Minha história _Especial Patrick_ Cap 1
Oi, gente, estou de volta trazendo para vocês o spin off da série BSV, com a visão do Patrick. Esse é um especial que terá poucos capítulos. Espero que gostem.
Obs: O outro não será abandonado. Também estou escrevendo e a história será concluída. Boa leitura
Eu era apenas um menininho assustado, encolhido dentro do guarda-roupa chorando, quando ouvi pela primeira vez o meu pai agredir a minha mãe.
Era uma noite fria e chuvosa, quando ele chegou embriagado gritando o nome dela com a voz raivosa. Seus gritos eram mais assustadores que os trovões da tempestade, que caia la fora.
Assustada, ela me pôs no colo, colocando dentro do guarda-roupa para que a fúria do meu pai não caísse sobre mim.
_ Xuuuu! Faça silêncio e não deixe que seu pai saiba que você está aí._ minha mãe pedia assustada.
Os gritos da minha mãe se misturavam com os sons das pancadas. Eu chorava muito abraçado com o meu ursinho, sentindo muito medo.
Afetos e amor eram escassos na minha casa, o lugar que nunca poderia ser chamado de lar. O meu pai é uma figura fria, violenta e medonha. Para os amigos é o Paulinho, prestativo e divertido nas rodadas de cerveja dos botecos. Em casa era um homem rude.
Minha mãe fazia o que podia. Sempre me dava amor, carinho e tentava cobrir os maus tratos do meu pai.
Ela era tudo para mim. Não tenho uma lembrança nítida do seu rosto. Mas lembro de sua silhueta, os seus longos cabelos ruivos e o seu cheiro de amaciante. Não lembro do gosto da sua comida, mas lembro que gostava dela. Era tão saborosa!
Eu não tinha nem onze anos quando ela partiu. Deus foi misericordioso com o seu sofrimento e a colheu como se faz com uma bela flor.
Há alguns anos, a minha mãe enfrentava uma luta contra a leucemia e a depressão pelos maus tratos do meu pai. Foi triste a sua partida. Perdi o meu chão e me vi só no mundo, sendo apenas um menino.
Não demorou muito para que outra mulher ocupasse o lugar da minha mãe em sua cama. Em menos de uma semana, sua amante Soraya estava vivendo na nossa casa, usando os vestidos que fora de minha mãe. Pelo que me lembro foram poucos selecionados. Segundo Soraya, a falecida Alice tinha péssimo gosto para a moda. Eu odiava quando se referiam a minha mãe como falecida. Para mim, ela ainda estava viva. Não no nosso plano, mas no espiritual, ao lado do nosso senhor Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Para sobreviver, tive que aprender a me virar muito cedo. A minha madrasta era uma péssima dona de casa e cozinheira.
Só lavava as roupas do meu pai e eu odiava andar sujo. Por isso, aprendi a lavar e coser as minhas próprias roupas. Ela viu em mim um servo e me colocava para cumprir as suas obrigações domésticas. Eu cuidava da casa, limpando e cozinhando. Apesar dos pesares, me saí bem.
Com tudo isso, adquiri uma certa independência e não passaria fome caso não houvesse alguém que não cozinhasse para mim.
O que me consolava, em meio tudo aquilo, era o fato de que eu iria crescer e construir a minha própria família. Eu acreditava que comigo seria diferente. Eu encontraria um grande amor e não sofreria como a minha mãe sofreu. Seria para ele um príncipe encantado, assim como ele seria para mim.
Desde cedo busquei pela minha felicidade. Primeiro, investi na minha independência financeira. Comecei a trabalhar cedo numa vendinha perto de casa e em vários lugares ao longo da minha adolescência.
Mas, eu sabia que não era o suficiente. Se eu quisesse sair daquela casa e me vê livre do meu pai e da minha madrasta, eu precisava ter um bom salário, e isso seria resultado de muito esforço. Eu vi nos estudos uma porta para essa tão sonhada independência financeira.
Dediquei-me ao máximo que pude para ingressar numa faculdade. Como tinha que conciliar trabalho como garçom num bar na Lapa, que arrancava o meu couro, e os estudos do cursinho pré-vestibular, eu não conseguia me dedicar como eu deveria. Acabei sendo reprovado algumas vezes, só obtendo a aprovação com vinte três anos.
Consegui uma bolsa integral para o curso de publicidade e propaganda.
Eu fiquei tão feliz com a notícia, que cheguei em casa irradiando alegria! Sem pensar, contei para a minha família na esperança de obter um abraço e um pouco de elogios. Queria que o meu pai tivesse um pouco de orgulho de mim.
_ Hum! Perda de tempo! Se fosse inteligente, teria feito medicina, direito ou engenharia, seria um doutor. Vai ser mais um idiota com diploma pendurado da parede e um monte de dividas para pagar.
As palavras do meu pai eram tão cruéis, que acabaram com qualquer resigno de alegria que eu poderia sentir. Contivi-me para não chorar na sua presença. Caso isso acontecesse, ele teria um ataque de fúria e me agrediria dizendo que homem não chora, que isso é coisa de veadinho.
A Soraya me tratou com desprezo. Como se tudo ligado a mim fosse algo sem valor.
Depois do banho, fui para o quarto. Abriguei-me debaixo dos lençóis, imaginando como seria diferente se a minha mãe estivesse viva. Com certeza, me abraçaria e me parabenizaria. Ela ficaria orgulhosa de mim, daria um belo sorriso e um beijo na minha testa. Essa hipótese me deixou mais calmo. E foi a ela que me apaguei.
Eu tinha muita fé em Deus...ainda tenho. Ele é tão bom para mim. Apesar de tudo o que eu passava, e depois de derramar lágrimas, do nada era consolado com bons pensamentos que animavam o meu dia e me enchiam de esperança. Eu fico indignado como que diante de tanta bondade Dele, alguém possa duvidar da Sua existência.
Comecei a rezar, pedi a Virgem que guiasse o meu caminho para que pudesse realizar os meus sonhos e ser motivo de orgulho para a minha mãe, esteja ela onde estivesse.
Fui dormir mais tranquilo.
Algumas horas depois, o meu celular tocou. Acordei meio zonzo, tanteando para pegá-lo na cabeceira. Era uma ligação de Betinho, o meu melhor amigo.
_ Bichaaaaaaa! Parabéns, puta! Eu não disse que a senhora iria conseguir? Não disse? Eu sei das coisas, veado. Aaaaaaa! Nem acredito que tenho uma amiga universitária.
_ Obrigado, irmã. Mas, eu mandei mensagem cedo para a senhora. Agora que foi me responder?
Betinho tinha muitos defeitos, mas era uma pessoa muito especial para mim. Sempre acreditou no meu potencial e me incentivou a estudar. O meu coração aquecia ao ouvi-lo dizer que se orgulhava de mim. Ele era a família que eu não tinha.
_ Eu esqueci o celular em casa. Bicha, deixa eu te contar. Hoje fui fazer uma entrevista de emprego para a vaga de garçom naquele restaurante que te falei... você lembra, né?
_ Hum! Hum! Você conseguiu a vaga, amigo?_ perguntei empolgado. Seria tão bom se o meu amigo também tivesse obtido alguma conquista. A felicidade fica muito mais prazerosa quando é compartilhada.
_ Que nada, "mulher".
_ Ah, que pena!
_ Mas, eu conheci uma racha babadeira! Bichaaaaa! O nome dela é Olívia. Ela tava acompanhando uma amiga que também estava concorrendo a vaga.
Enquanto, a gente aguardava ser chamadas, conversamos por horas. Olha, a menina tem problema com a mãe que chama ela de gorda, passou no vestibular para publicidade igual a senhora, bicha.
_ Gente, em pouco tempo de conversa, você já ficou sabendo a vida inteira da mulher!
_ Deixa eu falar! Bicha, o irmão dela tem uma pizzaria! Como a amiga dela ficou com a vaga que era para ser minha, ela vai me indicar para trabalhar de garçom lá.
_ Ah, que legal, amigo.
_ E mais, ela me convidou para ir na festa de aniversário dela que vai ser no sábado e a senhora vai comigo.
_ Claro que não! Ficou doido, veado?! Eu não conheço ninguém lá. Não vou de penetra.
_ Que penetra, veado? Tá maluca? A senhora foi convidada.
_ Como fui convidado se nem conheço essa mulher?
_ Eu disse a ela que tenho um amigo, que vai fazer publicidade e propaganda na mesma faculdade que ela. Vocês vão ser colegas, bicha! Aí eu disse que tenho uma amiga carente, que seria ótimo se ela fosse na festa também e a Olivete te convidou.
_ Betinho! Você me mata de vergonha! Porra! Agora mesmo que nem vou ter coragem de olhar na cara dessa mulher.
_ Ah, mas você vai sim. E tenho um bom motivo para você ir.
_ Ah, é? Qual, bonita?_ perguntei debochando.
_ Que a senhora é vagabunda! Com certeza o cu vai piscar quando ver o irmão dela. Meninaaa, o homem é um gato.
_ Você já conheceu o irmão dela?!
_ Pelo Facebook, gata. Entra lá, que vou te mandar o link pelo messenger.
Betinho pode ser exagerado para muitas coisas, mas para homem ele era fiel a realidade. Se ele dizia que um cara era gato, pode ter certeza que era.
Confesso que fiquei muito curioso. Liguei o notebook e entrei direto no Messenger, cliquei no link compartilhado por Betinho.
O perfil do cara aberto. E assim, pude ver as suas fotos. Fiquei impressionado com a beleza dele. Aquele sorriso safado, aquele olhar cativante e a sua expressão jovial, exalando sensualidade.
Pele branquinha com algumas marcas de espinha no rosto que indicava há pouco tempo deixara adolescência, cabelos escuros curtos, espichados para cima. Pelas fotos de corpo inteiro, na maioria delas usando um uniforme de time de futebol, pude notar que tinha um belo corpo. Não era como os garotos que passam horas na academia. Tinha uma sensualidade não padrão. Era magro de pernas firmes e braços atrativos, possuía barriga reta e o peito tinha um pouco de pelos, o que me deixou louco! O seu jeito era másculo, gostava de futebol, a maioria dos seus amigos eram homens e pelo vídeo não tinha uma voz melosa como a minha e do Betinho. Passava por um hétero tranquilo. O que mais me atraiu foi que não era forçado, esse era realmente o jeito dele.
Nada contra as irmãs do vale, mas eu fico louco num cara com pinta de hétero. Um corpo e um jeito másculo são o que me atraem.
Jonas era o seu nome. Tão atraído por ele, stalkei o máximo que pode. Vasculhando o seu perfil, descobri que ele era filho de pais separados. O seu pai era comerciante, dono de um bar chamado Espaço São Jorge. Jonas havia postado várias fotos no bar do pai com o seu irmã e o seu irmão criança.
Além dessas fotos, Jonas postava fotos com uma idosa baixinha, de cabelos curtos e branquinhos. Indo mais afundo, descobri que se chamava Chiquinha Duarte, uma renomada professora de literatura francesa do curso de pós-graduação de uma conceituada universidade federal. Ela havia publicado vários livros de teoria literária. No YouTube, encontrei vídeos de algumas palestras dessa senhorinha. Fiquei deslumbrado com a inteligência e simpatia daquela mulher.
Diante de todo esse descobrimento, o que me deixou mais feliz foi ver que Jonas era SOLTEIRO! Pulei da cadeira da escrivaninha, comemorando. Desta vez, eu não correria o risco de me ferrar, como aconteceu no meu último relacionamento.
Nessa minha busca por um grande amor, me envolvi com Fabrício, um ex colega de trabalho. Tínhamos momentos maravilhosos, tanto no sexo, quanto na convivência. No entanto, ele tinha um defeito: era casado e tinha filhos. Em público, ele se exibia com a bela esposa, fingindo que não me conhecia, magoando o meu coração.
Eu só servia para satisfazer o seu prazer, que ele tinha vergonha de ter. Na certa, o relacionamento não deu certo e quem saiu mais machucado fui eu.
....
Mesmo receoso, mandei solicitação de amizade para Jonas. O frio na barriga era o meu corpo respondendo a ansiedade para ser aceito por ele.
"E se ele não gostar de mim?" Era o que eu pensava. Afinal, eu não sou o rei da beleza. Não tenho um corpo de modelo, tenho várias sardinhas no rosto como todo ruivo têm. Não sou alto e nem o típico garoto Tumblr. Não me considero horroroso. Tenho um corpo magro e com poucos pelos, gosto dos meus dentes bem alinhados, resultado de anos de uso de aparelhos dentários. E sempre procuro cuidar da minha higiênie. Gosto de andar sempre limpo, hidratar a minha pele e usar sabonetes e perfumes com boas fragrâncias.
Na certa, não ia querer nada comigo. Independente da sexualidade dele, bonito desse jeito, há homens ou mulheres aos seus pés. Com a autoestima de montanha russa, decidi retirar a solicitação de amizade.
Porém, antes de clicar, recebi uma notificação de que Jonas havia me aceitado.
Comemorei vibrando e dançando sozinho no meu quarto. Ele me aceitou! Ele me aceitou!
Sim, Patrick, ele te aceitou? E agora? O que fazer? Me vi parado diante da tela do notebook, sem saber o que fazer.
Pensei em usar a modalidade"cutucar" do Facebook, mas seria muita apelação. Ele poderia me achar ridículo. Resolvi ir devagar. Curti três fotos dele. Mas ele nada me respondeu. Nem uma curtida de volta.
Talvez ele não esteja mais online, ou pior, não gostou das minhas fotos. Seja lá qual for o motivo, eu precisava manter a calma. Desfocar para não pirar. Afinal era só um cara bonito que me atraía. Era o que eu queria me convencer e seguir a vida. Consegui? Óbvio que não.
Eu estava saindo do trabalho quando avistei Betinho do outro lado da calçada do bar, onde eu trabalhava. Percebi que o meu amigo não estava com o mesmo carro de sempre. Desta vez era um vermelho. Patrick, qual era a marca e o modelo do carro? Não faço a mínima ideia. Não entendo nada de carros e nem tenho interesse em entender.
Betinho buzinava com a metade do busto para fora da janela do carro.
_ Bichaaaaaaa! Vem aqui, putaaa!
Todos em volta olhavam para ele. Uns até com desdém, o que me fez morrer de vergonha. Detesto chamar a atenção.
Entrei no carro o mais depressa possível, para que os escândalos de Betinho durassem pouco tempo possível.
_ Gay, vim buscar a senhora para dar um rolê. Tomar um shop. A Olivete vai tá lá. Assim você conhece a Amapô e não terá desculpas para não ir á festa dela.
_ Não vai rolar, irmã. Tô sem aqué. Só recebo dia seis.
_ Não se preocupe, eu pago._ Betinho disse piscando o olho e beijando o próprio ombro.
_ Olha ela! Tá cheia do aqué! Roubou um banco, veado? Por que a senhora começou a trabalhar há pouco tempo nesse tal pizzaria e já tá de carro novo e bancando a minha saída.
_ Gata, eu vendi o carro antigo e dei o aqué como entrada para este aqui. O resto parcelei em mil vezes. Há seis anos que não troco de carro. Eu mereço, né bonita? E a despesa de hoje vou passar no cartão de crédito, quando a senhora receber me dá a sua parte para pagar a fatura.
_ Sabia. Tava bom de mais para ser verdade.
_ Aliás, bem que a senhora poderia comprar um carro também, hein. Já tem as perninhas finas, vai gastar muito mais andando pra cima e para baixo.
_ Graças a Deus eu posso andar. Tem muita gente que tá numa cadeira de rodas. Eu agradeço a Deus por não precisar de uma. E eu tenho zero vontade de ter um carro. Morro de medo de dirigir.
_ Ah, não faz a louca. Carro é muito necessário. Mudando de pau pra cacete, o que achou do irmão da Olivete? Gato, né?
_ Ah muito, amigo! Cara fiquei babando por ele. Faria fácil.
_ Eu sei disso, vagabunda.
_ Ele aceitou a minha solicitação de amizade. Eu curti algumas fotos dele, mas ele nada.
_ Nenhuma catucada?
Respondi fazendo um sinal negativo com a cabeça.
_ Que merda!
_ Talvez ele nem seja do vale.
_ Claro que é, veado!_ Betinho disse batendo no meu braço._ Aquilo lá é muito gay. Só não é pintosa como nós. É do tipo cem por cento ativo. E come geral. Muitas bichas amigas minhas já deram pra ele e disseram que o boy tem uma neca imeeeeeensaaaa! É dá um show na linguada. Só de pensar o meu cu pisca feito luzinhas de natal.
Aquelas informações afloraram o meu tesão. Só de pensar fiquei de pau duro por alguns instantes. Para Betinho não perceber e me gongar, discretamente, pus a mochila no colo, tapando a virilha.
Fomos a um barzinho que ficava dentro de um shopping center. Era um local agradável. Situado no térreo, com algumas árvores em volta, uma laguinho artificial, iluminado por luzes azuis neon.
Havia música ao vivo, um homem cantava músicas MPB tocando um violão.
Na nossa mesa havia uma torre de shop e diversas tiras de churrasquinhos sobre uma pedra térmica. Além das carteiras de cigarro e cinzeiros. Na época, eu tinha o péssimo hábito de fumar.
Olivia chegou alguns minutos depois de nós. Era uma moça muito bonita. Tinha os cabelos loiros compridos e as pontas pintadas de rosa, lábios carnudos pintados de vermelhos, os olhos eram de um verde esmeralda bem sedutores. O seu rosto era redondinho e simpático. Era uma bela moça gordinha de formas arredondadas que tinha um ar sensual, mas ela mesma não se via dessa forma, o que era uma pena.
Eu gostei dela de início. Fomos apresentados por Betinho e conversamos por horas. Estávamos empolgados para começarmos o curso de publicidade e propaganda. Era como se uma nova era maravilhosa se iniciasse nas nossas vidas.
Depois de tomar alguns copos de shop, nós estávamos bem mais desinibidos. Estávamos tão a vontade, que parecia que a nossa amizade existia há anos.
_ Eu gostei muito de vocês dois._ disse Olivia, dando mais um gole no seu shop_ Eu tenho um irmão gay e gostaria muito que qualquer um de vocês dois fossem o meu cunhado.
_ Olha, eu não sou muito de relacionamento sério não. Mas Patríck é bicha romântica. E se envolveu com um embuste. De lá pra cá vive carente, tá precisando de um macho para esquecer aquele tralha. O seu irmão seria ideal.
_ Betinho!
É sério! Há horas que tenho vontade de matar o Betinho.
_ O meu irmão também sofreu uma decepção amorosa e até hoje não superou.
Olivia contou que na adolescência, Jonas se apaixonou por um homem mais velho, que sumiu do nada sem deixar endereço ou uma explicação. Jonas ainda gostava dele e não teve nenhum relacionamento sério após isso. Mas vivia passando o rodo e não se permitia se apegar a ninguém.
Eu não me importei com essa informação. Afinal, também não estava a procura de um relacionamento sério. Eu ainda estava ferido por causa do meu ex. Jonas me despertou muito tesão. Eu só queria ter uma boa noite de sexo com ele. Contudo, a minha péssima autoestima me fazia duvidar se ele realmente teria interesse em mim.
_ Eu faço questão de vocês dois na minha festa.
_ Nós vamos._ Betinho respondeu por nós dois, o que me deixou irritado.
A noite terminou agradável. Fizemos questão de levar Olivia em casa para que ela estivesse mais segura. Aquela hora da noite, não seria muito recomendável ela pegar um ônibus ou um táxi. Há muitos homens maldosos que se aproveitam de mulheresAo chegar o tão esperado dia da festa de aniversário de Olivia, a minha euforia para conhecer Jonas se transformou numa puta insegurança. Eu senti muito medo de ele não gostar de mim. Com certeza havia homens muito bonitos a sua disposição e ele não iria perder tempo com um ruivo sem graça como eu.
Senti-me ridículo por estipular que haveria alguma chance de Jonas querer algo comigo.
Olhei para as roupas novas penduradas no cabide do guarda-roupa e desisti de ir a festa. Eu ainda estava molhado pós banho, com uma toalha enrolada na cintura quando decidi pôr um pijama confortável e ir dormir.
Eu não estava com sono. Decidi assistir um filme na TV. Betinho me ligou e, de primeira , ignorei. Eu sabia que o meu amigo iria insistir e não estava a fim de discutir com ele.
Mas eu conheço o Betinho, deveria ter previsto que ele não desistiria fácil. E para piorar, foi até a minha casa me chamar. Ao ouvir aquela voz escandalosa chamando o meu nome do portão, batendo palmas o meu coração bateu tão acelerado que parecia que saltaria para fora do peito.
O meu pai odiava Betinho e o seu jeito afeminado. E já veio até o meu quarto bufando de ódio.
_ Vá logo atender aquele veado escandaloso. Daqui a pouco os vizinhos vão falar. Você hein! Poderia vir uma mulher gostosa te chamar, mas vem uma bicha. Você é uma decepção.
O meu pai sai batendo a porta, me deixando magoado com aquelas palavras duras. Eu nunca levava os meus amigos em casa porque sabia das reações homofóbicas do meu pai. Betinho sabia disso, mas não se importava. Acho que até gostava de provocar o velho.
Soraya convidou Betinho para entrar. Apesar de ela não ser muito carinhosa comigo, adorava Betinho e o seu jeito divertido, o que deixava o meu pai ainda mais irritado.
Betinho entrou no meu quarto e o seu sorriso morreu nos lábios ao me ver vestido com o pijama. Pôs as mãos na cintura e em seguida bateu palmas em sinal de deboche.
_ Como é que é, minha filha? Por que ainda não se arrumou? Eu toda produzida e a senhora ridícula com essa pijama velho.
Betinho deu uma volta para mostrar o look. Usava uma blusa transparente de renda preta bordadas com flores e uma calça preta muito justa repletas de paetês. Os olhos verdes se destacavam com um forte delineado preto e cílios postiços. As imperfeições da pele foram contornados com uma base do tom da sua pele branca. Aquele visual afeminado deve ter irritado muito o meu pai, o que me provocou um sorrisinho.
_ Eu não vou.
Betinho me direcionou um olhar fulminante como se desejasse me matar ali mesmo.
_ Amigo, eu não conheço ninguém nessa festa e...
_ Cala a boca, Patrick. Pode parar de gracinha e vá se arrumando agora!_ ordenou Betinho ao ponto de ter um ataque.
_ Amigo, eu...
_ Já te mandei se arrumar, porra! Eu não sua palhaça! A gente combinou de ir nessa festa juntos e você não vai furar comigo.
_ Betinho, eu não conheço ninguém lá e...
_ Conhece a Olívia, porra! Ela é a aniversariante e é isso que importa, caralho!
_ O problema é que...
_ O problema é que você está inseguro. Tá fugindo de se dar uma chance com alguém porque ainda gosta daquele canalha! Eu não vou deixar que você fique feito um idiota sofrendo por um cara que não tá nem aí pra você. Não discuta comigo e ponha logo essa roupa e vamos.
Meu amigo sentou na minha cama e cruzou os braços em sinal de que não sairia dali até eu me arrumar. Betinho estava determinado e eu não me vi com outra escolha a não ser ceder.
_ Tá bom. Eu vou. Mas vê se se comporta e não fica me jogando pra cima do seu novo patrão.
_ Tarde demais. Já falei de você pra ele.
_ Betinho! Como eu te odeio! Olha se ele me desprezar por sua causa e juro que...
_ Veado, apesar de você não fazer o meu tipo, você não é nenhum feioso. Jonas viu a sua foto e ficou interessado.
Eu franzi o cenho para Betinho desaprovando a sua atitude. Detestei ter sido oferecido a Jonas como um pedaço de carne. Eu conheço Betinho, sei do quanto é sem noção e com certeza deve ter me oferecido da pior forma.
Mas eu acabei decidindo ir á festa. Eu não tinha esperança de ficar com Jonas, mas se fosse o caso pediria até desculpas pela forma sem noção que Betinho falou de mim e aproveitaria a noite.
Betinho queria me maquiar, mas eu não aceitei por medo da retalhação do meu pai. Ele vivia jogando na minha cara que estava sob o teto dele e ele não admitiria que eu me vestisse como "uma bicha louca" segundo as suas palavras.
Optei por um visual mais discreto e masculino. Uma blusa social azul escura que deixei alguns botões abertos formando um decote V profundo e as mangas dobradas até o fim anti braço, uma calça jeans clara com um rasgado entre os joelhos e nos pés um par de tênis da mesma cor da blusa.
_ Deixa eu passar pelo menos uma base para disfarçar essas sardinhas, veado!
_ Nem pensar, Betinho. Não quero o meu pai enchendo o meu saco depois.
O meu cabelo não estava dos piores. Na época ele era curto com uma franja para cobrir a minha testa que odiava. E a cor muito vermelha me incomodava já que graças a elas ganhei o apelido na escola de cenoura de ralo.
_ Até que você tá gatinho. Eu te proibo de sair daquela festa sem pegar alguém._ Betinho me disse mordendo os lábios e dando um pulinho de empolgação.
_ Ah, faltou a cereja do bolo.
O meu amigo retirou um vidro de perfume da bolsa e espirrou em mim. O cheiro era muito bom.
_ O que é isso?
_ É Dior, meu amor._ Betinho ostentou, dando um beijo no próprio ombro.
_ Uh, é! Mal começou a trabalhar e já tá se endividando, vagabunda?
_ Que nada! Esse aqui é presente do meu coroa.
_ Sua puta! A senhora é destruidora mesmo.
Betinho sorriu para mim, piscando um dos olhos. Há seis meses ele saía com um homem mais velho casado e que possuía uma família tradicional. O homem era um empresário, proprietário de um posto de gasolina e dava a Betinho os melhores presentes que o meu amigo desejava. A relação deles não era amorosa. O foco ali era a troca de benefícios. O homem dava a Betinho dinheiro e presentes, enquanto o meu amigo lhe dava prazer.
Eu fiquei fascinado com o salão de festas. Era muito grande e garboso. Na entrada, um teto formado por flores e as paredes de Heras. Duas belas recepcionistas simpáticas e bem vestidas na entrada, recolhiam os presentes. Ainda bem que nunca fui dessas pessoas de chegar em festas com as mãos abanando. Caso contrário, ficaria muito envergonhado. Comprei para Olivia um box da saga Harry Potter edição de luxo. No dia do nosso encontro, ela me disse que também era fã da série, o que me inspirou a comprar o presente.
Assim que entramos, fiquei impressionado. Havia lustres enormes de luzes arroxeadas, as cores se misturavam com o dourado e preto do restante do salão, causando uma ótima visão.
_ Bicha, olha que festa chique! Eu tô até com vergonha. A família da Olívia é rica?_ perguntei a Betinho, com a boca próxima ao seu ouvido para que ele pudesse me ouvir bem, já que a música eletrônica estava muito alta.
_ Que nada! Não são pobres como nós, mas não são ricos. Gente de classe média. Aí juntou avó, pai e irmão para fazer essa festa caríssima pra ela.
_ Hum! Entendi.
Eu sugeri que sentassemos numa mesa, mas Betinho ficou desinquieto querendo dançar e cumprimentar a todos.
Betinho conhecia quase a família inteira da Olívia e os seus amigos. A primeira pessoa que Betinho me apresentou foi uma moça magrinha, branquinha e baixinha. Ela tinha um estilo diferente das demais. Era um misto de feminilidade e masculidade. Usava um terno, calça social preta e uma blusa de mesma cor gola rolê. Nos pés um ALL Star branco. Os cabelos castanhos claros tinham um corte moderno, com o corte batendo na nuca e as pontas da frente mais longas. O que me chamou atenção era que as pontas coloridas.
Eu não sou de julgar ninguém pela sua aparência, mas aquele menina exalava cheiro de couro. O anel de coco no seu dedo não negava.
Seu nome era Cíntia. Ela tinha um jeito bruto e ao mesmo tempo descolado, o que me deixou um pouco amedrontado.
_ Eu pensei que você ia ficar no som, já que é DJ._ Betinho disse a ela.
_ Me trocaram por esse prego que tá tocando música eletrônica. Quem gosta dessa porra? Só play boy.
_ Eu sou mais um funk. _ disse Betinho._ Tô doido pra rebolar a raba.
Cíntia virou o taça de com o drink azul todo de uma vez e levantou num rompante.
_ Quer saber? Vou animar essa porra!
Ela foi até o DJ e fez um sinal com a mão que ela assumiria dali. Pôs os fones no ouvido e a boca no microfone.
_ Acabou a matinê. Agora vai começar a putaria!
Acabando de dizer isso, Cíntia soltou um pancadão que fez com que todos do salão gritassem animados, batendo palmas. E em poucos segundos, a pista de dança estava lotada.
_ Gente, ela é maluquinha!
_ Cíntia é terrível! Mas ela é boa gente._ me assegurou Betinho.
O garçom passou oferecendo alguns aperitivos que estavam na bandeja. Betinho, sem noção como sempre, soltou uma cantada no homem, que deu um sorriso amarelo.
_ Você não tem jeito, hein!
Betinho sorriu para mim, demonstrando que não se importava com a minha desaprovação.
Olivia se aproximou para nos cumprimentar. Se achei Olívia bonita no dia que nos conhecemos, na sua festa ela estava mais.
A maquiagem bem feita realçou ainda mais a sua beleza. Os seus cabelos loiros estavam repletos de cachos que caiam sobre o seus ombros como uma cascata. O vestido branco perolado brilhante moldava o seu corpo, realçando as suas curvas, valorizando o seu quadril largo e bumbum grande. O vestido era longo, mas muito sensual, pôs o decote valorizava os seus fartos seios e uma das pernas ficaram a amostra com a abertura. Os saltos altos eram o grande retoque nada sensualidade.
Betinho pulou da mesa empolgado, batendo palmas!
_ Mulheeeeerrr! Você tá um arrasoooo! Eu tenho bom gosto mesmo. Olha que vestido lindo que escolhi.
_ Amigo, ainda bem que te dei ouvidos. O Rafael tá louco de ódio.
Os dois bateram as mãos e gargalharam. Parece que o plano de Olivia de causar ciúmes no seu crush deu certo. Eles me mostraram que o tal de Rafael o homem do outro lado da pista que os olhava enciumado.
Betinho convidou Olívia para dançar na pista o que me deixou apavorado. Eu não queria ficar sozinho naquela festa. Pedi muito para que Betinho desistisse, mas foi em vão.
_ Venha conosco._ Olívia me convidou, me puxando pela mão.
Eu não estava nem um pouco a fim de dançar. Nunca levei jeito para isso e a minha timidez me impedia de tentar.
Sem que eles percebessem, fui me afastando até me encostar na parede e só ficar observando.
Olivia e Betinho rebolavam até o chão totalmente animados e eu os observava sorrindo.
No entanto, algo aconteceu que me fez gelar dos pés a cabeça. O meu sorriso se apagou na mesma hora em que percebi que do outro lado da pista Jonas me observava. Ele estava acompanhado do tal de Rafael e mais uns dois rapazes. Jonas me olhava sorrindo e dizendo algo para os amigos, que também os fez rir.
Que merda! Ele estava debochando de mim! Na certa rindo do ruivo esquisito que Betinho deve ter oferecido como um carente. Ah, meu deus! Eu só queria sair dali o mais depressa possível! Mas as minhas pernas não me obedeciam, de tamanho nervosismo. O sorriso de Jonas foi ficando mais malicioso. Como eu sentia um ardor na face, devo ter ficado muito vermelho. Os meus olhos já começavam a marejar.
Para piorar, ele veio caminhando em minha direção. Puta merda!
Jonas chegou tão perto de mim que pude sentir o seu hálito quente, que cheirava a hortelã. Minha intenção ao abrir a boca era negar qualquer coisa que Betinho teria dito, mas para a minha surpresa ele segurou no meu queixo e sorriu mordendo os lábios, olhando-me como se eu fosse a pessoa mais sexy do mundo.
Ah como eu odeio a minha baixa autoestima. Como pude pensar que ele estava tirando sarro de mim?
Eu não consegui esboçar nenhum tipo de reação, apenas olhava para o sua boca deliciosa que era confirmada por uma barbinha por fazer e um bigode também fino.
_ Você que é Patrick né?
Antes que eu pudesse responder, fui surpreendido com um beijo de tirar o fôlego. A língua úmida e quente de Jonas explorava a minha, provocando arrepios pelo meu corpo. Seus lábios me devoravam famintos, deixando as minhas pernas bambas e o meu membro duro.
Jonas me puxou pela cintura com possessividade, fazendo com que nossos membros se encostassem e assim percebi que ele também estava tão excitado quanto eu.
Jonas finalizou o beijo mordendo levemente o meu lábio inferior, levando a boca até o meu pescoço, onde beijou com muita vontade, me provocando um gemido.
Era a primeira vez que eu era beijado em público. Estava tão feliz que um homem daqueles não se importasse em ser visto comigo. Como há tempos eu não fazia sexo, só os beijos de Jonas acenderam um fogaréu dentro de mim. Se aquele homem quisesse me foder, eu não tinha condições de negar. Que beijo delicioso!
Sua boca desviou até o meu ouvido e sussurrou com uma voz grave e máscula, extremamente excitante, que me deixou completamente molhado em baixo.
_ Eu adoraria sair daqui agora mesmo, para te comer gostoso. Mas não posso. Sabe como é, né! Tenho que fazer presença na festa da minha irmã.
_ Não vai faltar oportunidade._ respondi tentando vencer a minha timidez.
_ Você vem comigo depois da festa.
_ Não sei se é uma boa ideia.
_ Claro que é uma boa ideia. Eu prometo que vou te fazer gozar tanto como nunca gozou na vida.
A ousadia de Jonas me deixou envergonhado, mas de um jeito bom.
_ Eu nem te conheço.
_ Meu nome é Jonas, tenho 22 anos, sou comerciante, e irmão da Olívia. Pronto agora você já me conhece.
Jonas sorriu de um jeito sacana e me beijou novamente. Eu só sorri de volta e me entreguei.
_ Pô gostei muito de ti. Você é o ruivinho mais lindo dessa festa. Venha comigo. Prometo que você não vai se arrepender.
_ Vou pensar.
_ Eu vou te convencer.
_ Como?
_ Beijando a sua boca gostosa e te deixando com vontade de mais.
Novamente os seus lábios me devoraram. Caralho! Eu estava nas nuvens!
Passamos tanto tempo nos beijando, que o meu corpo estava em ponto de ebulição. Seria difícil esperar até o fim da festa para ter Jonas dentro de mim. Eu estava tão duro, que tive que sentar para esconder a ereção.
Jonas sentou ao meu lado pondo o braço em volta do meu ombro. Também na nossa mesa estavam o Rafael, Betinho, Cíntia e Olívia, essa ficou conosco por alguns minutos até retornar a dar atenção aos outros convidados.
Não foi difícil me enturmar com eles. Betinho já conhecia a todos e eles, que eram amigos desde criança. Como eu não os conhecia muito bem, passei mais tempo calado.
Jonas bebeu um pouco mais da conta e decidiu que queria dançar. Convidou -me puxando pelo braço, mas eu recusei e Betinho se ofereceu para ir no meu lugar.
_ Não fuja de mim. Hoje você vai pra casa comigo. _ Jonas disse ao pé do meu ouvido, mordendo levemente a minha orelha em seguida.
Ao fim da festa, Jonas cumpriu o prometido e foi até a mesa me buscar. Abraçou-me por trás beijando o meu pescoço, isso me deixou tão excitado!
_ Vamos, gata? _ Betinho perguntou se aproximando.
_ Ele não vai com você. Já tem compromisso._ Jonas respondeu dando um sorriso sacana.
Betinho sorriu de volta, aprovando a situação. Piscou para mim antes de dizer "aproveita."
Percebi que Jonas estava um pouco alterado para dirigir, mas dava conta. Confesso que tive um pouco de medo, mas fiquei quieto.
Ele não falou muito durante o percurso. Mas pousou a sua mão na minha coxa e apalpou com gosto.
Chegamos a uma casa grande, de dois andares, que ficava numa rua arborizada com chão de paralelepípedo. A casa possuía grandes portões de ferro e um enorme jardim florido na entrada. Confesso que desejei viver ali com Jonas. Sim, eu sou emocionado demais, não é uma coisa que me orgulho, mas é inevitável.
Da garagem até a sala, caminhamos de mãos dadas. Eu estava tão feliz! Sentia-me como se fosse o seu namorado.
Jonas abriu a porta da sala escura e me pôs para dentro aos beijos. Estava faminto pela minha boca e eu correspondi da mesma forma.
Jogou-me de costa no sofá confortável e subiu em cima de mim, sem parar de me beijar.
_ Você é tão gostoso!_Jonas sussurrou no meu ouvido, me provocando arrepios.
O meu pescoço foi tomado por chupões, mordidas e beijos, o que me deixou extremamente mole, totalmente a mercê de Jonas. Aquele homem poderia fazer o que quisesse de mim. Eu era dele.
_ Vamos lá para o meu quarto.
Jonas me guiou segurando pela minha mão.
Notei que no quarto havia uma cama de casal, o que deixaria tudo mais confortável.
Jonas sentou na beira da cama e bateu nas pernas para que eu sentasse em seu colo. Obedeci de imediato, sentando de frente para ele, abraçando o seu pescoço e sentindo as suas mãos em cheio apalpando a minha bunda.
Novamente nos beijamos com vontade. Jonas, abriu os botões da minha blusa com tanta brutalidade e caiu de boca nos meus mamilos me fazendo gemer.
Em pouco tempo o fogo nos consumiu com tanta intensidade que as nossas roupas estavam espalhadas pelo chão e os nossos corpos nus se exploravam em cima da cama.
Fazia meses que eu não transava, e isso me deixou um pouco tenso.
_ Promete que vai devagar?_ pedi, mas fui surpreendido ao notar a gargalhada de Jonas.
_ Devagar? Eu vou foder o seu rabo com tanta força que vou destrui-lo.
Aquilo me deixou assustado e Jonas percebeu isso em meu semblante.
_ Não se preocupe, delícia, você vai gostar. Vai gozar tanto que vai ficar de pernas bambas.
Um tapa sonoro estalou na minha bunda, o que fez o meu tesão aumentar ainda mais.
Jonas me virou na cama e sua língua passeou entre o meu peito, barriga até chegar no meu pau. Segurou com força, que o fez pulsar, e engoliu de uma vez, iniciando um movimento gostoso. Ele engolia, enquanto massageava as minhas bolas e aquilo era incrível! Como se uma corrente elétrica dominasse o meu corpo, uma sensação maravilhosa!
O que parecia impossível de melhorar, aconteceu. Jonas ergueu as minhas pernas, me deixando na posição frango assado e a sua boca desviou do meu pau até a minha entrada, enterrando a língua, fazendo o meu cu piscar. Eu tentei conter os meus gemidos, emitindo um som com a boca fechada.
Jonas parou de me chupar e me olhou sério, enterrando o dedo na minha boca forçando a abrir. Levou o rosto até o meu e beijou a minha testa, acariciando os meus cabelos.
_ Não se reprime. Quero ouvir os seus gemidos. Ganhei um beijos voraz, em seguida, Jonas retornou a chupar o meu cu enquanto me masturbava.
Meu Deus aquele homem me fez sentir sensações incríveis, que eu não sentia há tempos. Cheguei ao orgasmo sem conseguir conter os gritos! Gozei tanto que me senti muito leve.
Jonas sorriu ao me ver satisfeito e me beijou carinhosamente, o que deixou o meu coração quentinho.
Ele levantou e foi até o banheiro do seu quarto, me deixando confuso. Mas voltou sem seguida trazendo um bote de lubrificante.
_ Fica de quatro._ ordenou. Mesmo eu ainda estando amolecido obedeci.
Jonas me dedilhou espalhando o líquido gelado, o que me provocou um friozinho gostoso. Em seguida, pincelou a ponta do pau na minha entrada só para me provocar. Levou a boca até o meu pescoço e me devorou em beijos e chupões.
Eu estava ansioso para ser penetrado e Jonas só ficava na provocação. O safado queria que eu pedisse. Creio que seja uma forma de alimentar o seu ego. Tentei resistir, mas foi em vão, sentir aquele cacete duro roçando na minha entrada, enquanto o meu pescoço era devorado, deixou o meu cu piscando
_ Me fode! Me fode, porra! Aaaaah.
Jonas deu um tapa na minha bunda e agarrou as minhas ancas metendo tudo de uma vez.
Como eu não esperava, gritei sentindo arder e doer. Eu não era nenhum inexperiente. Já havia transado muitas vezes, mas desde que o meu ex terminou comigo eu não havia transado com mais ninguém, então senti o impacto.
Mas não foi ruim. Longe disso! Foi um ardor e uma dorzinha gostosinha. Quando o susto passou, pude curtir.
Jonas estocava com vontade, tinha fome de mim. Nossas peles colidiam fazendo aquele barulho excitante. A cama rangia tanto que tive medo que ela quebrasse.
Sentia o cacete dele batendo nas minhas próstatas e aquilo me levou a loucura.
Aproveitei e rebolei com vontade, fazendo Jonas gemer.
Para a minha surpresa, a sua mão foi até o meu pau, me masturbando novamente enquanto me comia como um leão.
_ Porra, que cuzinho gostoso do caralho! Puta que pariu!
Eu sentia o suor escorrer pelo meu rosto, ao ponto de deixar os meus cabelos um pouco Úmidos. Chegamos ao orgamos juntos. Era a primeira vez na vida que eu havia gozado em sequência.
Desabamos na cama ofegantes e suados. Eu só sorria. Jonas me ofereceu um cigarro, que aceitei. Era só o que faltava para eu relaxar por completo.
_ Vai um segundo round?_ ele me perguntou sorrindo, com o cigarro entre os dentes.
Dei uma tragada e respondi:
_ Tô sem fôlego! Você acabou comigo.
_ Deixa de ser frouxo! Eu sei que você é uma putinha e aguenta até mais de uma rodada.
Aquelas palavras obscenas deveriam me deixar ofendido, mas me deixaram muito excitado. O meu pau estava acordando novamente.
Sorri, segurando o queixo de Jonas e dei um selinho nos seus lábios macios.
Jonas me puxou para um abraço, apoiando a minha cabeça em seu peito. Entrelaçamos os nossos dedos. Senti uma sensação tão boa de proteção. Ele acariciava os meus cabelos e me olhava com doçura, fazendo-me sentir um frio gostoso na barriga.
_ Você é maravilhoso, Patríck.
_ Ah, você lembra do meu nome? _ brinquei , sorrindo, o beijando novamente.
_ Você é inesquecível!
Ficamos um tempo conversando. Jonas não falou muito sobre si, ouviu mais de mim. Contei a ele como conheci Olívia, sobre o meu trabalho e o quanto estava empolgado para começar a faculdade.
Depois a conversa foi tomando um rumo mais sacana e quando percebi, estava com o pau dele na minha boca.
Não resisti a aquela cabeça rosada e molhada com o pré gozo. Levei a minha boca e fui com tudo, desci e subi a boca durante todo o caule balanço a minha cabeça num vai e vem. Eu estava de joelhos entre as pernas abertas de Jonas, que estava sentado na beira da cama.
Quando olhei pra cima, Jonas revirava os olhos, urrando como um animal.
_ Puta que pariu! Que boca é essa? Caralhoooo que deliciaaaa!
Perceber que Jonas estava sentindo prazer me deixou mais satisfeito. Desci a boca até às suas bolas e chupei uma por uma, enquanto o masturbava. Voltei com tudo, engolindo o máximo que podia, deixando-o muito molhado.
Jonas segurou nos meus cabelos e movimentou a minha cabeça, acelerando o ritmo. Creio que ele queria gozar na minha boca, mas eu ainda não estava pronto para isso.
Quando senti o primeiro respingo, retirei a boca o mais depressa possível e segurei no seu pau o masturbando.
Jonas gozou tanto que me deixou com água na boca. Resolvi dar o foda-se a minha formalidade e meti a boca engolindo tudo.
Jonas sorriu, segurando o meu queixo.
_ Você é bem safadinho, hein!
Os amassos prosseguiram e quando dei por mim estava cavalgando em Jonas. Rebolavam sentindo a sua mão no meu pau, e eu apoiava as mãos no seu peito. Mais uma vez gozamos.
Desabei deitando sobre o peito dele.
_ Agora tô acabado! Porra! Você me destruiu.
_ Você ainda não viu nada! Esse cuzinho é tão gostoso, que vou foder ele tantas vezes que você vai viciar na minha pica.
_ Convencido.
Eu disse sorrindo, beijando -o.
Foi maravilhoso adormecer nos braços de Jonas, sentindo o calor da sua pele junta a minha e inalando o seu cheiro de homem.
Aquela, com certeza, foi uma das melhores noites da minha vida. Como eu estava agradecido a Betinho por me praticamente me obrigado a ir naquela festa.
....
Foi mágico acordar ao lado de Jonas em sua cama. Vê-lo nu ao meu lado, deitado com aquela bundinha gostosa virada para mim, fez o meu pau pulsar. Sempre fui versátil, gosto do pacote completo e comer Jonas depois de ter dado a noite inteira para ele era a minha maior vontade naquele momento.
No entanto, Betinho havia me dito que Jonas era do tipo cem por cento ativo. E fazer tal proposta a ele estava fora de cogitação. Tive que conter o meu desejo. Afinal, eu não queria espantar o homem que eu estava começando a me apaixonar.
Apesar de eu ser versátil, não me importaria em ser totalmente passivo numa futura relação com Jonas. Sim, eu já estava apaixonado e planejando um futuro com ele. Esse meu coração é mesmo um imbecil.
Eu fiquei alguns minutos o admirando adormecido. Eu sorria como um bobo diante daquele homem tão lindo. Acariciei levemente o seu rosto para não desperta-lo. Eu poderia passar horas o admirando e sentindo o meu coração quentinho por isso.
Senti a minha boca seca e não havia nenhum jarro de água no quarto. Não quis incomodar Jonas e pensei que não teria nada de errado se eu fosse até a cozinha buscar água.
Antes fui até o banheiro para as necessidades matinais, vesti uma cueca e desci as escadas indo em direção a cozinha.
Não me preocupei em me vestir adequadamente e nem de ser flagrado por alguém, porque Jonas havia me dito que estava só em casa. Que vivia com a avó, essa estava viajando para fora do país.
A casa era bem agradável com uma decoração estilo uma senhora idosa, com plantas e bebelôs.
A cozinha era ampla e acolhedora. Amei aquele ambiente. Peguei o copo com água e fui bebendo até a sala. Reparei que na estante havia vários porta-retratos da família. Jonas, Olívia e um menino ao lado de uma senhora simpática de cabelos brancos ambos sorrindo. Fotos de uma bela moça de olhos verdes que estava abraçada a essa senhora, que parecia um pouco mais jovem. Outra foto era de todos sentados no sofá, mas desta vez incluía um homem alto, robusto, de pele morena e cabelos lisos e pretos. Tinta um bigode grosso e marcante. Deduzi que deveria ser o pai de Jonas.
Também havia na parede fotos pretas e branca da avó de Jonas mais jovem. Era uma mulher bonita, de cabelos volumosos, sorriso contagiante, olhar meigo e um corpo bonito, moldado nas roupas justas. Havia várias fotos em Paris e outras cidades Francesas. Mas a que me chamou a atenção foi uma foto em frente a Torre Eifel, ela sorria e olhava apaixonada para um belo homem que era a cópia de Jonas. A semelhança me deixou muito intrigado.
Passei um tempo admirando tudo aquilo. Pensando o quanto deve ser maravilhoso ter uma família amorosa e unida. Eternizar momentos felizes em fotografias.
Senti um aperto no peito. Uma angústia horrível ao me dar conta de que eu não possuía nenhuma fotografia da minha mãe, o que fez os meus olhos marejarem.
No entanto, ao olhar para a frente e avistar uma porta francesa que dividia a sala de um outro cômodo fez com que o meu coração disparasse.
Não resisti e fui até lá e os meus olhos brilharam diante da maravilha que vi: era uma biblioteca!
Era perfeita! Várias estantes de madeira que iam do chão até quase o teto repleta de livros. Havia um par de sofás de veludo vermelho um de frente para o outro, um tapete super confortável e vários jarros e estátuas decorando o ambiente.
Passei em entre as prateleiras observava muitos títulos, havia muitos clássicos da literatura mundial e brasileira, livros acadêmicos da área de linguística, literatura francesa, pedagogia e gramáticas. Muitos dos livros estavam em francês e inglês, o que me deixou fascinado. Fiquei imaginando o quão incrível deve ser ler em outros idiomas.
Eu sempre fui apaixonado por literatura. Foi nas páginas de um livro que eu sempre me refugiei fugindo das mazelas da vida real e também onde aprendi a moldar o meu caráter.
O meu sonho era ter uma biblioteca particular. Um cantinho maravilhoso, onde eu pudesse me refugiar tranquilamente.
Na minha casa era impossível, já que o meu pai dizia que livros eram perda de tempo e porcarias que só serviam para ocupar espaço. Por isso, eu guardava os meus livros dentro de uma caixa e o restante no guarda-roupa.
_ Você gosta de ler?
Aquela pergunta me trouxe de volta para a realidade. Desviei os olhos do livro que segurava e direcionei os olhos a Jonas, que estava na entrada da biblioteca com a cara de sono, cabelos desgrenhados e vestindo apenas uma cueca branca.
Senti-me extremamente envergonhado por estar xeretando a casa sem autorização. Sentindo o rosto ardendo, fechei o livro, pondo no lugar, eu me desculpei.
_ Mil perdões! Você deve estar com uma imagem péssima de mim. Mas eu não sou nenhum intruso. Só levantei para beber água aí vi a biblioteca e acabei entrando...me desculpa mesmo e...
Jonas se apaixonou de mim, me puxando pela cintura de um jeito dominante e me beijou com voracidade, fazendo o meu pau despertar.
Jonas me pôs de frente para ele, roçando o seu membro na minha bunda, e beijando o meu pescoço, o que me deixou de pernas bambas.
_ Não se preocupe. Eu não me importo se você bisbilhotar a biblioteca.
_ É sua?
_ Não! É da minha avó. Ela ama literatura. É professora de literatura francesa num curso de doutorado na universidade federal.
Eu me virei para Jonas admirado.
_ A sua avó forma doutores?! Que incrível!
_ Sim. Ela já está aposentada, mas não quer deixar o trabalho. A minha avó é uma das melhores pessoas do mundo. Ela é muito inteligente, é fluente em inglês e francês, e muito renomada na sua área. Inclusive publicou livros que são estudados nos cursos de graduação em Letras.
_ Que incrível!
_ Além de tudo, ela é uma pessoa sensacional. Foi a primeira a me aceitar sendo gay e sempre me apoiou. Até mesmo no momento mais doloroso da minha vida, quando fui abandonado pelo Bruno.
_ Bruno?
Jonas abaixou o olhar e disse que não queria falar sobre aquilo, o que respeitei. Ele convidou para tomar um café da manhã, em seguida, fodemos mais uma vez em seu quarto.
Jonas se ofereceu para pagar o táxi parar levar para a casa. Mas eu recusei, garantindo que estava tudo bem e que eu poderia pagar.
Claro que trocamos número de telefone e aquilo me deixou nas nuvens. Era um sinal que Jonas queria me ver de novo.
Durante o percurso, dentro do táxi, pensei que estava feliz demais para ir para a casa. Com certeza o meu pai estragaria tudo com o seu mau humor.
Decidi mandar uma mensagem para Betinho, mas o safado não me respondeu e concluí que ele estava dormindo. Então, liguei para ele que me atendeu sonolento.
_ O que foi, veado? Isso são horas de ligar? Ainda de madrugada, porra!
_ Betinho, são meio-dia e meia.
_ Foda-se
_ Eu posso ir para a sua casa?
_ Aconteceu alguma coisa, amigo?_ Betinho perguntou em tom de preocupação.
_ Não aconteceu nada de ruim. É que eu tô feliz demais para ter encarar o meu pai.
_ Ah sim! Na certa aquele cabeça de ovo podre vai estragar tudo. Pode vir sim. Aliás nem precisava perguntar, era só aparecer.
_ não, não. Os seus pais podem me achar mal educado.
_ Ah vá tomar no cu, Patrica! Você sabe que os meus pais te adoram. Agora vou dormir mais um pouco. Quando chegar não me acorda.
_ Vou acordar sim. Tenho muita coisa para contar.
_ Eu arranco os seus sacos se você me acordar, veado. Sossega o fogo no cu e me espera acordar.
Betinho se despediu de mim desligando o telefone em seguida. Pedi ao motorista que mudasse o rumo da viagem para a casa do meu amigo.
Betinho morava com os pais idosos, num sobrado que ficava numa rua comum não muito longe da minha casa. A parte debaixo era um boteco que o seu Osvaldo, seu pai, abriu assim que se aposentou e a casa deles ficava no segundo andar. Apesar de ser uma família humilde, eram pessoas incríveis e amorosas. Betinho tinha uma ótima relação com os pais e com a irmã mesmo depois que se assumiu. Eu sempre desejei ter uma família assim, que não fosse infectada pela homofobia.
A irmã de Betinho se chamava Eleni. Ela não vivia com eles. Era casada e tinha duas filhas. Mas a família se reunia todo domingo para o almoço. E assim que cheguei na casa, encontrei Eleni e a sua família na casa. Ela e uma das filhas estavam ajudando a mãe na cozinha e os outros estavam no boteco com o seu Osvaldo.
Como sempre, fui bem recebido pela família. Dona Maria me disse que Betinho ainda estava dormindo.
_ Eu não sei que tanto esse menino dorme. Também passou a noite toda na festa. Aliás, querido, ele me disse que iria contigo. Pensei que você viesse dormir aqui como sempre faz quando saem juntos.
Eleni me olhou sorrindo de um jeito desconfiado.
_ Ah não ser que o Patrick desviou do caminho por que encontrou um bom motivo.
Todas riram já presumindo o que aconteceu. Eu dei um sorriso amarelo, me sentindo um pouco envergonhado. Pelo que conheço de Betinho, na certa quando acordasse, daria com língua nos dentes para a família inteira.
Fui para o quarto do meu amigo. Betinho ainda adormecia na cama, vestindo apenas uma cueca samba-canção quadriculada.
O clima do quarto estava uma delícia. Com cortinas blecautes e o ar condicionado ligado. Diferente do calor insuportável que fazia do lado de fora.
Como eu já tinha intimidades o suficiente, havia uma gaveta no guarda-roupas dele com umas peças de roupas minhas. Sempre que eu tinha problema em casa, era na casa de Betinho que eu me refugiava.
Tomei uma banho rápido para me refrescar, pus um short e uma camiseta e deitei ao seu lado na cama.
_ Veado! Veado!_ eu chamei o despertando. Betinho apenas resmungou e me olhou sonolento.
_ O que foi?
_ Eu tive a melhor noite da minha vida! Bem que você disse que Jonas é maravilhoso.
Betinho coçou os olhos e se espreguiçou.
_ Filho da puta, já que você me acordou, vai ter que me contar detalhes. Como era o tamanho do pau? A espessura?
_ É bem dotado. E sabe usar muito bem._ eu disse sorrindo, mordendo os lábios._ Sabe o que mais gostei? Diferente do Fabrício, ele me fez gozar. Fabrício só se preocupava com o próprio orgasmos. Me fazia de depósito de porra. Mas o Jonas não! Ele me tratou com tanto carinho! Foi tão bom!
_ Bixa, menos! Eu indiquei o Jonas para a senhora sentar e se divertir e não se apaixonar. Aquilo ali é o maior safado.
_ E daí? As pessoas mudam.
_ Mas ele não muda. Jonas não se envolve com ninguém. Só come e tchau. Deixa de ser emocionada.
_ Ah, você leva tudo a ferro e fogo, Betinho.
_ Eu sei o que estou dizendo. Você é uma tonta e se apaixona fácil. E se apaixonar por Jonas é cilada.
_ Eu não acredito que um homem maravilhoso daqueles tenha um coração de pedra.
_ Ele é um frustrado. O que é pior. Pelo que sei, Jonas já se apaixonou por um tal de Bruno. Ele ficou com os quatro pneus arreados pelo boy. Aí o cara sumiu do nada. Como se nunca tivesse existido. De lá pra cá, Jonas não se permite se envolver com ninguém.
_ Comigo pode ser diferente. Eu estou disposto a ajudá-lo a esquecer esse tal de Bruno.
_ Ah, como você é burra! Depois não venha dizer que eu não avisei.
_ Você que é pessimista demais.
_ Ah, tá bom. Agora cala a boca e me deixa dormir.
Betinho me puxou pela cintura, me ajustando no seu corpo formando uma conchinha. Adormeceu rápido e decidi aproveitar para dormir também, eu ainda estava cansado da noite com Jonas.
Fui despertado por Betinho, que me acordou eufórico.
_ Acorda, veado! A minha mãe tá te chamando para almoçar. Hoje é feijoada.
Levantei um pouco lento, sentando na cama e pegando o Celular. Tinha esperança de ter alguma mensagem de Jonas. Mas nada. O que me deixou um pouco triste. Pensei em eu mesmo mandar mensagem. Mas Betinho me impediu, dizendo que era se atirar demais.
O domingo na casa do meu amigo foi maravilhoso. A comida da dona Maria estava maravilhosa como sempre e as companhias de todos eles só me fizeram bem.
Mas, infelizmente, eu tinha que voltar para a casa e encarar o meu pai. Torci para que ele já estivesse dormindo quando eu chegasse. Em fim de domingo o meu pai costumava ficar embriagado e causando confusão com todos.
Para o meu alívio, ele nem em casa estava. Fui correndo para o quarto e me tranquei.
No dia seguinte, seria o meu primeiro dia de aula na faculdade de publicidade e propaganda. Eu estava tão feliz. Queria muito que a minha mãe estivesse aqui vibrando comigo. Mas acredito que ela torcia por mim, onde quer que estivesse.
Preparei o meu material escolar vibrando de felicidade. É tão bom realizar um sonho!
A notificação de mensagens do meu celular me fez sorrir. Pensei na possibilidade de ser Jonas.
Mas, infelizmente não era. Era Olívia.
"E aí? Tá animado para amanhã? Seremos calouros. 🥳"
"Estou sim! Muito feliz!"
"Ah que bom que a gente se conhece! Podemos sentar juntos."
A Olívia queria ser minha amiga e isso era maravilhoso! Seria ótimo ter como amiga a irmã do Jonas, ela poderia ser uma boa aliada e ajudar a convencer o irmão a engatar numa relação comigo, se dar uma oportunidade para o amor. Ah, isso seria incrível!
"Vamos sentar juntos sim! Seremos ótimos companheiros nos próximos 4 anos."
"Ah que bom! Eu adorei vc! Vai ser um prazer ser a sua amiga ❤️"
"Igualmente 😍❤️"
Pus o celular no peito e respirei fundo esperançoso.
E aí? O que vocês acharam deste primeiro capítulo? Vocês também são emocionados como o Patrick, ou são mais desapegados?
Para quem está lendo essa história pela primeira vez, trata-se de um spin off da série Borboletas sempre voltam, que tenho postado no meu perfil.
Espero que gostem.
Quero muito saber a opinião de vocês. Beijos a todos.