Sinopse:
A pressão exigida por excelentes notas e uma festa badalada marcarão os dias em torno das primeiras provas do ano letivo.
***
Nua e deitada de bruços apenas com a cabeça no travesseiro eu sentia os dedos do Eric, deitado de lado, deslizando pela linha da minha coluna e seus olhos azuis admirando cada detalhe do meu corpo...
Somente a luz fraca e amarelada do abajour, posicionado no criado-mudo, refletia em nós dois e estávamos com os nossos rostos bem próximos. Uma carícia minha naquele rosto que eu tanto amava e ele continuava a acariciar a minha pele pousando a mão um pouco acima do meu bumbum.
Eram os momentos após as nossas transas que eu amava. Onde eu me sentia relaxada mesmo que a vontade entre as minhas pernas implorasse por mais.
- As nossas noites juntos poderiam durar pra sempre, você não acha? - perguntei olhando nos seus olhos.
- Acho. Eu teria esse corpinho só para mim...
Me aproximei, trocamos vários selinhos apertados e Eric virou de posição, deitando-se de costas, não tirando minha mão do seu rosto. Segurou nela, dando vários beijos na palma.
- Não vai querer mais?
- Mesmo você me deixando sem fôlego, é claro que eu quero - e começou a observar a minha mão, acariciando a palma com os dois polegares, chegando até os meus dedos.
Eric respirou fundo, com o rosto sério e começou a massagear cada um deles. Principalmente aquele em que estava o anel que ganhei de aniversário da minha avó.
- Virou massagista de dedos, agora? - brinquei e ele apenas sorriu fechado, concentrado no que fazia.
Ainda com a minha mão entre as suas, Eric me encarou novamente mas não disse nada. Estava tenso ou era impressão minha?
- Tá tudo bem? Você ficou estranho...
- Impressão sua.
- Tem certeza? - me levantei, ficando sentada de joelhos no meio da cama - Não está escondendo nada de mim? - perguntei, cruzando os braços e fechando a cara.
- Claro que não, emburradinha - levantou-se, segurou meu rosto e me beijou apertado.
- Eu não escondo mais nada de você.
- Mesmo? E as flores que a Luciana recebeu?
- Mas eu te contei quando chegamos aqui! Apenas esperei ela receber.
- Aham, sei...
Suas mãos acariciaram a minha cintura, trazendo meu corpo para ficar por cima, junto ao dele, fechando em um abraço.
Sua boca e a língua quente passearam na pele do meu pescoço, arrepiando o meu corpo. Todo aquele rápido momento "cara fechada" se dissipou, me impedindo de resistir.
- Eric...
- Se enfia no meu pau...
- Não...
- Ah, não? - senti uma mordidinha na ponta da minha orelha e dei uma risada - E eu vou fazer o quê com essa buceta quente e gostosa implorando por mim, hein? Me diz.
Sem dizer nada, peguei no membro dele e comecei a pincelar na minha entrada encharcada bem devagar. Mais uma vez, senti o seu corpo totalmente tenso e nossas línguas dançavam uma com a outra em um beijo lento e caloroso.
- Meu amor, não faz assim... - as mãos do Eric apertavam os meus quadris e continuei aquela tortura deliciosa que eu adorava fazer antes de senti-lo dentro de mim.
- E quer que eu faça de que jeito? - perguntei, quase em um sussurro, esfregando a cabecinha onde eu estava mais sensível e inchada - Isso é tão bom...
Minha buceta latejava sem parar e eu respirava com a mesma dificuldade que ele. A tortura era maior quando esfreguei devagar a cabecinha melada onde eu era mais sensível e podia gozar a qualquer momento.
- Nívea...
- Hum...
Em meio aos beijos e lábios sendo mordidos, não sabia dizer quem respirava com mais dificuldade. De repente, Eric se afastou de mim e o seu olhar me fez gelar até a alma. Sem que eu esperasse, em um movimento rápido, ele me tirou do seu colo e me virou de bruços novamente na direção da cabeceira da cama, afundando a minha cabeça no travesseiro com o corpo empinado.
- Me diz o que eu faço com você, hein?
Com o rosto colado e as mãos agarradas nas grades de ferro da cama, comecei a rir e mordi o lábio inferior quando senti meu bumbum para o alto e as pernas abertas. Meu corpo inteiro se arrepiou quando a ponta da língua do Eric começou a deslizar dentro de mim, sem pressa, seguida da sua boca que me sugava deliciosamente. As mãos dele seguravam as minhas coxas, me impedindo de rebolar, implorando por mais e a barba macia na minha pele deixava tudo muito mais gostoso.
- Essa bunda merecia uns bons tapas, sabia mocinha?
- Não faz isso... - pedi em meio aos gemidos que não conseguia controlar.
Aos poucos, em meio aos chupões e lambidas daquela língua que me socava, meu corpo começou a reagir querendo atingir ao ponto máximo de prazer e meus pés se contorciam no lençol junto das minhas coxas que enrijeceram até a minha virilha. Meu coração batia descontroladamente e meu ventre começava a dar sinais do segundo orgasmo da noite. Ou terceiro. Talvez o quarto.
Era impossível saber quantas vezes fui ao céu até aquele momento da noite.
- Eric... Aaahh... - agarrei nas grades com toda força que podia e parecia que uma mistura de fogos de artifício com estrelas dominou cada parte do meu corpo.
Meu rosto e corpo exaustos desabaram na cama e minha respiração levou minutos intermináveis até normalizar. Mesmo com a minha pele úmida de suor, a boca do Eric trilhou um caminho de beijos pelo meu bumbum, a minha coluna até chegar no meu pescoço em que ele afastou os meus cabelos e ficou por cima de mim sugando minha pele e mordendo de leve a ponta da minha orelha.
- A noite está só começando... - a sua voz grossa e deliciosa sussurrava no meu ouvido - Quem mandou me provocar?
- Não quero mais... - choraminguei.
- Tem certeza? - sua boca deslizava pela minha pele - Não vai me deixar foder essa sua buceta que me enlouquece?
Ouvir o Eric falando daquele jeito depravado foi o suficiente para sentir molhada novamente.
Me virei na cama, ficando de frente para ele, e seu peitoral apertava os meus seios. Seus dedos se enterraram nos fios do meu cabelo chegando até a nuca e sua boca deixava beijos e mais beijos pelo meu pescoço até a bochecha e devorando meus lábios de uma forma feroz.
Minhas pernas fecharam em sua cintura e meus braços em seu pescoço. Em poucos segundos, Eric e eu nos tornamos um só. Junto do beijo, seu corpo invadia o meu, nossas testas ficaram coladas com a sua mão acariciando meu rosto e o dedo polegar deslizando pelo meu lábio inferior. Seus perfeitos olhos azuis na direção dos meus.
A cada investida firme do Eric entre as minhas pernas, parecia que meu corpo seria tragado pela cama. Minhas unhas arranhavam de leve as costas e os ombros largos daquele homem que meu coração escolheu. E mais uma vez, meu corpo começara a dar sinais de entrega ao prazer.
- Eric... - o abracei com todo o meu corpo e senti seu sorriso no meu rosto.
- Isso, meu amor... Goza pra mim, goza...
Agarrei nele com toda força que consegui e gozei. Sem perder tempo, Eric socava dentro de mim até seu corpo enrijecer por inteiro e seus jatos quentes se misturaram com todo o néctar do meu prazer. Ri quando ele desabou em mim e continuei abraçada, sentindo seu membro enfiado entre as minhas pernas.
Seu corpo subia e descia exausto com dificuldade em respirar. E na pele do meu rosto, eu sentia seu hálito quente e gostoso.
- Acho que a noite terminou para alguém aqui... - brinquei.
- Para mim não foi... - ele se afastou e me encarou - Nunca vou me cansar de amar você, ma petite... - fez uma leve carícia no meu rosto.
Um beijo suave nos meus lábios e continuamos abraçados por um longo tempo. Até nos amarmos novamente.
Sim, a noite estava apenas começando...
***
''Chers élèves,
(Caros alunos,)
Les premières évaluations de l'année commenceront à la fin du mois.
(As primeiras avaliações do ano começarão no final do mês.)
N'oubliez pas que vous devez obtenir un minimum de 9,5 dans toutes vos matières.
(Lembrem-se de que vocês precisam atingir o mínimo de 9,5 em todas as disciplinas.)
Ce sera important pour le BAC et, par conséquent, ces bonnes notes attireront l'attention des universités avec lesquelles nous avons des accords.
(Será importante para o BAC e por consequência essas boas médias irão chamar a atenção das universidades as quais temos convênio.)
Etudiez bien !
(Estudem bastante!)
Cordialement
(Atenciosamente)
Jacqueline Bascher - Diretora Geral
Jacqueline Bascher - Directrice générale.''
Sentada, ouvindo o burburinho habitual dos alunos no corredor após mais um dia de aula finalizado, suspirei quando deixei o meu celular em cima da minha mochila devidamente arrumada. Mais uma mensagem enviada por e-mail pela Diretoria informando a importância das médias altas. Desde a segunda semana de aula, tais e-mails eram enviados pelo menos duas vezes na semana. E aquilo já estava me cansando.
- Temos realmente que receber estes e-mails? - perguntei.
- É, eu sei, também acho uma chatice sem tamanho - Gabriele me respondeu enquanto se olhava no seu pequeno espelho redondo, limpando um pequeno borrão de lápis no olho - Eu nem leio mais, só deleto.
- Lembra do que conversamos no ano passado? - Frederik questionou em pé ajeitando as duas alças da sua mochila nos ombros - A pressão seria grande.
- Eu não pensei que fosse tãaaao grande assim...
- É a nossa vez em dar o exemplo e ser destaque no Ensino Médio, Nívea - Patrick deu um leve tapinha no meu ombro - Vamos embora?
Me levantei da cadeira e guardei meu celular na mochila, colocando-a nos ombros. A sala já estava quase vazia quando vi o Eric também terminando de arrumar seu material de trabalho.
Como sempre, saímos os quatro juntos e Gabriele sempre simpática e sorridente ao se despedir dele.
- Tchau, professor!
- Até semana que vem, senhorita! - disse de forma educada.
Frederik e Patrick também se despediram e eu apenas dei um meio sorriso, saindo de forma cabisbaixa. Além do cansaço, fiquei pensando nos e-mails e que eles só terminariam de serem enviados no fim do ano letivo.
Permaneci calada todo o tempo dentro do carro até chegar em casa, me despedindo dos meus amigos e entrando no prédio.
Dentro do quarto, após sair do banho e trocar de roupa, comecei a rotina de estudos e revisão das matérias daquele dia até a hora dos meus pais chegarem do trabalho.
- Quem sabe estudando eu deixo de pensar um pouco nessa pressão toda. Ao mesmo tempo que estudar é exatamente a prova maior de que estou sob pressão. - disse enquanto abria um dos livros ao lado das folhas de fichário.
***
- Não precisa ficar preocupada, meu anjo - sentada ao meu lado na mesa de jantar, minha mãe acariciava meu rosto logo após terminarmos de comer - Você sempre se saiu bem nas provas, é considerada uma das melhores alunas, por que agora seria diferente?
Conversar com os meus pais sempre tão compreensivos e amorosos me ajudaria a não ficar em pânico.
- E se eu tirar uma nota abaixo da média?
- Se isso acontecer, mon chère, vamos te dar os parabéns da mesma forma, entendeu? - meu pai respondeu, me dando todo apoio.
- Merci.
- Eu posso tentar entender sua angústia, minha vida. Quando eu estava no terceiro ano, as minhas colegas de turma também ficaram assim. No meu caso, como eu ia estudar estética em uma instituição de ensino particular não me preocupei tanto. Apenas estudei o bastante para manter minhas boas notas e encerrar o ensino médio. Colégio católico também era bem rígido.
- Só vou ficar tranquila quando a semana de prova terminar.
- E no dia seguinte, uma festa linda para você e a Melissa irem!
- Verdade. Bom - me levantei da mesa - Vou terminar de estudar e daqui a pouco vou dormir - dei um beijo no rosto da minha mãe e do meu pai - Boa noite.
- Boa noite, minha querida. Descanse. - meu pai disse.
- Vai dar tudo certo, entendeu?
- Espero que sim, mãe.
Após terminar de revisar e guardar meu material do colégio, peguei meu celular e vi uma mensagem do Eric enviada no início da noite. Pela hora, ele deveria estar chegando à Universidade.
Por que vc saiu triste hoje da aula?
Não foi nada, ficar o dia inteiro no colégio cansa, vc sabe... - digitei, sentada na beira da cama.
Poucos minutos depois, meu aparelho vibrou na minha mão e na tela apareceu o coração.
- Oi, está podendo falar? - questionei pois sabia que ele deveria estar em alguma aula.
- Saí da sala e estou no corredor.
- Ah, sim...
- Qual foi o nosso combinado, Nívea?
- Sobre o quê?
- Sobre não ter mais mentiras entre nós!
Respirei fundo.
- Os e-mails que os alunos do terceiro ano estão recebendo toda a semana. Essa pressão... Isso assusta um pouco.
- Eu te entendo. Mas essa cobrança toda é necessária. A quantidade de alunos que também desejam estudar na França é muito grande e o Lycée Saint Vincent é apenas um dos vários colégios franceses do país que estão nessa corrida em enviar seus melhores alunos para lá.
- Eu sei que tudo isso é importante mesmo assim eu não consigo deixar de sentir medo.
- Você vai se sair bem nas provas, ma petite, eu tenho certeza disso.
- Vou me esforçar. E Eric...
- O que foi?
- Me desculpa. Por ter mentido.
- Tudo bem, meu amor. Eu nunca vou cansar de te dizer para não me esconder nada.
- Eu não quero te aborrecer com os meus surtos.
- Pois eu quero sim que você divida comigo tudo o que te aborrece e te preocupa, entendeu bem?
- Entendi.
- Preciso voltar pra sala, a aula termina daqui a pouco.
- Tá bom.
- Je t'aime
- Je t'aime aussi.
Encerramos a ligação e não sei dizer se me sentia mais tranquila após receber o apoio tanto dos meus pais quanto o do Eric. Mas uma coisa eu tinha certeza: eles teriam muita importância se eu decepcionasse e tirasse alguma nota abaixo daquela que era pedida.
**********//**********
Era o sábado que antecedia a semana de provas. Conversei com os meus pais e eles me deixaram ir para Ipanema pois eu havia passado todo aquele dia estudando. Precisava descansar a mente e receber o carinho do Eric que também trabalhou muito organizando as provas do Lycée e da Universidade.
Naquela noite, Melissa não inventou nenhuma aventura gastronômica. Ela e Felipe pediram um combo para quatro pessoas de comida japonesa. Eric nunca foi muito fã, mas aceitou numa boa.
Ficamos sentados no chão em volta da pequena mesa de centro da sala e já havíamos comido mais da metade do que foi pedido. Eric, como sempre, me envolvia em seus braços comigo sentada entre as suas pernas. E, entre um sashimi e outro, eu sentia seus beijos no meu ombro e nos meus cabelos.
- Ficou tudo resolvido entre o meu padrasto e o seu tio, Ní! - Melissa contava empolgada, enquanto comia o yakissoba de carne sugando um fio do espaguete - Eles pareciam dois amigos de infância conversando na vídeo conferência.
- Quando o assunto é viagem, meu tio Jeróme volta a ser criança - disse enquanto mergulhava de leve o sashimi de atum no molho shoyu e comia de uma vez - Ele me enviou uma mensagem logo depois que a conversa terminou. Disse que você já é mais do que bem-vinda.
- Fiquei impressionada no início da conversa entre eles, de como ele fala bem o português.
- Eu já tinha certeza disso quando conheci os avós da Nívea, lembra? - Felipe disse.
- Só acho cedo para tanta euforia - Eric acrescentou, encostado no sofá - Vocês viajam depois das provas do segundo bimestre sendo que nem começaram as provas do primeiro...
- E daí? - a ruiva retrucou - Viajar para uma ilha paradisíaca é um acontecimento! E depois vamos para Paris, não é?
- Você tá igualzinha a amiga de vocês falando, a Gabriele - Felipe brincou enquanto bebia um gole de suco de uva - Daqui a pouco vai começar a usar salto alto e virar influencer.
- Não me fale em salto alto que eu me lembro da festa na semana que vem. Ficar toda embrulhada em um vestido apertado eu sinto vontade de vomitar.
- É uma festa de revista de moda, Meli.
- Eu sei! - revirou os olhos com a tigela de yakissoba nas mãos - Eu só vou porque vamos ficar na área vip e com certeza vai ter comida o tempo todo. Você recebeu o e-mail de confirmação?
- Ontem na hora do intervalo - pousei os hashis em cima do pequeno prato - Perguntei à Gabi e ela me disse que era só confirmar. Um protocolo bobo apenas para a contagem de convidados.
- Entendi. Mas voltando à viagem! Quantos dias vamos ficar em Paris antes de irmos para Lyon?
- Acho que uns sete. Mas não se preocupe que aos poucos eu vou montar todo o roteiro de viagem, pontos turísticos e blá-blá-blá...
- Não esquece de me levar no restaurantes que você conhece!
- Não vou esquecer. Principalmente em um que me fez ser fã de bife com batata-frita.
- O assunto da festa da semana que vem estava mais interessante - Eric comentou.
Me virei para ele e acariciei o seu rosto.
- Eu sei que você odeia quando eu começo a falar das férias - lhe dei um leve selinho - Mas aqui quem está nas nuvens, é ela - e apontei para a Melissa.
- Eu não estou estudando feito louca à toa! Quero o aumento da minha mesada, viajar com você e depois vamos encontrar nossos amigos por lá.
- Viu só? Prefiro continuar falando da festa.
- Larga de ser chato, Eric! Mas me fala, Ní, em sete dias dá pra fazer muita coisa na capital?
- Se acordarmos bem cedo, dá sim. Principalmente se o assunto for o Museu do Louvre. Acho que vou colocá-lo no nosso primeiro dia de visitação e comprar os ingressos com antecedência. Ele é gigante e tenho certeza que um dia inteiro será pouco. Mas vamos conhecer as principais salas e obras de arte.
- Uhuull - ela começou a bater várias palminhas. - Vou contar os dias, juro!
- Uaaaau... - falei em voz baixa e sem o mínimo de empolgação o que fez o Felipe começar a rir.
- Sua euforia é contagiante, Nívea.
- Ela está sendo esnobe, isso sim!
- Eu estou no terceiro ano e tenho lembranças de passeios na cidade desde quando estava no jardim de infância. Isso porque a primeira vez que eu viajei para a França eu tinha meses de vida. Acham que eu já não estou saturada?
- E qual o problema? Somos melhores amigas e você podia pelo menos ficar feliz pois vamos viajar juntas para a Europa pela primeira vez!
- Eu estou feliz. Aliás...
- O quê? - ela sorriu - Se é sobre a viagem pode falar!
- Você faz questão de ir à Disney de lá?
- Se o parque for parecido com o da Flórida, não faço não.
- Ótimo, graças a Deus! - respondi aliviada.
- Por que você não quer ir, ma petite? - Eric quis saber, me abraçando apertado pela cintura e deixando mais beijos no meu pescoço e ombro.
- Exatamente pelo que eu disse agora. Conheço a Disney de Paris desde quando eu era menor que a minha priminha caçula. Acontece que o meu tio faz questão de ir porque a Louise adora e eu não aguento mais. Só é legal para fazer compras. Mas de resto, eu já vi de tudo por lá.
- Então pode colocar outro ponto turístico no roteiro. - Melissa pediu.
- Pois muito bem - Eric pediu a palavra - voltando ao assunto da festa. Quero saber detalhes sobre a semana que vem.
- Você não vai precisar de detalhes se também for.
- Eu não vou, mocinha, por causa das pilhas de provas para corrigir!
- E o que você quer saber? - me sentei de lado e seus braços continuaram na minha cintura.
- Tudo. Onde vai ser, que horas vai começar, que horas vai terminar. Se vai ter adultos responsáveis tomando conta de vocês...
- Vai ser na boate Matrix, Eric - Felipe respondeu - Fica na Barra da Tijuca.
- Eu mostrei o convite pro Fê e ele vai levar nós duas.
- Vamos ter um dia de beleza na clínica da minha mãe, Meli. Ela insistiu em reservar o dia pra isso.
- Acho que vai ser a única parte legal. Sério mesmo que eu vou ter que usar maquiagem, vestido e salto?
- Eu te disse, a festa é da revista Runway que vai começar a circular no Brasil! A mais famosa do mundo. Eu gosto de me vestir bem mas eu não ligo muito pra moda também. Você sabe. Além disso, o evento será temático. A Gabi vai vestir o figurino com o qual ela foi capa e os convidados irão com um figurino clássico de uma grife famosa, da música ou do cinema.
- E você não me contou como será o seu vestido!
- Isso é surpresa, só na hora vocês vão saber. Mas ele é comportado - dei um beijo no rosto do Eric - eu juro.
- Eu espero que seja mesmo - ele me fitava - E que horas essa festa vai começar e terminar? Você ainda não me respondeu.
- Vai começar cinco da tarde, terminando meia-noite. Minha mãe disse que era nesse horário que ela também ia para as casas noturnas na adolescência dela. Com a diferença que acabava às dez da noite.
- Meia-noite? Não acha que é tarde demais?
- Acho. Mas é a festa da nossa amiga e temos que aproveitar.
- Eu vou levar e buscar, Eric. Fica sossegado - Felipe garantiu.
- E os pais da Gabi e o Patrick estarão lá, meu amor. Você conhece o William e a Natália. Acha que eles são irresponsáveis?
- Não - ele suspirou, apoiando a cabeca no assento do sofá - Vou ter que mergulhar na correção das provas pra não pensar em outra coisa que não seja em um bando de moleques querendo passar a mão em você.
- O vestido vai marcar a minha bunda - e comecei a rir, contagiando Felipe e Melissa.
- Nívea - ele ergueu a cabeça de imediato - Isso não tem graça, ouviu bem?
- Tem sim!
- Eu quero ver esse vestido!
- Não tenho foto dele aqui comigo e como eu disse, será surpresa. Foi inspirado em um filme que eu assisti com a minha mãe no domingo passado.
- Qual o nome do filme? - ele insistiu.
- Não vou dizer - e cruzei os braços - Você confia em mim ou não?
- Confio - e me beijou no rosto.
- Mas eu prometo que assim que eu ficar pronta e tirar uma foto, você será o primeiro a receber. Satisfeito? É só não desligar o celular - e lhe dei mais um beijo.
- Só assim para eu me concentrar nas correções. Com ele desligado. Assim que eu terminar de corrigir tudo eu vejo o que você me enviou.
- O vestido é tranquilo, Eric - Melissa confirmou - Um pouco diferente do original do filme mas é de boa. Nem decote ele tem.
- Sei...
- Você vai se orgulhar de mim, tenho certeza.
- E eles vão servir bebida alcoólica?
- Se servirem será apenas para os convidados adultos da Natália e do William, fotógrafos e jornalistas. Mas eu também não posso ficar horas em uma boate sem beber nada, não acha?
- Claro que não, princesse. Só não quero saber de você bebendo esses drinks que são servidos.
- Eu sei, prince - beijei o seu rosto.
- E se te oferecerem alguma bebida, você recusa.
- Isso eu também sei.
- E nada de largar o seu copo solto na mesa. E se colocarem drogas? Precisa ficar atenta.
- Entendi, papai - falei em tom de deboche.
- Nívea, olha pra mim - ele segurou meu rosto com as duas mãos e percebi seu semblante enrijecido - Eu estou falando sério!
- Ní, como você aguenta?
- O Eric está certo, Mel! Uma festa desse porte, cheio de adolescentes, em que muitos deles não devem ir com os pais, que é o caso de vocês duas, a atenção precisa ser redobrada.
- Você fala como se fôssemos duas retardadas!
- A Nívea não me preocupa tanto. Já você...
- Eu o quê? Eu e a Nívea vamos cuidar uma da outra!
- A Meli tem razão - me virei para o Eric e o abracei apertado pelo pescoço - Eu vou me cuidar. Prometo.
Com o semblante mais tranquilo, ele acariciou meu rosto e me abraçou depositando um beijo nos meus cabelos.
Estar entre amigos e nos braços do Eric mesmo com toda a preocupação dele por mim, que eu amava, eram as melhores formas de alento para esquecer a primeira semana mais tensa do ano letivo.
***
Eu deveria manter a calma, exatamente como eu mantinha em todas as semanas de provas desde sempre. No entanto, não parecia ser fácil principalmente quando aquela era a quarta e última avaliação da segunda-feira.
A tensão era nítida em toda a turma principalmente porque estávamos sobre um sentimento de pressão que não existia nos últimos dois anos.
Dentro da sala, o único ruído que podia ser ouvido era do ar condicionado. E junto da pressão, o silêncio era angustiante enquanto esperávamos o Eric distribuir as provas para cada aluno e em seguida ele dar a ordem para começarmos.
Colocou em prática a conhecida tática: ao terminar a entrega, foi até sua mesa, pegou a cadeira e seguiu com ela para o fundo da sala. Nenhum aluno ousaria olhar para o lado pois não saberia em qual direção os olhares do professor estariam direcionados. Colar na sua prova somente em sonho.
- Vous pouvez commencer !* - ele, enfim, ordenou e as folhas começaram a ser viradas por cada um.
(Podem começar!)*
Eu estudei bastante então eu precisava confiar e acreditar que me sairia bem. Li e respondi com atenção cada uma das questões daquela que era a mais longa de todas as provas. Seis folhas.
Apesar de atenta, eu sempre tive ao meu favor a habilidade em escrever rápido. Com isso, terminei a prova faltando quase quinze minutos, tempo necessário para revisar e saber se errei algo na ortografia principalmente nas questões que pediam respostas mais longas.
Só senti meu corpo relaxar quando o sinal tocou. Guardei tudo o que usei no estojo e com a autorização do Eric, cada aluno entregou sua prova saindo em seguida. Com a mochila nas costas, deixei a prova em cima das outras que aos poucos formava uma pequena pilha.
Tudo o que eu queria era sair daquela sala gelada cujo clima parecia me sufocar.
Ao chegar na portaria em meio aos outros alunos, um sorriso surgiu no meu rosto quando avistei minha mãe e o Evandro conversando. Ela era a elegância em pessoa usando uma calça preta e blusa social de mangas curtas e o seu scarpin também na cor preta.
- Oi, mãe!
- Meu anjo! - trocamos um apertado abraço - Seu primeiro dia de prova e vim te buscar.
- E eu amo quando você vem. Oi, Evandro.
- Oi, senhorita.
- Pensei demais na nossa conversa aquele dia sobre as provas e tive a ideia de passarmos juntas um tempo a mais. Pelo menos, hoje.
- Obrigada, mãe. Mas você sabe que eu vou continuar estudando. Hoje foi apenas o primeiro dia.
- Eu sei, meu amor. Mesmo assim eu fiz questão de vir.
Frederik, Patrick e Gabriele juntaram-se a nós logo em seguida, sendo cumprimentados pela minha mãe, e, mesmo cansada mentalmente, percebi uma ponta de tristeza nos olhos do Frederik ao saber que eu não iria embora com eles.
O primeiro dia foi tenso, cansativo e assim se seguiu pelo resto da semana. E toda a tensão viria em dobro na semana seguinte quando teríamos os resultados das avaliações. Porém, antes disso, uma festa badalada nos aguardava.
***
Melissa e eu chegamos na matriz da clínica da minha mãe logo depois das oito da manhã de sábado, para o nosso spa day. Minha melhor amiga ainda estava com sono e um pouco mal-humorada, porém tudo mudou quando fomos recebidas com uma mesa enorme de café da manhã, igual à de um hotel cinco estrelas. A programação do dia seria realizada em duas etapas. Na parte da manhã, nós duas teríamos um banho relaxante com sais aromáticos, pétalas de rosas, sessões de massagem corporal e limpeza de pele. Pausa para o almoço e de tarde a etapa final que seria o cabelo, maquiagem e o nosso figurino escolhido.
As gargalhadas da Melissa eram ouvidas por quase toda clínica durante a massagem quando ela chegava nos pés. Era tão contagiante que as profissionais precisavam parar para rirem junto com ela. Na hora do almoço, Dona Cecília juntou-se a nós e ficou o resto da tarde, pois queria ver o resultado de toda a produção porque ela custava a acreditar que a filha iria usar um vestido de um filme clássico dos anos 90.
Tudo correu dentro do cronograma programado. Quando me vi diante do espelho de corpo inteiro, usando um vestido preto modelo tubinho com um decote em formato de lua de alças finas e firmes cuja saia era um pouco acima do joelho, scarpins de salto baixo, meia calça que cobria o até meio das coxas, ambos também na cor preta, demorei a acreditar que era eu ali. Os cabelos estavam presos em um coque bem no alto, ornamentado com uma presilha com brilhantes cujos brincos eram do mesmo modelo. Porém, o mais extravagante era o colar de pérolas que dava algumas voltas no meu pescoço e caía pela minha nuca. A maquiagem não ficou tão forte como eu imaginava o que para mim estava ótimo.
Parecia um sonho ser a estrela de Hollywood em um dos seus filmes mais famosos. Mas cada detalhe era real. A música ''Moon River'' tocava ao fundo e os olhares das meninas da clínica eram de puro encanto.
- Ah filha, você ficou perfeita! - minha mãe não conseguia esconder a emoção ao me ver.
- Ficou incrível mesmo - Daniella, a figurinista responsável pelo meu vestido e o da Melissa, concordou - Você nasceu para ser a Holly Golightly. O vestido foi mais inspirado no cartaz de divulgação do filme e como vivemos no Rio de Janeiro, o modelo da grife Givenchy pôde muito bem ser adaptado para algo mais justo. O vestido longo e clássico da personagem não combinaria com uma boate fechada. E em nenhum momento vai perder a elegância.
- Vira para cá, meu anjo! - Minha mãe pediu e fiquei de costas para o espelho onde pousei para várias fotos tiradas do celular dela. - Vou enviar todas para o grupo da família.
- Faltam os óculos escuros e a bolsa preta - peguei os acessórios que faltavam e fiz a mesma pose da primeira cena do filme, onde a personagem para diante da vitrine da famosa joalheria Tiffany's - Vou precisar mesmo usar as luvas pretas? Elas são tão longas...
- Se quiser ser uma Holly perfeita, eu aconselho a usá-las. - Daniella sugeriu.
Pus as luvas e então mais uma rodada de fotos em que fiquei cem por cento a estrela do filme Bonequinha de Luxo.
- Eu não vou sair! Não com este vestido! - ouvi a voz da Melissa vindo de uma das cabines onde trocamos de roupa e vi Dona Cecília saindo exasperada do pequeno corredor.
- Alguém pode convencer a minha filha de que o vestido ficou perfeito nela?
- Perfeito? - Sem que ninguém esperasse, Melissa saiu da cabine usando o mesmo vestido vermelho que a atriz Julia Roberts eternizou no filme Uma Linda Mulher, mas claro que com as devidas adaptações. Apertado na cintura com o decote arredondado até o vale entre os seios e as alças grossas caídas nos ombros. O comprimento dele fora adaptado igual o meu, até acima do joelho. Longas luvas iguais às minhas, porém na cor branca e repetindo os scarpins também em vermelho.
- Se a intenção de vocês era me fazer sufocar neste vestido, parabéns! Vocês conseguiram! - ela cruzou os braços e bufou de raiva jogando para o alto uma pequena mecha do seu cabelo que estava solta cujo penteado era o mesmo que a atriz usou na cena em que a sua personagem, Vivian Ward, iria para a Ópera. - Eu estou quase sem ar de tão apertado que ele está!
- Meli, você ficou linda! - elogiei - Vai mesmo usar batom vermelho? Estou vendo e não acredito.
- Por mim não usava maquiagem nenhuma. Se eu começar a comer por lá vou borrar o batom todo! - e continuava de cara fechada.
- Então é só comer pouco - Daniella não perdeu a oportunidade, fazendo todo mundo rir.
- Isso não tem graça!
- Melissa, você e a Nívea ficaram perfeitas. - minha mãe continuou a rasgar em elogios - Só não ficarão mais perfeitas do que no dia do baile de formatura do Saint Vincent.
- Um surto de cada vez, por favor! - ela pediu.
- Você está linda, filha! - Dona Cecília se aproximou da filha dando um beijo no rosto - Amei a ideia de vocês em usarem figurinos clássicos do cinema.
Peguei a bolsa e pus tudo que era necessário e isso incluía o meu celular. Ao abrir a tela e ver minha galeria de fotos, foram várias que minha mãe tirou e enviei todas elas para o Eric na mesma hora. Como ele deveria estar mergulhado na correção de provas, apenas a minha confirmação de envio foi feita.
- Felipe acabou de chegar para levar vocês - Dona Cecília anunciou, olhando para o seu celular - Está esperando na recepção.
- Então vamos porque vocês precisam chegar na hora e aproveitarem bem a festa - Minha mãe pegou minha pequena mochila que eu preparei com algumas roupas - Você e Melissa vão para Ipanema depois do evento?
- Vamos! - eu e Melissa falamos juntas.
No meu caso, era bem provável que não.
Nos despedimos e agradecemos a todas as meninas que fizeram um trabalho impecável em nós duas e quando o Felipe deu de cara conosco, ele ficou perplexo.
- Uau! Quem tomou o lugar da minha irmãzinha?
- Ir tomar no cu você quer?
- Melissa, olha a boca! - a mãe chamou a atenção.
- De nada adianta se vestir de ouro se a boca continua suja - o meio irmão debochou.
- Quero que vocês se divirtam bastante, meninas - nos despedimos da minha mãe na saída.
- Iremos sim, mãe.
- Melissa, comporte-se ouviu bem?
- Já entendi - e revirou os olhos.
Saímos com o Felipe rumo à festa enquanto que Dona Cecília voltava para casa no carro do marido.
O caminho até a boate não demorou muito. Chegando no endereço da Matrix, as pessoas em uma fila enorme aguardavam a sua vez para entrar. Sendo vips, eu e a Melissa não teríamos que passar por ela.
- Vou enviar uma mensagem para o Patrick. - falei enquanto digitava - avisando que eu e você já chegamos. A Gabi deve estar super ocupada e não vai olhar para o celular.
Felipe manobrou o carro na calçada em frente, um pouco longe dos outros carros parados.
- Por volta de onze e meia eu devo chegar aqui pra buscar vocês. - ele avisou.
- Tá bom - ele e Melissa trocaram um selinho apertado e saímos as duas do carro.
Estava um pouco caótico o trânsito pois muitos dos convidados faziam questão de parar em frente à entrada.
- O Patrick pediu para esperarmos um pouco que ele já está vindo nos buscar - falei quando vi a mensagem.
- Que bom que ele visualizou.
Caminhamos um pouco e ficamos na mesma calçada, observando de longe a movimentação dos convidados.
- Eu não acredito... - a expressão no rosto da Melissa mudou completamente - O que é que essa piranha está fazendo aqui? - ela perguntou com o olhar fixo para frente.
- O quê?? Quem, Meli?
- Ela, o namorado radioativo e a amiguinha mongoloide. O único que se salva ali é o Guilherme.
- Ah meu Deus, de quem você está falando?? - perguntei aflita.
- Aquele grupinho ali ó, disfarça. No seu lado esquerdo.
Me virei para onde ela olhava e vi quatro adolescentes juntos. As duas garotas estavam com perucas imitando os cabelos da atriz Marilyn Monroe sendo que uma delas usava o famoso vestido branco com o decote em V até o umbigo, de saia plissada e esvoaçante e a outra usava o vestido rosa choque tomara que caia, modelo tubo até o pés com luvas, iguais às minhas, também na cor rosa. Um dos meninos se vestiu de Carlitos e o outro usava calça jeans blusa branca e jaqueta preta de couro, com os cabelos com muito gel formando um topete.
Era o John Travolta no filme Grease. Durante a minha pesquisa para estudar os detalhes do figurino da Holly, me vi mergulhada nos famosos figurinos do cinema e encontrei a foto do ator no filme dos anos 70.
- Eu me lembro do Guilherme, o pai dele trabalha com a sua mãe, não é isso? O restante você conhece?
- Infelizmente sim, a loira e a amiga foram da minha turma no ano passado e graças a Deus elas saíram do colégio.
- Mesmo? Que legal - sorri - Você nunca me falou dos seus amigos de escola.
- Não falei porque não tenho amigos lá. Posso falar que meus amigos são os do meu curso de inglês desde quando eu estava no sexto ano.
- Mas então qual o problema com elas?
- O problema? Já assistiu As Branquelas?
- Já.
- Pois então, as duas são exatamente as patricinhas loiras siliconadas do filme.
O grupo de amigos olhou na nossa direção e a loira fez questão de tomar a frente e vir até onde estávamos. O olhar dela não era nada amistoso. O namorado dela veio em seguida junto dos outros dois amigos.
- Eu sabia, o dia estava perfeito demais - Melissa lamentou - Claro que alguma coisa tinha que dar errado, além do vestido sufocante que estou usando!
- Ué, não custa nada sermos educadas e apenas cumprimentá-los.
- Vai por mim, não vai querer conhecê-los. - a ruiva me alertou.
- Nossa! - a garota na versão de vestido rosa da Marilyn Monroe falou ao se aproximar - Eu pensei que este evento seria melhor selecionado.
- Eu digo o mesmo - Melissa revidou - Não sabia que a Gabriele havia convidado duas putas de carteirinha para a festa dela.
- Meli!!!
O rapaz que era o John Travolta e a Marilyn Monroe versão vestido branco não tiravam os olhos de mim. Ele me olhava como se fosse me devorar e ela parecia que possuía fogo nos olhos azuis.
- E, aí Melissa, não vai me apresentar sua amiga? - ele questionou passando a língua por entre os lábios.
- Nívea - a ruiva respirou fundo - Estes são o Pedro e a Vanessa, Marcinha e o Guilherme, que você já conhece.
- Tudo bom, Nívea? - simpático, Guilherme me cumprimentou com um aperto de mão e dois beijos no rosto.
- Tudo sim - retribuí o cumprimento.
- Você é muito mais bonita pessoalmente, sabia? - Pedro falou com a voz rouca, se aproximou e com ambas as mãos no meu rosto me deu dois beijos lentos e apertados em cada lado, perto dos meus lábios e se afastou, não tirando os olhos de mim.
- O - Obrigada... - agradeci totalmente sem jeito - Mas.. você me conhece?
- O perfil de Instagram mais lindo que já vi... Eu que sou um burro de não te seguir.
- Experimenta seguir essa daí que eu mando meu pai te capar! - a Marilyn Monroe versão vestido branco disparou e continuou a me olhar como se quisesse me pulverizar.
- Essa daí que você se refere tem nome ouviu bem? O nome dela é Nívea! - Melissa saiu em minha defesa - Acho que a surra que eu te dei na porta do colégio foi pouco! Merecia levar outra até aprender a ser gente.
- A Marcinha tem razão mesmo. Essa festa foi péssima em questão de convidados.
- Só se for para vocês porque eu e a Ní somos vips!
- Como assim, Meli?? - perguntei sem acreditar - Vocês duas brigaram no colégio??
- Um dia eu te conto.
- Com licença... - não tinha visto o Patrick se aproximar - Desculpem a demora, meninas. Tive que ficar com a Gabi e os meus pais posando para um monte de fotógrafos. Vamos? E esses quem são? - ele perguntou sobre o grupo de amigos.
- Ninguém importante, Patrick - Melissa respondeu triunfante e sorrindo com ironia - Eles vão ficar mofando na fila, bem diferente de nós. - e pegou na minha mão - Uma pena você andar com esses aí, Guilherme. Você é gente boa.
- Sem problemas, Melissa. Lá dentro a gente se esbarra.
Atravessamos nós três a calçada e ainda pude ver a cara das duas garotas não acreditando que estávamos com um dos anfitriões da festa. Desviamos dos carros e seguimos por uma entrada lateral onde havia um segurança controlando o acesso e subimos um lance de escadas.
- Mas aquelas duas garotas são insuportáveis - comentei enquanto subíamos as escadas - Uma delas, acho que a Vanessa, só faltou voar no meu pescoço sendo que eu não fiz nada.
- Eu te disse que você não ia querer conhecê-los.
- Quem é aquele pessoal? - Patrick repetiu a pergunta - A garota de vestido rosa, acho que já fiquei com ela...
- Com certeza deve ter ficado. A Marcinha é mais rodada que catraca de metrô.
- Depois você vai me contar direitinho essa sua história da briga! - exigi.
- Quem brigou? - Patrick demonstrou surpresa - Melissa? Não acredito!
- Tá bom, tá bom, eu vou contar.
A área vip era bem espaçosa.
Ainda assim ela estava repleta de fotógrafos, atores, atrizes e influenciadores digitais circulando pelo local. Pessoas que faziam parte do universo da Gabi.
Nos aproximamos do espaço reservado para as fotos dos convidados e vimos a anfitriã usando o mesmo figurino punk da revista a qual ela era a capa inaugural. Os cabelos estavam mais cacheados do que nunca. Sua maior marca.
- Nívea! - Olhei para o lado e vi o Frederik aproximando-se de nós. Diferente dos meninos que encontramos antes de entrar, ele e Patrick estavam de modo formal usando blusa e calça social. - Nossa, você ficou linda!
- Obrigada! - sorri.
- Você e a Melissa acertaram em cheio na escolha.
- Eu precisei assistir o filme apenas uma vez para saber que aquele vestido vermelho seria o meu para hoje. - a ruiva explicou.
Natália e William, ao perceberem que havíamos chegado, ficaram encantados com nossos vestidos e se rasgaram em elogios. Apenas a avó Raquel não compareceu pois aquilo não era ambiente para ela.
- Em meio à toda preparação, ela almoçou com a gente em família - Natália nos disse.
- Meu Deus, é a Holly Golightly!
Uma mulher de cabelos prateados, usando uma maquiagem forte e montada em um vestido de gala aproximou-se de nós e me admirou dos pés à cabeça.
- O vestido não é exatamente o mesmo mas você foi muito criativa em colocar as meias pretas para combinar com o comprimento.
- Obrigada.
- Nívea, esta é a Elizabeth Marins, editora-chefe da edição brasileira - Natália nos apresentou - Ela tem um pouco da essência da Miranda Priestly mas não assusta.
- Isso é bom.
- Então temos aqui a Holly e também a Vivian Ward - disse, referindo-se à Melissa - Vocês não querem tirar umas fotos ao lado da Gabriele?
- Bom... Ela é a estrela da noite...
- Vamos! - ela nos puxou pela mão - Vocês ficaram lindas.
Nos aproximamos do espaço ao lado daquela que mandaria em tudo na revista e, ao nos ver, Gabriele sorriu de imediato nos chamando para posar ao lado dela.
- Meu Deus, que lindas! - ouvi um dos fotógrafos.
Lindos vestidos!
Foram criativas demais!
Perfeitas!
Eram os elogios que eu ouvia enquanto posava para fotos cujos flashes quase me deixaram cega.
- Gabriele, será que podíamos tirar fotos apenas da Holly e da Vivian? - um dos fotógrafos pediu.
- Ah, claro... - ela olhou para nós duas e saiu do espaço, deixando Melissa e eu fazendo a alegria dos flashes que não paravam.
Fiquei assustada com tudo aquilo e então tentei me concentrar e posar da melhor maneira. Já a Melissa parecia que nasceu para aquilo.
- Posso colocar os óculos? - pedi em meio às fotos.
- Claro, à vontade! - disse um deles.
Abri rapidamente minha pequena bolsa e pus os óculos de sol, fazendo a mesma pose que a personagem fez na primeira cena do filme.
- Oh, meu Deus! Ficou idêntica!
Foram mais alguns minutos de poses. Fotos em que tirei sozinha, depois a vez da Melissa e finalmente saímos do local deixando a Gabriele brilhar novamente.
- Nossa, como ela aguenta? Se não fosse pelos óculos eu já estaria com dor de cabeça.
- Ela nasceu para isso, Ní. É simples. Agora você me dá licença que eu já achei a mesa do buffet e vou ficar por lá.
- Claro - revirei os olhos.
Me aproximei dos meninos que conversavam com o William e quis saber se eu poderia ficar pela boate ou apenas no espaço para os convidados.
- Você pode ficar à vontade, Nívea - o pai dos irmãos autorizou - Basta descer as escadas ali. Tem um open bar servindo todo tipo de coquetel e fique despreocupada pois não tem álcool sendo servido. Apenas no open bar aqui de cima.
- Tá bom.
Falei com a Melissa que iria descer para conhecer a boate, deixando minha bolsa com ela. Desci com cuidado as escadas em forma de caracol que levava para a pista de dança e aos poucos, a fila do lado fora parecia andar rápido devido à quantidade de pessoas entrando.
Música pop, grupinhos de amigos dançando, luzes coloridas, fumaça artificial e todo tipo de efeito dominavam a pista. Foi impossível não lembrar da festa de aniversário a que eu e minha melhor amiga fomos quase um ano antes. E também de quando fui encurralada na cabine de um dos banheiros. Apertei minhas coxas uma na outra para segurar o quanto fiquei molhada, vestindo uma calcinha preta tão pequena.
O open bar servia todos os tipos de drinks coloridos nos cardápios que estavam espalhados pelo balcão. Sentei-me em uma cadeira alta daquelas de bar e me distraí escolhendo o que iria beber.
- Deseja algum deles? - o Barman aproximou-se.
- São todos mesmo sem álcool?
- São sim, fique tranquila.
- Então eu vou querer este - apontei para um drink vermelho - Feito com morangos e gelo.
- Está certo.
- Serão dois drinks - a voz do meu lado pediu - Morango é a minha fruta favorita - o dono do mesmo olhar de predador, que me devorou momentos antes, estava ali novamente.
- Oi...
- Posso te fazer companhia? - ele sentou-se ao meu lado, não tirando os olhos de mim.
- Sua namorada pode não gostar de ver você aqui comigo. - desviei o olhar e tentei me distrair, observando o barman preparar os drinks.
- Ela tá muito ocupada agora querendo aparecer para os fotógrafos. Nívea é o seu nome, não é?
- Isso. E você é o Pedro, não é isso?
- Acertou. Você e a Melissa são amigas há muito tempo?
- Desde quando eu me mudei para onde eu e meus pais moramos, já faz dois anos.
- Ah, legal...
O barman finalmente veio com as bebidas e comecei a bebericar devagar, não conseguindo disfarçar o incômodo dos olhos dele parecendo um laser de scan no meu corpo.
- Sua roupa é de algum filme?
- Bonequinha de Luxo. Um filme antigo. - respondi de forma mecânica.
- Hum, bom saber - e bebeu mais um pouco - Quem sabe eu me interesso por filmes assim.
- Ele é muito bom. Uma comédia romântica diferente das atuais.
Pedro não era feio, pelo contrário. Seu rosto, olhos e os cabelos eram muito parecidos com os do Frederik, mas o jeito com que ele me olhava não era o mesmo. Ainda que eu soubesse que ele nutria sentimentos mais intensos por mim, o olhar terno do meu amigo de escola não me deixava incomodada. Ao contrário deste rapaz que estava ao meu lado.
- Se eu estiver te incomodando... - ele se aproximou bem perto do meu rosto, com a boca na ponta do meu ouvido - Eu só mordo de leve quando alguma garota me pede - sussurrou baixo, o que me fez engolir em seco.
Senti todo o meu rosto esquentar e bebi de uma vez em rápidos goles o meu drink de morango. Percebendo a minha reação, ele riu.
- Com licença... - dei um pequeno salto da cadeira.
- Ei, espera aí gatinha, não quis te assustar - senti sua mão no meu braço coberto pela luva preta e consegui me afastar, indo atrás de um banheiro próximo.
Encontrei o banheiro feminino e entrei nele o mais rápido que pude. Cheguei na pia de mármore branco em que o espelho era decorado com pequenas luzes amareladas e quando percebi, minha respiração estava acelerada. Por sorte a minha maquiagem ainda estava intacta e o suor era mais evidente no meu colo e pescoço. Tirei um pequeno lenço de papel do compartimento embaixo do espelho e sequei o excesso que estava na minha pele.
Tomei um susto quando a porta foi aberta com violência e vi as duas garotas vestidas de Marilyn Monroe entrando e vindo na minha direção. Seus olhares pareciam carregar fogo de tanto ódio.
- Não basta ter a carinha bonitinha de sonsa, tem que agir igual a uma e dar em cima do namorado das outras não é? - a garota na versão vestido branco disparou. O ódio dela era mais evidente.
- Como é? - perguntei sem entender e me vi sem saída por entre elas duas e a pia.
- Além de sonsa, essa daí parece que tem amnésia - a Marilyn Monroe de vestido rosa completou.
- Eu vi você e o meu namorado juntos! - sua voz se exaltou - Você praticamente se jogando pra cima dele.
- Isso é mentira! Foi ele que me engolia com os olhos!
- Ei, ei, ei! - Melissa apareceu naquele exato instante - Eu sempre chegando na hora boa. Vocês duas querem o quê com a minha amiga, hein? - a ruiva passou por elas ficando do meu lado.
- O assunto não é contigo não, esquisitona. Fica fora disso!
- Escuta uma coisa, Vanessa. É o seu nome, não é? - perguntei, querendo confirmar - Eu e o seu namorado não fizemos nada, entendeu? - falei com calma - Se você diz que nos viu juntos, com certeza viu também que foi ele quem chegou perto do meu ouvido para falar a meia dúzia de besteiras que ele falou.
- Eu não duvido, pois a minha amiga não mente - Melissa me defendeu, ficando de braços cruzados com o meu - Você sabe muito bem o tipo de namorado galinha que tem.
- Nisso eu preciso concordar com elas - foi a vez da amiga falar.
- Que bela amiga é você, Marcinha! Vai defender a sonsiane também?
- Não é defender, Vanessa. A fama do Pedro de cair em cima das garotas é antiga e você começou a namorar com ele sabendo disso.
A expressão de raiva no rosto dela era nítida. E eu não entendia o motivo daquele namoro.
- Como você consegue namorar um cara assim? Que dá em cima de outras garotas na cara de pau? - perguntei.
- Isso não é da sua conta! - ela vociferou.
- Ní, deixa ela pra lá - Melissa me puxou - Não vale a pena entender essa daí. Por sorte você não caiu na conversinha furada do Pedro que podia terminar dentro do carro dele ou em algum motel barato. Vamos sair daqui!
- É o quê?
- Você não entendeu? Com certeza o que ele mais queria era trepar com você.
Era a intenção dele? Transar de primeira?
Minha cabeça parecia entrar em parafuso com aquela possibilidade. Iniciar um relacionamento sério sendo tão jovem, como o que aconteceu comigo, me impediu de saber que existiam tais situações. Era o que eu pensava enquanto a Melissa me puxava pelo braço na direção da porta.
- Fica longe do meu namorado, entendeu bem? - Vanessa exigiu.
- Ou então o quê? - Melissa tomou a frente - Se você pensar em encostar seus dedos imundos na minha amiga, vai sentir de novo a minha mão na sua cara cheia dessa maquiagem de quinta! Está sentindo falta? É só falar!
- Meli, deixa pra lá, vamos embora! - foi a minha vez de puxá-la - Não precisa fazer barraco!
- Eu e a Vanessa pelo menos sabemos nos maquiar, bem diferente de você que com certeza não consegue disfarçar essas sardas horrorosas com uma simples base!
O ponto fraco na aparência da minha amiga fora atingido.
- EU VOU ARRANCAR ESSA SUA PERUCA LOIRA RIDÍCULA! - Melissa partiu pra cima da garota e por sorte eu consegui segurá-la pela cintura - SÃO DUAS CAFONAS QUE NEM CONSEGUEM EXIBIR OS PRÓPRIOS CABELOS.
- Melissa, para com isso! - implorei, segurando e tentando não escorregar pelo piso do banheiro que estava úmido.
- Viu Marcinha? Falou nas sardas, a horrorosa se ofende - Vanessa provocou e as duas riram da cara da minha amiga - Você pode se vestir de ouro que nunca vai deixar de ser a horrorosa da turma!
Algumas meninas apareceram na porta do banheiro ficando paralisadas e perplexas com a confusão formada ali.
- E vocês acham que estão abafando vestidas de Marilyn Monroe? - a ruiva continuou - Pois saibam que ela era vista como uma puta de luxo em Hollywood! Não tinha talento nenhum para ser atriz e só conseguia trabalho se ficasse ajoelhada! O que combina demais com vocês duas.
- Melissa, para! - foi a minha vez de levantar a voz - Vamos sair daqui!
- Piranhas!!!! - ela gritou.
- Com licença, meninas - Pedi às garotas que ficaram na frente da porta e enfim, consegui sair com a Melissa do banheiro - Não precisava disso, Meli!
- Eu te avisei, não avisei? - ela inspirava o ar com força, bufando e seu penteado por pouco não ficou desfeito - Juro pra você que o clima da minha sala de aula ficou até mais leve depois que elas saíram!
- Elas são estúpidas sim, mas criar confusão não adianta nada!
- Ela implicou com as minhas sardas e você acha que eu ia deixar barato?
- As suas sardas são lindas, sempre te disse isso! Fica calma - e lhe dei um abraço apertado - Você é linda até mesmo quando se estoura.
- Está falando isso porque é minha amiga.
- Estou falando porque é a verdade. Vem, vamos comer alguma coisa pois com certeza você está com fome.
- Estou mesmo. Comer vai me acalmar.
- Isso. E se alguém perceber a raiva no seu rosto, vão querer saber!
- Não conta pra ninguém, Ni!
- Claro que não.
De repente, Guilherme apareceu percebendo o semblante tenso da minha amiga.
- Aconteceu alguma coisa, Melissa?
- Aconteceu sim, Guilherme. Aconteceu que infelizmente eu sinto muita pena de você por andar pra cima e pra baixo com aquelas duas vadias.
- Eu gosto da Marcinha... - ele confessou sem jeito.
- Eu espero que um dia você caia em si e encontre uma garota legal. - ela saiu na frente e eu fui logo atrás.
Voltamos para a área vip e Melissa foi direto para a mesa do buffet se servindo com pequenas porções de pratos quentes disponíveis.
- E a minha bolsa, cadê?
- Deixei com a Natália e fui descer para te procurar - ela respondeu antes de dar uma garfada - Hum, isso tá delicioso... Nossa... - e terminou de mastigar - Quando vi você indo para o banheiro e as duas piranhas te seguindo sabia na hora que elas iriam arrumar confusão contigo.
- Vamos para a pista, meninas? - Frederik aproximou-se junto do Patrick.
- Eu vou comer alguma coisa. Podemos ir daqui a pouco?
- Eu vou descendo - Patrick disse - Não aguento mais essas influencers em cima de mim.
- Ué, pensei que curtisse as amiguinhas da sua irmã - a ruiva provocou, ainda comendo - E achei que iria se pegar com alguma delas.
- Só querem aparecer do meu lado nas fotos para render engajamento e mais nada. Diferente de vocês que não ligam pra isso.
- Poucos minutos ali tirando fotos foi o suficiente para me sentir sufocada - desabafei.
- Vamos esperar vocês lá embaixo, ok? - Frederik desceu na companhia do amigo.
Me servi com uma pequena porção e me sentei com calma para comer. Melissa, óbvio, estava indo para o segundo prato. Realmente, comer para ela era uma terapia. Seu rosto não demonstrava em nada a raiva de momentos atrás por causa do episódio chato no banheiro.
***
🎵🎶You want me, I want you, baby
My sugarboo, I'm levitating
The Milky Way, we're renegading
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah 🎵🎶
A música Levitating da cantora Dua Lipa foi apenas uma das várias que dominaram a pista de dança. Tudo tornou-se tão contagiante que não vimos a hora passar. O mais legal foi que encontramos as meninas do condomínio onde nossos amigos viviam e a noite seguiu de forma perfeita. Nem encontramos mais a dupla de garotas nojentas.
Não tínhamos mais forças nas pernas. Minha disposição para dançar até o chão não era mais a mesma, porém fiquei firme até quase o fim da noite em cima do scarpin médio.
- Desculpa amigas, acabei não dando tanta atenção a vocês - Gabriele lamentou - Foram entrevistas, fotos, tive que dar atenção à muita gente.
- Não tem problema, Gabi. A noite foi perfeita.
- Eu podia chamar vocês para irem lá para casa mas eu vim de carona com o William e a Natália - Frederik disse um pouco chateado.
- Não tem problema. O meu irmão me enviou uma mensagem dizendo que já chegou para nos buscar.
- Menos mal. Se quiserem fazer alguma coisa amanhã. Um rolê pelo shopping...
- Eu te envio uma mensagem, sem falta.
Nos despedimos dos nossos amigos e quando chegou na vez dos pais da dona da festa, deixamos os dois despreocupados falando sobre o Felipe.
- Nossa, mas está frio - mesmo usando as luvas, esfreguei os meus ombros com as mãos no instante que saímos da Matrix, sentindo o vento frio da noite - Onde o Felipe parou com o carro, Meli? - perguntei enquanto andávamos pela calçada.
- Está parado um pouco depois de onde ele estacionou quando chegamos. E de cara feia porque enviou um emoji vermelho de raiva.
- Ué, por quê?
- Porque faltam dez minutos pra meia-noite e ele combinou onze e meia.
Viramos uma esquina e vimos de primeira o carro preto do Felipe na calçada. Melissa deu a volta pela rua, indo para o carona e eu abri a porta traseira. Meu coração parou quando vi quem estava sentado no banco de trás.
- Eric!
- Eita, tá fazendo o quê aqui? - sem que esperasse, Melissa questionou.
Ainda que estivesse de noite, ele usava o boné preto que o deixava mais lindo, blusa regata e bermuda. Todos também na cor preta claramente como um disfarce para que não fosse visto ou reconhecido.
- Oi, ma petite.
- As bonitinhas se atrasaram! - Felipe reclamou, dando partida no carro - Qual foi o horário combinado?
- Larga de ser chato! Ficamos na pista de dança, tá bom? - a ruiva retrucou.
- Como assim? - sorrindo, me sentei de lado no seu colo, deixando minha bolsa pelo chão do carro - Pensei que ficaria em casa me esperando.
- Terminei de corrigir todas as provas e preparar os planos de aula da semana - ele me explicava enquanto encarava cada detalhe do meu vestido - Holly Golightly... Ficou linda.
- Gostou das fotos que eu enviei?
- Cada uma delas - e sugou o meu pescoço, me dando calafrios com a sua barba macia.
- Não, Eric... - tentei sair de cima dele, mas suas mãos na minha cintura me impediram - Eu tô nojenta de suor.
- Está deliciosa... Sua mochila está aqui no porta-malas e o Felipe vai nos deixar em casa.
- Podíamos ficar em Ipanema...
- O quarto está lá arrumado como sempre - Felipe respondeu enquanto dirigia. - Se quiserem ir...
- Hoje vamos ser apenas nós dois - e continuou deixando beijos pelo meu pescoço.
- Com uma condição - me afastei, colocando minhas mãos em seus ombros e olhando em seus olhos ainda que o carro estivesse escuro.
- Qual? - ele pôs a aba do boné para trás.
- Quero saber qual foi a minha nota.
- Na segunda-feira você descobre.
- Eric, isso não é justo! - falei indignada apertando seus ombros - Qual o problema de você falar só para mim?
- É justo você descobrir junto com os seus colegas de turma.
- Então é isso? Sou apenas mais uma aluna para você? - E saí do colo dele, me sentando afastada bem perto da janela com os braços cruzados.
- Eric, conta pra ela - Melissa pediu - Não custa nada, poxa e vai morrer aqui.
- Nívea - ele se aproximou, me abraçando de novo pela cintura - Você foi bem na prova. Muito bem mesmo - revelou com a voz baixa no meu ouvido - Sua nota ficou acima da exigência para o terceiro ano.
Foi quando me virei para ele.
- Você tem certeza? - perguntei, mantendo a cara fechada.
- Tenho sim, minha Emburradinha de Luxo - e me deu um selinho apertado - Acha que eu vou mentir sobre isso?
- Então por que não me fala?
- Não quer esperar até segunda-feira?
Abaixei meu olhar e não disse mais nada. Senti ele suspirar fundo pois percebeu que eu continuava chateada.
- Eu ainda quero manter um pouco da ética profissional que me resta. É só isso. É uma justificativa idiota, eu sei. Mas prefiro manter desse jeito. Eu juro que você se saiu bem como sempre - e beijou o meu rosto. E eu precisei me conformar.
O caminho de volta até a casa do Eric foi tranquilo. Seguimos conversando e contando para os nossos namorados sobre a confusão que a Melissa se meteu no banheiro e enfim, ela contou também sobre a briga com a tal Vanessa na porta do colégio dela.
- Nossos pais não sabem disso até hoje. Mas eu acabei com o rosto daquela vadiazinha borrando toda a maquiagem. - e contava isso em meio às gargalhadas.
- Meli, você é doida...
- Acha bonito isso que você fez? - Eric questionou.
- Acho. Ela ficou se rasgando em elogios pro Felipe na minha frente e eu ia deixar barato? Claro que não.
- Na hora foi tenso mas depois eu me peguei rindo da confusão - Felipe contava.
- E você sabe por que elas saíram do colégio? - perguntei.
- Não sei e nem me interessa saber. Foi um livramento pra mim.
Melissa se transformava em uma leoa quando o assunto era defender aqueles que ela mais amava. Era a forma de demonstrar a grandeza do seu coração. Forma estranha porém, sincera.
***
Após um banho, com os cabelos úmidos e soltos e a pele completamente limpa, eu me olhava no espelho. O vapor da temperatura morna tomava conta, não apenas do reflexo dele, mas do banheiro inteiro e só então eu percebi como meu corpo era puro cansaço. Principalmente nas pernas que estavam doloridas.
Enrolada em uma toalha branca, caminhei bem devagar na ponta dos pés até o divã de frente para a varanda onde o Eric estava deitado. Percebi que ele dormia pois o seu peitoral nu subia e descia profundamente. Apenas sua cueca preta não o deixou como veio ao mundo.
E se eu o acordasse querendo atenção? Seria egoísmo da minha parte? Período de provas era sempre puxado para ele, mesmo assim fez questão de me trazer para cá e ficarmos juntos.
Nunca ia deixar de ficar hipnotizada com aquele corpo perfeito e o quanto ele era lindo até dormindo.
Mordi o lábio inferior e ajeitei a toalha no meu corpo, indo até a gaveta do guarda-roupa onde ficavam algumas coisas que eram minhas. Peguei uma calcinha branca e camisola rosa, tentando não fazer barulho, e me vesti rapidamente colocando a toalha de volta no banheiro.
Quando me aproximei do divã, Eric ainda dormia profundamente. Fiquei com um pouco de pena em acordá-lo, mas se ele passasse a noite toda deitado desconfortável daquele jeito, mesmo encostado em um travesseiro, sua coluna ficaria torta, rs...
Sentei-me na ponta, fazendo um carinho no seu rosto e, ainda com os olhos fechados, ele sorriu. Segurou a minha mão e repetiu o gesto de sempre: beijando a palma.
- Não sabia se te acordava ou não... você pegou no sono. - seus olhos azuis me encaravam - Pode continuar dormindo se quiser.
E o tesão fervendo por entre as minhas pernas que lutasse!
- E dormir sem você por cima de mim? Sem essa mão pequena no meu rosto?
Eric se levantou e eu me joguei no seu colo, envolvendo minhas pernas na sua cintura, meus braços em volta do seu pescoço e fomos juntos para a cama. Ele fez questão de me colocar na posição que havia falado e ficamos em silêncio. Um beijo seu na minha testa... Os dedos da sua mão deslizando devagar pelo meu corpo... Foi assim por alguns minutos. Até ele quebrar o silêncio.
- Eu assisti Bonequinha de Luxo.
- Sério? - ergui o meu rosto e nos encaramos - Quando?
- Hoje no início da noite. Depois que eu terminei de fazer tudo e vi as suas fotos. Enquanto o filme baixava, arrumei algumas coisas, tomei um banho...
- E você gostou?
- Muito. A Audrey estava linda no filme mas você estava muito mais...
- E quando eu vi a primeira cena do Paul Varjak chegando no prédio, se tornando o novo vizinho da Holly, me lembrei de você na mesma hora!
- Ah é?
- Uhum. Uma pena que ele não usava barba - e sorrimos, trocando um selinho apertado.
Um selinho que se transformou em um beijo em que nossas línguas se duelavam e brincavam lentamente. A mão do Eric afundou por entre os meus cabelos até a minha nuca e o tesão que havia esfriado voltava aos poucos implorando para ser saciado.
- Quem disse que era para colocar camisola de dormir e calcinha? - ele questionou enquanto beijava o meu ombro e erguia a minha roupa de dormir querendo tirá-la.
Rapidamente eu fiz o mesmo e tirei minha camisola, puxando-a por trás e jogando a peça longe. Inclinei minha cabeça procurando o encaixe perfeito entre as nossas bocas e um beijo mais delicioso aconteceu. Como se isso fosse possível!
Quando me dei conta, eu já esfregava meu corpo no dele querendo-o dentro de mim.
- Eric... - sussurrei seu nome ao sentir sua boca sugando a minha pele e suas mãos querendo se livrar da minha calcinha.
Meu coração parecia dar cambalhotas quando nos livramos das duas peças que faltavam. Mesmo comigo por cima do seu corpo, sua cueca preta havia desaparecido entre os lençóis brancos da cama feito mágica.
Me afastei daquele amasso e meu corpo ferveu quando me sentei no seu colo com cada perna em um lado da sua cintura. Minhas unhas cravaram na pele do seu peitoral quando nos conectamos e comecei a rebolar no seu membro devagar e, com seus dedos afundando nos meus quadris, ele me deixou livre para fazer do jeito que eu quisesse.
Sem parar de rebolar, senti suas mãos indo dos meus quadris para os meus seios e, enquanto os agarrava, os dedos deslizavam pelos bicos como se estivesse desenhando o tamanho deles.
Eric enfiava firme e suas mãos pareciam tentáculos passeando por todo o meu corpo. Uma delas alisou o vale entre os meus seios chegando até o meu baixo ventre e foi o momento em que ele me levaria até as estrelas. Seu dedo polegar começou a massagear devagar o meu ponto mais sensível e não havia mais nada que eu podia fazer a não ser rebolar mais rápido e me entregar a um orgasmo que dominou até o meu último fio de cabelo.
Sentindo uma gota de suor no meu rosto, desabei no seu peitoral e o fôlego que eu precisava recuperar parecia ter sumido. Foram alguns minutos assim até sentir um abraço forte e nossos corpos trocarem de posição. Ainda com o Eric dentro de mim, nossos rostos se encaravam e vi seu rosto também úmido. Estava esgotada de prazer, mas pequenos beijos trocados eram inevitáveis. Os beijos, os dedos afastando fios de cabelo do meu rosto, seus olhos azuis me admirando...
Mordi o lábio quando senti minha buceta latejar e apertando seu membro.
Sua língua mergulhou na minha boca e os nossos corpos, mais uma vez, imploravam um pelo outro.
Eric se enterrava dentro de mim daquele jeito feroz que eu amava e com as mãos na minha cintura, erguendo as minhas coxas, sem parar o beijo, todo o seu prazer foi derramado com um palavrão saindo da sua garganta.
- É sempre desse jeito, não é?
- De que jeito? - ele perguntou, enquanto deixava chupões pela minha bochecha.
- Você me fazendo gozar primeirohomem que só pensa no próprio pau não merece ter uma mulher na cama com ele...
- Nem em um divã verde escuro?
Ele sorriu entendendo o recado.
- Vem - lentamente ele saiu de mim e me puxou pela mão.
Eric me abraçou por trás e caminhamos juntos até a beira do divã verde escuro. Sua boca afundou no meu pescoço e ambas as mãos percorriam o meu corpo até uma delas parar na minha cintura e a outra por entre as minhas pernas.
- Ah, Eric... - sussurrei o seu nome inclinando minha cabeça no seu ombro e acariciando os seus cabelos.
- Empina essa bunda gostosa pra mim... - ele pediu enquanto eu já sentia seu membro duro entre as minhas pernas junto dos seus dedos.
Sem pensar, fiquei de quatro apoiando as mãos no divã e senti suas mãos na minha cintura. Mesmo me sentindo melada por dentro das coxas, meu corpo pedia por mais.
Senti a cabecinha dura na minha entrada e empinei o quanto eu pude implorando pelo Eric. Sempre carinhoso, ele começou devagar e com as mãos nos meus quadris, passou a dominar o ritmo do vai e vem do seu corpo perfeito. Completamente cravado, eu rebolava e mordia meu lábio na tentativa de conter meus gemidos.
- Se você não gemer para mim, eu paro...
Obedeci e sem controlar o tesão, eu gemia com as minhas unhas fincadas com força no estofado e a cada estocada eu apertava mais o seu membro o levando à loucura.
Dos quadris, suas mãos grandes passearam pelo meu corpo e foram parar nos meus seios e ele ficou por cima de mim daquele jeito que eu sempre amava, sussurrando o seu prazer no meu ouvido.
- Eric... Aaahhh...
Ainda que estivéssemos perto da pequena varanda e sentindo a brisa fria da noite nossos corpos estavam tomados pelo suor. O que me causou vários calafrios seja pelo clima mas principalmente pelo tesão que crescia aos poucos chegando aonde eu mais queria.
Levei uma das mãos do Eric até onde eu implorava pelo auge de todo o prazer e um dos seus dedos me acariciou lento. Um sussurro maior dele escapou ao perceber o quanto eu estava molhada.
Não sei como eu não rasguei o tecido do divã quando todo o meu corpo estremeceu ao atingir mais um orgasmo, em que eu rebolei sem parar para o Eric. Seu dedo continuava a me acariciar e a mão no meu seio o apertou com força. Seu corpo enrijeceu com as estocadas mais fortes onde eu senti, outra vez, ele se juntar à mim.
Desabei no móvel me acomodando no travesseiro que ficara ali e Eric se posicionou de modo que formamos uma conchinha improvisada. Sua respiração estava pesada igual à minha. O gozo quente escorria pelas minhas pernas e eu não me importava nem um pouco em ficar daquele jeito.
Esgotada, virei-me para ele e o acariciei sem pressa. Meu colo subia e descia e eu apreciava cada detalhe do seu rosto qual eu sempre fui apaixonada. Nossas pernas se cruzavam uma com a outra e a cabeça do seu membro roçava na minha entrada.
- Amo você, ma petite...
- Eu também amo você...
Um selinho apertado seguido de vários outros com a minha mão no seu rosto. A ponta da minha língua começou a brincar com a dele e acendeu de novo uma chama deliciosa entre as minhas pernas.
Deitados naquele divã, ele se tornou o lugar dos nossos momentos de prazer dividindo o protagonismo com a cama. No entanto, o importante não era o lugar e sim o que aconteceu.
O nosso amor.
***
Alegria? Talvez.
Mas o que eu sentia de verdade, sentada na minha mesa ao ver, diante de mim, a primeira folha da prova de Literatura Francesa marcada com uma nota dez em caneta preta, era alívio.
Minha segunda-feira de aula após as provas não poderia terminar da melhor forma. Nas outras disciplinas do dia eu conquistei notas acima daquela exigida mas a disciplina do Eric tornou-se especial para mim desde o primeiro dia em que ele passara a ser meu professor no primeiro ano. Embora eu sempre me saísse melhor ainda nas matérias de exatas.
- Quero muito dar os parabéns a todos vocês - ele começou o seu discurso antes de encerrar a aula - Realmente estou muito satisfeito com os resultados e quero que continuem assim até o fim do ano.
- Eu ainda insisto que você deveria diminuir a quantidade de folhas das suas provas, professor - Patrick pediu - Eu saio de sala com meu cérebro derretendo - ele brincou e todos na sala riram, inclusive o Eric.
- Eu adoraria aliviar um pouco para vocês de verdade, só que infelizmente não posso. Mas de novo, meus parabéns a todos.
- Uhuull - alguns alunos comemoravam as suas notas e o sinal começou a tocar, indicando o fim de mais um dia de aula.
Eric foi a até a porta da sala e a abriu. Aos poucos a movimentação de sempre começava e ele voltou para sua mesa. Não podíamos ficar com a prova, mas as notas estavam lançadas e seriam enviadas para os nossos pais.
Antes de sair, cada aluno deixava a prova na mesa do professor. Gabriele e eu fomos as últimas e ao deixar minha prova na mesa não consegui destravar minhas pernas quando nossos olhares se cruzaram e, sentado, ele piscou para mim.
Frederik e Patrick já tinham ido na frente e a Gabriele não parava de falar, contando sobre a festa.
- Uma pena você não ter ido, professor. Foi tudo perfeito.
- Ontem a Luciana me enviou pelo WhatsApp os links de vários sites que cobriram o evento. Vocês estavam lindas.
- E adivinha só?
- O quê?
- Estou perto de bater dois milhões de seguidores no Instagram. Não é demais?
- Nossa, muito. - ele recostou na cadeira, cruzando os braços, observando toda aquela empolgação.
Precisei segurar o riso ao sentir um leve sarcasmo vindo dele concordando com ela.
- Com certeza, você e a Melissa ganharam seguidores - ela virou-se para mim - Seus nomes foram divulgados na fotos!
- É, eu vi. Cheguei em humildes sete mil. E ganhei curtidas em várias fotos também.
- Ser a Holly Golightly por uma noite deu resultado - ele se levantou e colocou sua mochila nas costas - Podemos ir?
- Vamos correndo, Nívea - Gabriele me pegou pela mão - Meu irmão e o Frederik já devem estar nos esperando. Tchau, professor!
- Tchau. Até semana que vem.
Gabriele não viu pois estava preocupada em me puxar pela mão mas, antes de cruzarmos a porta, eu me virei e vi quando o Eric disse um Je t'aime apenas com os lábios.
E aquele primeiro bimestre terminava da melhor forma. A pressão em torno do terceirão não iria diminuir e eu sabia disso. Apenas precisaria lidar com ela e não me deixar atingir. O carinho dos meus amigos, o amor e apoio dos meus pais e principalmente o amor do Eric seriam essenciais no decorrer do ano.
Continua...
Nota da autora:
Foi vergonhosa a demora, eu sei, mas estou aqui de volta com mais um capítulo. De novo, peço desculpas a todos vocês pelo hiato pois quem me acompanha desde sempre sabe da minha situação pessoal.
Vou tentar ficar mais focada e escrever pelo menos um pouquinho por dia e assim os capítulos não demoram tanto a sair. (O texto deste capítulo foi revisado igual minha cara kkkk portanto, se tiver algum errinho relevem ou então me enviem um e-mail apontando que eu conserto 😉)
Quero agradecer em especial ao meu amigo também escritor Arthur Miguel que gentilmente cedeu "os direitos de imagem" (hahahaha) permitindo a participação especial dos seus quatro personagens: Vanessa, Marcinha, Pedro e Guilherme na minha história.
Agradeço também ao meu leitor Ruan, professor de francês, que me auxilia e muito nas traduções e questões culturais sobre a França.
E novamente, agradeço do fundo do meu coração a vocês leitores(as) que continuam aqui comigo. Cada mensagem, comentário, curtida, e-mail enviado é importante demais para mim.
Um grande abraço,
Ana Luíza.
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