Havia se passado uma semana desde o fatídico dia, onde Luis conheceu a verdadeira identidade de Mateus, o Natal seria no sábado e Luis não sabia o que fazer, sua tia iria viajar com a esposa para a casa de alguns amigos em outro estado, e em nenhum momento haviam o convidado para acompanhá-las.
Luis não as culpava entendeu que para as quase recém-casadas era deprimente conviver com um rapaz de vinte e cinco anos que não tinha qualquer vislumbre do que era ser feliz de verdade.
Naquela tarde de sexta-feira foi a primeira vez que Luis realmente saiu do apartamento da tia em Cuiabá, não queria dirigir o carro, mas também não queria andar a pé, não queria sair de ônibus e também não queria pegar um táxi, ainda estava na portaria do prédio e pensava se voltava para o conforto da TV a cabo. Veria algum filme meloso no TC Touch ou encarava aquela selva de pedras escaldante.
Por fim resolver sair e caminhar até o shopping, o lugar até que era atraente Pantanal Shopping era com certeza diferente dos shoppings de Goiânia, era mais limpo, mais atraente e o cativou no mesmo instante, andando pelas galerias do lugar era como se tivesse esquecido os últimos acontecimentos. Entrou em algumas lojas e comprou presentes de natal para todos. Um bracelete de prata para a tia Emilia, um cd do Zeca Pagodinho para a esposa da tia, um livro para a mãe, uma gravata para Raul, uma camiseta para Leo, uma bermuda para Kaio, um óculos de sol para Marco, outro livro para Fred, um perfume para Talles e um vestido para Vic.
Estava em uma loja muito bonita que vendia roupas masculinas pensava em comprar algo para si, mais alguma coisa ali o fazia sentir triste, não sabia dizer se era a musica de Bruno e Marrone que tocava por toda a loja, ou se era outra coisa. Caminhava entre araras de camisetas de uma marca qualquer, quando se deparou com uma camiseta gola pólo com listras brancas e vermelhas, segurava aquela peça e se lembrava de Mateus, ele tinha uma camiseta como aquela e ficava bem com ela, projetava seus músculos e destacava o tom de sua pele.
A música de Bruno e Marrone seguinte era uma com a participação de Wilian Borjaz. Chamava-se vida sem alma. A voz do cantor misturada às lembranças de Mateus trouxeram lágrimas aos olhos do rapaz. Como podia se sentir triste depois de tudo que aquele cara havia lhe feito, Luis se quer notou que cantava acompanhando a música.
Luis: Ahh eu não aguento mais/O meu coração vai explodir de tanto amor/Ahh me diga onde está/Atravesso o oceano só pra te encontrar.
O rapaz cantava com todo o sentimento que trazia dentro de si, e se quer percebeu que era observado, cantou, chorou e abraçou aquela peça de roupa, tinha a certeza que podia sentir o cheiro do perfume de Mateus ali naquela peça, sentia seu coração se despedaçar dentro do peito, e ao ultimo estrofe da musica sentiu uma mão pousar em seu ombro, aquele toque parecia eletrizado, uma corrente elétrica correu por todo o seu corpo e chegou até o seu coração, virou-se imediatamente acreditando que era Mateus quem o tocava, mas para sua surpresa, quem estava parado atrás dele, não era ninguém conhecido, mas sim um rapaz loiro muito lindo e que o olhava nos olhos e sorria lindamente.
Rapaz: Senhor se a musica o estiver incomodando eu posso trocá-la!
Luis: Oh não, eu gostei dela, é que ela me fez lembrar alguém querido que se foi...
Rapaz: Não sei como o senhor vê isso, mas se uma música me lembra alguém querido que morreu, com certeza não vou ouvir, mas enfim, o senhor aceita uma água, ou desejaria lavar o rosto?
Luis: Não é necessário, obrigado, mas me diz você trabalha aqui?
Rapaz: Sim, sou vendedor da loja, o senhor precisa de ajuda para achar uma peça em especifico?
Luis: Gostaria muito da sua ajuda, mas só se você parar de me chamar de senhor, me chamo Luis, muito prazer!
Rapaz: Sim senhor... Quer dizer você quem manda, meu nome é Kurt, muito prazer!
Luis: Nossa que nome diferente, você é americano?
Kurt: Quem me dera. Eu nasci aqui no Mato Grosso e nunca estive fora do país, meu pai sempre foi fã daquela banda Nirvana, e por isso me deu o nome do vocalista, mas confesso que até gosto de Kurt, agora o sobrenome é que me causa constrangimento. Kurt Donald Cobain Pinto, prazer!
O rapaz ofereceu a mão a Luis que não se fez de rogado e apertou forte, havia algo nele que cativou Luis, o rapaz era lindo, olhos azuis, pele branquinha, cabelo loiríssimo, uma boca carnuda e um corpo escultural. O uniforme da loja era super justo ao seu corpo e os braços largos quase não cabiam dentro da vestimenta.
Luis: Nossa, mas teu nome é muito bonito!
Kurt: Há quem discorde... Mas como ia dizendo se você estiver interessado em algo em especial eu posso ajudá-lo!
Luis: Assim, eu gostaria de um presente para uma pessoa, mas não sei o que dar, é a primeira vez que compro algo pra ele!
Kurt: Presumo que seja um rapaz, me diga o que ele gosta de usar, como é, o tipo físico, essas coisas!
Luis: Você acertou é um rapaz sim é meu vizinho e cunhado do meu irmão, praticamente da família, bom ele é forte como você, faz luta, musculação e sempre que o vejo esta usando camisa xadrez ou camisetas da Calvin Klein!
Kurt: Hum... Então é um tipo especifico de homem, os gostos parecem com os meus então vou levá-lo a minha cessão preferida aqui da loja, por favor, me acompanhe!
Luis seguiu Kurt até uma área que ainda não havia visto e lá acabou comprando uma camisa de flanela xadrez, era a cara de Nando, conseguia até vê-lo usando a peça, por fim despediu-se do rapaz que tão educadamente o atendeu e começou a caminhar pelo shopping. Luis chegou a cogitar a idéia de comprar algo para Mateus, mas acabou desistindo, não tinha nada para fazer naquele dia, já havia se decido a voltar para Goiânia após as festividades de Natal que passaria sozinho, por isso sem pressa resolveu assistir algum filme enquanto as horas não passavam, não havia um filme que gostasse, então acabou escolhendo qualquer um.
Era um filme de ação que de tão chato, Luis acabou adormecendo, a cadeira ao lado estava repleta de sacolas e impedia que alguém ali sentasse, não soube exatamente quanto tempo dormiu, mas acordou com um vento quente e cheirando a canela, assustou-se ao abrir os olhos e ver uma sombra projetada a sua frente, era a silhueta de alguém e temeu ser algum tarado querendo abusar dele ali no escurinho do cinema.
Luis: Sai fora tarado!
Kurt: Eu tarado? (risos) Já me chamaram de muita coisa menos de tarado!
Luis: Kurt?! O que faz aqui, não devia estar trabalhando?
Kurt: Meu turno já acabou, quando estava saindo vi você vindo para o cinema tentei te alcançar mais não consegui, então acabei comprando um ingresso e entrei... Nossa foi difícil te encontrar rapaz, ainda mais dormindo ai torto sobre os bancos.
Luis: Ai que vergonha!
Kurt: Vergonha? E olha que eu nem disse que você tava de boca aberta, babando e roncando, por sorte o cinema está quase vazio!
Gente não me aguentei e dei um jeito de descobrir o nome do Kurt, e descobri que é Ian Curtis Pinto, por isso que ele disse que era constrangedor Ian Curti Pinto, a partir de agora vou chamá-lo de Ian, ok?
Depois daqueles comentários que causaram imensa gargalhada em Luis, os dois se calaram e fixaram os olhos no filme, era constrangedor para ambos, nenhum dois tomava a iniciativa, nem desviava o olhar um do outro.
Após o termino do filme, Luis foi até o banheiro e Ian o acompanhou até a entrada. Luis queria ver até onde ia aquilo e ficou um tempo maior do que o necessário. Não demorou, para que o loirinho começasse a falar.
Ian: Luis... Não sei se você está ocupado, mas eu gostaria de te convidar pra tomar um sundae e comer alguma coisa, o que acha?
Luis: Uai mano, acho que podemos sim, há essa hora minha tia já deve ter viajado então não tem ninguém em casa me esperando, vamos onde?
Ian: Pode ser aqui no shopping mesmo... Luis, você não é daqui, certo?
Luis: Não eu sou de Goiás, mais como você descobriu?
Ian: Seu sotaque é diferente e também por causa do uai, quase não ouvimos isso por aqui!
Luis: Nossa nem sabia que tinha sotaque, achava que conversava como todo mundo!
Os dois saíram do banheiro e andaram um pouco mais pelo shopping até chegar à praça de alimentação, onde pediram um gira lanche e um sundae cada um. A conversa entre os dois rolou frouxa, pareciam se conhecer a muito tempo, mas mesmo assim a conversa girou apenas em volta dos assuntos, música, comida, programas preferidos e outras coisas triviais. Em certo momento Ian parou de falar e apenas ficou encarando Luis, aquilo meio que o deixou desconfortável, estava na cara que ele estava afim de Luis, e seu olhar quente sedutor media Luis centímetro a centímetro.
Luis: Ian?
Ian: Fala!
Luis: Quero te perguntar uma coisa, mas tenho medo de você me interpretar errado, mas se não o fizer ficarei louco com essa duvida!
Ian: Pergunta poxa!
Luis: diga-me a verdade, por que você foi atrás de mim no cinema, não acredito que seja do tipo de pessoa que corre atrás de um cara somente pra fazer amizade, ou estou errado?
Ian: Você está certo, eu gostei do seu jeito, e acho que daria um super amigo, quem sabe até um melhor amigo...
Luis: Sei, mas o que te fez pensar isso, não sou muito diferente de qualquer outro cara que você pudesse conhecer por ai...
Ian: Claro que é. Você é super legal, gosta das mesmas coisas que eu, é engraçado, seu sotaque me faz rir e também é muito bonito, sorriso encantador... Ah sei lá o que me fez querer ser seu amigo, só sei que quis.
Luis: Posso fazer uma pergunta indiscreta?
Ian: Já sei onde isso vai dar. Você vai me perguntar se sou gay, ai eu vou responder que sou bi, você vai ficar com raiva e vai ou me bater, ou sair daqui sem olhar pra trás...
Luis: Ei, espere que imaginação fértil é essa, jamais ficaria com raiva por você ser bi, isso não significa que você me seguiu por que ficou afim de mim e achou que poderia ter alguma coisa, ou significa?
Ian: Vou ser sincero, significo sim, eu gostei muito de você, sei lá o que foi, mas desde a hora que te vi entrar na loja meu coração acelerou, minhas mãos ficaram suada. Fiquei te observando de longe, queria chegar em você, mas sei lá me deu medo, daí eu fingi que trabalhava lá na loja só pra chegar perto e conversar...
Luis: Opa calma ai, como assim fingiu? Você me mostrou onde achar as roupas da forma que eu queria, você me vendeu, passou até o meu cartão, as moças da loja nem falaram nada...
Ian: É que o meu pai é o dono da loja, e às vezes eu ajudo lá!
Luis: Entendo.
Os dois ficaram calados novamente, e certa vergonha abateu Ian que agora ficava de cabeça baixa e nada dizia. Luis o encarava e achava aquilo à coisa mais fofa do mundo, era bom se sentir desejado, e ver a pessoa tímida com medo de ser rejeitada, dava certo poder aquele que era desejado.
Luis: Cara não se preocupa eu não vou sair daqui só por que você mentiu, ou por que disse que é gay e ficou afim de mim, até por que eu também sou!
Ian: Ei eu não disse que sou gay, eu disse bi... Calma aí você é o que?
Luis: Eu sou gay fera!
Um sorriso iluminou o rosto do rapaz, Luis ficou encantado com a perfeição daquele rapaz, os dentes tão perfeitinhos e brancos, era o típico sorriso de comercial de creme dental, e os olhos azuis nossa como o deixava inebriado, naquele momento não havia ninguém na cabeça de Luis a não ser aquele belo rapaz de cabelos loiros.
Depois de quase uma hora se conhecendo, Ian convidou Luis para conhecer sua casa, Luis achou aquilo um pouco rápido, imaginava se o rapaz pensava em levá-lo para a cama ainda naquela noite. Ian pediu um táxi e os dois nele entraram. O veiculo já rodava há um bom tempo quando Ian quebrou o silêncio e puxou assunto com Luis.
Ian: Olhe, eu sei que parece rápido demais, só que eu gostei mesmo de você, e gostaria que conhecesse o lugar que eu moro, pra de certa forma estimulá-lo a voltar a me ver!
Luis: Não se preocupe, não pensei que você estava indo rápido de mais, além de que, nós ainda somos só amigos e ir à sua casa não significa que eu irei transar com você!
O taxista encarou Luis pelo retrovisor, depois deu uma rápida olhadela em Ian e fez uma cara de reprovação que indignou Luis, mais o rapaz nada disse, estava acostumado com os olhares críticos dos goianos e não se importava com um simples taxista.
O taxi parou diante de uma casa enorme um pouco afastada do centro, mas não tão longe da casa de Emilia, Luis havia passado por ali quando resolveu ir ao shopping.
Ian pagou o taxista e levou Luis para dentro da casa, era maior ainda por dentro, com certeza o rapaz tinha muito dinheiro, aquilo parecia um palácio, não havia ninguém em casa e depois de oferecer um refrigerante para Luis, Ian pegou-o pela mão e o puxou para o seu quarto.
Ian: Bem vindo ao meu quarto sinta-se a vontade, ok?
Luis: Ta!
Naquele dia Luis e Ian conversaram, jogaram vídeo game e Luis usou o notebook do rapaz para enviar um e-mail para o irmão dizendo que não voltaria para o natal e talvez nem para o ano novo, iria passar as férias ali naquela cidade mesmo.
Luis voltou para o apartamento da tia e o encontrou vazio. Na geladeira um recado da tia dizia que elas só voltariam dia cinco de janeiro de 2012, o rapaz então se deitou no sofá, ligou a TV na HBO e adormeceu vendo a reprise de uma serie antiga.
Era tarde da noite quando Luis acordou assustado com o celular tocando, o braço embaixo do pescoço estava dormente e molhado pela baba. Lembrou-se de Ian e o comentário ainda no cinema.
O numero na tela do celular era desconhecido e com o DDD de Cuiabá, demorou a atender, mas para sua surpresa a voz do outro lado era a de Ian.
Ian: Oi branquinho, já estava dormindo?
Luis: Oi anjo, estava sim, mais adorei ser acordado por você, sua voz faz bem pra qualquer coisa!
Ian: Ai que fofo meu branquinho. Assim o Ianzinho se apaxona de vedade,
ai o bebezão vai te que tuidar deu, pega no tolo, faze tafune e da
muito bejinho!
Luis: Então o bebê que colinho do Luis? Onde o tio Luis vai ter que dar
beijinho?
Ian: O titii podi besa onde quise, o Ianzinho gota muito de besinho na boquinha, na buxexa, na olelinha e na baliguinha!
Luis: Ownti que fofo é Ianzinho, o tio Luis promete que se amanhã ele vier visitá-lo ele vai enchê-lo de beijos!
Ian: O titii plomete?
Luis: Prometo sim!
Ian: Passa o endereço que eu vou é já!
Luis: Ei quem ta falando, cadê o meu Ianzinho, não quero falar com marmanjo safado não, passa pro meu bebê seu fdp!
Ian: (risos) Titii o sinhô é blabo em? Assustou o moço!
Luis: Anjo, depois eu te passo o endereço por SMS e ai amanhã a gente conversa mais tudo bem?
Ian: Anão o Ianzinho que fala com o titii ozi...
Luis: O titio está com muito sono, deixa ele dormir se não amanhã ele vai estar fraco pra dar os beijinhos do neném!
Ian: Opa então to desligando, até amanhã gato!
O rapaz realmente desligou, Luis se quer se despediu, mas riu da conversa que havia tido com o rapaz, era incrível como os dois se davam tão bem depois de tão pouco tempo, enviou então a mensagem com o endereço e dormiu novamente, estava ansioso para rever o amigo loirinho e ver até onde ia aquele louco caso de atração.
No dia seguinte Luis acordou cedo, estava animado com a idéia de receber Ian, pensava que ele poderia ser a cura para o seu coração destroçado, por essa razão deu uma geral no apartamento, foi ao supermercado e comprou algumas coisas para um almoço de natal, sabia que não poderia exigir do rapaz o dia toda, afinal era natal e diferente dele, Ian não tinha motivos para ficar longe dos familiares.
Por volta das oito horas o telefone da casa começou a tocar, o rapaz hesitou um pouco em atender, afinal ninguém ligaria pra ele naquele telefone, mas sua curiosidade foi maior e acabou cedendo.
Luis: Alô!
Kaio: Ainda bem que você atendeu fedamãe!
Luis: Desculpe, mas quem está falando?
Kaio: Seu irmão mané!
Luis: O senhor me desculpe mais eu não tenho nenhum irmão chamado
Manoel. Foi engano...
Kaio: Nem ouse desligar esse telefone Luis Carlos ou eu vou ai e te quebro na pancada!
Luis: Fala Kaio o que você quer?
Kaio: O que eu quero? Você ainda tem coragem de perguntar? Você é um monte de bosta Luis, como pode fazer isso com a gente, comigo principalmente?
Luis: Deixa de ser melodramático e me fala o que fiz a vocês, ou melhor, com você principalmente?
Kaio: Você viaja e apenas deixa um bilhetinho na geladeira, passa dias sem dar sinal, se não é a sua tia Emilia me ligar e dizer que ta bem eu já estaria sem cabelos de tão preocupado. Ai de repente você envia um email dizendo que não vem pro natal e se quer sabe se volta, por acaso parou pra pensar o que vai acontecer comigo e com o Marco?
Luis: Eu não disse que não voltaria mais, e além do mais o Marco fez dezoito anos ele já é responsável por si próprio, e você sempre terá a casa do papai pra voltar!
Kaio: Então é assim, você decide simplesmente encerrar nossa parceria, nossa brodagem? Não sabia que era tão egoísta Luis, e daí se você foi chifrado, traído, isso não é razão para se afastar das pessoas que te amam, sabia?
Luis: Mano cala a boca, ta! Eu não vou ficar aqui pra sempre, não estou me afastando de vocês. Eu só tirei alguns dias de férias, estou tentando curar o meu coração e minha alma, mas se você ficar me lembrando o que me aconteceu entre aquele estrume e eu juro que vou pensar seriamente em ficar de vez!
Kaio: Desculpe mano, eu sei que se fosse eu reagiria da mesma forma ou
pior, mas estou sentindo sua falta poxa, você poderia ter vindo pelo menos pro natal, sabia que eu vou passar sozinho?
Luis: Uai por quê?
Kaio: O Marco vai passar o natal com o Talles e a família dele. Estão pensando em contar sobre o namoro pro Fred, agora que o Marco já é maior de idade está pensando em morar junto com Talles. O pai e a mãe foram pro sul visitar a vovó, a Vic foi pro interior com o Nando e o estrume passar o natal com os pais, então eu estou sozinho e Deus!
Luis: Mano eu não sabia, se soubesse teria ido com certeza!
Alguém batia a porta, e Luis pediu ao irmão que aguardasse enquanto via quem era. Para sua surpresa era Ian com uma torta nas mãos e uma garrafa de vinho.
Luis: Entra Ianzinho!
Ian: Ai fala assim não, eu perco a coragem na sua frente, por isso inventaram o celular mano!
Luis: (risos) Tá certo, senta ai que eu to falando com o meu irmão!
Ian: Beleza!
Luis: Voltei Kaio, como estava te dizendo se eu soubesse teria feito algo pra estar com você...
Kaio: Sei né, agora me explica quem é esse tal de Ianzinho que chegou ai!
Luis: Você ouviu?!
Kaio: Não, estou perguntando por que sou médium e adivinho as visitas que as pessoas recebem, é claro que ouvi, vai me dizer que você já arrumou outro macho pra te cornear!
Luis: Aff... Você é um idiota mesmo né? O Ian é um amigo que conheci outro dia, ele veio almoçar comigo!
Kaio: Tem certeza que é só isso Luis, sua voz ta meia fanha, e você só
fala assim quando ta mentindo!
Luis: (sussurrando) Tá idiota, ele é muito gatinho, é bi e acho que ta rolando alguma coisa entre a gente, então vê se não atrapalha e desliga logo esse telefone!
Kaio: Bom saber que você já superou o Mateus, mas você vai mesmo começar um relacionamento sem nem mesmo ter terminado o outro?
Luis: Eu achei que você tivesse percebido que ele já terminou, no dia que o Mateus decidiu ficar noivo de uma garota, ainda morando comigo!
Kaio: Tudo bem, se você pensa assim, só acho que deveria conversar com ele, colocar tudo em pratos limpos... E ainda tem o Nando o que eu devo falar pra ele?
Luis: O que tem o Nando?
Kaio: Faça-me o favor e pare de se fazer de desentendido, eu sei muito bem que rola o maior clima entre vocês, ele mesmo disse que agora que você estava longe do Mateus, talvez ele tivesse uma chance...
Luis: (risos) Não me faça rir mano, eu jamais teria alguma coisa com alguém daquela família de novo, eu conheci o pai, a mãe e os dois irmãos, pra mim já deu, não quero nada relacionado com a família Mariano, a não ser minha cunhadinha Vic, pois é a única que se salva daquela família!
Kaio: Posso falar isso pro Nando?
Luis: Fale o que quiser!
Kaio: Tá certo, mano vou desligar e vê se consigo pegar um bus pro interior, vou ficar lá em casa, pelo menos to perto da minha branquinha, beijão mano e feliz natal!
Luis: Feliz natal maninho se cuida!
Após a ligação Luis ainda ficou com o telefone na mão por um tempo, ficou ali pensando em Nando, pensava se deveria dar uma chance pra ele, ou se deveria realmente se afastar daqueles dois. Ainda pensava nisso quando se sentiu abraçado por trás, era Ian que o envolvia em seus braços e beijava-lhe a nuca.
Ian: Eu juro que esperei, mas você ficou ai com esse telefone nas mãos, e eu queria muito lhe dar meu abraço de natal!
Luis: Que coisa mais fofa esse loirinho que eu fui arrumar, mas tem certeza que só vai querer me dar um abracinho de natal?
Ian: E o que mais poderia dar, além disso, senhor Luis?
Luis: Que tal isso!
Luis buscou a boca do rapaz e beijou-o levemente, depois afastou-se e admirou- o ainda de olhos fechados, o sorriso que se formou ao perceber o que havia acontecido, a respiração alterada, o batimento acelerado, era lindo ver o quanto um simples beijo podia causar em alguém quando começam a se conhecer melhor.
Ian: Com certeza isso é melhor que um simples abraço, mais eu quero mais que isso!
Agora foi Ian quem beijou Luis, um beijo na mesma intensidade do outro, com sentimento, leve, macio, as bocas se encontravam e se encaixavam perfeitamente, pareciam feitas uma para a outra, a língua de Ian trazia um gosto de canela que invadia o interior de Luis e causava certo calor gostoso de sentir.
Com uma mão na cintura do rapaz e outra na nuca. Ian apertava Luis contra seu corpo como se tivesse medo daquilo ser mentira, seu coração batia acelerado como se fosse a primeira vez que experimentava aquela sensação maravilhosa. Um se unia ao outro nas trocas de caricias nos cabelos e face, ora as mãos de Ian subiam pela nuca, ora desciam pelas costas de Luis, pareciam inexperientes. Parecia querer conhecer o corpo do rapaz por inteiro.
Luis segurava o rosto de Ian nas mãos, o rapaz permanecia de olhos fechados e tinha cada traço de sua beleza analisado, de certa forma Luis tentava encontrar qualquer sinal que indicasse que aquilo tudo era um sonho, não acreditava que ali diante de si, entregue totalmente as suas caricias estava um rapaz tão bonito e que parecia extremamente apaixonado. Era irreal de mais para ser verdade, um rapaz lindo, charmoso e rico se apaixonar justamente por ele.
O que mais assustava Luis era como se esquecia de Mateus rapidamente, todo o amor que ele jurou sentir pelo garoto de olhos esmeraldas agora não parecia nada diante do sentimento que Ian despertava em seu coração. Estava se apaixonando pelo rapaz de olhos da cor do céu, estava amando o gosto de canela na sua boca, o cheiro de amêndoas de sua pele, a maciez de seus cabelos quase albinos, a pele pálida e febril, era tudo tão encantador, tão enigmático que parecia não ser possível existir de verdade.
Ian: Lú?
Luis: Fala meu anjo!
Ian: Eu posso passar o dia com você?
Luis: Uai, você não vai passar com a sua família?
Ian: Não quero, eu quero ficar aqui, quero te beijar, te acariciar, velar teu sono e te fazer companhia...
Luis: Mais anjo, hoje é um dia especial, deve passá-lo com quem ama e é importante pra você!
Ian: Mais é justamente isso que eu quero fazer... Eu quero você, só você!
Luis sentiu vontade de chorar, era inacreditável estar com aquele rapaz, era como se ele fosse realmente um anjo que só lhe traria felicidade. Luis virou-se e segurando Ian pela mão o puxou para o quarto, depois carinhosamente o deitou na cama, ajeitou-se do lado dele e começou a acariciar as suas madeixas.
Luis: Você pode tudo meu anjo, eu te devo tudo... Você é a minha escotilha de fuga, veio me salvar da dor que eu sentia. Conhecer você é o melhor presente que papai Noel poderia ter me dado.
Ian sorriu e deixou-se ser beijado novamente por Luis, o beijo era quente, parecia pegar fogo, mais não havia pressa em nada, cada instante deveria durar o tempo que precisasse e os dois pareciam concordar com isso, cada toque, cada beijo, cada abraço demorava quase que eternamente. Pareciam querer apreciar cada segundo ao lado do outro, como se tudo fosse um sonho e que ao acordar o outro teria desaparecido.
Os dois permaneceram assim trocando carícias, contando sobre suas vidas, o sexo não parecia necessário naquele dia, nada parecia necessário a não ser a presença um do outro.
Luis: Me conte um pouco mais da sua vida Ian, como são seus pais, se você estuda, trabalha, se já namorou alguém, esse tipo de coisa.
Ian: Bom, eu não acho que tenha nada na minha vida que seja importante, tudo se resume ao agora, a você, a única coisa realmente importante a acontecer na minha vida...
Luis: Isso é lindo anjo, mais é serio gostaria de saber mais sobre você, pufavô!
Ian: Tá bem. Eu sou filho de pais separados, como já disse meu pai na juventude foi daqueles roqueiros loucos, e por isso me deu esse nome, mas hoje ele não passa de um quarentão ranzinza, que só liga pro trabalho, mas mesmo assim eu moro com ele, por que minha mãe mora em São Paulo com o novo marido dela e meus dois meio irmãos. Eu não trabalho, nunca namorei ninguém, já fiquei com algumas garotas, mais desde pequeno sempre senti atração por homens e por isso me guardei pra quando encontrasse aquela pessoa que realmente mexesse comigo, fosse homem ou mulher. E quanto a estudar, estou pensando em escolher história ou antropologia, sei lá, essas paradas antigas me encantam!
Luis: Mas você já prestou vestibular alguma vez?
Ian: Ainda não, ano passado fiz um teste em uma faculdade daqui, até me sai bem, mais eu quero mesmo é uma Federal!
Luis: Mas que tipo de teste tu fez?
Ian: Esses que a gente faz antes de terminar o ensino médio, só pra conhecer como funciona o vestibular!
Luis: Você ainda não terminou o colegial?
Ian: Claro que terminei, faz uma semana!
Luis: Você então é atrasado?
Ian: Não, pelo contrário estou é adiantado!
Luis: Perai, como assim adiantado, que idade tu tem?
Ian: Faço dezoito no ano que vem, dia vinte de janeiro!
Luis: Meu Deus, você é menor ainda. Eu achei que você tivesse uns dezenove pelo menos!
Ian: Ser menor impede a gente de namorar?
Luis: Não é que impede, mas não nos permite contar a muita gente, seu pai, por exemplo, poderia me acusar de sei lá, pedofilia, por exemplo, ou aliciação de menor...
Ian: Nem se preocupa com isso, meu pai sabe que eu curto rapazes, tanto quanto meninas, e nunca se colocaria contra a gente, ainda mais sendo você, um homem formado, trabalhador e responsável!
Luis: Então, se é assim vem aqui que eu quero te beijar meu bebê!
Os dois permaneceram na cama se beijando ate adormecerem. Quando Luis acordou ficou olhando o rapaz dormir, mesmo sendo ainda menor Ian demonstrava uma maturidade gigantesca, era lindo, encantador, honesto, meigo e gentil, todas as qualidades que sempre buscou em Mateus.
Depois de algum tempo Luis levantou e preparou a ceia de Natal, já era mais de seis horas e Ian ainda dormia então Luis resolveu tomar um banho e esperar por seu novo namorado acordar.
Quando Luis saiu do banho, Ian estava sentado na cama, a cara amassada e o olhar sonolento o deixaram ainda mais fofo, Luis o beijou e disse para ele se banhar para comerem.
Depois se demorar no banheiro, o que Luis achou super engraçado, já que ele era praticamente um adolescente e com certeza tinha suas razões para prolongar o banho, Ian saiu apenas com a toalha em volta do corpo, Luis deixou uma troca de roupas em cima da cama e deixou o rapaz se trocar, achava que ainda não era hora de ver o outro nu.
Quando Ian chegou à sala, não houve como Luis esconder sua surpresa ao vê-lo vestindo apenas a bermuda que Luis havia dado, era um calção desses de futebol do Atlético Goianiense e devido as suas coxas grossas havia ficado perfeito em seu corpo. Luis olhava aquelas coxas brancas cobertas por uma camada fina e rala de pelos loirinhos, aquele abdômen quase definido e aquele peitoral lisinho sem pêlos, ornado por duas aureolas rosadas que encheu a boca do rapaz de saliva, aquele garoto realmente era lindo de mais. O rapaz se sentou à mesa e ficou olhando a cara de bobo de Luis e sorrindo de sua pele vermelha de vergonha, como aquilo era incrível, há quanto tempo Luis não se permitia ruborizar perto de outro homem e aquele rapaz virgem e inocente lhe causava a maior timidez que havia sentido, pra cortar o clima que se formou Ian puxou conversa com o rapaz.
Ian: Lú por que a gente não faz assim, enquanto a gente janta você poderia me contar um pouco mais de sua vida, o porquê veio parar aqui seria ótimo, duvido que fosse férias, por que se não sua tia não o deixaria sozinho, também quero saber o que faz, com quem mora, os lugares que costuma ir, seus antigos relacionamentos, tudo, tudo, tudo.
Luis: Bom eu não gostaria de falar sobre isso, mais você tem sido tão sincero e verdadeiro comigo que eu vou te contar tudo!
Durante o jantar Luis contou toda a sua historia, falou de quando sua tia foi morar em sua casa, do trabalho na faculdade, das amizades que fez ali, de Mateus, das brigas, de Laila, da ida pra casa do pai, das aventuras que aconteceram ali, da volta pra capital, do trabalho, de Marco, Kaio e Vic, do rolo com Nando, das idas e voltas do namoro com Mateus, da separação definitiva, enfim contou tudo, e em alguns momentos se permitiu rir, chorar e repensar todos os seus passos, havia sido uma aventura enorme que girou sempre em torno de Mateus, e que agora tomava um rumo totalmente diferente, era como se todo o passado não tivesse servido pra nada. Pensava em quantas armadilhas caiu e o quanto sofreu quando tentaram separá-lo de Mateus, de toda a luta que os dois enfrentaram pra ficar juntos e como tudo acabou no fim, sem precisar de nenhuma armação ou mentira.
Ian ouviu tudo calado e após ver que Luis havia terminado e finalmente se acalmado, se levantou de onde estava se aproximou de Luis e agachou perto do rapaz, segurou as mãos do rapaz e olhando em seus olhos disse.
Ian: Agora eu sei que tudo isso é real, que você realmente esta aqui comigo, sei que você sofreu muito no passado, e que este Mateus mesmo tendo sido o seu grande amor te fez sofrer muito, sei que não sou ninguém para dizer que te farei esquecer ele, mais tudo o que estiver o meu alcance eu farei, mesmo que você deseje a lua e eu não puder te dar, correrei o mundo todo em busca de algo equivalente, por que agora eu sou seu e você é meu, nós vamos fazer a nossa felicidade e não haverá ninguém para nos impedir de viver esse amor.
Então o rapaz o puxou pelas mãos e o beijou, enquanto caminhava até o quarto, Luis podia sentir o quanto Ian estava entregue aquele momento, seu coração estava acelerado, suas mãos suavam sobre a nuca do rapaz, e seu membro tentava desesperadamente fugir daquela peça de roupa vermelha que o prendia.
Ian suava muito enquanto beijava Luis, a transpiração do rapaz era com certeza uma amostra de quão angustiado e nervoso estava com o evento que viria a seguir. Iria entregar seu corpo por inteiro a uma pessoa que conhecia a pouco mais de vinte e quatro horas e já amava intensamente.
Luis deixou os lábios do loiro e começou a percorrer o seu pescoço com a língua, o sabor salgado que saia daquele corpo certamente era melhor do que qualquer coisa que pudesse provar naquele instante, ele ia deslizando a língua por toda a extensão do corpo de Ian, passou pelos mamilos, demorou um tempo ali degustando a rigidez daquela área tão sensível, Ian respirava fundo, e em algumas vezes soltou leves gemidos de prazer, o que impulsionava a continuar. Sua língua percorreu o abdômen do rapaz e finalmente chegou a onde desejava, estava a alguns centímetros do membro, o volume que existia ali não era o maior que Luis já viu, mas isso não tirava o charme daquele belo rapaz, e ainda por cima da bermuda ele mordeu o membro de Ian, este esticou o corpo como se levasse uma corrente elétrica direto na coluna.
Com a boca Luis foi descendo a peça que o separava de seu objeto de desejo, e instantaneamente viu surgir um belo monstro branco quente e pulsante, não era o maior que já vira, mais com certeza era um dos mais grossos, e o mais incrível era como ele babava, não era pouco, parecia ate que o garoto já havia gozado, mas a excitação dizia outra coisa, estava duro como rocha, e Luis não demorou a tentar colocá-lo tudo na boca, até aquele momento não achava que encontraria outro membro que não entrasse em sua boca, o único que havia sido impossível de se engolir era o de Nando, mais em grossura o de Ian ganhava com certeza, os cantos da boca de Luis doíam de tanto que estavam
esticados, mais isso não tirava o prazer em sentir aquela coisa pulsando contra a sua língua, e a baba que escorria da ponta direto para sua garganta o fazia querer engolir por inteiro.
Luis descia e subia sua boca naquele monstro, uma mão segurava a base e a outra acariciava as bolas grandes e pesadas, era tudo tão branco, tão imaculado, tão gostoso, como era saboroso aquele gosto e o cheirinho doce que saia de Ian, Luis chegou a pensar que havia usado sabonete intimo com cheiro de rosas naquela região, os pêlos estavam aparadinhos e nada incomodavam os lábios de Luis que se divertia sugando a virilha fortemente deixando marcas vermelhas por toda parte.
Luis tentou colocar as bolas brancas na boca mais era impossível, não cabiam as duas ao mesmo tempo, então o rapaz se contentou em ter uma de cada vez, ele as colocava na boca e as puxava o máximo, para depois solta-las e vê-las voltar para a base do pênis que parecia uma cobra viva de tanto que pulsava, Luis já não se segurava de desejo, estava a ponto de gozar, apenas com o sabor do outro em sua boca, quando arrancou suas roupas e nu sentou-se sobre as pernas do rapaz. Ian fechava os olhos como se não acreditasse que aquilo realmente iria acontecer, finalmente teria um homem cavalgando em seu mastro, e não era qualquer homem era aquele que ele havia escolhido para ser seu eternamente. Luis não foi devagar como estava indo até então, por mais que aquilo doesse, segurou o membro de Ian levantado e sentou-se de uma vez sobre ele, pode-se dizer que viu estrelas ao sentir-se rasgado por tão grosso pau, mais mesmo com lagrimas nos olhos a sensação de ser preenchido por aquele deus branco era muito superior a qualquer dor. Ele de inicio cavalgava lentamente, mais ao perceber que seu corpo já havia se costumado com o intruso, firmou as mãos no peito do outro rapaz e começou um frenético subir e descer, o barulho de sua bunda batendo no saco de Ian ecoava por todo o quarto, o rapaz de olhos fechados mordia os lábios para segurar os gemidos estava completamente em êxtase, era o prazer mais sublime que já havia sentido, estava realmente feliz.
Luis queria ouvi-lo gemer, queria que o rapaz o olhasse nos olhos enquanto gozava litros dentro dele, então se deitou sobre o corpo branco e trêmulo e começou a lamber suas axilas, mesmo o gosto de suor sendo ali mais forte, não tirava o prazer que era aquele momento, Ian em mix de prazer e cócegas abriu os olhos e se deparou com a imensidão negra dos olhos de Luis, este por sua vez mergulhava nas águas azuis de seu oceano, não era preciso palavras, se quer gemidos ambos estavam amando tudo aquilo, diferente de quando fora penetrado por Mateus. Estar ali sendo totalmente preenchido por Ian o dava prazer, o fazia delirar. Ian depois de tanto apenas apreciar o que recebia de Luis, o abraçou e puxou-o para um beijo quente e suado, as bocas dos dois buscavam fervorosamente a do outro, suas línguas pareciam travar uma batalha de espadas e o barulho que saia quando um tentava respirar era mais extasiante ainda.
Ali naquela posição os dois permaneceram por quase uma hora, era incrível que mesmo sendo a primeira vez de Ian o rapaz segurasse tanto o gozo, mais uma hora quando Luis colocou sua língua dentro da orelha do rapaz e depois mordeu o seu lóbulo, Ian não conseguiu mais se segurar, ele apertou Luis em um abraço que quebraria vários ossos e pressionou sua cintura contra Luis e depois urrou como um lobo em noite de lua cheia, Luis sentiu cinco jatos quentes invadir seu anus, estava finalmente domado por Ian, sua gala corria dentro de suas entranhas e o dava um prazer incrível, o fazendo gozar sobre a barriga do novo namorado, gozou muito e sentiu se feliz.
Depois do ápice da noite Luis deitou-se sobre o corpo de Ian, sua porra ficou entre os dois e escorria pelo corpo de Ian caindo sobre os lençóis, já Ian permanecia dentro de Luis e às vezes ainda pulsava enquanto diminuía de tamanho, e a cada pulsada Luis gemia baixinho, parecia que gozaria novamente a qualquer instante.
Depois de algum tempo os dois se levantaram e foram pro banho, e ali repetiram novamente o ato, agora Luis estava de costas para Ian, sendo pressionado contra a parede enquanto o outro bombava forte contra seu corpo, mesmo depois de gozar Ian ainda se dedicou a chupar Luis queria que o rapaz gozasse em sua boca, queria retribuir todo o prazer que havia recebido. De inicio ele demonstrou toda sua imaturidade no assunto, arranhando
Luis com os dentes e até mordendo-o, mais no fim pegou o jeito e proporcionou mais dez minutos de prazer a Luis.
Após trocar as roupas de cama, os dois dormiram nus e abraçados em conchinha, Luis atrás do rapaz se deleitava com o cheiro de seu cabelo recém lavado e acariciava seus braços, até que os dois pegarem no sono.
O sol já apontava o meio do céu quando Ian acordou Luis aos beijos, o rapaz sorria olhando para a carinha de sono de Luis.
Ian: Acorda dorminhoco, já é quase meio dia!
Luis: Pra você é fácil estar acordado, não é você que esta com as pernas bambas até a agora...
Ian: Eu te machuquei ontem?!
Luis: Não bobinho, estou brincando a noite de ontem foi linda, nunca mais vou me esquecer do que a gente passou juntos aqui nessa cama, mais devo confessar que estou com formigamentos nas pernas.
Ian: Então a gente tem que fazer alguma coisa pra bombear sangue pra elas né?
Luis: Hum, e o que você pensa exatamente em fazer para isso acontecer?
Ian: Bom... Eu queria... Quer dizer, eu quero... Eu quero... Você... Dentro de mim...
Luis: Gente que fofo meu bebezão, mesmo depois de tudo que a gente fez ontem, ainda tem vegonha de falar que fazê amo cum eu!
Ian: (risos)
Luis: Mozinho, você não acha que seria melhor você ir em casa primeiro, avisar seu pai que esta bem, passar o dia com ele, mesmo sendo segunda-feira duvido que ele tenha ido trabalhar, ai você fica com ele e volta à noite, dorme aqui e a gente faz tudo o que você quiser!
Ian: Ocê plomete que vai dessa o Ianzinho binca com ocê do zeito que ele
quizé?
Luis: O tio promete, à noite eu serei todo seu, por inteiro!
Ian: Então eu vou tomar um banho e correr pra casa, devo chegar a tempo do almoço, estou morto de fome!
Luis: Se quiser faço algo pra comer antes de ir!
Ian: Não precisa e como lá!
Depois do banho Ian seguiu para casa, não antes de jurar voltar e dar tanto prazer para Luis como ele havia dado, era lindo o quão feliz ele estava com aquela noite.
Luis levantou-se e após um banho rápido, levou os lençóis da noite anterior para lavar, não queria deixar sinais que indicassem o ato praticado. Depois disso preparou um almoço com as sobras da ceia de natal e ligou a televisão, pretendia ficar ali até Ian voltar, mas seus planos foram frustrados com o soar da campainha, acreditando que Ian havia voltado mais cedo correu para abrir a porta, mais para sua surpresa não era o rapaz loirinho que estava ali, era outra pessoa bem conhecida.
Luis: Não acredito... Não conseguiu aguentar ficar longe né?
Kaio: Mano a gente precisa conversar, a coisa vai dar merda!
Luis: O que aconteceu moleque?
Kaio não disse nada e já foi entrando, na cozinha pegou um copo com água na geladeira e após beber do liquido umas duas vezes, parou e fitou Luis antes de começar a contar o que havia o levado ali.
Kaio: Mano foi assim, ontem o pai ligou lá pra casa e como ninguém atendeu ele tentou o meu celular que tava desligado, tentou o seu e tava fora de área, ai ele telefonou pra tua mãe, e ela contou que você tava viajando. Quando ela disse que eu não tinha vindo com você o velho ficou doido e colocou um monte de gente atrás de mim, por sorte eu estava no MSN com o Talles quando ele telefonou para o Marco, ai eu liguei o telefone e falei com ele, você não imagina o que foi que ele disse...
Luis: Deixa-me adivinhar, que eu sou irresponsável por deixar você sozinho, e por isso vai cortar sua mesada?
Kaio: Haha que engraçado! O pai disse que o meu tio Osmar irmão da mãe comprou uma escola lá no sul e convidou a mãe pra dar aula lá, e ela aceitou e por isso eles vão se mudar pro sul ano que vem!
Luis: Tá de brincadeira, mas o pai jurou que não voltava pra lá, a não ser a passeio!
Kaio: Pois é, ele disse que vai se mudar, e que eu tenho que ir com eles, por que sua mãe disse que você tava pensando em morar aqui em Cuiabá, e o pai disse que não vai deixar eu te acompanhar!
Luis: Cara eu nem me decide ainda se eu vou mesmo morar aqui!
Kaio: Mas o pior não é isso, depois de eu brigar muito com o pai por telefone eu fui na casa dos pais da Vic, e enquanto eu contava pra ela, acabei dizendo que você não iria mais voltar pra Goiânia por que tinha arrumado um namorado aqui...
Luis: Não acredito que você disse isso, eu e o Ian estamos nos conhecendo ainda, e se isso não der em nada como eu vou encarar o pessoal quando me perguntarem sobre meu novo namorado?
Kaio: Cara mais não é por isso que eu deixei minha namorada, e talvez a última noite de natal que a gente vai passar juntos pra vir aqui...
Luis: Então fala, quanta cagada ainda você fez?
Kaio: Acontece que o idiota do Mateus ouviu a conversa e correu pra contar pro Nando, ficou tirando uma com a cara dele, que você tinha sido bem esperto e já tinha superado a separação de vocês e ainda tinha arrumado alguém e que o Nando ia ficar chupando dedo de novo.
Luis: Vejo que o Mateus também superou nossa separação, já que conseguiu encontrar um motivo pra fazer piada disso!
Kaio: Porra esquece o Mateus, o foco da conversa aqui é o Nando, mano ele pirou o cabeção, deu uma taca no Mateus e depois pegou uma mala e disse que vinha te buscar, eu não contei o endereço onde você ta, mesmo depois dele ter me ameaçado muito, mas não acho que vai demorar pra ele chegar aqui. Ele disse que iria à faculdade onde tua tia trabalha e descobriria o endereço dela.
Luis: Mas ele nem sabe em que faculdade ela trabalha!
Kaio: O Mateus era o único que sabia onde tu tava além de mim e da Vic e nenhum de nós iríamos contar, mas aquele desgraçado contou que tu tava aqui em Cuiabá e contou o nome da faculdade da tua tia. Não vai demorar pra ele vir pra cá!
Luis: Tá agora me explica uma coisa, por que você não me ligou na hora que ele saiu de lá, em vez de vir até aqui?
Kaio: Porra eu tentei, mais o teu celular ta desligado e você não atendia o fixo!
Eu não sabia mais o que fazer, então corri para o aeroporto comprei uma passagem no cartão de credito e aqui estou!
Luis: Aiai, isso é culpa minha desliguei os telefones para que ninguém atrapalhasse o lance entre eu e o Ian, mais e agora o que eu vou fazer, eu não vou fugir do Nando, e nem vou com ele...
Nando: Há é?
Nando estava parado na porta que Luis havia deixado aberta, segurava uma mala dessas de mão, o rosto estava vermelho e camiseta bege de gola v estava empapada de suor.
Luis: Isso mesmo Nando, eu nunca disse que ficaria com você se um dia largasse o Mateus, se você me esperou até agora foi pura perda de tempo, eu não vou com você, eu já conheci alguém e acho que estou me apaixonando por ele...
Nando correu até Luis e o pegou pelos braços, levantando-o até a altura de seus olhos e quase aos gritos disse.
Nando: Você não pode me deixar, você tem que ficar comigo, isso não é justo, não depois de tudo que tive que ver e ouvir, tudo que presenciei e tive que aguentar calado. Eu respeitei você e o meu irmão, mas agora a coisa muda de figura, você é meu, e eu juro que mato qualquer um que se aproximar, ta me entendendo?
Kaio: Solta ele Nando, assim você só vai conseguir que ele te odeie assim como já odeia o seu irmão!
Luis: Cala a boca Kaio, e você me solta Nando!
Luis gritava e isso meio que assustou Nando que o colocou em pé e passou a fitar o chão.
Luis: Vocês dois saem lá do quinto dos infernos pra trazer mais problemas pra mim, eu vim pra esse lugar por que já não aguentava mais viver nesse dramalhão mexicano, porra isso aqui não é novela das nove, e eu não sou a donzela que passa a novela toda correndo perigo e sendo humilhada pra depois só no final de tudo descobrir que sempre fui apaixonada pelo irmão vilão do mocinho! Porra chega, eu não vou com você Nando, eu não quero o meu lugar é aqui eu não gosto de você!
Nando: Não você ta errado, você só está chateado com o meu irmão e está descontando a raiva em mim, eu sei que você me ama, eu sei que você quer ser meu de novo, e cara eu quero ser seu. Porra entende isso, eu não estou bêbado agora, e estou sendo sincero eu te amo, eu quero você pra mim, quero me casar com você, ficar velhinhos lado a lado, quem sabe um dia adotar um filho, morar numa casa com um jardim na frente e um quintal nos fundos, ter um cachorro, andar nu pela casa, transar sobre a mesa de jantar, sentar no fim de tarde na varanda, olhar nos teus olhos e ver que eu sempre te amei e que sempre vou te amar!
Luis não sabia o que dizer sobre aquilo, ele não era indiferente ao sentimento de Nando, mais por mais belo que aquilo possa ter parecido, parecia tão romance hollywoodiano que não conseguiu acreditar, e se pesasse o que sentia por Nando com toda sua historia com Ian até ali, os três dias com Ian superavam os anos ao lado de Nando