Quando as luzes do bar diminuem, é a deixa para Lucas pagar a conta e ir embora. A fluorescência se transforma em uma escuridão quente – uma imitação fraca da luz de velas, lâmpadas LED piscando em surtos periódicos. Isso lhe dá dor de cabeça. Faz com que ele se esforce para ver contornos e detalhes. Ele não está acostumado a ficar no escuro, a visão é muito fraca sem os óculos que tantas vezes esquece em casa. Sua memória tem sido uma merda ultimamente. Entre a monotonia do dia a dia e a adaptação à vida de recém-casado, mal teve tempo de pensar, de respirar. Ele não consegue se lembrar da última vez que passou uma noite decente fora.
Rafaela suspira enquanto ele tira a carteira do bolso de trás.
“Não vai ficar para um jogo esta noite?” Sua prima olha para ele por baixo dos cílios. Ela inclina a cabeça para trás, o líquido âmbar em seu copo desaparecendo em sua garganta. Quando ela o coloca no balcão, ela estala os lábios, fingindo lambê-los até limpá-los antes de piscar para o barman, um pedido sem palavras para outro. Sempre o flerte.
“Não posso”, diz ele, encolhendo os ombros. Ele vasculha o conteúdo do interior, contando notas de dez e vinte. Ele já teve bastante. Talvez demais. É uma tarefa difícil, a falta de luz não ajuda. “Prometi ao velho bola e corrente, que prepararia uma refeição caseira para ele quando ele saísse do turno.”
"Oh, por favor." Ela revira os olhos. “Ele é um homem adulto. A aberração não sabe cozinhar para si mesmo ou algo assim?"
“Não o chame assim”, ele adverte.
“Nem mesmo pedir uma pizza?” Ela continua, pegando o cigarro atrás da orelha e acendendo-o.
“Você pensa tão pouco dele.”
“Você pode me culpar por um histórico como o dele?”
“Você nunca deu uma chance a ele.” Ele torce o nariz e faz o possível para zombar. É uma coisa difícil de fazer, estabelecer limites. Eles não estão acostumados. O ambiente em que foram criados não tinha nenhum, nada fora dos limites, até mesmo as coisas que eles guardavam mais perto do peito eram compartilhadas para que todos pudessem separar. Um mundo inteiro a seus pés para machucar antes que isso os machuque. Lucas lembra a si mesmo que não é culpa dela. Nem o dele. Ele respira fundo, depositando as últimas notas na madeira polida. Diz, derrotado: “Além disso, fui um verdadeiro idiota com ele a semana toda”.
"O que?" Rafaela se anima. "Como assim?"
“Bem, eu-” Lucas quase ri. Ele esfrega a nuca, subitamente envergonhado por algum motivo estranho. “Disse a ele que o achava um péssimo trabalhador. Ele levou isso tão para o lado pessoal que desde então tem trabalhado em duplas todas as noites.”
"Pare! Hahahahah" Ela explode em risadas, uma exalação de fumaça. “hahahah Você não fez isso! Esse homem precisa relaxar. Eu diria que ele deveria tirar férias, mas não é como se ele gostasse de nada além do trabalho dele e, suponho, bem..."
Lucas pisca lentamente para ela, um pequeno sorriso aparecendo nos cantos de sua boca. "Prossiga..."
"Você... Ele nunca gostou de nada tanto quanto gostou de você." Seu sorriso é torto, distorcido, como se lhe doesse admitir isso. Ela dá outra tragada lenta, a cereja brilhando em laranja. É a única luz real que resta em todo o lugar. “Esse homem não merece você.”
Ele pensa em não responder. Há palavras saltando em sua língua que ele não consegue deixar escapar. 'É o contrário, você vê. Eu não o mereço'. Lucas pensa para si
Em vez disso, ele sussurra atrevidamente: “Ele é excelente na cama. É por isso que o mantenho por perto, se você está se perguntando."
Rafaela levanta uma sobrancelha. Antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa, o barman aparece e coloca sua bebida na frente dela antes de embolsar o dinheiro que Lucas acabou de colocar no balcão.
"Isso será tudo?"
“Sim, Carlos”, diz ela, inclinando-se para frente e dando um beijo na bochecha dele. “Obrigado pelo excelente serviço, como sempre.”
O homem fica vermelho, visível mesmo na iluminação fraca. Gagueja: “O prazer é todo meu”, tão rapidamente que quase não o ouvem, correndo até um cliente do outro lado do bar antes que qualquer um deles possa responder.
Lucas ri. “Você vai levar o pobre homem à morte prematura se continuar provocando ele assim.”
“Ele tem que ser capaz de me acompanhar.”
"Verdade. Caso contrário, você o engolirá inteiro."
“Você me conhece”, diz ela, engolindo sua quarta dose sem sequer fazer uma careta. Quando ela olha de volta para Lucas, seus olhos estão vidrados. A única indicação de que ela está embriagada. “Tem certeza que você não quer ficar?”
“Rafaela...”
“Tem sido tão solitário e Jorge sempre passando a noite na casa da namorada”, ela lamenta. Ela se aproxima, agarrando a mão de Lucas e apertando. “Apenas uma partida de sinuca? Então você pode ir para casa, para aquele seu monstro de pau grande."
Hesitante, Lucas embolsa sua carteira novamente antes de pesar mentalmente suas opções. Faria mais sentido partir agora. Ele já está atrasado. Dificilmente haverá tempo para ele fazer um jantar decente nesse ritmo. E algo estava lhe dizendo que nada de bom resultaria em ficar. Uma sensação incômoda em seu estômago. Raramente está errado.
Mas uma olhada no rosto de Rafaela toma a decisão por ele. É tão difícil dizer não nesta família, todos eles praticantes qualificados da culpa. Ele chupa os dentes."
“Tudo bem”, ele cede. "Um jogo. Onde está o mal nisso?”
*
Acontece que há muitos danos.
"SEUS IDIOTAS!" Rafaela grita, brandindo seu taco de sinuca como uma arma. “VOCÊ ESTÁ TRAPACEANDO, EU SEI DISSO!”
Lucas sempre se esquece de como a bebida a irrita, até que seja tarde demais. Os alvos de sua raiva esta noite são dois homens de fora da cidade, seus oponentes em uma partida de sinuca de duplas. Eles parecem bastante inofensivos, mas a maneira como estão com as mãos nos quadris o deixa nervoso. Hoje em dia, você nunca pode ser muito cuidadoso com quem irrita, com coisas abaixo da superfície esperando para serem devoradas se não agirmos com cautela. Ele coloca a mão no ombro dela, o suor escorrendo pelas têmporas. “Ei, talvez devêssemos...”
“NÃO, NÃO TENTE ME ACALMAR, LUCAS. ESSAS DUAS COBRAS ESTÃO TENTANDO PUXAR UMA RÁPIDA, E EU NÃO CONSIGO!"
“Agora ouça aqui”, diz o mais alto dos dois enquanto dá um passo à frente, “Estávamos apenas jogando um amistoso. Não é nossa culpa que vocês sejam péssimos!”
O problema é que eles são péssimos jogando sinuca. Eles só brincam bêbados de verdade e, mesmo assim, é mais uma coisa a fazer até que Carlos os expulse. Lucas se vira para Rafaela para dizer isso a ela, mas ela passa por ele, rangendo os dentes e agitando os braços.
“QUE TAL CONTINUARMOS COM UM SOCO AMIGÁVEL NO ROSTO, ENTÃO?”
O menor e mais musculoso estreita os olhos. “Não aceitamos bem ser ameaçados.”
“HAHAHAHAH NÃO É NENHUMA AMEAÇA, IDIOTAS!” Rafaela ri. É cruel e mordaz, veneno escorrendo dela como seu perfume favorito. " É UMA PROMESSA! VENHAM ATÉ AQUI E MOSTRAREI COMO POSSO SER AMIGÁVEL !
“QUE PORRA É ESSA? RAFAELA!” Carlos grita atrás do bar, com o telefone já na mão: “ NÃO ME FAÇA CHAMAR A POLÍCIA! SERÁ A TERCEIRA VEZ NESTE MÊS, MOCINHA!"
Lucas levanta as mãos, fazendo o possível para controlar a situação. “Não há necessidade de tudo isso, Carlos! Deixe-me apenas...
Mas é muito tarde. Atrás dele, ele ouve o som de madeira se partindo em duas, um grito de gelar os ossos. Ele se vira e vê Rafaela atacando as costas do homem mais alto, a ponta pontiaguda do taco de sinuca apontada para sua garganta.
“ADRIANO!” Seu companheiro grita antes de pular sobre a mesa para ajudá-lo. "SAIA DE CIMA DELE, SUA VADIA MALUCA!"
O sangue escorre do rosto de Lucas. Ao longe, ele ouve Carlos falando ao telefone, a voz mais cansada do que urgente. Por uma fração de segundo, ele pensa em não se intrometer.
"LUCAAAAAAS!" Rafaela grita, o braço enrolado em volta do pescoço do homem - de Adriano . “ME AJUDE AQUI!”
Ele suspira, chupando os dentes enquanto arregaça as mangas.
*
Lucas sibila quando o gelo entra em contato com sua pele. Dói mais do que deveria. Ele o pressiona no pequeno hematoma no arco da bochecha, fazendo o possível para silenciar o som de Carlos os repreendendo.
“Conte com suas bênçãos por aqueles dois terem fugido naquele momento”, diz ele, balançando a cabeça para Rafaela. “Eles devem ter alguns mandados com os quais não queriam lidar. Não estou muito interessado na lei."
“A porrada, faz sentido então.” Seu primo não parece incomodado. Nem um arranhão nela, recostada no banco do bar. Encolhendo os ombros como sempre faz. “Eles mereceram.”
Carlos chupa os dentes. Ele abre a boca, as palavras morrendo sob o toque do sino acima da entrada.
Lucas balança a cabeça, esperando alguém além de seu tio Armando parado na porta em seu uniforme, seu distintivo brilhante brilhando como prata. O gemido que lhe escapa é involuntário, os olhos revirando para a nuca. De todos os policiais de plantão no bairro. Foda-se a sorte dele.
"Bem bem." A voz de Armando é suave. Tom de provocação. Ele se inclina contra o balcão, apoiando o queixo na palma da mãozona, um sorriso afiado o suficiente para cortar. “Se não são os suspeitos do costume.”
“Vá se foder,” Rafaela zomba, com o dedo médio levantado.
Armando rosna, nem se preocupar em se dirigir a ela. Ele aponta o queixo para Carlos. “Você se importa em levá-la para casa em segurança, Carlos? Só há espaço no meu carro para um desses dois delinquentes.”
"Você entendeu." O barman acena com a cabeça, levantando o polegar para ela. “Se estiver tudo bem para a Srta. Rafaela, é claro.”
Rafaela ri secamente, cutucando Carlos. “Só se você prometer não me dar sermões durante todo o trajeto.”
Carlos fica com aquele tom familiar de vermelho, o rubor que aparece em seu rosto sempre que Rafaella está por perto. “Sem promessas”, diz ele, meio se levantando. “Tenho que fechar a caixa antes de sairmos. Me dê alguns minutos, certo? Ele diz 'boa noite' antes de desaparecer nos fundos, a porta do escritório abrindo e fechando atrás da prateleira de bebidas.
“Merda ,” Armando cantarola, esticando os brações musculosos na frente dele. Ele faz um barulho satisfeito. Lucas tenta não acompanhar o movimento ou notar como os músculos dos brações do seu tio ficam inchados. “Foi uma longa noite para mim também. Estarei esperando lá fora, Lucas. Não demore, certo?"
Rafaela olha para Lucas enquanto Armando sai, abaixando as sobrancelhas. "Você ficará bem saindo com ele?" Há uma pergunta não feita aí. Lucas pode ver isso na maneira como ela torce a boca. “Posso fazer com que Carlos te deixe primeiro se você vier conosco.”
"Eh. Não tem jeito. Armando simplesmente fará o que quiser, de qualquer maneira.”
"Eu sei mas-"
“Sério, está tudo bem.” Ele olha para ela antes de olhar de volta para a silhueta de Armando contra o vidro, obscurecida e distorcida. É irritante como o homem mais velho está sempre se inserindo nos problemas deles. Humilhante, realmente. Como se eles não pudessem cuidar de si mesmos. Ele pode sentir seu rosto esquentar, a dor surda substituída por algo diferente, não menos vergonhoso. “Terei o melhor da polícia cuidando de mim.”
*
Lucas respira fundo assim que sai pela porta. O ar da noite de verão é sufocante, mesmo com o sol já desaparecido do céu. É tão espesso que é difícil inalar como fumaça. Seu tio está esperando do lado de fora como prometeu, com um cigarro entre os dentes. Ele está encostado na lateral de seu carro de polícia, iluminado pela lua em tons de azul. Combina com seu olho ruim. Aquele que ele mantém escondido sob aquele tapa-olho.
Algo vibra em sua barriga com a ideia de estender a mão, desfazer o fecho para olhar para ele.
Mente doentia. Mãos ociosas.
Em vez disso, Lucas balança a cabeça. Ele limpa a garganta. “Ei”, ele chama, a voz embargada. “Obrigado por esperar.”
Armando se vira para ele, com as mãozonas nos bolsos. Ele assobia baixinho para ele, com uma expressão de decepção no rosto. A expressão menos favorita de Lucas. “Você fez uma grande bagunça aí, Lucas. Você tem sorte de sua mãe ser dona desta cidade, ou eu levaria você embora algemado."
“Isso é uma ameaça?”
Os olhos de Armando se estreitam. "Poderia ser."
Lucas acena com a mão. “De qualquer forma, não foi nada que não pudéssemos resolver”, diz ele na defensiva. “Carlos está sempre exagerando quando liga para a delegacia.”
Armando joga seu cigarro meio fumado na calçada. “Não foi o que ouvi. Você sabia que esses dois são homens procurados? Criminosos de outra cidade.”
“Muito suave para dois criminosos.”
“Você precisa controlar aquela sua prima, ou ela vai matar vocês dois.”
“Hum. É isso mesmo?" Isso o deixou irritado por algum motivo. Não a implicação, mas sim a maneira como Armando diz isso - como se Lucas fosse algo a ser vigiado, algo incapaz de cuidar de si mesmo. Ele não é um gatinho indefeso. Chupando os dentes, ele começa a se dirigir ao fim da rua, sem se deixar intimidar pelo quão vazia está a essa hora da noite. “Não há necessidade de me levar. Pensando bem, gostaria de ir para casa a pé."
Armando dá uma risada divertida. "Hahahahah, Por que? Então você pode se meter em mais problemas?
“Eu não encontro problemas, parece que ele me encontra.”
Ele não desacelera. Armando está andando atrás dele, sua longa sombra diminuindo a sua ao longo do cimento.
“Deixe eu levá-lo”, diz seu tio, um pouco mais enérgico.
“Eu disse que não precisava que você fizesse isso. A casa fica a poucos quarteirões de distância. Além disso...”, ele estremece. “Sentar no banco de trás me dá náuseas.”
“Quem disse que você tinha que estar atrás? Você pode sentar no meu colo se quiser."
“Sério, Armando. Me deixe em paz." Ele diz de má vontade, considerando suas próximas palavras com cuidado. Testa em sua cabeça, e só o pensamento envia choques elétricos por seu sistema. “Se meu marido descobrir que a lei foi chamada novamente, ele ficará furioso.”
Lucas não tem tempo de reagir antes de ser agarrado firmemente pelo ombro, puxado para trás até ser pressionado contra Armando. Sua respiração fica presa na garganta, bom senso suficiente para lutar em seus brações musculosos até ficarem cara a cara.
Ambos estão respirando pesadamente, lufadas de ar úmido compartilhadas entre eles. Todo calor. As narinas de Armando se dilatam. Sua mandíbula se contrai, se projetando enquanto ele entrelaça as mãozonas másculas em volta da cintura de Lucas em um esforço para mantê-lo imóvel.
“PARE DE SER TÃO INFANTIL LUCAS”, ele diz perigosamente. “VOCÊ ME DEIXA LOUCO QUANDO FAZ COISAS ASSIM.”
“EU NÃO SOU UMA CRIANÇA,” Lucas grita. Não confia em si mesmo para dizer mais nada.
"Então por que você está agindo como um?" Armando olha fixamente para ele. Seus olhos brilham com uma alegria silenciosa e imprópria para a situação. Uma de suas mãozonas percorre a curva do seu corpo até a lateral do rosto de Lucas, seu polegar acariciando o hematoma que fica mais escuro em sua pele. “Sempre se machucando quando todo mundo está de costas. Ainda é a mesma criança que não pode ficar sozinha com facas.”
"FODA-SE."
“ E ,” ele continua humildemente, o observando com muita intensidade. “O que um homem casado como você está fazendo fora tão tarde, afinal? Hum? Seu marido deve estar muito preocupado. Não me diga que já há problemas no paraíso. Você mal está casado há alguns meses."
Lucas tenta não zombar. O uísque que ele bebeu mais cedo está tornando difícil para ele conter suas emoções. Sempre lhe disseram que ele é muito expressivo. Exibe cada sentimento como um distintivo no rosto, como dizia sua mãe.
“Eu estava apenas me divertindo, até que parei”, diz ele casualmente. “Isso é ilegal, oficial?”
"Não, suponho que não." Seu único olho vagueia por ele. Faz um balanço de cada sarda, de cada cacho fora do lugar. É estranho seu olhar na pele de Lucas. Como se ele estivesse sendo despido, esfolado. “Só... é de má reputação se comportar dessa maneira quando você deveria estar em casa, só isso. Como um bom esposo."
“Se eu não soubesse melhor, diria que você está me chamando de prostituto, Armando.”
Armando se inclina sobre ele, elevando-se agora que está tão perto. Lucas pode sentir o cheirão picante de suor e sua colônia nele, pode sentir o calor do seu hálito se espalhando por seu rosto.
"Agora, por que diabos eu faria isso?" Ele sussurra em seu ouvido. Você é um prostituto? Devo tratá-lo como um?"
A pele de Lucas fica arrepiada. Ele avança, pode sentir o quão duro Armando está em suas calças. O seu comprimento é quente e tenso contra o material delineado em poliéster. Por um segundo intenso, ele consegue visualizar a tensão entre eles se rompendo, um fio desfeito nas duas pontas, finalmente quebrado. Tem sido assim desde que ele se lembra. Uma verdade inescapável. Algo que os encontre mesmo quando não estão olhando.
Dificuldade.
"Talvez eu seja." Ele sorri, um pouco cruel. Armando tem linhas esbeltas e ombros largos, envoltos no uniforme azul marinho. Seu cabelo é prateado e preso para trás, um coque bagunçado na nuca implorando para ser solto. Um rosto bonito. Algo que Lucas gostaria de ver entre os joelhos. “Você gostaria de descobrir?”
“Só se você prometer não contar a ninguém.” Armando se inclina para frente, belisca a ponta do queixo, traçando a boca carnuda ao longo da mandíbula. “Eu conheço o homem com quem você se casou. Ele vai me matar se descobrir que toquei em você."
“Você mais do que me tocou,” Lucas o lembra. “Muitas vezes.”
“Luuucas,” Armando rosna em sua pele. Um último aviso.
“Além disso, você tem uma arma.” Lucas inclina a cabeça para trás quando Armando vai beijá-lo, deliciando-se com o gemido frustrado que isso arranca dele. “Achei que você tivesse dito que não tinha medo de usá-la.”
*
O rádio do carro está ligado na estação de músicas antigas, a favorita de Armando. Alguma mulher triste de outro século canta baixinho sobre o amor, a estática zumbindo agradavelmente dentro e fora de seus ouvidos. Eles estão estacionados em um beco. O único sem iluminação pública, então a única luz que entra pelas janelas é a da lua.
Não é a primeira vez que Lucas é fodido em um carro. Também não é a primeira vez que ele é algemado. É, no entanto, a primeira vez que as duas coisas acontecem ao mesmo tempo.
Armando aperta seus mamilos enrijecidos com o polegar, fazendo sua pele endurecer. Ele está completamente nu, exceto pela aliança de casamento. Armando, por outro lado, manteve o uniforme. Totalmente vestido, o zíper da sua calça aberto para que seu pauzão gigantesco de 23 centímetros e exageradamente grosso possa esfregar onde Lucas mais precisa.
Tudo é familiar e intocável assim, um sonho sendo assistido em terceira pessoa. Coisas acontecendo com ele que estão fora de seu controle. É disso que Lucas gosta, do que ele precisa quando o mundo se torna muito real, muito sólido. Armando sabe disso sobre ele. Ele fica mais do que feliz em fornecer as coisas indescritíveis que deseja, aglomerando-se ao seu redor, com mãozonas e dentes intrusivos.
“Abra”, ele diz suavemente, mas há uma exigência escondida em suas palavras. "Você vai me deixar entrar nesse cuzinho, querido?"
Onde está toda essa bravata agora?
As costas de Lucas estão arqueadas o máximo que podem, com a cabeça inclinada para o lado. Sentado em seu colo de frente, com as mãos amarradas atrás dele, ele não tem escolha a não ser depender de seu equilíbrio para mantê-lo firme, os dedões grossos insistentes cavando hematomas em suas coxas são sua única âncora. O pouco de confiança que ele tem foi colocado nas mãozonas gananciosas de Armando.
“Oooooh Poooooorra,” ele amaldiçoa, a cabeçona indigesta e arrombadora do caralhão monstruoso de Armando empurrando além de sua borda franzida, o alongamento exagerado já é devastador. Mesmo com a atenção extra que seu tio deu ao seu buraco - o lambendo completamente, o fodendo avidamente com a língua molhada até as lágrimas, empurrando três dedões grossos até a junta - ainda não foi suficiente. “Deeeeeeeeeus uuurrghh... Eu não acho que posso fazer isso... aaaaaiiiiimmmmmhhh”
Armando acena para ele, silenciando através de suas respirações profundas. “Você pode e você vai... Quer saber por quê?"
Lucas funga em agonia. Seus quadris continuam se movendo em um círculo lento, apesar de seu desespero, se provocando com o empurrão e o puxão da dor e do prazer. "Por queeeeeee?" Ele pergunta, patético e gorjeante.
“Porque eu vou cuidar de você.”
Outra chorada. "Vaaaaaai?"
“Hmm. Apenas me deixe entrar, ok, querido?
“Ok,” Lucas diz molhado. "Poooooorra, eu preciso taaaaaaaanto de você, titio."
“Ooooooh eu também baby,” Armando geme, avançando para lamber a borda de sua boca ofegante. “Pooooorra... Preciso sentir você enrolado em miiiiim... Sentir suas entranhas apertadas ordenhando meu caralhão arrombador... Faz tanto teeeeeeempo."
Já faz um tempo, Lucas concorda. Mais de uma semana, na verdade. Ele está sentindo falta daquele piruzão extremamente grosso e latejante dentro dele. Aquela sensação de se tornar completo enquanto ele está sendo despedaçado.
Ele não tem a chance de contar a ele, no entanto.
Armando o beija como faz com tudo na vida. É insistente, avassalador – rouba o ar dos pulmões de Lucas. Ele pode sentir os dedos dos pés se curvando, ficando cada vez mais duros entre as próprias pernas a cada movimento de sondagem da língua obscena e molhada.
Tão distraído com a perfeição disso, que Lucas não percebe quando aquele comprimento gigantesco e aquecido, passa pelo anelzinho apertado da sua entradinha, rasgando as preguinhas delicadas até que ele se encaixe dentro, a cabeçona alargada o perfurando brutalmente.
“Oooooh merda merda merda... Deeeeeeeus... Espere, uuuuunnnnngh !” Lucas reprime um gemido. Ele se contorce em seu colo, a queimação é tão deliciosa quanto avassaladora. O banco de trás é tão apertado. Confina ele de todas as maneiras, sem meios de fuga, mesmo que ele usasse os braços. Não há escolha a não ser aceitá-lo. “Porra, porra, eu vou quebraaaaaaaaaar... É monstruoso esse caralhão... puta meeeeeeeeerda uuurrghh”
“Shh,” Armando acalma. Ele abaixa as mãozonas, espalmando para cima e para baixo os flancos tensos de Lucas. "Você está me aceitando tããããão bem." Ele o observa cada centímetro extremamente grosso invadindo o furinguinho exageradamente esticado, absorvendo as expressões que faz como se fosse um vinho doce. "Deeeeeeeeeeus huuuuuuuuum... Você fica tão bonito quando desmorona."
Lucas está indefeso. Não pode fazer nada, exceto aceitar tudo o que ele lhe dá. Sua boca está aberta, um gemido gutural escapando do fundo de sua garganta. Lágrimas picam os cantos de seus olhos e ameaçam derramar.
“Oh, Deeeeeeeus,” ele resmunga, afundando para encontrar os quadris de Armando. Mesmo sentado em seu colo, Lucas sente como se pudesse se partir ao meio. "Você é grande pra caraaaaaaaalho... Puta meeeeeerda... Oooooooooooh!"
Armando empurra para cima o resto do caminho, enterrando seu nervão monstruoso e envergado até o punho. Suas enormes bolas peludas pressionam a pele esticada exageradamente ao redor do seu comprimento, o ajuste quase a ponto de rasgar é sufocante. Ele tem a intenção de mergulhar o mais fundo que puder. Até que ele pudesse chegar ao outro lado, até que ele apagasse tudo o que Lucas é, toda a violência e raiva, o reduzisse à criatura de boca aberta e pele sedosa que ele é em momentos roubados como este.
É uma ideia enlouquecedora. Lucas morde a língua para não soltar um grito angustiado.
“Meeeeeeeerda, isso é bom demaaaaaaaaaaaaaais baby,” Armando amaldiçoa, se firmando agora que está totalmente embainhado. “Era isso que você queria? Isso estava na sua mente quando você lutou com aqueles idiotas no bar? Queria que eu aparecesse para poder foder você na traseira do meu carro, nas costas do seu marido?"
Lucas assente furiosamente. É o que ele quer. O que ele está procurando é que ele grite e se esconda no espaço entre o pescoço e o ombro largo de Armando. “S-siiiiiiim”, ele lamenta. Ele mordisca o cacetão atolado de Armando com seu cuzinho, saboreando a maneira como seu tio treme embaixo dele. “Pooooooorra... oooooooooooh Parece que você está enterrado até o meu peito.”
'Onde eu gostaria de guardar você, como um segredo', ele pensa, mas não diz.
“Isso é bom, baby?” Armando diz trêmulo, sua própria determinação se esvaindo.
“Huuuum,” Lucas cantarola. Cuidadosamente, ele gira os quadris. Ele está muito cheio de pauzão grossão para ser coordenado, mas tem o efeito desejado. Armando enrijece embaixo dele, ficando rígido, ficando impossivelmente mais duro. Ele desliza para fora mais facilmente do que entrou. O deslizamento escorregadio é um alívio bem-vindo, deixando Lucas desossado antes de Armando empurrar rapidamente de volta para dentro das entranhas aveludadas.
O ritmo começa provisoriamente. A cada golpe para baixo, o ponto de prazer dentro de Lucas que o deixa em carne viva é cutucado brutalmente. Armando é o único que já conseguiu alcançar, sabe exatamente como deixá-lo louco com isso. Ele fica uma bagunça babando em minutos.
“Oooooh meeeeeerda... Coisa perveeeeersa... Não se mova assim ou não vou duraaaaaar,” Armando avisa.
“P-por favoooooooooor, porra,” Lucas implora, não sabe o por quê.
Mas ele não precisa. Porque Armando sabe. Ele sempre sabe o que Lucas precisa antes dele. Ele agarra a curva gorda da parte externa das coxas de Lucas e o mantém parado e seus próprios quadris entrando nele freneticamente, saqueando sem piedade seu buraco e arrancando gritos de dentro dele como se fosse uma segunda natureza FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP
Os dedões grossos de Armando estão firmes ao seu redor. Uma possessão doentia refletida no violeta gelado de seus olhos. “Aí está baaaaaby”, ele diz calmamente, impressionado. Como se assistir Lucas se desfazendo em seu caralhão monstruoso, fosse o mesmo que assistir a um milagre sendo realizado. “Você precisa que eu toque em você? Ou você pode gozar assim, só com meu caralhão arrombador esfolando na sua cuceta?" FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP
“Assiiiiiiiiiiim,” Lucas choraminga. Outro golpe certeiro e ele grita: “Ah, siiiim, siiiim siiiim oooooooooooh!” FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP
“Um menino tããããão mau.” Uma mãozona larga o atinge com força. Ela cai perfeitamente na bochecha rechonchuda esquerda da bundona de Lucas, afiado contra os sons abafados de sua foda selvagem. “Ainda conseguindo o que você quer apenas batendo os cílios, sua puta de meeeeeeeeeerda.” FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP
“Huuuuuuum.” Lucas assente furiosamente. Ele foi forte demais para lutar. Ele será tudo o que Armando precisa que ele seja se puder apenas... Ah. Ele está bem alí. Já faz muito, muito tempo, e seu corpo está cedendo. Vagamente, ele tem consciência de que está chorando. Posso sentir as lágrimas derretidas escorrendo por sua bochecha machucada. Uma enorme língua o lambendo, o limpando do sal e da dor. FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP FLOP
E então os quadris de Aemond estão gaguejando. O ritmo foi perdido, mas ele ainda está se forçando a entrar em Lucas como se fosse morrer se não o fizer.
“ MERDA, MERDA, MERDA OOOOOOOOOOOH DEEEEEEEEEEEEEUS UUURRGH TÔ GOZAAAANDO AAAAAAAAAAAAAHH TOOOOOMAAAAA... UUUUURRNRGHRG.”
Com um rosnado primitivo, Armando morde a pele macia do seu peitoral enquanto goza fartamente. Vomitando jatos e mais jatos fartos de esperma gosmento e fervendo nas entranhas esfoladas. Lucas quase consegue sentir o gosto do sêmen. A deliciosa contração das cordas derretidas de porra cremosa, cobrindo suas paredes internas esfoladas. Ele faz um som de alívio, delirante agora que foi escavado, esculpido e literalmente preenchido. Não sobrou nada para dar. É o que o deixa louco, em última análise. E tem seu pênis jorrando fracamente entre eles, sujando o uniforme de Armando, o manchando de um branco perolado.
É horrível. Mas é lindo também.
Ele tenta não se concentrar em nada depois, a não ser nas batidas rápidas do coração de Armando, na pulsação que ele pode sentir através do seu caralhão arrombador ainda pressionado dentro dele, injetando porra como um cavalão garanhão reprodutor.
Ou a maneira como Armando o puxa para perto, cantando 'MEU' repetidamente em sua boca como uma oração.
*
Armando o deixa na porta da frente. Ele pode ser um cavalheiro quando quer. Lucas o observa virar na rua, as luzes vermelhas piscando em cima da sua viatura desaparecendo na noite. Há uma dor alí, uma agulhada que ele não consegue nomear. Ele ainda está um pouco desnorteado, uma névoa em sua mente que não o deixa pensar. Seus dedos se atrapalham em busca das chaves na varanda por cinco minutos antes de ele abri-la.
A casa está silenciosa quando Lucas entra. Estranhamente imóvel. Arrax está esperando por ele na base da escada, sua cauda fofa enrolada em volta dele.
"Ei menino." Ele chama, sorrindo suavemente. O gato se aproxima dele, curvando as costas, se esfregando em sua perna e ronronando. Lucas se agacha para coçar o topo da cabeça. “Você não vai acreditar na noite que tive.”
Ele está cansado demais para se preocupar em acender as luzes. Depois de encher as tigelas dos dois gatos, ele sobe as escadas até o quarto deles.
Os lençóis estão intactos. Frio ao toque.
Lucas rasteja por baixo deles, ficando apenas com sua camiseta. Inalando, ele ainda consegue sentir o cheiro de Armando em si mesmo. Ele ainda pode sentir Armando latejando no seu furinguinho destruído também. Seu esperma gosmento vaza dele e cai na cama quando ele se aninha no lençol e o umedece. Interiormente, ele sabe que é nojento. Errado. Seu marido irá—
Como se fosse uma deixa, ele ouve a porta da frente abrir e fechar. O som de sapatos sendo jogados fora. Passos pesados. Uma porta rangendo.
Lucas não se incomoda em olhar para cima.
“Olá”, diz uma voz suave no escuro.
"Ei. Que bom que você se juntou a mim."
A cama afunda. Mais farfalhar. Metal tilintando. Então brações musculosos o envolvem, a pressão familiar do corpão musculoso e peludão de Armando ao longo de suas costas. Ele passa os lábios carnudos sob o espaço atrás da orelha de Lucas, dando um beijo gentil nos cachos alí. Seu peitoral musculoso vibra com uma risada calorosa.
“hahaha Onde está aquela refeição caseira que você me prometeu?”
“Eu era a refeição,” Lucas diz com um bocejo. “Considere isso como meu pedido de desculpas por dizer que você é péssimo no seu trabalho.”
"Deveria saber." Armando cantarola, o puxando para mais perto e se aconchegando nele. Diz, ainda mais baixo: “O que deu em você esta noite, afinal?”
"Não sei. Acho que gosto de um homem de uniforme." Lucas diz grogue, encolhendo os ombros. É uma resposta honesta. Eles já interpretaram muitas vezes várias fantasias. Mas algo na expressão presunçosa em seu rosto quando o marido veio buscá-lo despertou algo dentro dele. Uma vontade de apagar aquele sorriso. Isso o fez querer tentar algo diferente. Um pouco mais tortuoso. Ele não se importa em pensar nisso mais do que isso.
“Dê um pequeno aviso ao seu homem da próxima vez. Preciso me preparar para essas coisas.” Um pequeno e último beijo é dado em sua pele. “Não que eu esteja reclamando, é claro.”
Lucas cantarola. Seus olhos parecem tão pesados quanto seu corpo, tão deliciosamente torcidos.
“Claro, meu oficial.”
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