Enquanto Iara se aproximava com cautela, Helena ergueu o olhar, surpreendida com a presença da jovem índia. Seus olhos se encontraram em um instante de desconfiança mútua, cada uma avaliando a outra com uma mistura de cautela e suspeita.
"Quem é você e o que faz em nossas terras?", perguntou Iara, sua voz soando firme e desconfiada.
Helena hesitou por um momento antes de responder, sua postura tensa e defensiva. "Sou apenas um viajante em busca de abrigo e provisões", respondeu ela vagamente, evitando o olhar penetrante de Iara. "Meu nome não importa."
Iara franzia o cenho, sentindo-se ainda mais desconfiada diante da resposta evasiva de Helena. Ela não confiava facilmente em estranhos, especialmente não em estrangeiros que apareciam repentinamente em suas terras. No entanto, algo na expressão e na atitude de Helena a intrigou, despertando sua curiosidade apesar de si mesma.
"Não é comum ver estranhos por aqui", comentou Iara, sua voz carregada de desconfiança. "O que realmente a trouxe até aqui?"
Helena respirou fundo, sentindo-se cada vez mais desconfortável com o interrogatório de Iara. Ela sabia que precisava escolher suas palavras com cuidado para não revelar demais sobre sua verdadeira identidade e propósito.
"Estou apenas de passagem", respondeu Helena vagamente, mantendo-se na defensiva. "Não desejo causar problemas para você ou sua tribo."
Iara observou Helena atentamente, ponderando suas palavras com cautela. Ela ainda não confiava completamente na estranha, mas algo em seu tom de voz e postura sugeriam que ela não representava uma ameaça imediata.
"Seja bem-vinda, mesmo que temporariamente", disse Iara finalmente, sua voz soando um pouco menos hostil. "Mas esteja avisada, qualquer movimento suspeito será tratado com severidade."
Helena assentiu em silêncio, reconhecendo a advertência de Iara. Apesar de sua desconfiança mútua, ambas sabiam que precisavam manter a guarda alta em um mundo onde os perigos espreitavam em cada sombra. E assim, sob o olhar vigilante do sol da manhã, Iara e Helena deram início a um encontro marcado pela desconfiança e pela incerteza, cada uma guardando seus segredos enquanto tentavam decifrar os mistérios que as uniam.
Após o primeiro contato tenso, Iara e Helena mantiveram uma distância cautelosa uma da outra, cada uma retornando às suas próprias ocupações diárias. No entanto, apesar de suas tentativas de se concentrarem em suas tarefas, ambas encontraram suas mentes vagando para o encontro inesperado na floresta.
Para Iara, a presença misteriosa de Helena despertou uma curiosidade que ela não conseguia ignorar. Ela se perguntava sobre a verdadeira identidade e motivações da viajante enigmática, uma intriga que a levava a observar de longe os movimentos de Helena enquanto ela seguia com suas atividades diárias.
Enquanto isso, Helena também se encontrava mergulhada em pensamentos sobre a jovem índia que cruzara seu caminho na floresta. Ela sabia que precisava manter sua verdadeira identidade oculta, mas algo sobre Iara a intrigava de uma maneira que ela não conseguia explicar. Helena se perguntava sobre o passado e o propósito de Iara, uma curiosidade que a fazia desejar aprender mais sobre a vida e os costumes da tribo goya.
Apesar de suas diferenças e desconfianças mútuas, tanto Iara quanto Helena sentiam uma estranha conexão entre elas, uma ligação que transcendia as barreiras de suas origens e identidades. E assim, enquanto o sol se erguia alto no céu e as sombras da floresta se alongavam, Iara e Helena se encontraram inexoravelmente unidas pelo destino, cada uma lutando para desvendar os segredos que as aproximavam e as afastavam ao mesmo tempo.
