- Sabe não o quê, Denise!? Você está duvidando de mim?
- De você, até não, mas dele…
- Bom, pois eu acho que sim, aliás, tenho quase certeza que, dessa vez, ele entendeu. Inclusive, deixei bem claro que para que alguma coisa possa existir entre a gente, ele terá que conquistar a confiança do Mark e que isso não será nada, nada fácil, senão, nada feito.
- Se você diz… - Ela resmungou, ainda descrente, bebendo um bom gole de seu drink.
[...]
[CONTINUANDO]
Saber que minhas duas garotas estavam juntas se divertindo até me fez bem. Pelo menos eu sabia que junto da Denise, as chances da Nanda fazer alguma cagada seriam mínimas.
Coloquei as meninas, minhas filhas, para dormir e fui ler um pouco até o sono chegar. Demorou bastante e quando chegou, apaguei, mas pouco depois fui acordado pelo meu celular. Peguei o aparelho já imaginando algum problema com a Nanda, mas era um vídeo da Denise, naturalmente junto da minha onça, ambas em uma balada qualquer na capital. O som era horrível e não entendi bulhufas do que elas diziam, mas logo abaixo tinha duas mensagens:
Denise - “Suas mulheres estão ligadas no 330, Mark!”
Denise - “Tem uns gatinhos bem gostosinhos por aqui... Estamos liberadas?”
Eu não acreditava que elas estavam fazendo aquilo comigo naquela hora da madrugada. Pior, eu não acreditava que eu iria dar corda àquela brincadeira descabida. Como eu havia recebido e lido as mensagens, certamente elas esperavam uma resposta minha e respondi:
Eu - “Aproveitem, meninas, mas tenham juízo.”
Eu - “Ah, e Denise, fale para a Nanda escolher com cuidado o parceiro, porque essa aí tem o dedinho beeeeem torto…”
Como eu imaginava, elas estavam conectadas e não tardou para um áudio chegar, mas não dela e sim da própria Nanda. Apesar da péssima qualidade, após a terceira tentativa, juntando partes, consegui entendê-lo:
Nanda - Mensagem de Áudio - “Puta que pariu! Que homem desconfiando… Porra, se não confia mais em mim, fala de uma vez, mas não fica fazendo trê-lê-lê com a Denise, Mark… Eu não fiz nada, não fiquei com ninguém e nem quero. Foi essa loira louca que me arrastou para cá e… Quer saber? Eu vou embora! Denise, sua biscate, volta aqui…”
E o áudio se encerrou sem ser encerrado pela locutora. Atitude típica de uma mulher que já deveria ter tomado umas boas doses, ela interpretou equivocadamente o que eu havia escrito. Depositei o meu aparelho no criado mudo e voltei a minha merecida noite de sono. Não consegui, porque obviamente pouco tempo depois, a Nanda ressurgiu para me assombrar, agora ligando para mim. Atendi sua chamada, mas o som da balada impossibilitava uma comunicação minimamente satisfatória. Desliguei e mandei uma mensagem:
Eu - “Eu confio em você, sua boba, só não confio plenamente quando um certo FDP está por perto.”
Eu - “Aproveite, mas não se esqueça de que você tem trabalho amanhã, ok? Foco!”
Nanda - “Espera aí!”
“Esperar o quê?”, pensei, sem imaginar o que ela iria aprontar. Alguns minutos depois, uma chamada de vídeo começava e já comecei a imaginar que ela iria colocar a cara de algum ficante para me mostrar que não era o “maledetto” do Rick. Atendi e errei feio! Nanda agora estava trancada num banheiro e o um razoável silêncio já nos permitia conversar:
- Acalmou? - Perguntei.
- Você não confia mesmo em mim, né?
- Já expliquei na mensagem anterior: confio, mas com ressalvas.
- Tá, então tá… Entendi. Então, eu posso me divertir, certo?
- Pode só não, deve!
- Com outro cara, entendi… E isso não é problema algum para você, para a gente, certo?
- Claro que não! Só não apaixona de novo… - Cutuquei a onça e sorri.
- Ah, para!... Tem um gatinho ali dando em cima de mim, sabia? - Falou com um sorrisinho malicioso que não me convenceu.
- Dá pra ele! - Rebati de pronto.
Ela começou a rir e depois de parar, explicou:
- Tô brincando, mor. Eu e a Denise estávamos lá no restaurante, daí um amigo dela nos cumprimentou e nos convidou para vir nessa baladinha em que estão comemorando o aniversário de um outro amigo dela... Enfim, viemos. Mas eu só vim para não fazer desfeita, mas já estou indo embora mesmo. Amanhã o dia promete ser puxado.
- Você é quem deve decidir. Como eu disse: aproveite, mas com juízo.
- Vou aproveitar com você quando eu voltar depois de amanhã, seu gostoso. Se prepare porque eu vou te comer vivo.
Rimos e nos despedimos, e ela não desperdiçou nas juras de amor. Demorei um pouco para dormir, desconfiado que a qualquer momento uma nova mensagem ou chamada pudesse acontecer. Não aconteceu. Apaguei algum tempo depois e só acordei porque o despertador fez o seu trabalho, senão as meninas teriam ficado sem ir à escola. Tomado o café da manhã, levei-as e depois fui para o escritório.
O dia prometia ser puxado, mas nada que eu não desse conta. Antes da hora do almoço, Nanda me ligou e disse que talvez só conseguisse falar comigo tarde da noite, pois, após os trabalhos, haveria uma confraternização entre toda a diretoria, uma espécie de jantarzinho informal. Despedimo-nos porque eu também já estava em cima da hora de buscar as meninas e fomos cuidar de nossos afazeres.
Depois do almoço e de levá-las novamente à escola, pois teriam atividades em dois turnos naquele dia, voltei para o escritório. No meio da tarde, uma ligação me surpreendeu como há tempos não fazia:
- Quem está falando!? - Precisei confirmar.
- Sou eu, Mark, o Ricardo, Rick, aquele… amigo da Nanda…
A surpresa me aturdiu ao ponto de me calar. Eu não sabia o que imaginar, mas já começavam a pipocar várias teorias em minha cabeça, algumas inclusive de armação orquestrada pela Nanda. Antes que eu pudesse fechar uma teoria da conspiração, ele se adiantou, explicando o motivo de sua ligação:
- Amizade, Rick!? Que novidade é essa? - Perguntei, nada satisfeito.
- Eu sei que a gente se desentendeu e não tiro a sua razão, de forma alguma, ok? Só que eu queria te dizer que estou pronto para respeitar o seu relacionamento com a Nanda. Eu só gostaria de ter a chance de me tornar amigo de vocês, dos dois.
- Sei… E quer que eu acredite nisso?
- É… Sei que não será fácil para você acreditar. Se eu estivesse no seu lugar, também não acreditaria, mas é a mais pura verdade. Eu só não sei ainda como te provar isso.
- Olha, sendo sincero, nem eu consigo imaginar! - Falei, concordando da forma mais seca possível.
- É… Eu acho que estou atrapalhando, mas eu gostaria de manter contato com vocês, os dois, se você permitir.
- Rick, é o seguinte… Já que você está sendo honesto, sincero, eu também serei. Eu e a Nanda estamos com a vida bastante corrida ultimamente; nem tempo para uma saídas mais audaciosas estamos tendo, se é que você me entende. Então, vamos fazer assim, você nos dá um tempo e daí, um dia qualquer, quem sabe… Não é uma promessa, ok? Quem sabe, a gente entre em contato com você. Pode ser assim?
- Isso vai demorar, né?
- Talvez… Provavelmente… - Decidi ser honesto: - Quer saber? Vai demorar sim! Pode ser que nunca aconteça. Agora, se você souber respeitar esse nosso “tempo”, eu acredito até que possa existir alguma chance da gente se conhecer melhor.
- Entendi… - Respondeu desanimado com a minha objetividade.
- Outra coisa… Bem, se conselho fosse bom a gente vendia não dava, né? Mas vou dar um mesmo assim: arranje uma mulher, cara, desimpedida, livre, só sua. Você é um cara boa pinta, tem instrução, uma boa condição, tem tudo o que uma mulher procura, então saia à caça e procure ser feliz com outra. Isso, inclusive, facilitaria bastante uma amizade entre a gente, entende?
Ele ficou em silêncio por um tempinho, absorvendo minhas palavras e voltou:
- Você está certo, mas, vamos ser sinceros, encontrar uma Nanda não é nada fácil, concorda?
- Não mesmo! Concordo totalmente, mas ela é minha. Inegociavelmente minha!
- Pois é! Mulher é um bicho complicado, Mark... Achar uma que seja bonita, livre, desimpedida e que não seja interesseira não é algo fácil mesmo, meu amigo.
- É… Acredito que não. - Concordei e até ri de sua colocação: - Mas se você não treinar bastante em campo, chutando várias vezes para o gol, nunca irá marcar um golaço num jogo decisivo, concorda? O segredo é tentar até conseguir.
- Verdade! - Concordou e riu também: - Tá vendo? Já estamos conseguindo até ter uma conversa civilizada e divertida. Acho até que acabou sendo um bom começo para nós dois, não acha?
- Claro, foi sim… Mas atenda o meu pedido e nos dê um tempo, ok? Tempo e espaço. Isso talvez ajude bastante.
Despedimo-nos e desligamos. Fiquei meio confuso por um bom tempo e voltei a imaginar que tudo pudesse ser um plano elaborado pela mente criativa da minha onça branca, e isso eu tiraria à prova quando ela retornasse. Estranhamente ansioso, sem conseguir me concentrar no trabalho, liguei para a Denise:
- Estou entrando agora numa audiência, amor, posso te ligar daqui a pouco? - Denise me pediu, de uma forma solene.
- Amor!? - Repeti quase roboticamente e ri, complementando: - Pode sim. Desculpa ter atrapalhado.
- Você nunca me atrapalha. Ligo para você em, no máximo, uma hora, ok?
Concordei, despedimo-nos e voltei aos meus trabalhos. Concentrar não estava sendo fácil, mais ainda por ter uma pulga me incomodando com a possibilidade de a Nanda estar armando uma para cima de mim. Eu tentava não acreditar nisso, mas como diz o ditado “gato escaldado, tem medo até de água fria” e eu estava bem assim: temeroso, sempre esperando o pior e justamente dela, da minha própria esposa, uma pessoa que eu amo tanto. Isso me deixava bastante angustiado.
A hora se passou e nada da Denise me ligar. Como advogado, eu sabia que atrasos são normais, ainda mais nos fóruns de cidades grandes. Já havia desistido do contato quando, com quase uma hora de atraso, ela me ligou:
- Amor, é!? - Brinquei com ela.
- Gostou, não gostou? - Ela retrucou e ainda explicou: - Eu estava entrando na sala de audiência e fiz questão de falar até mesmo na frente da juíza, que me olhou curiosa, mas, como mulher, apenas sorriu, cúmplice dos meus sentimentos. Assim que eu desliguei, pedi desculpas mas ela apenas disse que “o amor vem em primeiro lugar”. Adorei ela!
- Deve ter ganhado a ação depois dessa, não foi?
- Foi nada! Me ferrei bonito, aliás, eu não, o meu cliente. Aquele idiota acabou falando um monte de bosta e vai ser condenado certamente. Burro demais…
Comecei a rir e ela também, logo se desculpando pelo atraso que eu já relevei de imediato. Depois de umas conversas banais, ela me perguntou por que eu havia ligado e fiquei numa sinuca de bico, pois não queria denunciar minhas desconfianças da Nanda. Como uma boa mulher, sua sensibilidade falou mais alto e ela mesma começou a falar:
- Mark, acho que já sei o motivo da sua ligação e, infelizmente, não é por minha causa. Fica tranquilo, a Nanda se comportou direitinho ontem, aliás, hoje. Hãããã… Enquanto esteve comigo! Melhor assim… - Tentava se explicar, desembolando um novelo de argumentos: - Ela ficou um pouco na baladinha comigo, mas depois disse que tinha que ir embora, pois tinha seus compromissos e viemos embora. Você tinha que ver que belezinha ela estava: uma típica mãe de família respeitável, bem executiva, porque ela foi do trabalho para o nosso jantar e de lá fomos para a baladinha.
Comecei a me repreender pelas minhas desconfianças, totalmente descabidas, e a única coisa que consegui dizer foi:
- Eu confio nela, Denise. Só não confio quando ela está com o…
- Rick! Eu sei... - Ela me interrompeu, se justificando: - Mas mesmo quando eles se encontraram ontem, ela não fez nada de errado. Eu estava lá e vi.
- Eles se encontraram?
- Ué, você não me ligou por isso? Ainda não estava sabendo?
- Não, mas agora eu quero saber!
- Ai, Mark…
- Desembucha, Denise!
Depois de suspirar fundo, ela passou a me explicar tudo sobre o “encontro” entre eles no restaurante em que elas foram jantar e de tudo o que aconteceu, inclusive, da parte que ela ouviu e do que a Nanda lhe contou depois:
- Difícil de acreditar nisso, Denise. - Retruquei em certo momento.
- Eu te entendo, mas eu vi, eu estava lá, Mark. Tudo bem que não ouvi toda a conversa, só o final, mas pela cara que o Rick ficou, não tenho porque duvidar do que a Nanda me contou.
Eu não sabia mais o que pensar e contei para ela da insólita ligação que recebi do Rick algum tempo atrás. Ela me ouviu com atenção e depois só concluiu o mais óbvio:
- Ué! Ele deve estar tentando se tornar seu amigo, para se aproximar dela, acredito eu…
- Amigo… - Resmunguei, zombando da sua conclusão: - Já imaginou, eu e o Rick assistindo uma partida de futebol, torcendo juntos, enquanto a Nanda prepara uma porção de petiscos para a gente?
- Hããããã… Não! Não combina mesmo. - Disse e riu.
- Pois é!
Antes que continuássemos nossa sessão de conjectura de hipóteses, recebi uma chamada de vídeo da Nanda. Avisei a Denise e ela disse que eu deveria atendê-la, mas que não dissesse que ela havia contado tudo o que havia acontecido na noite anterior. Eu a tranquilizei e desligamos, não sem antes ela me prometer que marcaríamos um encontro. Atendi então minha digníssima que surgiu sorridente na tela do meu celular:
- Oi, mor, pode falar? - Perguntou, bem mais zelosa.
- Se eu te atendi, creio que sim. - Respondi de forma ácida, mas sorrindo para que entendesse ser uma brincadeira.
- Nu! Grosso do caralho… - Falou e riu na sequência: - Estamos tomando um café por aqui, então tenho uns minutinhos e decidi te ligar. Tudo bem com você e as meninas?
- Uai, mas você já me perguntou isso na hora do almoço, esqueceu? Mas já que perguntou, sim, estamos bem, com saudades, mas bem.
Ela sorriu feliz e encabulada com a minha resposta, novamente ríspida, mas logo em seguida ficou séria:
- É… Ontem… Então… Ontem, aconteceu uma coisa e eu não sei como você vai reagir quando souber.
- E o que seria, Nanda? - Perguntei, já imaginando tratar-se do tal encontro com o Rick pela forma como falava.
- Ontem, no restaurante, enquanto eu estava com a Denise, é… Teve uma hora que tive que ir ao banheiro e, bem, acabei me encontrando com o Rick.
- Rick... O Rick? Aquele Rick!?
- É, sô! Tem outro?
- Tá e você está tentando me dizer que não resistiu e ficou com ele, é isso? - Joguei um “verde” para ver como ela se sairia.
Ela fez um certo suspense, respirando fundo, simulando dificuldade para contar algo, mas na sequência abriu um sorrisão:
- Não, seu bobo! Tivemos uma conversa rápida e eu simplesmente disse que te amava e que não queria mais nada com ele, a não ser a amizade, mas ainda assim respeitando os seus limites. - Os olhos dela brilhavam enquanto me contava: - E se duvidar de mim, pode perguntar para a Denise, porque ela viu tudo! “Tudin mes”...
- Só isso mesmo, Fernanda Mariana? - Insisti, fingindo-me de incrédulo.
- Só e… Ah, vá à merda! - Xingou-me por ter usado o seu nome composto, mas vendo tratar-se de uma brincadeira pelo meu semblante: - Bem, da minha parte sim. Ele bem que tentou me convencer com aquele discurso que já conheço bem: que me ama, que pode me fazer feliz, e pi-ri-ri e po-ro-ró, mas eu descartei. Depois eu te conto tudo com detalhes, mas resumindo, eu disse para ele respeitar o nosso casamento e que você é quem mais importa para mim, só você.
- Mas e as meninas?
- Mark, são amores diferentes, né? Você é você, meu marido, meu homem, meu macho tesudo… - Cochichou nesse momento, bem próxima ao telefone e depois que afastou o aparelho, piscou para mim: - E as meninas são nossas filhas. É outro tipo de amor. Tudo bem que é tão importante quanto, mas é diferente, né?
- Eu sei, sua boba, é claro. - Concordei, sorrindo e complementei: - Bem, fico feliz que tenha tido essa postura.
- E não é? Acho que encontrei o rumo.
- Ótimo! Só me responda uma coisa: como você está com isso?
Ela certamente não esperava essa pergunta e isso ficou estampado em seu rosto. Primeiro, ela ficou surpresa, levemente boquiaberta; depois, fechou o semblante, como se tivesse ficado irritada. Depois, perplexidade poderia ser a definição correta. Enfim, suspirou fundo e falou:
- Por favor, não leve a mal o que vou falar, mas quero ser sincera com você, sempre! - Suspirou profundamente, sem tirar os olhos do aparelho e complementou: - Eu não sei! Eu… Feliz, eu não estou. Eu… Ele é legal, Mark, gosto dele, de verdade, eu já te falei isso. Eu gostaria que tivesse sido de outra forma, mas, sei lá… Talvez uma amizade, nem precisaria ser como você e a Denise, mas sermos amigos, termos algum contato. Eu não sei…
Não era bem a resposta que eu gostaria, mas ela estava sendo muito sincera, cumprindo uma promessa dela para ela mesma, dava para ver em seu olhar o medo das minhas reações. Antes que eu falasse algo, ela mesma continuou:
- Mas sinceramente? Antes assim! Eu preciso consertar o que quebrei entre a gente e se isso for necessário, esse afastamento, essa distância, então que seja.
Sorri e mudei de assunto para aliviar um pouco sua tensão. Conversamos mais algumas coisas relacionadas a sua noite anterior, inclusive da baladinha. Ela tentava agora me fazer ciúmes, falando de um tal “boyzinho” que havia dado em cima dela, mas esse era o tipo de coisa que não me afetava, aliás, acho que fora o Rick, ninguém mais me afetava. Brincamos mais um pouco, mas logo ela disse que precisava desligar e voltar para outra reunião. Despedimo-nos aos beijos.
Pensei em mandar uma mensagem para a Denise, explicando a minha conversa com a Nanda, mas decidi não fazê-lo, afinal, era uma questão de casal e apenas a nós dois interessava resolver isso naquele momento. Envolvê-la poderia trazer complicações para nossa amizade no futuro, ou não, mas preferi não correr nenhum risco.
Segui com minha vida e, no final da tarde, fui buscar minhas filhas na escola. Decidimos fazer umas compras para fazer um jantar especial para a Nanda no dia seguinte e o prato escolhido seria um simples, mas deliciosamente suculento, assado de coxas e sobrecoxas de frango, com batatas inglesas, na cerveja. Fomos ao supermercado comprar os ingredientes e trouxemos lanches para nós. Fizemos um piquenique na sala e uma farra bem gostosa. Realmente, nessa noite, a Nanda não ligou, mas eu expliquei para elas o imprevisto e entenderam. Esperava eu que fosse somente isso…
[...]
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NAO SER MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.