Terceiro dia — O observador
Leôncio teve uma origem humilde e infância difícil. Filho único, quando criança vivia em um casebre com seus pais, que mal tinham condições de colocar comida à mesa. Sua mãe era costureira, sempre fazia alguns serviços para conhecidos e familiares. Seu pai era pedreiro. Vivia de bicos e pequenas obras. Passava a maior parte do tempo embriagado. Quando retornava à casa tarde da noite, alterado pelo álcool, Leôncio e sua mãe sofriam as consequências... Ele até hoje tem algumas marcas das surras de cipó de fogo que levou de seu genitor.
Além da violência dentro de sua própria casa, teve que se virar desde cedo. Trabalhou como engraxate, ajudante de cozinheiro, entregador, vendedor em feira e em uma loja de roupas. Quando adolescente, já era o principal provedor da família. Comprava artigos de confecção em uma cidade vizinha e trazia para revender em sua cidade por mais do dobro do preço. Era um garoto esperto e tinha talento para o comércio. Aos dezenove anos, já tinha seu próprio negócio, sua casa e um pequeno carro. Aos vinte e um já era bastante conhecido na sua cidade, tendo conseguido eleger-se para um mandato de vereador.
Pouco tempo depois, seus pais foram mortos em casa, cada um com dois tiros de espingarda. Suspeita-se que a motivação do crime tenha sido uma dívida não paga do pai de Leôncio, mas até hoje não se sabe ao certo.
Apesar das desavenças com seu pai, gostava dele, ao seu modo, e o respeitava; sempre teve um apego muito forte à sua mãe. A morte trágica e repentina de seus pais o abalou profundamente, fazendo-o abdicar da vida política. Sua dor só foi amenizada ao conhecer Ana Cristina, uma pura e formosa morena clara por quem se apaixonou e resolveu devotar o resto da vida, casando muito novo, aos vinte e dois anos.
Leôncio era um homem recatado e pudico na cama; com sua esposa fazia apenas o “básico”. E, apesar de chamar a atenção de outras mulheres, era fiel à sua companheira. Os anos que passou ao lado de Ana Clara, sem dúvida, foram os mais felizes de sua vida.
Infelizmente seu casamento não durou muito. Após três anos de matrimônio, sua esposa veio a óbito no dia do parto do único filho do casal, e este também não resistira. Depois que sua mulher e filho recém-nascido faleceram, tudo mudou. Leôncio ficou mais amargo, mais rude, mais intolerante.
O homem era detentor de alguma folga financeira e já havia emprestado dinheiro a alguns conhecidos seus para ajudá-los; alguns valores de pequena monta ele nem cobrava de volta. Porém, passou a emprestar dinheiro cobrando altos juros, o que o ajudou a expandir seus negócios e a torná-lo um dos agiotas mais conhecidos e duros do sertão onde morava.
Não quis mais saber de vida amorosa: conhecia uma mulher, provava seu sabor e muito em breve findava o relacionamento, evitando criar raízes e apegar-se. Com o passar dos anos, todas as suas vontades e desejos reprimidos foram dominando-o, tornando-o um tarado e pervertido, lado seu que poucas pessoas conheciam. E, com Maria Lúcia, tinha a intenção de levar a cabo algumas fantasias ainda não realizadas.
***
Depois de passar boa parte da noite deliciando-se na cama com Maria Lúcia, para o dia seguinte, Leôncio tinha planos diferentes. Ligou para seus dois jagunços mais fiéis, os mesmos que estivaram antes na casa do pai de Maria Lúcia, e ordenou que fossem até a sua casa. De imediato, avisou que tudo que acontecesse ali, ali deveria permanecer. Eles conheciam Leôncio de longa data e, decerto, não ousariam desobedecer ao chefe.
Logo após combinar o que iriam fazer, foram até o imenso quarto, onde estava Maria Lúcia lhe esperando na cama, apenas de calcinha e sutiã branco de renda, deitada de bruços, deixando à vista suas volumosas nádegas.
Ao adentrarem o cômodo, Maria Lúcia estranhou a presença daqueles indivíduos e cobriu-se com um lençol. Ela também ficou curiosa com o equipamento que Leôncio estava carregando em suas mãos.
— Maria Lúcia, quero que conheça Adalberto e Venâncio, funcionários meus — anunciou Leôncio, com uma voz grossa e eloquente.
— Olá, tudo bem?! — cumprimentou a bela jovem, com um olhar atordoado, sem saber ao certo o que dizer.
— Os dois são meus empregados de confiança e quero que você se deite com eles hoje, visse? — explanou Leôncio sem nenhum alarde e sem o mínimo de pudor.
Maria Lúcia não acreditava no que acabara de escutar. Ficou tentando imaginar o que se passava na cabeça daquele homem.
Adalberto era um rapaz branco de cabelos escuros, tinha seus 36 anos. Era casado, pai de três filhos, e já tinha uma barriga de cerveja, porém, ainda possuía uma feição atraente. Era um exímio atirador e já havia feito para seu empregador alguns serviços, digamos, não estritamente dentro da lei. E Venâncio, outro capanga, de 42 anos, era um negro gigantesco! No momento que entraram no quarto, reconheceram a bela loira na cama, seminua, e imediatamente o falo dos dois endureceu; mal podiam esperar para iniciar o serviço que o seu patrão havia lhes delegado, muito embora eles também não entendessem o porquê de tudo aquilo. Todavia, eles estavam em um dia de sorte...
Leôncio estava carregando uma câmera filmadora VHS. Estava com uma fita virgem de aproximadamente duas horas de duração. Ele não ia perder a chance de gravar seu próprio filme pornô, já que era um fã desse tipo de produção artística e instrutiva.
O patrão deixou a câmera em um móvel próximo, pegou Maria Lúcia pelas mãos e a colocou de pé em sua frente. Começou a beijar jovem e a passear sua mão pelo seu corpo curvilíneo. Ele mesmo queria encarregar-se de deixar Maria Lúcia molhada entre as pernas. Não queria que seus empregados tivessem preliminares com ela. Com uma das mãos, ele acariciava o rosto da sensual mulher durante o beijo enquanto que, com a outra, desatava o fino sutiã que vestia. Começou a passar a língua em seu pescoço e colo, e depois levou sua boca em direção aos seus seios enrijecidos. Depois de algumas mordiscadas, passou a mamá-la sofregamente. Os lábios quentes e molhados de Leôncio faziam Maria Lúcia gemer em um baixo volume e aumentar o ritmo da respiração. Sem tirar os seios dela da boca, passou a mão por entre as suas pernas e pôde notar seu mel escorrendo. Ele arrancou a calcinha, levou seus dedos lambuzados à boca e disse:
— Pronto! Agora você está no jeito!
No quarto havia uma mesa estreita de madeira de lei. Era pesada e quase imóvel. Leôncio colocou um edredom por cima e falou para Maria Lúcia deitar-se.
Foi até seus dois empregados e entregou duas pequenas embalagens plásticas dizendo:
— Coloquem esses preservativos e podem montar nela.
Assim eles obedeceram e Leôncio ligou a câmera.
Os dois combinaram entre si e quem começou o deleite foi o mais novo. Adalberto foi até Maria Lúcia e, por alguns segundos, admirou a jovem loira à sua frente. Ela estava deitada e com as pernas abertas, totalmente submissa. Nunca ele havia tido uma vista tão maravilhosa e provocativa de uma mulher. Ele ficou por alguns instantes pincelando aquela bela buceta com seu pau rijo, e lentamente começou a penetrá-la. A cada vez que tirava e colocava, o homem arfava de prazer. Enquanto isso, o negão levou sua jeba para Maria Lúcia acariciar. Dali a poucos instantes, estava enfiando seu membro na pequena boca dela.
De pé e com a câmera a postos, Leôncio observava hipnotizado à cena. O pau de Adalberto entrava até o talo e Leôncio fazia questão de dar um close na cena. Ele sempre quis ver uma mulher sua sendo possuída por outro, mas nunca encontrou uma que aceitasse submeter-se a isso; ele fazia essa proposta para quase todas as mulheres com quem chegou a ter um breve affair. Finalmente, estava realizando um desejo de muitos anos.
Com menos de dois minutos de penetração, rapidamente seu empregado gozou. Era muita excitação diante daquele corpo lascivo e sensual. “Impossível durar muito tempo”, pensou Adalberto.
Ao perceber aquilo, Leôncio solta uma grande gargalhada e diz para Adalberto dar a vez ao seu companheiro. Ele ordena aos três irem para a cama, orientando que Maria Lúcia ficasse de quatro. Após ver seu comparsa delirar na garota, chegara a vez de Venâncio. O negão posicionou-se atrás dela e já foi enfiando sem pena.
Maria Lúcia nunca havia sido penetrada antes por um pênis tão grosso e grande, o que a fazia soltar longos gemidos. Quando Venâncio a estocava com mais firmeza e rapidez, ela gritava de excitação, mesmo tentando segurar-se para não demonstrar o que estava sentindo. Tentava agarrar-se à cama o máximo que podia, enquanto o capataz fazia movimentos de vai e vem com vivacidade e furor.
Adalberto, já de cajado duro novamente, levou seu pau até de Maria Lúcia para também ser agraciado com a boca de veludo da garota. Enquanto Venâncio cavalgava na jovem potranca, Adalberto pegou firmemente no cabelo da jovem, fazendo-a ficar entalada com seu membro na boca. Para ela, era uma experiência singular: nunca havia passado por sua cabeça ter relação com dois homens ao mesmo tempo e, ainda mais, ter alguém filmando tudo.
Leôncio gravava a tudo ora de pé, ora sentado em uma poltrona. Gostava particularmente de filmar as reações faciais de Maria Lúcia. Enquanto estava no papel de diretor, ele acariciava seu mastro e se masturbava, tentando segurar o gozo quando percebia estar prestes a ejacular. Mas não adiantou muito: gozou várias vezes enquanto assistia à formosa mulher sendo tomada pelos dois homens.
Maria Lúcia ficou consternada com toda aquela situação. Seu ímpeto era, de alguma forma, dar uma surra em Leôncio. E ela nem imaginava que, em breve, teria a oportunidade de fazer isso...
(continua)