Ela caminha com passos firmes e decididos, enquanto o tecido sedoso do seu tailleur azul marinho sussurra a cada movimento. É uma mulher de uma elegância discreta, seus cabelos longos caem em cascata sobre os ombros, enquanto seu rosto sereno exibe traços marcantes, uma harmonia de feminilidade e mistério. Seus olhos, profundamente azuis, parece esconder segredos que só ela conhece.
Ana é uma mulher madura, já passou dos 50 anos. Seu corpo, adornado por curvas suaves e um quadril largo, é um convite à contemplação. Apesar da aparência reservada, sua aura exala sensualidade.
Por trás daquela aparente inocência, ha um fogo ardente de desejo. Ela sonha com aventuras amorosas, por momentos de paixão selvagem e sexo intenso. Porém, esse desejo, tão intenso e vibrante, permanece oculto aos olhos dos observadores casuais, guardado sob as minhas camadas de sua compostura impecável.
Nascida em uma família religiosa e conservadora, Ana foi criada em meio a restrições e repressões que moldaram sua vida desde tenra idade. Os preceitos severos e as expectativas rígidas dos seus pais delinearam seu caminho, restringindo sua liberdade e sufocando seus desejos mais profundos.
Com dezenove anos viu-se casada, com o filho de um amigo do seu pai, num casamento arranjado. Era um relacionamento morno, com pouco sexo ou criatividade. Tiveram um único filho.
—Ana estava distraída escolhendo entre marcas de iogurte quando seu carrinho de compras colidiu suavemente com outro. Surpresa, olhou para cima e se deparou com Regina, uma mulher de sorriso caloroso e olhos brilhantes."Me perdoe!", Ana rapidamente se desculpou."Sem problema!", respondeu Regina com um riso amigável. "Esses carrinhos têm vida própria às vezes, não é?" As duas compartilharam um sorriso cúmplice e começaram a conversar. O papo prosperou e descobriram que tinham muito em comum, desde seus gostos por comida até suas séries favoritas na Netflix. O tempo pareceu passar lentamente enquanto trocavam histórias e risadas no corredor do supermercado.
Foi uma surpresa ao descobrirem que moravam no mesmo prédio. Ana no terceiro e Regina no segundo andar. Elas também tem Maria no nome. Ana no segundo e Regina no primeiro. Várias felizes coincidências.
Regina lembrou que, da janela do seu apartamento, já vira Ana chegando ao prédio, elegante com seu tailleur azul, que é o uniforme da agência de turismo em que ela trabalha. Algo em Ana chamou sua atenção.
Foram juntas até o prédio, trocaram telefones e até deixaram em aberto um novo encontro. O acaso escreveria uma história que elas nunca haviam imaginado.
Naquela noite Regina não cumpriu o seu costumeiro ritual, ficar na janela observando as pessoas e vivendo fantasias sexuais com os homens que passam pela calçada do seu prédio.
Sentou no sofá, com o copo de whisky na mão e ficou relembrando do encontro que tivera com Ana no supermercado.
Entorpecida pelo efeito do álcool do seu drinque, passou a experimentar sensações e desejos inéditos até então. A figura de Ana surgiu na sua mente, a leveza dos gestos, seu perfume, sua sensualidade, as curvas do seu corpo. Regina sentiu seu corpo arrepiar. Acariciou seus mamilos eriçados, fechou os olhos e permitiu-se imaginar momentos íntimos com Ana, deixando-se levar pela doce fantasia de toques delicados e olhares cúmplices. O coração de Regina batia mais rápido à medida que sua imaginação ganhava vida. Podia sentir a boca da Ana a beijar seu corpo, pode sentir a língua dela em seu critóris o que fez ela gozar deliciosamente.
Enquanto recuperava a respiração, riu prazerosamente. Nunca tivera um orgasmo, imaginando sexo com uma mulher, mas gostou muito. “Isso é coisa da minha cabeça, Ana já mais vai querer isso”, pensou Regina.
Ainda curtindo aquele momento de prazer único, misturado com whisky, adormeceu.
Uma notificação vibrou o celular de Regina. “Putz, quem manda uma mensagem às 6 da manhã de um domingo? Esbravejou Regina. Era uma mensagem de Ana no Whatsapp.
Uma figurinha de bom dia toda florida com um pequeno texto: Tudo bem miga, dormiu bem?
O mau humor de Regina deu lugar a um sorriso maroto. Levanto-se num salto, foi tomar banho.
No silêncio reconfortante do chuveiro, Regina deixou a água quente acalmar seu corpo enquanto sua mente vagava pelos momentos íntimos imaginado com Ana. Cada lembrança, reavivava todo tesão que sentira e fazia seu corpo arrepiar. “Que locura” exclamou Regina
Enquanto as gotas caíam sobre sua pele, Regina imaginava corajosamente o que aconteceria se ela confessasse a Ana o turbilhão de emoções que a consumira na noite anterior. Ela podia visualizar o sorriso surpreso de Ana, seus olhos brilhando com uma mistura de choque e prazer. Talvez Ana também tivesse guardado esses momentos em sua mente, alimentando uma chama semelhante.
No entanto, Regiana ponderou: “muita calma nessa hora! Conheci a mulher ontem, ela vai pensar que sou uma lésbica tarada e pervertida”.
Regina desligou o chuveiro, envolvendo-se em uma toalha enquanto refletia: algumas confissões são melhores guardadas para si mesma. Talvez, por enquanto, fosse suficiente apenas relembrar os momentos íntimos em segredo.
Regina pegou o celular e viu a mensagem de Ana novamente. Ia responder, mas se conteve: ainda não, disse pra si mesma, por mais que sua vontade fosse de ligar para Ana. O que está acontecendo comigo? Pensou Regina. Jogou o celular no sofá e foi caminhar pela feira de artesanato, que acontecia na praça de fronte do seu prédio. Não demorou a voltar e foi direto pegar o celular. Mandou um “oi” que foi respondido quase que imediatamente. Trocaram mensagens por mais de uma hora até Ana interromper: preciso preparar o almoço para o meu marido, ele vai trabalhar a tarde hoje. Regina disse: tudo bem, mas o que você acha de vir tomar um café mais tarde aqui no meu apê? Vou adorar, disse Ana.
Regina abriu a porta do apartamento, e lá estava Ana, de pé, com um olhar expectante. Os segundos que se seguiram foram como uma eternidade suspensa no ar, onde o silêncio era tão palpável quanto a eletricidade que parecia fluir entre elas. Ana olhou nos olhos de Regina, e emoções incompreendidas invadiram seu ser. Era uma mistura complexa de surpresa, anseio e algo mais profundo, algo que ela não conseguia definir.
Enquanto isso, Regina estava imersa em sentimentos que conhecia muito bem. Cada momento íntimo imaginado com Ana tinha sido vivido repetidamente em sua mente, como um filme que rodava incessantemente. Ela sabia o que queria, o que desejava, e Ana estava ali, diante dela, como uma promessa prestes a se cumprir.
O silêncio finalmente foi quebrado por Regina, que com um sorriso tímido disse: "Entra, Ana."
Apesar de terem conversado muito, mal se conheciam, mas em pouco tempo já estavam descontraídas e a conversa fluia.
Trabalho, moda, televisão dominaram o início da conversa, mas falar de assuntos pessoais foi inevitável. Não demorou muito para conversa se transformar em confidências.
Regina ficou chocada quando Ana contou que aos 18 anos foi violentada pelo pastor da sua igreja. Então passou de chocada a indignada quando soube que o pai de Ana a culpou pelo ocorrido e nunca denunciou o pastor agressor.
Regina envolveu Ana num caloroso abraço, que se prolongou por vários minutos, e fez ambas arrepiarem. “Sabe amiga, disse Regina, eu entendo a sua dor, apesar de não ter passado por violência deste tipo. Com 6 meses de casada descobri que meu marido me traia com minha irmã. Doeu de mais, perdi o marido e a irmã de uma só vez”.
Com lágrimas no rosto, abraçaram-se novamente.
Regina levantou-se abruptamente, como querendo dissipar aquele momento de más recordações. “Vou preparar um drinque pra nós”!
“Quase nunca bebo’, disse Ana. “Relaxa coloco água tônica no whisky, fica fraquinho” tranquilizou Regina
A luz fraca do abajur espalhava sombras suaves pela sala, enquanto o som de uma música suave preenchia o ambiente. Regina e Ana estavam sentadas no sofá, compartilhando risadas e histórias, mais agradáveis e divertidas, com os copos de whisky na mão servindo como o elo entre elas. A noite já tinha avançado, e o efeito do álcool as deixou-as mais descontraídas.
A conversa fluía naturalmente, tornando-se cada vez mais íntima. Regina, com seus olhos brilhantes, tocou os cabelos de Ana carinhosamente, um gesto que enviou arrepios pela espinha de Ana. Ela olhou para Regina, encontrando um desejo ardente refletido em seus olhos.
Ana sentiu o calor do momento envolvendo-a, uma sensação excitante e desconhecida. Ela levantou-se subitamente, como se quisesse fugir da intensidade daquele instante. Seus passos a levaram em direção à porta, mas algo a deteve. Ela parou, apoiada na porta, o coração martelando no peito, a respiração acelerada.
Fechar os olhos parecia a única maneira de processar a enxurrada de emoções que a invadiam. Seus braços caíram soltos ao lado do corpo, como se estivessem aguardando por algo que ela própria não conseguia definir. Ana sentiu-se vulnerável, à mercê do turbilhão de sensações que a consumia.
Regina observava-a em silêncio, percebendo a hesitação nos gestos de Ana. Ela se aproximou lentamente, como quem se aproxima de uma presa assustada, e colocou uma mão suavemente no ombro de Ana. Seu toque era reconfortante, e Ana não resistiu quando Regina a envolveu num abraço caloroso.
Naquele instante, todas as incertezas pareciam desaparecer. Trocaram um longo e delicioso beijo. No momento seguinte estavam no tapete, nuas e prontas para o amor.
Regina estava estasiada ao ver o corpo nu de Ana deitada no chão da sua sala. Apesar do meio século de vida, Ana tinha um corpo lindo, seios fartos e um denso volume de pelos sobre sua buceta. Aquela visão deixou Regina enlouquecida de prazer. Passou a beijar o corpo de Ana, que apesar dos sentimentos conflitantes, estava completamente receptiva.
A boca de Regina chegou na buceta de Ana, que passou a gemer, a delirar de prazer. Regina estava em êxtase se deliciando com o gosto de Ana na sua boca. Alternava entre explorar os grandes lábios e beijos na boca de Ana. A temperatura entre elas só subia. Num determinado momento, Ana segura firme os cabelos de Regina e leva a boca dela até sua buceta. Bailava com seu quadril enquanto pressionava a boca de Regina freneticamente sobre seu monte de vênus. Então prendeu a respiração por alguns instantes, como em apneia, e gemeu de prazer intensamente e repetidas vezes. Ainda segurando Regina pelos cabelos, a trouxe para o seu peito e a beijou com entusiasmo. Agora era outra Ana, esta estava no controle e muito satisfeita com o momento que estava vivendo. Ela entrelaçou suas coxas com as de Regina, que gemia de prazer enquanto rolavam no tapete.
Deitas lado a lado, em silêncio, se olhavam com ternura. O celular de Ana vibrou. “Puts meu marido já tá voltando. Nem vi a hora passar, depois falamos "disse Ana, se vestindo rapidamente e partindo.
Regina viu ela partindo, não esboçou nenhuma reação. Ela estava digerindo tudo que tinha acontecido. Continuava deitada no tapete, nua e exausta, mas se sentindo muito bem. Hoje ela abriu nova fronteira para o sexo. Ela quer mais, sempre mais!
……..
Continua
Veja os outros contos da série:
Título: Prazer além das cortinas
Título: Prazer além das cortinas (2)
Título: Prazer além das cortinas (3)