Confirmei e desligamos. Segundos depois meu celular tocou e o atendi. Quase que imediatamente o Papai Noel surgiu na tela do meu celular e sorri, lembrando do comentário feito pela Nanda. Ele sorriu de volta e então me cumprimentou. Assim que fiz o mesmo, parti para o ataque, perguntando o que ele queria comigo:
- Mark, eu preferia falar pessoalmente, mas já que você insiste… - Disse e desviou o olhar por um instante, só para retornar ainda mais sério: - Acho que todo esse clima de tensão e desconfiança em que você e a Fernanda vivem hoje pode ser fruto de insegurança da sua parte.
[CONTINUANDO]
- Como é que é!? Repita, por favor, porque acho que não entendi bem…
- Entendeu sim e vou além, acho que você já sabe disso, mas está com medo de assumir para si mesmo pelas possíveis consequências futuras.
- Realmente eu não estou entendendo onde o senhor quer chegar e…
Nesse momento a campainha de minha casa soou e já imaginei serem as minhas filhas retornando do passeio com minha sogra. Mesmo contrariado, a contragosto e agora perplexo, tive que encerrar a minha conversa com o doutor Galeano, confirmando nossa consulta para a próxima terça-feira, às 15:00. Fui receber as minhas filhas e cada uma foi cuidar de seus afazeres.
Aquela pré conversa com o doutor Galeano me tirou o chão. Eu não sabia o que pensar, mas passei a refletir se o que ele dizia poderia ter algum fundo de verdade, porém não consegui encontrar nada em meu procedimento que justificasse tão interpretação. Acabei sendo interrompido por uma chamada em meu celular da Nanda, informando que havia chegado na rodoviária, perguntando-me se eu iria buscá-la ou se preferia que ele viesse de táxi. Decidi buscá-la e encerrei a chamada. Chamei as meninas e fomos à rodoviária. O reencontro gerou uma grande festa entre elas como esperado, mas eu permanecia meio alheio a tudo e naturalmente a Nanda notou a artificialidade com que a recebi. Artificialidade é pouco: eu estava frio e distante, tanto que ela chegou a cochichar no meu ouvido, preocupada:
- Juro que não fiz nada. Liga para a Denise.
Disse que não seria necessário e que eu só estava um pouco cansado. Voltamos para casa e as meninas não lhe deram um segundo de paz, o que me deu tempo suficiente para pensar em uma saída à francesa:
- Vou ter que ir ao escritório atender um cliente, mas volto logo, tudo bem?
Não aguardei resposta alguma e saí. Realmente eu fui para o meu escritório, mas apenas para ter alguma paz e poder formular uma desculpa qualquer. Aliás, liguei para o doutor Galeano para tentar compreender tudo aquilo, mas ele disse que não poderia me atender naquele momento, pois estava ocupado com uma cliente em crise. Pediu mil desculpas por ter me deixado preocupado, mas disse que não havia motivo algum para isso, que eu entenderia perfeitamente após nossa conversa na próxima terça:
- Quer um conselho, Mark? Vai namorar um pouco. Você e a Nanda, independente do que eu vou conversar contigo, precisam se entender, se reconectar e sei que a intimidade, sexo para vocês, é muito importante, imprescindível, então não perca tempo com pensamentos bobos.
Desliguei e minutos depois quem me liga? Dona Fernanda Mariana, ansiosa e chateada:
- Mor, o que tá acontecendo? Você mal falou comigo. Fiz alguma coisa errada? Não, né? Eu te expliquei tudo. Juro que o que eu falei é verdade…
- Não, Nanda. Você não fez nada…
- Então, o que foi?
Respirei fundo e mandei uma justificativa fraca:
- Problemas do trabalho. Só isso…
Ela se calou por um instante, mas, me conhecendo, emendou na sequência:
- Você nunca mistura vida pessoal com profissional. Alguma coisa aconteceu sim, mas é sobre a gente. Não adianta fugir de mim! A gente vai conversar, pode ser agora, pode ser depois, mas a gente vai conversar.
- Tá. Depois, a gente conversa então…
Desligamos e voltei a minha crise pessoal, tentando compreender o que o doutor Galeano quis dizer com insegurança e medo da minha parte. Não cheguei a esquentar os neurônios e a Nanda me liga novamente:
- Estou descendo. Vou levar as meninas na minha mãe e sigo para o escritório. Me espera aí!
- Pode parar! Não vou conversar nada com você agora.
- Quando eu tenho os meus problemas, você me ouve e ajuda a encontrar uma solução, ou pelo menos me indica uma direção. Por que acha que eu faria diferente com você?
- Relaxa a periquita! À noite, depois que as meninas dormirem, a gente conversa. Se bem que eu não sei bem o que dizer…
- Meeeeessssmo!?
- Sim, prometo.
Desligamos e concluí que ficar ali não resolveria nada. Voltei para casa e comecei os preparativos para o jantar. Nanda, naturalmente, veio me acercar e tentar tirar alguma coisa de mim. Sentou-se à bancada da cozinha e pegou uma xícara de café, esperando que eu falasse. Não falei e nossa caçula foi providencial, pois também se achegou e ficou conversando com ela. Como ela estava cansada da viagem, disse que iria tirar uma soneca e nossa caçula foi junto. Mirian, elétrica como ela só, deve ter notado que eu já separava os ingredientes para preparar o assado e retornou:
- Já vamos fazer o frango?
- Sim, eu vou. Você não ia cochilar com sua mãe?
- Nãããããão! Quero fazer o frango com você. - Disse já colocando um avental infantil que eu havia lhe dado de presente.
Como ela já demonstrava aptidão para cozinhar e queria aprender sempre que podia, permiti que me ajudasse. Por ainda ser muito nova, cuidei das partes relacionadas aos cortes das carnes e batatas. Depois passei a orientá-la sobre como preparar o tempero e deixei que temperasse os ingredientes e os colocasse numa grande travessa para descansar. Depois fomos fazer a primeira água do arroz e lavar o alface e tomate. Por fim, preparamos um arroz doce com leite condensado na panela de pressão e deixamos esfriar. Terminada essa primeira etapa, pegamos novamente a travessa com frango e batatas e ela colocou um latão de cerveja na travessa, cobrindo com papel alumínio após. Então, eu coloquei para assar no forno. O tempo passava e orientei que fosse tomar banho e avisasse a Mary a fazer o mesmo, coisa que eu também fui fazer.
Ao entrar em minha suíte, dei de cara com a Nanda dormindo sobre a nossa cama, vestida apenas com uma curta e transparente camisola preta de renda quase transparente. Ela havia tomado um banho, pois o aroma de um perfume suave, de seu hidratante preferido ainda inundava o quarto. Difícil não ter uma ou duas ideias pecaminosas, mas preferi deixá-las para mais tarde, caso o clima melhorasse. Tomei o meu banho e vesti uma roupa casual e confortável, voltando para a sala.
Uma hora depois, tirei o papel alumínio para que o assado pudesse dourar. Mais quarenta e cinco minutos depois, ele estava quase pronto. Chamei Mirian e ela me ajudou a terminar o arroz. A salada de alface e tomate só dependia de um tempero e isso ela já sabia fazer sozinha. Por fim, finalizados os nossos pratos, pedi que ela acordasse a Nanda e chamasse a Mary. Minutos depois, retornavam as três para a área da cozinha, conversando animadamente.
O jantar em família foi regado a muitas lembranças, saudades e risadas. Naturalmente, eu e ela bebemos uma das garrafas de vinho, mas o clima entre a gente melhorava muito devagar, então beber a outra seria desperdício naquele momento. Fomos então comer o arroz doce que, agora curtido, havia ficado simplesmente delicioso. Por fim, Mary cuidou de lavar “os trens” utilizados.
Ficamos então na sala conversando e a Nanda foi buscar alguns mimos que havia trazido para todos. Para Mary, uma linda saia, um pouco curta demais, mas ela, adolescente, parecia começar a gostar de se exibir, sei lá para quem… Para Mirian, um lindo conjunto de blusinha e macaquinho jeans, bem moleca mesmo, literalmente a cara da nossa caçula. Já para mim:
- Melhor você abrir depois. - Nanda falou, colocando sua mão sobre o pacote após me entregar.
- Ihhh! Quero ver! - Falou Mirian, curiosa, rindo da minha cara.
- Tá com cara de safadeza, hein!? - Opinou Mary: - Quero nem ver…
- Eu quero! - Retrucou Mirian.
- Não! É um presente da mamãe para o papai. Ninguém tem que ver nada! - Nanda retrucou, encerrando a contenda e colhendo um bico inconformado da nossa caçula.
Num momento de distração das meninas, fiz um buraquinho no pacote e a primeira coisa que vi, uma simples palavra em bijuteria, já me deu a dimensão daquele presente. Olhei para a Nanda que agora era um imenso e malicioso sorriso vivo. Sorri também até que meio encabulado com a surpresa e assim ficamos até dar 22:00, quando ela mandou as filhas para a cama. Mary foi normalmente e Mirian a arrastou, queria que ela a colocasse na cama. Assim que fiquei sozinho abri o pacote que continha três indecentes calcinhas fio dental, transparentes, branca, verde limão e vermelha, duas com bijuterias na parte da frente, respectivamente com “Hotwife” e “Putinha Safadinha” e uma na parte de trás com “Bata ao Entrar”. Nem notei que a Nanda havia retornado e me observava:
- Gostou?
- Puta que pariu! Vai me matar do coração, peste de mulher! - Resmunguei com o susto.
- Pode escolher que eu uso… - Falou, olhando-me com um sorriso malicioso.
- Onde você arrumou isso? - Perguntei sem tirar os olhos dos meus mimos.
- Uai! No shopping, onde mais!? Na noite que fui jantar com a Denise, passei pela vitrine de uma loja que fazia essas personalizações. Então, escolhi quatro peças e pedi que colocassem essas bijus.
- Hein!? Quatro? - Falei e voltei a procurar no pacotinho.
Achei mais uma calcinha, do mesmo estilo, mas na cor preta e com palavras na frente e atrás, respectivamente “Foda-me!” e “Com Força!”. Comecei a rir e a encarei que ria também da minha cara:
- Você não presta mesmo. - Falei.
- Mas a gente se diverte pra caramba, não é?
Ela se jogou no meu colo e começamos a nos beijar. Naturalmente, não pudemos ir direto para nosso quarto e nos entregarmos a safadeza, pois nossas filhas acabaram de deitar, mas ficamos nos atiçando por um bom tempo. Ela se levantou pouco depois e pegou a calcinha de mesma cor, vestindo-a:
- Não era para eu escolher?
- Demorou demais!
Ela ajeitou a calcinha no corpo, olhando para mim e a exibiu, orgulhosamente, mostrando a frente e depois a parte de trás:
- Entendeu a mensagem?
Antes que eu pudesse dizer algo, ela se dirigiu à geladeira e pegou a outra garrafa de vinho, retornando até onde eu estava com duas taças e o abridor. Abri, nos servi e ficamos namorando e beijando. A garrafa ia baixando enquanto nosso fogo ia subindo cada vez mais. Quando falta menos de um quarto, ela me agarrou a mão e arrastou para a nossa suíte, trancando a porta assim que entramos:
- Tô com uma saudade que você não imagina! - Falou, olhando para mim como se fosse uma fera prestes a dar um bote.
O fogo dela, o vinho no sangue e uma safadeza no ar foram mais que suficientes para me fazer esquecer das preocupações, ao menos momentaneamente. Fui até ela e a peguei pelo cabelo, literalmente e a arrastei até a cama, igual a um homem das cavernas. Como eu normalmente não fazia aquilo, ela se surpreendeu, ficando boquiaberta. Tirei minha camisa e a calça num movimento sincronizado de perfeição quase profissional, nada devendo a um stripper, ficando apenas de cueca. Meu pau já dava sinais de que seria uma noite muito divertida, mas eu queria lhe dar algo mais. Aproximei-me da cama então e novamente a peguei pelos cabelos, trazendo seu rosto de encontro a minha cueca:
- Hummmm! Que cheiro mais tesudo. Já tá babadinho… - Ela falou.
Esfreguei um pouco seu rosto sobre a cueca e ela a abaixou rapidamente, agora ficando em contato direto com o meu pau. Ela me olhava com malícia, mas acima de tudo um desejo quase incontrolável. Passei a esfregar meu pau em todo o seu rosto e um sorriso ainda mais tesudo surgiu. Não aguentei aquela carinha safada e lhe dei um tapa no rosto:
- Chupa! - Mandei.
Ela não obedeceu de imediato, apenas ficou me encarando e mordendo um lábio. Dei-lhe outro tapa, um pouco mais intenso, mas sem exageros:
- Chupa, safada!
- Não sou safada! Me respeite.
- Chupa o meu pau, sua putinha casada!
Seus olhos brilharam quando eu disse isso e ela correu a língua por toda a extensão do meu pau, mas sem tirar os olhos dos meus:
- Eu não posso. Se o meu marido descobrir, meu casamento acaba. - Ela falou, olhando-me sem cessar.
- Isso é problema seu e do corno. Agora chupa o meu pau. - Falei já o enfiando em sua boca.
Ela só então passou a chupá-lo, alternando com beijos e lambidas, sempre olhando para mim quando a situação permitia. Também passou a usá-lo para bater em seu próprio rosto, sorrindo maliciosamente enquanto me encarava:
- Se ele me largar, vou vir morar com você. - Falou, sorrindo.
- Lugar de puta é na rua. Não vou sustentar uma safada como você. Mas se quiser vir dar umazinha vez ou outra, eu mato a tua vontade…
Ela me encarou meio invocada nesse momento e eu sorri, mas antes que eu pudesse dizer que obviamente estávamos brincando, ela própria se adiantou:
- Se você for bonzinho comigo e me fizer gozar bastante, podemos continuar transando às escondidas. Não posso perder o meu marido, eu o amo demais…
- É!? Por mim está tudo bem! Continuo te comendo e ele continua pagando suas contas. - Concordei, sorrindo, mas cutuquei: - Mas, só para eu saber, fala quem é o teu macho?
- Você!
- Isso eu sei. Fala o meu nome, safada. Quem é o teu macho? E não adianta dizer que é aquele corno porque eu sei que ele não dá conta desse fogo todo.
- É você!
- Eu sei, porra, fala o meu nome!
Ela me encarou em dúvida por um momento, como se analisasse a viabilidade de continuar o nosso teatrinho e quando pensei que fôssemos continuar:
- Mor, para! “Ssstóóóóóóóp, sô!” - Forçou um inglês de péssima pronúncia, misturada com um forçado sotaque carioca e um maneirismo mineiro.
Eu, que até então ainda a segurava pelos cabelos a soltei e ela se levantou, ficando na altura do meu rosto:
- Vem, deita comigo. - Pediu, segurando em minha mão.
Fomos para a cama e nos deitamos lado a lado, mas de frente um para o outro. Ela passou a acariciar o meu rosto e minha excitação começou a me abandonar, porque seu semblante não era mais em busca de um sexo intenso, mas de uma conexão que transcendia ao puramente carnal:
- Olha, desculpa, mas eu não quero continuar com essa brincadeira. Vai acabar dando merda…
- Por que diz isso?
- Porque a gente ainda não está bem e se eu disser um nome que não te agrada, posso piorar tudo. Não quero mais brigar com você.
Eu a encarava meio chateado realmente, mas ela tinha uma certa razão em sua conclusão. Preferi não dizer nada e a beijei, puxando-a para mim num abraço apertado que, por si só, trazia toda uma resposta concordante com ela. De qualquer forma, meu pau já tinha baixado para “meio mastro”:
- Desculpa. - Pediu novamente ao vê-lo meio cabisbaixo.
- Relaxa! Está tudo bem. Temos uma vida inteira para transar.
Ficamos nos olhando e acariciando mutuamente até que ela tocou num assunto que até então eu havia esquecido:
- Você ainda não me disse por que estava estranho comigo hoje, quando eu cheguei?...
- Ah, Nanda, deixa pra lá! São coisas que eu tenho que resolver e ainda não sei bem como.
- Será que não tem um jeito para eu te ajudar?
Eu não sabia a resposta, mesmo porque, se o doutor Galeano estivesse certo, não seria exatamente ela me ajudar e sim o contrário. Só que eu ainda não entendia o porquê, nem o como, para chegar num resultado bom para ambos. Perdido em meus pensamentos, ela insistiu:
- Por que você não quer falar comigo? É tão ruim assim!?
Suspirei profundamente, ainda sem saber exatamente o que falar, mas acabei falando:
- Andei conversando com o doutor Galeano e…
Ela se levantou num pulo, interrompendo-me e se sentou sobre as próprias pernas, me encarando com a mesma cara invocada que sempre fica quando está prestes a explodir:
- O que foi que ele te contou!? O Papai Noel andou dando com a língua nos dentes?
- Fica calma! Ele não falou nada sobre as conversas que teve com você e... Espera aí! Você não tinha me contado tudo? - Perguntei e ela mordeu os lábios, pega no flagra, mas eu preferi me fazer de desentendido pelo menos naquele momento e continuei: - Ele disse que quer conversar comigo, porque acha que eu posso ajudar a resolver a nossa situação.
- Ajudar como?
- É… Então… Eu ainda não sei como. Ele não quis adiantar por telefone e marcamos para a próxima terça. Eu tenho mesmo que ir até a cidade dele para buscar uns documentos e vamos aproveitar para bater um papo.
Ela me olhava inquieta, sem acreditar em tudo o que eu havia contado, e estava certa. Ela me conhece melhor que ninguém e sabe muito bem quando não estou entregando toda a verdade:
- Você está inquieto, chateado desde que eu cheguei. Eu sei que você não está me contando tudo e é melhor falar o que ele te disse. Se é sobre a gente, eu tenho o direito de saber.
- Quando vocês conversaram, você não me contou tudo… - Falei, encarando-a com um sorriso no rosto.
- Eu ainda não havia entendido todo o contexto…
- Exatamente! - A interrompi, sem diminuir o sorriso: - Eu também não entendi. Por isso, prefiro conversar com ele primeiro a te adiantar algo que pode ser interpretado erroneamente.
- Tá vendo!? Alguma coisa, ele te disse! Se você não entendeu, é porque alguma coisa ele te falou. Vai, desembucha…
- Nanda…
- Por… Fa-vor! - Ela me interrompeu, aproximando-se ainda mais de mim e colocando sua mão sobre a minha: - Eu prometi que não vou mais esconder nada de você e estou cumprindo fielmente minha palavra. Se você duvida de mim, eu ligo agora para a Denise e você pergunta se aconteceu algo mais entre eu e o “você sabe quem”, lá em São Paulo.
Pensei um pouco e sorri, com ela me encarando perplexa:
- Até que a Denise merecia ser acordada fora de hora, viu? A filha da mãe me ligou bem de madrugada… - Falei e ri.
- Não me enrola, Mark! Sem essa de mudar de assunto. Se quiser eu ligo para ela, mas eu quero, eu… Não! A gente precisa ser totalmente honesto um com o outro, senão… a gente… não vai… - Falou, tensa, quase que já marejando os olhos.
- Não! Pode parar! Engole o choro…
Ela respirou fundo, duas vezes, fechando os olhos e contendo o choro. Quando voltou a me encarar novamente, mais controlada, expliquei:
- Eu não tenho como te falar algo que eu ainda não sei ao certo. Ele só me disse que precisava conversar comigo e que talvez a situação que estamos vivendo seja, em parte, minha culpa, por não saber como conduzir as coisas. Acho que foi isso que ele disse…
- Sua forma de conduzir? Você!?
- Pois é…
- Você não fez nada! Quem fez toda a cagada lá com o Rick, fui eu! De onde que ele tirou isso?
- Não sei. Por isso não quis falar nada com você, mas fiquei meio… - Parei para pensar em um termo que explicasse meu sentimento, mas o único que consegui foi: - Perdido! Não adianta eu te contar algo que eu não entendo. Só vai piorar…
- Mas ele te disse alguma coisa? O que você estaria ou não estaria fazendo? Sei lá…
- Disse que a gente pode estar nesse perrengue todo por causa da minha insegurança e medo.
- Como é que é!? Desde quando você é inseguro ou tem medo de alguma coisa?
- Então… Eu também não entendi direito esse negócio.
Ela me encarava em dúvida, também curiosa e talvez duvidando se essa seria realmente toda a verdade, mas fiz questão de frisar que era somente isso, mas que esse “somente” já fora o suficiente para me deixar chateado com a possibilidade de ser eu o culpado pelos nossos problemas:
- Para! Desencana disso. Você não fez nada, ouviu? Nada! Se tem algum culpado nessa história toda, sou eu. Somente eu! O doutor Galeano deve só ter falado de uma forma incorreta. Fica calmo e… Olha pra mim, Mark! - Encarei seus olhos, porque, num momento de distração, havia baixando o olhar: - Você nunca faria nada contra mim! Eu sei disso, eu tenho certeza disso! Fica calmo e para de se preocupar, ok?
Concordei com ela, mesmo sem saber se era o certo a fazer. A forma como o doutor Galeano havia falado comigo não deixava dúvida de que ele já tinha alguma conclusão formada e ele não me falaria aquilo sem ter pensando muito a respeito. Preferi não continuar aquela conversa, mas ela foi o suficiente para acabar com toda a noite que eu tinha planejado. Com a minha excitação em baixa, restou-nos deitar, eu de costas na cama e ela sobre o meu peito, e tentarmos dormir.
Apesar de tudo, sentir seu calor sobre o meu peito, a sua respiração rouca perto de mim e aquele perfume suave, fez o seu milagre sobre a minha libido. Meu pau deu forte sinal de vida e ela, cuja perna repousava sobre ele, sentiu o despertar. Resultado: desceu e o mamou até ficar duro o suficiente para ser cavalgado. Não foi a nossa melhor transa, mas nem por isso foi a pior. Gozamos gostoso após bons minutos de “upa-upa, cavalinho” e aí sim, com o sentimento de dever cumprido, conseguimos dormir.
Na manhã seguinte, acordei já se a Nanda ao meu lado. Olhei em meu aparelho e vi as horas: 8:30. Levantei-me e não a vi no banheiro. Abri a porta e saí para o corredor, vendo que as meninas continuavam dormindo. Fui até a área social da casa e a ouvi conversando com alguém. Ela estava tão concentrada que não me viu à porta que separa as áreas. Poucas frases e já compreendi o porquê de não querer falar na minha presença.
[...]
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NAO SER MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.