Oi Karina, você queria falar comigo, disse ele mais recatado sentando-se, acho que estando em uma casa estranha ele estava mais quieto, ou medo do Francisco, além do que agi autoritariamente mandando ele sentar mesmo antes um oi.
- Oi João, sente-se aqui do meu lado.
- Tá o Francisco tá por ai ?
- Sim, quer dizer, é sobre isso e outras coisas que quero falar.
- Viu sei que ele deve ter falado horrores de mim, mas tô mudando, não sou tão galinha assim, você mesma me ensilou algumas coisas na festa.
- Então João, a festa, o que você sentiu ou refletiu sobre a festa.
- Bom, foi maneira, super legal, Francisco tinha que estar lá, iriamos apavorar, digo, nos divertir, mas eu gostei mesmo de te conhecer, você foi o melhor da festa.
- Tá, e você gosta de mim?
- Sim eu não só gosto, tipo de ficar, queria , é, sei lá namorar você, mas você não mora aqui na cidade então meio que pode não dar certo.
- Se eu morasse aqui, na cidade, você ficaria comigo de novo?
Ele não me respondeu, me puxou e beijou minha boca, eu retribui, ficamos nesse beijo demorado.
- Tá responda ?
- Acabei de responder.
- Não, você acabou de me beijar, por tesão ou atração, como a que sinto por você?
- Você não gosta de mim Karina?
- Primeiro me responda!
- Tá sim quero ser seu namorado.
- Bom eu também quero ser sua namorada, mas antes devo te dizer algo bem sério.
Ele ficou me olhando com cara de bobo.
- Tá o que foi, você já tem namorado?
- Não bobo, nunca tive.
- Então qual o problema.
- Bom, olhe bem pra mim o que você vê.
- Eu vejo uma menina linda, na festa uma mulher mais linda ainda, mas aqui agora você é quem eu quero namorar.
- Tá o que mais vê.
- Olha, te vejo uma menina, olhos , cabelos, pernas tudo, a sei lá não tô entendo aonde quer chegar.
- Tá era isso, bom, vou te entender depois que te disser, espero respeito e te respeitarei.;
- Nossa fale, credo tá me dando angustia, fala mulher.
- Bom, é isso, João, eu sou o Francisco, eu não sou mulher ainda, sou seu amigo, me descobri uma transexual semana passada praticamente, é isso.
- O que, tá , o FRANCISCO que te pediu pra me zoar, cara cadê você Francisco!
Falou se levantando e meio que procurando o Francisco no corredor, voltou, olhou no lavabo essas coisas e parou do meu lado.
- João, acredite!
- Pare é impossível.
Ai eu me levantei, me arrumei e com a voz de Francisco falei.
- É João, sou eu aqui, seu amigo, agora sua amiga e sim eu me apaixonei por você e por ser menina.
João ficou estático, me olhava de cima abaixo, não falava nada, meio que olhava pensava ia falar, mas não falava. ai ele falou.
- Sério mesmo?
- Sim meu anjo, falei na voz de Karina, sou eu, pra te provar, só eu sei que foi você que soltou os passarinho do viveiro do seu Juca lá da cantina.
João parou de esboçar. Levantou-se veio ao meu encontro e na minha frente disse.
- Quem mais sabe? Desde quando? Como posso acreditar.
- Bom, eu, minha mãe, minha irmã, sua irmã agora lá em cima porque imagino que Sofi já falou, ninguém mais. Quanto ao desde quando, algumas vezes brinquei com minha irmã de bonecas, uma ou outra roupa, mas assim toda feminina foi essa semana praticamente. Quanto a acreditar, dê-me sua mão.
Ele me deu a mão, as duas, uma eu pus na minha cintura, na altura da bunda, a outra na coxa e subi ela até minha calcinha aonde podia-se sentir o pênis e soltei ambas as mãos.
- Está ai a prova, sinta.
Ele foi mexendo na calcinha, e na cintura, passou pela silhueta do fio dental e encostou o dedo na calcinha, passou por dentro e viu que não tinha uma vagina e sim um pênis murcho e um saquinho preso.
- Nossa, é sério mesmo.
- Sim e agora?
Bom ele terminou de me apertar, me beijou, e a mão que estava na calcinha, foi em direção ao meu cuzinho, senti ele de leve passando a mão.
Eu envolvi ele cm uma mão na nuca, quando tocou meu botãozinho com a outra mão entrei em seu shorts e peguei seu pau e no beijamos longamente nos acariciando.
Terminou, me sentei e pedi para ele sentar.
Ai fui falando o que aconteceu, dei alguns detalhes, omiti os da Julia pra preservar ela, mas ele disse ter me visto beijando ela e o outro garoto.
Ficamos ali até umas 17hs quando mamãe chegou, ele quis sair e pedi para ele ficar.
Mamãe entrou, viu ele ali comigo, me chamou pra cozinha.
- Então já se acertaram, deu tudo certo ne filha?
- Como a senhora sabe?
- Bom na próxima ou não usa batom ou retoque, você e ele estão rebocados de batom, nítido que estavam se beijando, mas você contou para ele né?
- Sim e provei para ele que eu era Francisco.
- Como assim vocês ficaram nus , transaram?
- Não mãe, carinhosamente deixei ele me tocar no pauzinho, e ele viu que eu era uma menina trans.
- Hum que lindo, ai que delicia. Bom, vamos lá entrar, quero ele se assumir na minha frente.
Entramos na sala, eu apresentei novamente minha mãe, e a ele como meu namorado.
- Sra, quero namorar a sua filha Karina, sei que ela é uma mulher trans e quero apoiar ela em toda esta transição.
- Olha me chame de Mari, e obrigada por ser tão gentil e cavaleiro com minha princesa. Tem minha benção, mas comportem-se.
Bom ficamos ali entre beijinhos assistindo um filme, mamãe subiu falou com a minha cunhada e Sofi e ambas desceram todas felizes.
A irmã dele veio me abraçou e disse que estava muito feliz com a nova namorada do irmão, me desejou felicidades e nós quatro combinamos de ir na sorveteria. Seria primeira vez que sairia pelo meu bairro.
Nisso chegando lá apareceu um outro amigo, da escola, me senti apreensiva.
- Oi cara, quero te apresentar minha namorada, Karina?
- Oi, prazer você estava na festa ontem né, prima do Francisco é isso?
- Sim eu mesma, disse sem saber o que falar.
Bom ficamos ali trocando conversa, falando de games, jogos e bandas, uma hora depois fomos embora, Me senti bem, passei tranquilo como menina, me despedi de Joao e sua irmã e eles foram embora.
Em casa chamei mamãe e pedi ajuda para saber o que deveria fazer agora.
- Bom filha, vamos pelo principio, temos que mudar seu gênero em documentos, depois ver hormônios em uma médica, dai ver escola e com documentos modificados tocar a vida, simples assim.
- Tá bom, vamos lá então, fase 1, colégio né mãe.
Discutimos isso e o resto da semana, toda tarde João aparecia, namorávamos de forma comportada, na quinta feira recebemos o convite para o final de semana, tinha outra festa, de nossa sala, ai eu me apavorei.
Na quinta a noite assim que João foi embora, subi e fui conversar com mamãe, eu estava muito nervosa, ao mesmo tempo que queria ir na festa, eu tinha a questão que Francisco era da turma. Mamãe me acalmou e ai foi falando.
- Filha, vamos a realidade, agora que você se assumiu menina, terá quem goste e quem odeie, verá que alguns amigos irão embora, estes nem amigos eram se assim fizerem, outros irão te apoiar, mesmo os que não considerava amigos, e te apoiaram, estes sim, terão meu e o seu respeito para serem chamados de amigos.
- Ai mãe mas como faço.
- Filha, como foi semana passada, vamos nas lojas pela manhã comprar um vestido lindo, pro salão a tarde e noite você brilha como brilhou na festa. Tem outra, você está mudando de colégio, ai nem vera mais alguns, no novo colégio, no cursinho, ninguém vai ter tempo pra olhar se você é ou não menina, tem vestibular e o foco no cursinho não será você.
- Verdade mãe, mas eu queria também ter seios, eu vi que se tomar hormônios eles crescem em 3 meses.
- Tá, primeiro não tem essa de eu vi na internet, uma amiga me falou, eu vi hum influencer, olha aqui menina, hormônios é para médicos indicarem, mais precisamente endocrinologista, e já marquei para segunda, então isso é sério, mas para festa, também já pensei, tem uns seios que são colados no peito e com uma make e a roupa certa, ficam praticamente iguais aos naturais. Vamos fazer o seguinte amanha eu chego mais cedo e vamos comprar, dai no sábado com eles colados vamos achar a roupa que encaixe. Mas recomendo não falar nada para seu namorado, inclusive, só ver ele na festa, consegue controlar essa boquinha beijoqueira.
- Credo mãe, mas tá consigo sim. Combinado.
