo com a Olívia?

Nós, enfim, nos desgrudamos e ela me encarava feliz, porém surpresa. Seus lindos olhinhos me escaneavam em busca de respostas. Me acalmei, respirei fundo e disse:

— Que saudade de você. Precisava fugir de mim?

Peguei em suas mãos e fomos caminhando até o carro:

— Mas eu não fugi. Foi apenas uma coincidência de eventos. Meu pai passou mal, foi parar no hospital e eu precisei vir correndo …

Parei de andar e, preocupado, me virei para ela:

— Eita! E ele está melhor? Precisa de alguma coisa?

— Foi só uma queda de pressão. Ele é hipertenso, mas não se cuida. Continua bebendo e fumando. Teimoso demais.

Olívia não resistiu e me abraçou novamente:

— Eu não fugi, mas queria me afastar. Eu achei que daria conta, que seria fácil, mas acabei …

A interrompi sem querer:

— Mas você acha que se afastando de mim iria resolver alguma coisa?

Ela não correu:

— A linguaruda da Vanessa já contou mesmo, não tem por que eu não ser honesta …

Sua alegria deu lugar ao abatimento:

— Você já sabe o motivo, meu trauma, o que aconteceu na minha última relação … poxa, Rafa … de novo isso. Sei que não é culpa sua, aconteceu antes de a gente se reencontrar, mas eu comecei a reviver tudo o que senti novamente. Os gatilhos foram demais para mim. Me assustei, acabei agindo sem pensar. Não foi fácil reviver o que aconteceu, fiquei mal. Acabei aproveitando e usando a situação do meu pai como um empurrão para longe de você.

A abracei ainda mais forte:

— Mas eu não sou o seu ex, acabo me sentindo injusti …

— A situação é idêntica, pelo menos pra mim. Eu não quero passar por tudo aquilo outra vez.

Respirei fundo novamente e me acalmei. Olhei nos olhos da Olívia e disse:

— Nós temos muito o que conversar. Eu serei completamente honesto com você e espero que você retribua. Mas antes, você tem um compromisso, correto? Quer resolver o que precisa e depois a gente vê o que faz? Para onde você precisa ir?

Ela me surpreendeu de uma forma que me assustou:

— Eu tenho uma entrevista de emprego. Na verdade, preciso ir imediatamente ou irei me atrasar.

“Como assim uma entrevista de emprego? Olívia estava pensando em se mudar definitivamente?”. Pensei, a encarando sem entender. Ela percebeu minha a minha discordância e explicou:

— É o meu pai, Rafa. Não posso mais ficar longe. Ele precisa de cuidados e eu sou filha única, sem outros parentes vivos. Terei que encontrar um emprego mais próximo a ele.

Não havia nada que eu pudesse dizer ou fazer. E no fundo, aquela nem era uma revelação ruim. Se eu aceitasse o acordo proposto pelo canalha do meu pai, também precisaria voltar a viver na capital para tocar a empresa. Achei melhor não falar mais nada. Apenas pedi o endereço e novamente me surpreendi com o local da entrevista da Olívia. Ainda tentei confirmar:

— Você tem certeza disso?

Ela confirmou, me encarando sem entender minha pergunta.

— É claro que eu tenho certeza. Imagina só, eu chegando no lugar errado para fazer uma entrevista. Seria hilário.

A entrevista da Olívia seria na empresa do meu pai. Aquilo era coincidência demais para ser apenas um acaso. Será que o meu pai sabia da nossa ligação? Será que era apenas um esquema contra mim? Preferi não frustrar os planos da Olívia, já que existia uma grande chance de ser mesmo uma coincidência e quem sabe, em breve, se ela passasse na seleção, eu poderia ser o patrão dela.

— Terra chamando … Podemos ir, Rafa?

Entramos no carro e chegamos rapidamente até o local. Preferi estacionar num local mais reservado, onde os funcionários da empresa não costumavam passar. Uma ruela de menor movimento. Enquanto ela saía do carro, eu disse:

— Vou esperar aqui, temos muito o que conversar. Boa sorte! Espero que dê tudo certo.

Meus pensamentos estavam a mil, enquanto eu esperava a volta da Olívia. Quarenta minutos depois, toda sorridente, ela voltou:

— Deu tudo certo. Ainda consegui um tempo para me desligar do trabalho atual e me concentrar na mudança.

Desci do carro e a abracei, dando os parabéns pela conquista. Ela não perdeu tempo:

— Me leva pro motel, por favor. Os sentimentos estão se misturando dentro de mim. Alegria por ter você aqui, pelo novo trabalho, por um novo desafio. Mas também, tristeza pela mudança, por me afastar da Nessa, medo pelo recomeço … uma porta se fecha, várias janelas se abrem, ou algo parecido com isso.

Nem pensei duas vezes, rodando diretamente para um motel próximo, que conhecia bem, em que eu ia frequentemente com a Maitê.

Eu precisava ser honesto com a Olívia, mesmo que minha revelação e problemas cortassem o barato dela. Transar e depois contar a verdade, seria muita canalhice. Faria eu me sentir um aproveitador.

Escolhi uma boa suíte e pedi para a recepcionista deixar o horário em aberto, entregando o meu cartão para que ela não criasse caso. Assim que estacionamos e entramos no quarto, Olívia me atacou, me beijando e me prensando contra a parede:

— Que saudade de você. Eu sabia que não iria conseguir ficar longe …

Tentei me afastar:

— Antes de qualquer coisa, precisamos conversar, tenho que …

Ela não queria saber, se ajoelhando a minha frente e tentando tirar a minha calça:

— Que se exploda. Teremos muito tempo para conversar depois. Eu quero você e quero agora. Só de lhe ver na rodoviária já fiquei excitada, sentindo a calcinha úmida. Cala a boca e me fode, eu preciso.

Peguei Olívia com força, pelo cabelo e a trouxe até a cama:

— Então vem, putinha! Que saudade desse corpo maravilhoso. – Dei um tapa forte naquela bunda carnuda.

Olívia me deu um sorriso safado. Ainda segurando nos cabelos, a joguei na cama.

— Tira essa roupa. Bem devagar, quero apreciar o show.

Olívia começou a desabotoar a calça, sensualizando em seus movimentos.

— Assim mesmo, gostosa. Essa é a melhor visão que um homem pode ter. Você é linda.

Sorrindo para mim, feliz pelos meus elogios, ela se levantou e começou a dançar, mesmo sem música, ensaiando um strip-tease meio desequilibrado, mas extremamente sensual. Que corpo é aquele! Simplesmente perfeito e impecável. Meu pau dava trancos de excitação.

Uma a uma, as peças de roupa foram sendo tiradas, revelando sua nudez que me enlouquecia. Ela ficou de quatro, engatinhando na minha direção.

Olívia beijou a minha boca, dando uma leve mordidinha no meu lábio inferior. Ela me fez tirar a blusa e desceu beijando meu tórax, a barriga e brincando com a língua pelo meu corpo. Ela desabotoou minha calça e libertou meu pau da cueca, encarando e admirando o membro ereto, latejando em sua mão.

Ela abocanhou a cabeça, passando a língua delicadamente e punhetando com calma. Mas logo seus movimentos se tornaram mais desesperados. Ela lambeu, sugou, beijou a cabeça, enfiou a pica inteira na boca, correndo a língua por toda a extensão até as bolas. Ela voltou a enfiar na boca, até quase o fundo da garganta, só tirando quando sentia o ar faltar. A sensação de prazer era incrível.

Eu me sentei na cama e deixei Olívia à vontade para continuar. Ela não perdia tempo, segurando firme na base da pica e depois batendo forte com ela nas bochechas. Eu estava indo ao delírio:

— Assim eu vou gozar rápido. Você está acabando comigo. Não sei se consigo segurar mais tempo.

Sorrindo de forma sacana, ela me provocou:

— Goza então. Enche essa boquinha de porra. Me dá leitinho.

Voltei a levantar, segurando firme em seus cabelos, ficando de joelhos na cama e comecei a foder a boca dela como se fosse uma buceta. Socando fundo a piroca em sua boca.

Não consegui segurar mais e o primeiro jato saiu com força, enchendo aquela boquinha delicada. Rapidamente tirei a rola de dentro da boca dela e o restante explodiu em seu rosto, lambuzando todo aquele rostinho lindo e perfeito. Foram cinco ou seis jatos potentes, um gozo espetacular.

Eu arfava, tentando recuperar as forças. Olívia sorria para mim com a cara cheia de porra. Ela se levantou, querendo ir ao banheiro se lavar, mas eu a puxei de volta, fazendo com que ela se deitasse outra vez na cama, já me posicionando entre suas pernas, e começando a beijar a parte interna das coxas.

— Minha vez. Que saudade dessa xoxotinha gostosa. Minha língua sentiu falta dela.

Chupei aquele grelinho inchado pelo tesão como se não houvesse amanhã. Caprichei em cada passada de língua, tentando aproveitar ao máximo o mel farto e de sabor bastante agradável. Olívia tinha essa qualidade, pois nada se igualava ao cheiro e sabor daquela xoxotinha apertada e deliciosa.

Massageei o grelo, penetrei com os dedos, lambia até o cuzinho, que piscava de prazer. O gozo veio com espasmos, fazendo a Olívia se temer inteira, apertando minha cabeça com as pernas:

— Ai, caralho … essa língua sempre acaba comigo … seu puto gostoso … eu não consigo mesmo ficar longe de você, é impossível. Que sensação incrível …

Ela nem me deu tempo de pensar em mais nada, exigindo:

— Vem! Me fode com força. Soca esse pauzão em mim. Me come do jeito que você fez a primeira vez.

Eu fiquei alucinado, parei de pensar. Coloquei Olívia de quatro e me posicionei atrás dela, pincelando a rola naquela xoxota que ainda escorria por causa do orgasmo tão recente.

Olívia virou a cabeça e me olhou com aquela cara de safada que só ela tem, esfregando a bunda no pau:

— Vai foder sua putinha? Vai me matar de prazer? Vai socar esse pauzão até o fundo do meu útero? Mete forte, seu puto gostoso.

Eu a prendi pela cintura e encaixei a pica bem no meio daquela raba linda. Olívia rebolava, me provocando mais:

— Acho que você quer foder meu cuzinho. Eu prometi, lembra?

Puta que pariu! Ela estava mesmo a fim de testar os meus limites. Ela não parava:

— Preciso ser honesta, pois quando concordamos em nos encontrar, eu já planejava sugerir nossa vinda ao motel. Eu estava com muita saudade, doida para me entregar novamente a você. Quando tomei banho de manhã, já fiz a higiene completa.

Ela não parava um minuto de rebolar na pica e eu já alternava entre pinceladas com a cabeça da rola e tapas estalados naquela bunda carnuda. Eu passava a pica com gosto por sua buceta e pelo cuzinho, espalhando o mel e me decidindo onde penetrar primeiro.

Sem conseguir aguentar mais, apontei a cabeça da pica na entrada da xoxota e fui forçando, sentindo que ela laceava a cada centímetro que eu conquistava.

Apesar da dificuldade inicial, em pouco tempo, a rola abriu passagem entre as carnes dela e se agasalhou perfeitamente, por inteiro, dentro daquela buceta pulsando de desejo. Deixei que ela se acostumasse por alguns segundos e depois comecei um vai e vem lento e cadenciado. Para o meu espanto, Olívia gozou em poucos minutos, me deixando perdido:

— Nossa! Que carência é essa? Isso tudo era saudade de mim?

Ela voltou a provocar:

— Não para, eu quero mais. Fode sua putinha. Isso era saudade, muita saudade.

Continuei socando fundo, cada vez mais forte, forçando seu corpo em direção a cama e saindo da posição de quatro. Com Olívia deitada, a xoxota parecia ainda mais apertada. Ela gozou mais duas vezes e eu acabei não conseguindo mais me segurar e explodi em uma segunda ejaculação tão forte e potente quanto a primeira. Caímos exaustos na cama, chegando a pegar no sono por quase duas horas.

Eu acordei primeiro e enquanto tomava uma ducha, Olívia também despertou e veio se juntar a mim:

— Podemos ficar aqui pra sempre? Eu não quero ir embora. Estou com medo de encarar a realidade.

Ela parecia querer perguntar alguma coisa, mas acabava perdendo a coragem. Lavei seu corpo carinhosamente, tentando dar a ela segurança para se abrir.

Ela finalmente falou, mas em tom de lamento:

— Eu vou perder novamente … eu sempre perco …

Eu não entendi muito bem o que ela queira dizer e acabei não reagindo, ficando na minha. Ela continuou:

— Não brigue com a Nessa, pois ela só me contou após eu insistir muito. Eu sei que a sua noiva não é uma traidora cruel como você imaginava. Seu pai se forçou sobre ela, né? Eu entendo se você quiser voltar, eu também não saberia como reagir numa situação …

Sem querer, e a interrompendo, acabei me confessando:

— O problema é que eu acho que estou realmente apaixonado por você. Eu não paro de pensar na gente um minuto sequer. Esse sentimento é independente ao que aconteceu com a Maitê. Mesmo com dó, sabendo que ela possivelmente carrega um filho meu, eu não tenho o mínimo desejo de voltar.

Olívia me encarava sem saber o que dizer. Tentei ser mais assertivo:

— Pode ser a raiva falando, ou o rancor, até mesmo a mágoa … acho que meu sentimento romântico por ela morreu definitivamente. Mesmo com todas as revelações de abuso, ainda que eu me sinta responsável e tenha a intenção de protegê-la, não seria mais como um parceiro. Eu não consigo mais nos ver como um casal. Essa posição é ocupada por você nos meus pensamentos.

Olívia me abraçou e começou a chorar, me apertando forte. A abracei também, acariciando seus cabelos e deixando que ela permanecesse agarrada a mim, pelo tempo que achasse necessário.

Acabei não pensando muito bem nas palavras e nem avaliando o que queria dizer. Apenas soltei:

— E se a gente continuasse de onde paramos, mas escondidos de todos? Maitê está frágil, vai precisar de tratamento psicológico e ainda tem a gravidez. Não sei se ela pode lidar com tudo isso …

Olívia me soltou. Ela me encarava com espanto, muito indignada:

— Você só pode estar brincando, Rafael? O que você pensa que eu sou? Eu jamais seria a segunda opção de alguém, ainda mais na atual …

É claro que eu percebi imediatamente a merda que falei. Tentei me explicar rapidamente:

— Você tem razão, me desculpe. Eu me expressei mal, não era esse o meu objetivo.

Olívia ainda foi compreensiva:

— Sinceramente, eu espero que tenha sido isso mesmo. Onde já se viu? Seria um delírio você pensar que eu aceitaria ser sua amante enquanto você brinca de casinha com a sua ex. Ou talvez, a sua atual novamente.

Tentei reforçar minha intenção:

— Eu jamais faria isso com você. Eu quero estar com você, não penso em outra coisa. É que … eu só não quero ter que esfregar a minha felicidade na cara da Maitê, entende? Além do abuso, da gravidez, ela ainda terá que lidar com a minha rejeição. Sei que posso ser visto como um vilão, mas eu preciso dar um encerramento definitivo na relação que tinha com ela.

Olívia aceitou e pareceu entender a minha explicação. Como eu acabei destruindo o clima, não voltamos a transar. Até a convidei para ficar comigo naquele dia, mas ela me pediu para levá-la até a rodoviária, recusando até mesmo que eu a levasse até a cidade natal de seu pai. Ela disse que antes de pensar em voltarmos a ficar juntos, ela tinha que resolver seus assuntos profissionais e lidar com a mudança.

Acabei perdendo a coragem de contar sobre os outros assuntos, principalmente porque aquela entrevista de emprego estava me cheirando a falcatrua do meu pai. Esperei o ônibus com ela, mas não falamos muito. Ela estava séria e pensativa, mas se despediu de mim com um beijo de tirar o fôlego e um sorriso tão bonito que me deixou esperançoso.

Acabei voltando sozinho e preocupado para aquele apartamento cheio de lembranças ruins. Dona Celeste primeiro, e Carlos depois, me seguraram por horas em chamadas de vídeo, cheios de conselhos e advertências, me pedindo para voltar para casa.

Tive mais uma péssima noite de sono, novamente no sofá da sala. Preocupado com a minha futura relação parental com Maitê, e também, com a possível rejeição da Olívia, acordei passando mal do estômago na manhã seguinte.

Eu precisava encontrar forças, pois o Dr. Mathias me aguardava. No caminho para o escritório, eu criava vários cenários possíveis na minha cabeça. O que será que ele precisava falar comigo? O que queria mostrar? Eu começava a ficar bastante ansioso, o que fazia piorar a dor no estômago. Eu estava prestes a entregar os pontos, mas me controlei ao máximo, usando uma técnica de respiração.

Cheguei ao escritório e fui direcionado para a sala de reuniões. Além do Dr. Mathias, um segundo homem estava presente. Assim que entrei, fomos apresentados:

— Rafael, esse é o Sr. Eugênio Alves. Assim como você, ele também é nosso cliente e o processo que movemos em nome dele, é contra a empresa do seu pai. A mesma empresa que ele quer passar para você no acordo.

Era só o que me faltava. Quanto mais eu rezava, mais assombração aparecia. O Dr. Mathias foi direto ao assunto, me entregando alguns projetos antigos em fase de desenvolvimento e começando a explicar o motivo da reunião:

— Assim como o seu pai, o Eugênio também é um empresário do ramo da automação industrial. Um concorrente da empresa dele …

Eu reconhecia aquele projeto, pois era a máquina que eu terminei de desenvolver, para a qual criei diversas atualizações e melhorias, o produto mais rentável da empresa do meu pai. O Dr. Mathias prosseguiu:

— O processo é baseado em roubo de segredos industriais. A máquina do seu pai, na verdade, é um projeto roubado da concorrência. Por meio de suborno e coação, seu pai conseguiu obter o projeto e o patenteou antes da empresa do Sr. Eugênio.

Eu precisei falar:

— Eu até reconheço a base do projeto, mas fui eu que terminei o desenvolvimento. Sem as minhas melhorias e adaptações, a máquina seria inviável comercialmente.

O Sr. Eugênio contestou:

— Pode até ser verdade, mas ela foi roubada ainda na fase de projeto, quando estávamos produzindo o primeiro protótipo. Nós provavelmente chegaríamos as mesmas conclusões que você. Só não o fizemos porque fomos roubados. Me desculpe, jovem, mas seu pai não passa de um ladrão, um pilantra parasita.

O Dr. Mathias, percebendo a animosidade entre nós dois, se colocou como mediador e falou com convicção:

— Infelizmente, Rafael, para o seu pai, e porque não, para você, nós temos um processo sólido, com provas e testemunhos contundentes sobre a origem do maquinário em disputa.

O Sr. Eugênio fez sinal para ele, o encorajando a prosseguir:

— Por outro lado, o Sr. Eugênio reconhece as melhorias e adaptações feitas por você e entende que sem a sua colaboração, a máquina seria muito menos eficaz. Como a fábrica dele tem uma planta obsoleta, necessitando de um investimento pesado para uma atualização que tornasse possível a produção do equipamento, queremos lhe propor uma solução. Mas somente no caso de você aceitar o acordo proposto pelo seu pai e se tornar o dono da empresa.

Aquilo estava indo rápido demais e eu precisei dar um passo atrás. Questionei o Dr. Mathias:

— Pelo tom da conversa, acredito que o senhor já tenha um parecer sobre o acordo. Ou não estaríamos aqui reunidos.

Ele não enrolou:

— Sim, é verdade. E também já mandei uma cópia para o Dr. Carlos. Ele concorda com o meu julgamento. O único empecilho para o acordo é o processo movido pelo Sr. Eugênio.

O Dr. Mathias tomou um gole de água e continuou:

— Como advogado, me vejo num conflito de interesses. Terei que advogar contra você num futuro próximo esse se não chegarmos a um acordo e se você aceitar o que foi proposto pelo Sr. Angelo. Preciso ser honesto e dizer que independentemente das motivações do seu pai, o acordo é excelente. A empresa é saudável e tem como sobreviver ao processo do Eugênio.

O Sr. Eugênio parecia ansioso. Eu apenas ouvia e tentava entender a intenção do Dr. Mathias. Ele continuou:

— Eu o chamei aqui pois acho que você e o Eugênio ganhariam muito mais num eventual acordo extrajudicial. Acho que uma parceria seria benéfica aos dois. Seja honesto: a demanda é muito maior do que a capacidade de produção da empresa, correto?

Eu apenas concordei com a cabeça, pois antes de tudo acontecer, da minha vida perfeita desmoronar, tínhamos até parado de aceitar novos pedidos pelos próximos dois anos. As empresas maiores estavam importando equipamentos semelhantes e menos eficientes do exterior pelo dobro do preço.

— Então, com a expertise da equipe do Sr. Eugênio, e a adaptação da planta da fábrica dele, vocês poderiam triplicar a produção, se tornando sócios na produção da máquina, ora em litígio. Os dois lados ganham.

Era realmente uma proposta sólida e muito realista. Eu só tinha uma pergunta:

— Mas quem irá bancar a reforma da planta industrial? Qual o custo dessa empreitada?

O Eugênio mesmo respondeu:

— Minha empresa, meu problema. Eu farei a adaptação da planta, assim que assinarmos o contrato de parceria na produção do maquinário. E também darei fim ao processo, lógico.

Eu não podia responder prontamente. Era uma decisão que carecia de uma avaliação criteriosa. Pedi:

— Posso ter alguns dias para pensar? Também preciso analisar esse contrato detalhadamente. Em princípio, me parece muito interessante, mas …

O Sr. Eugênio jogava limpo:

— Venha visitar a minha fábrica. Eu lhe mostrarei tudo pessoalmente. Tendo uma visão clara, fica mais fácil avaliar e entender.

Encerrada aquela reunião, o Sr. Eugênio e eu saímos juntos do escritório. Já do lado de fora, enquanto caminhávamos até os carros, ele me surpreendeu, apelando para o meu lado sentimental, humano:

— Vou ser honesto com você. Aquela máquina era a minha última cartada. Investi tudo o que eu tinha naquele projeto. O seu pai, se passando por amigo, por um investidor sério, mentindo que investiria na minha empresa, me roubou bem debaixo do meu nariz. Eu amaldiçoo o dia em que o conheci.

Me comovi com o desabafo dele, pois conhecia muito bem o meu pai. Também fui uma de suas vítimas. Todos que cruzavam o caminho dele tinham uma história de perda para contar. A fila era enorme: minha mãe, eu, Eugênio, Maitê, Tina …

Eu sabia o que era certo e o que precisava fazer. Mas antes, mesmo que eu tivesse total autonomia, era justo conversar com a minha mãe e ouvir a sua opinião.

Continua ...

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Foto de perfil de Contos do LukinhaContos do LukinhaContos: 116Seguidores: 380Seguindo: 14Mensagem Comentários de teor homofóbico, sexista, misógino, preconceituoso e de pessoas que têm o costume de destratar autores e, principalmente, autoras, serão excluídos sem aviso prévio. Assim como os comentários são abertos, meu direito de excluir o que não me agrada, também é válido. Conservadores e monogâmicos radicais, desrespeitosos, terão qualquer comentário apagado, assim como leitores sem noção, independente de serem elogios ou críticas. Se você não se identifica com as regras desse perfil, melhor não ler e nem interagir.

Comentários

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Ansiedade a mil na espera do próximo capítulo

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Desculpe a demora. Problemas técnicos com o notebook que uso pra escrever e onde está guardado o arquivo. Já está sendo resolvido e não deve demorar muito mais.

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Desculpe a ausência, amigos. Próxima parte quase pronta, deve ser postada até terça.

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Suspense total! A expectativa é grande! Realmente, é uma trama de altíssima qualidade! ⭐⭐⭐💯

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Essa entrevista da Olívia justamente na empresa do Pai 🤔🤔🤔. Sei não viu!

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Para as pessoas que me mandam mensagem privada, saibam que não sou assinante Premium.

Email de contato: lukinhacontos@gmail.com.

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ótima continuação, meu parabéns. Cara que dó da Maitê, será descartada pelo Rafa que a olha com olhar repulsivo, tem aparente nojo e ódio dela. Além de tudo que passou na vida, será que dará conta ainda mais dessa humilhação? Alguém abusado não merece ser feliz, tomara que sim. aguardemos...

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Rafael + Mônica = Nunca fala o que deve falar 🤦🏻‍♂️

Devem ser parentes, só pode. Rsrs

Ótimo capítulo como sempre! Parabéns aos envolvidos!

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Rafael + Mônica = Nunca fala o que deve falar 🤦🏻‍♂️

😂😂😂😂😂😂😂

Você tem razão. Concordo demais.

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Caramba, eu quero estar errado mas começo a suspeitar que essa história pode ter algum tipo de tragédia até o seu final. Tomara que não, mas acho bem possível.

No mais, uma trama ótima.

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Aparentemente é coincidência essa entrevista na empresa do pai, no entanto as revelações a respeito da índole dele enquanto empresário, me faz duvidar de que seja coincidência e nesse ato deveria o Rafael ter revelado que a empresa é do pai dele. Ainda veremos problemas com mais uma namorada do Rafa?

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Essa entrevista de emprego... Muito suspeito isso.

3 estrelas Lukinha, Id@ e terceira pessoa.

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Vlw, meu comparsa !!! Rsrsrs

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Capítulo excelente! Parabéns dupla!

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caramba, difícil de falar sobre ele, Lukinha vc esta escrevendo sobre a vida dele, realmente nos mostrando um primo um amigo ou qualquer garoto do nosso dia a dia, infelizmente ele só se mete em enrascada, ele não poderia ter escondido sobre a empresa, mas vamos torcer para que dê tudo certo

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Outro excelente capítulo! Parabéns Lukinha e Ida!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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