Borboletas sob as luzes da metrópole.
No coração pulsante de São Paulo, a cidade que nunca dorme, Chico Piocão se preparava para a aventura mais emocionante de sua vida. Com seus 24, carregava consigo não apenas a bagagem física, mas também a esperança e a ansiedade de um jovem streamer em ascensão. Chico, um filho de Porto Velho, estava acostumado com a tranquilidade de uma cidade interiorana, onde cada esquina lhe era familiar. Mas agora, ele estava prestes a mergulhar na imensidão de uma metrópole que respirava inovação e diversidade.
O motivo de sua viagem era o evento mais aguardado por streamers LGBT da plataforma Twitch, o YagLive: um encontro que prometia ser um epicentro de talentos emergentes e estabelecidos, um lugar onde a expressão seria tão diversa quanto as cores do arco-íris, hipocritamente hasteado. Chico sabia que suas chances de ganhar o prêmio Streamer Revelação eram pequenas, mas isso pouco importava. O convite em si já era uma vitória, um reconhecimento de seu trabalho árduo e paixão. Ele ansiava por conhecer outros como ele, trocar experiências, absorver conhecimento e, quem sabe, deixar sua marca naquele universo vibrante.
Embora nunca tivesse pisado em São Paulo, Chico sentia que a cidade já o chamava, com seus prédios que rasgavam o céu e a sua cacofonia de sons e cores. Ele estava pronto para se perder e se encontrar entre os milhões de ninguéns.
Chico, com sua estatura modesta de 1,60, tinha uma presença que desafiava sua altura. Seus cabelos castanhos, curtos e arrumados, estilo militar, enquadravam um rosto expressivo, onde seus olhos pareciam capturar e refletir a luz de suas paixões junto as luzes da cidade sob ele. Sua pele branca contrastava com o tom escuro de suas roupas que realçavam o corpo sarado, resultado de horas dedicadas à academia e à disciplina rígida que impunha a si mesmo. Ele era o estereótipo do jovem marrento e, para alguns, o estereótipo da beleza, mas essa era apenas a superfície de um oceano muito mais profundo..
O relógio já marcava seis horas da tarde, Chico mal podia conter a empolgação enquanto o avião descia, revelando a vasta tapeçaria urbana de São Paulo. Ele já sentia cada batida do coração sincronizada com o ritmo frenético da metrópole abaixo. Ao desembarcar, o ar carregado da cidade grande o envolveu em uma mistura de promessas, possibilidades e a fumaça das centenas de escapamentos na avenida a sua frente.
Após quase uma hora tentando pegar um taxi, sem ao menos conseguir passar em um hotel pelo tempo apertado, ele se dirigiu ao evento da Twitch ainda imerso em uma áurea de nervosismo e incerteza. O local estava repleto de cores vibrantes e rostos sorridentes, além daqueles típicos banners orgulhosamente exibindo o arco-íris da diversidade que nunca sai do papel, mas se expressa magnânima no papel moeda. Chico absorvia cada detalhe, cada risada compartilhada, cada olhar entre os participantes. Como podia ele estar sentindo-se deslocado em uma celebração da identidade, da expressão e da comunidade a qual pertencia?
Enquanto explorava o evento, o jovem conheceu muitos dos stremaers que acompanhava, tirou fotos com alguns fãs, mas não deixava de estar um pouco decepcionado pelas expectativas que criara. Após andar por quase todo o evento, visitando stands e posando para fotos, ele não pôde deixar de notar a energia magnética que emanava de um canto específico do salão. Lá estava ela, a Loba, cercada por uma multidão de fãs e admiradores. Ela irradiava confiança, e mesmo de longe, Chico podia ver o brilho fatal que emanava de seus olhos castanhos. Ele se aproximou, hesitante, mas impulsionado por uma força que não conseguia explicar.
O início da caçada.
Wanessa Wolf, a Loba, era uma força da natureza. Sua altura de 1,65 era apenas o começo de sua presença imponente. Seus olhos castanhos eram como portais para uma alma que conhecia tanto a alegria quanto a adversidade, e seu cabelo escuro com luzes loiras era uma bandeira da pseudo individualidade que buscava representar e da jornada que a levou a ser quem ela era. O corpo voluptuoso de Wanessa, longe de se conformar com padrões, era uma celebração de sua liberdade, esculpido não apenas pelos melhores cirurgiões plásticos do Brasil, mas também por sua própria confiança e autoaceitação.
A personalidade de Wanessa diante das câmeras era uma obra de arte cuidadosamente construída, uma personagem que ela vestia como uma armadura brilhante. Ela era vista como uma diva inacessível, uma influencer que não fazia nada sem uma etiqueta de preço. Mas essa era uma imagem que ela projetava para o mundo, uma cortina de fumaça que escondia a verdadeira Wanessa: uma mulher que, longe dos holofotes, ansiava por conexões genuínas e significativas depois de tantas desilusões.
Quando Wanessa o notou, seu olhar atravessou a multidão, e por um breve momento, tudo ao redor pareceu desaparecer.
“Você deve ser o Chico Piocão,” ela disse, com um sorriso que iluminou seu rosto e dissipou qualquer vestígio de sua persona de diva. “Eu ouvi falar sobre você. Suas lives têm algo especial, sabe?”, disse ela com um olhar de desejo enquanto media cada centímetro do corpo de Chico e se admirando com os músculos salientes marcados na camiseta social preta.
Chico riu, nervoso. “Você acha? Eu só tento ser eu mesmo… Mas e você? Como é ser uma das streamers mais influentes do Brasil?” Surpreso com o reconhecimento, sentiu uma onda de orgulho e gratidão, nunca imaginara que ela sabia seu nome.
Ela deu de ombros, um sorriso modesto nos lábios. “Ah, é um trabalho como qualquer outro. Tem seus altos e baixos. Mas e você menino, como começou nesse mundo?”
“Comecei por acaso, eu queria compartilhar minha paixão por jogos, comecei a stremar algumas partidas e acabou virando algo maior, mesmo pequeno, encontrei um público que gosta do que faço e ajuda a distrair a cabeça. Nunca pensei que me levaria a algum lugar, muito menos a este evento.”
Wanessa assentiu, compreensiva. “É, a vida é cheia de surpresas. Mas me conta, como é sua cidade?” disse ela claramente tentando prolongar a conversa.
Chico sorriu, pensativo. “É um outro mundo. Mais calmo, sabe? Eu gosto da energia daqui de São Paulo, mas parece tudo meio caótico.”
Enquanto a multidão se dissipava um pouco, eles conversavam sobre suas experiências como streamers, os desafios e as alegrias que acompanhavam a vida diante das câmeras. Chico, ainda com um misto de vergonha e timidez, falou de suas origens, de seu amor pelo streaming, que o levou da pequena Porto Velho até aquele encontro em São Paulo, suas ambições e desejos.
A noite avançava, mas o tempo parecia irrelevante. A conversa fluiu por quase uma hora, e eles logo se encontraram isolados do burburinho do evento, imersos em um diálogo que parecia de duas pessoas que se conheciam a anos. Naquele instante, Chico e Wanessa não eram apenas streamers em um evento, mas duas almas que haviam encontrado um reflexo uma na outra, duas histórias que se entrelaçavam sob as luzes da cidade. Os olhares famintos e sorrisos de Wanessa já davam indícios de suas intenções.
A cerimônia de premiação começou envolvendo todos com uma energia eletrizante. Chico e Wanessa, agora companheiros de aventura, assistiram juntos, ansiosos a cada anúncio. Quando chegou o momento da categoria 'Melhor Programa Autoral', o coração já batia uníssono com o da multidão. Em meio a música e múrmuros, o nome de Wanessa Wolf foi anunciado. Ela ganhou. O salão explodiu em aplausos enquanto ela subia ao palco, sua figura imponente capturando todos os holofotes.
Em seu discurso, Wanessa, além de agradecer aos seus inscritos e amigos, falou sobre a importância da autenticidade e da coragem em ser quem você é, uma mensagem que ressoou profundamente com Chico. Quando ela retornou, seus olhos encontraram os dele, e um sorriso compartilhado selou um momento de triunfo mútuo eternizado na mente de Cicho com um abraço de parabéns.
As premiações não se estenderam muito, um desconhecido de ambos acabou levando o prêmio de Streamer Revelação, mas isso pouco importou para Chico, a viagem já estava sendo muito melhor que o esperado. Após a cerimônia, Wanessa, ainda vibrando com a vitória, convidou Chico para comemorar. "Vamos dar a você um gostinho da verdadeira São Paulo," ela disse, sugerindo um dos bares ou boates da famosa Rua Augusta. Chico, percebendo as segundas intenções por trás do convite, hesitou por um momento, mas a curiosidade de conhece-la mais e o desejo de experienciar a cidade em sua plenitude o levaram a aceitar.
Uivos de desejo:
A noite de São Paulo era um caleidoscópio de luzes e sons, e a Rua Augusta era seu coração pulsante. Eles entraram em um bar com música ao vivo, Wanessa guiou Chico pela multidão, apresentando-o a um mundo que era ao mesmo tempo estranho e fascinante. Pessoas de todos os tipos e uma vibração estranha que se misturava a fumaça das maquinas.
Enquanto a música enchia o ar, Wanessa e Chico dançavam, riam e bebiam, celebrando não apenas a vitória dela, mas a jornada que os trouxe até ali. Por um momento, Chico viu-se envolvido pelo espírito livre de Wanessa e pela cidade que agora se revelava a ele em todas as suas cores vibrantes.
Quando a noite chegou ao fim, Chico sabia que São Paulo havia deixado sua marca nele. E embora as segundas intenções de Wanessa fossem claras, ele percebeu que a verdadeira celebração era a conexão que eles haviam formado, uma amizade forjada na paixão compartilhada pelo streaming e pela vida em sua forma mais pura e intensa.
A música diminuía enquanto a noite avançava, mas a Rua Augusta sequer começava a se esvaziar, pelo contrario. Wanessa, com um brilho travesso nos olhos, se inclinou para Chico e disse, "Essa noite não precisa acabar aqui. Que tal continuarmos a comemoração em um lugar mais tranquilo?"
Chico, surpreso com o convite, hesitou. "Na sua casa?" ele perguntou, uma mistura de curiosidade e cautela em sua voz.
Ela assentiu, um sorriso encorajador nos lábios. "Sim, na minha casa. É um lugar onde podemos relaxar, longe do barulho e da multidão. Além disso, tenho uma coleção incrível de jogos que você vai adorar."
Chico riu, a tensão inicial se dissipando. "Você está tentando me subornar com jogos, Wanessa?"
"Chico, eu realmente gostaria que você viesse comigo. Não para jogar ou qualquer outra coisa... mas realmente passarmos um tempo juntos," ela disse, sua voz carregada pela bebida e uma verdade crua.
"Além disso," Wanessa continuou, um sorriso brincando em seus lábios, "você economizaria com o hotel, e eu prometo, nada vai acontecer que você não queira."
"Eu... eu adoraria," ele respondeu, seu coração batendo descontrolado com a possibilidade do que estava por vir.
Wanessa acenou para um táxi, que rapidamente parou. "Vamos dividir a corrida," ela sugeriu, enquanto abriam a porta do táxi.
O interior daquele táxi era um santuário privado enquanto atravessavam a vastidão de São Paulo. Os arranha-céus passavam como sentinelas silenciosas, testemunhas da vida que pulsava em suas vias como veias que guiavam o sangue vital daquela metrópole.
A casa de Wanessa era um apartamento aconchegante em um dos bairros mais vibrantes da cidade. Eles subiram em silêncio, a antecipação crescendo a cada passo. Quando a porta se fechou atrás deles, Wanessa ofereceu a Chico um copo de vinho, e eles se sentaram no sofá, os pés, agora descalços, tocando o chão frio e aliviando as dores das horas dentro de sapatos apertados.
"Você não precisa se preocupar, Chico," Wanessa disse, olhando nos olhos dele. "Estamos aqui para aproveitar a companhia um do outro, sem expectativas ou pressões."
Chico assentiu, grato pela honestidade dela. "Isso significa muito para mim, Wanessa. São Paulo é enorme e intimidadora, mas estar aqui com você... faz parecer um pouco mais como casa."
Nas garras da Loba.
A luz suave do amanhecer já começava a se infiltrar pelas cortinas, banhando o quarto branco com tons dourados. Chico e Wanessa estavam agora sentados, um ao lado do outro, o silêncio desconfortável entre eles preenchido apenas pela respiração tranquila e pelo som distante da cidade acordando. Chico virou-se para Wanessa, seus olhos encontrando os dela.
"Eu nunca pensei que encontraria alguém como você," ele murmurou, "alguém que me fizesse questionar e, ao mesmo tempo, alguém que me fizesse sentir tão certo sobre o que estou sentindo."
Wanessa sorriu, sua mão encontrando a dele. "A vida é cheia de surpresas, Chico. E às vezes, as respostas que procuramos não estão nas perguntas que fazemos, mas nas experiências que vivemos e compartilhamos." Ela o guiou até a varanda de seu quarto, onde a vista da cidade se estendia diante deles, vasta e ilimitada. "São Paulo é um lugar de milhões de histórias," disse. "E agora, a sua história se entrelaça com a minha, aqui, neste exato momento."
Chico se aproximou, seu reflexo ao lado do dela no vidro, as sombras foram as primeiras a se tocar. Ele podia sentir o perfume de Wanessa, uma mistura de Coco Mademoiselle e algo indefinível que ele já reconhecia como intrinsecamente dela. "Eu quero fazer parte da sua história," ele disse, a decisão clara em sua voz.
Wanessa se virou para ele, um sorriso florescendo em seu rosto. "Você já é," disse ela com um sorriso de desejo. E então, com a cidade como testemunha, eles compartilharam seu primeiro beijo. Um beijo suave, uma pergunta feita sem palavras. O sol subiu mais alto, banhando-os em luz dourada, selando o momento em que duas almas se encontraram e decidiram embarcar em uma jornada juntas.
Um silêncio eloquente se instalou entre eles, carregado de entendimentos mudos. Chico, ainda segurando a mão de Wanessa, sentiu uma coragem renovada fluir por seu corpo e espirito. Com um olhar firme e cheio de desejo, ele a puxou suavemente pela mão, conduzindo-a quarto a dentro.
Agora iluminado pelo amanhecer, o quarto parecia diferente aos olhos de Chico, não mais um lugar estranho, mas um lugar de intimidade e descoberta. Wanessa o seguiu, seus passos ecoando a batida sincronizada de dois corações que começavam a dançar uma nova melodia.
Wanessa olhou para ele, seus olhos brilhando com uma mistura de emoção e calma. Eles se aproximaram, e Chico a envolveu em seus braços. O segundo beijo foi diferente do primeiro, mais confiante, mais promissor, intenso. Era um beijo que falava de futuros compartilhados e de um presente que ele estava apenas começando a desvendar.
O mundo lá fora continuava a girar, mas no quarto dourado pelo sol, o tempo parecia parar, dando espaço apenas para Chico e Wanessa e para a história que eles estavam criando juntos. Em meio ao beijo, começaram a se despir, Wanessa passava as mãos curiosas pelo corpo agora sem camisa de Chico, sentiu cada um de seus músculos, deslizou suas mãos pela barriga definida dele e, enquanto desabotoava sua calça, sentiu pela primeira vez seu grande membro que ganhava vida.
“Vou tomar um banho, quero estar cheirosa para você, mas me espera aqui, hoje quero sentir o sabor de seu corpo suado.” Disse ela se desvencilhando dos braços de chico e desaparecendo para dentro do banheiro.
O jovem ficou ali por alguns minutos. Por um momento foi puxado a realidade ao se lembrar que não havia levado sequer uma camisinha que coubesse em seu grande e majestoso membro. O medo também se fazia presente, mesmo beijando algumas garotas quando estava bêbado, ele nunca havia ido para a cama com uma.
Chico foi tirado de seus pensamentos quando percebeu o chuveiro se fechar e Wanessa sair do banheiro de uma forma que ele nunca esperou. Wanessa estava nua, mas vestida de uma cinta que acomodava um consolo de silicone muito maior que a imaginação de Chico o permitiria supor a existência.
“Me fudi.” Murmurou ele com o medo e receio estampado em seu rosto.
Com um sorriso sacana, Wanessa respondeu, “ainda não, mas vai ser fodido muito.”