Rafaela e Natali ficaram no quarto, Natali pegou dois lenços, deu uma para Rafaela
— Não deixa ele ver a gente chorando, ele vai querer manipular a gente — Natali disse
— Ele te manipula? — Rafaela disse
— Ele manipula todo mundo Rafa, ele manipulou você essa a principal reclamação da minha mãe, ele sempre foi manipulador
Rafaela pegou o lenço e ficou pensando
A mãe dela apareceu na porta e atrás dela Carlinhos, Rafaela foi em direção à mãe e a empurrou
— Deixa ele aqui dentro com a gente — Rafaela disse — Isso é entre nós três
— Não senhora — Rose tirou a mão da filha do peito — Vamos resolver isso, todas nós transamos muito com ele e precisamos esclarecer algumas coisas aqui Rose falou assertiva, olhou para a porta onde estavam Marcel e Roseane — Vocês tchau — Fechou a porta
Carlinhos olhou para as três, estava no canto, atrás da porta, sentiu-se acuado
— Eu cancelei uma cirurgia por causa disso, acho bom ser importante — Ele disse sério
— Seu filho da puta! — Rafaela se levantou em fúria
Rose colocou a mão no peito dela e a empurrou para a cama
— Vocês duas, fiquem quietas aí — Rose disse séria
Observou Rafaela e Natali ficarem quietas olhavam para ela com atenção
— Carlos, vamos lá — Se esticou na cama e pegou o diário e entregou pra ele — Reconhece isso?
Assim que ele tocou as narinas se abriram ele ergueu o corpo dando uma golada seca
— Reconheço, é o meu diário, como vocês ousam invadir a minha privacidade desse jeito? Vocês deviam se envergonhar — Ele disse severo — Quem pegou
— Para de graça, elas se assustam com você, eu não, você sabe — Rose disse — Só esclarece as coisas
Ele olhou para ela fazendo um gesto negativo com a cabeça, parecendo decepcionado.
— Que coisas? — Ele perguntou sem entender
— Quando você transou com a Rafaela e tirou a virgindade dela você sabia que tinha uma chance grande dela ser sua filha, por que ela é parecida com a Natali — Rose perguntou — Certo?
— Ela tem o problema no ouvido que é do pai dela, ela não é minha filha — Carlos disse
— Se soubesse que era sua filha tinha transado com ela? — Rose perguntou séria
— Evidente que não — Carlos disse sério
— E quando você comeu a Natali no mesmo motel uma semana antes da Rafaela você sabia que a Natali era sua filha ou você tinha dúvidas? — Rose perguntou
Carlos tremeu, piscou e olhou para ela, depois para as meninas que olhavam apreensivas, pegou o diário e folheou
— Nem tudo o que está aqui é verdade
— A gente verificou a história pai, bate certinho — Natali disse desanimada
Ele encostou na parede
— Você falou pra elas que no dia que você comeu a Natali a gente tinha dormido junto e no dia que você comeu a Rafa eu tinha chupado você horas antes?
As meninas se assustaram, não sabiam disso.
Carlos não respondeu rápido, demorou alguns segundos
— A Noeli sabia, eu não estava traindo ninguém — Carlos disse
— Só eu né? — Rafaela afirmou — Você me traiu com essa história toda, meu primeiro dia, minha primeira vez, era para ser nosso momento, único, dentro da minha mente e você fez uma cópia barata do dia que você transou com sua própria filha Carlos?
— Eu te amei Rafaela, isso era verdade, a primeira vez com a Nati foi tão perfeita que eu quis repetir, queria ter certeza que seria perfeito pra você também, vocês eram tão parecidas que eu não consegui pensar em outra coisa, se ela gostou você também iria gostar, a gente mal se conhecia, eu não sabia do que você gostava, eu tinha medo de te desagradar e te perder
Rafaela engoliu seco
— E você filha — Carlos disse virando para Natali — Você é a minha filha querida eu te amo como pai, te amo como homem, a sua existência faz a minha vida sem a sua mãe suportável, sem você eu não tenho nada
Natali piscou forte, não sabia o que dizer
Ele se virou pra Rose
— Você Rose, você sabe que eu te amo desde que te vi a primeira vez, falamos com a Noeli, tentei roubar você do Marcel por que você era perfeita e eu queria você e a Noeli para mim, minhas duas esposas lindas e perfeitas com as duas filhas perfeitas — Apontou para as meninas — Você sabe o que eu sinto por você
Rose ficou olhando
— Carlos — Falou pensativa, coçou o canto da boca — Eu não caio nisso, você sabe meu amor, eu sou mais velha, você já deu essa desculpinha do amor algumas vezes, por que eu não larguei o Marcel?
— Por que seu amor por mim nunca foi o suficiente — Carlos disse dramático
— Não, não — Rose colocou as mãos na cintura — Sem mentira, sem manipulação, olha pras duas, nossas filhas.
Ele olhou para elas, Rose continuou
— A sua filha te ama, ela quis que você fosse o primeiro dela e faz amor com você por que sente que você está sozinho — Acertei Nati?
— Acertou tia — Natali disse
— A minha filha — Rose continuou — É tão apaixonada por você quanto eu sou, ela perdeu um filho seu e isso partiu o coração dela
Carlos engoliu seco
Rose aguardou alguns segundos
— Agora conta pra elas por que eu não larguei o Marcel para morar com você, não me faça perder tempo — Rose disse
Ele respirou fundo, parecia ter desarmado as defesas
— Vocês precisam saber que eu amo vocês, todas vocês — Ele disse explicativo
— Carlos, por favor — Rose disse severa
— Por que eu estava traindo a Noeli com outra garota — Carlos disse
— Isso te lembra algo Rafaela? — Rose perguntou para a filha
— Você sempre faz isso? Está com uma, diz que ama e depois está com outra? — Rafaela perguntou
— Você não se sente sozinho, pai? Só quer me comer mesmo? — Natali perguntou com a voz embargada
— Não é assim, calma meninas — Levantou o dedo para Natali — Em primeiro lugar eu te amo e depois a gente fala do nosso momento íntimo, aqui não é o lugar
— É o lugar sim! — Natali falou irritada se levantando e batendo os pés como se fosse uma menina birrenta — É a hora de falar toda a verdade seu velho tarado sem vergonha!
— Filha, calma — Carlos disse à Natali
— Calma nada, hoje eu vou decidir se continuo te considerando meu pai ou não — Natali falou magoada voltando a se sentar na cama sendo abraçada por Rafaela
— E aí, Carlos, quantos chifres você colocou em mim? — Rafaela perguntou — Será que bateu o recorde da sua ex esposa e da minha mãe
— Você também me traiu Rafaela, o filho não era meu — Carlos falou olhando para Rose para Natali
— A gente sabe — Rose disse tranquila
— Eu não te traí, a gente tava só ficando e eu te falei — Rafaela apontou para ele — Você disse que queria assumir a criança mesmo assim, mesmo se não fosse sua
— Quer maior prova do que eu te amo? — Carlo disse em súplica
Rose tomou a frente
— Não é isso que está sendo discutido aqui Carlos, não é o seu amor pela gente que está a prova, você ama cada uma de nós de um jeito diferente e isso está claro, a discussão aqui é sobre respeito
Ele observou Rose terminar de falar
— Você desrespeitava a sua mulher, mentia para mim também, me desrespeitava, manipulava a sua filha e mentiu pra minha filha, vamos lá Carlos você tem mais de cinquenta anos, tá na hora de parar com essas loucuras
— Juramento de Hipócrates pai! — Natali falou acusando-o — Você é um médico, você jurou seguir o Juramento que todos os médicos seguem e lá diz “fiel aos preceitos da honestidade”, cadê sua honestidade pai? Tô vendo tudo, mas nada de honestidade aqui
Carlos hesitou, pela primeira vez parece que algo atingiu ele,abriu a boca mas não emitiu som algum, deu um passo para trás, encostou-se na parede e tirou o óculos
O quarto ficou em silêncio por alguns segundos.
— O que vocês querem comigo? — Carlos disse pensativo — Me trouxeram aqui para acabar comigo? Se foi isso vocês conseguiram
— Não é isso — Rose disse — Somos três mulheres diferentes compartilhando o nosso amor e nosso tesão por você, Deus sabe porque, pois você não merece — Rose disse
Rafaela se levantou, estava mais calma
— Eu quero entender, por que você magoa tanto a gente e mesmo assim que nos ama — Uma lágrima desceu dos olhos dela e ela limpou
O rosto de Carlos era entristecido, olhou para Natali, ela não disse nada, apenas olhava para ele com cara de decepção.
Ele respirou fundo
— Eu não queria magoar ninguém, nunca quis — Ele falou pensativo — Eu sempre quis o amor, sempre quis amar e ser amado — Apontou para Rose com o óculos — Você foi a primeira mulher que eu amei de verdade, a primeira que eu disse “eu te amo”, você sabe que isso é verdade
Os olhos de Rose se encheram de lágrimas
— Sei — Respondeu seca
— Você não amava minha mãe? — Natali perguntou com os olhos grandes brilhantes de lágrimas
— Amava sim, depois eu aprendi a amar e você foi o fruto desse amor — Carlos se defendeu — Amar você filha era como uma extensão da sua mãe, você é praticamente ela, eu… — Ele parou para pensar — Me perdoe pelo que vou falar agora, mas quando estou com você eu sinto que estou com ela.
Natali se assustou, não esperava por aquilo
Carlos olhou para Rafaela
— E você — Ele disse — Você foi inesperada, você era linda, diferente, lembrava a Rose na juventude, sem a malícia, sem o sarcasmo, sem as dores que eu tinha ao vê-la, você era a chance perfeita para eu recomeçar.
Ele colocou as mãos nos rosto e enxugou os olhos
— Não que eu tivesse algum plano da sua mãe morrer — Falou para Natali — Aquilo foi uma fatalidade e Deus sabe o quanto eu lutei contra isso, dias e dias debruçado estudando para tentar resolver, correndo atrás de especialistas, remédios, procedimentos — Carlos sentiu uma mão no ombro
— A gente sabe disso Carlos — Não estamos duvidando que você não tentou
Ele se afastou
— Eu sei que sabem, mas o que eu quero dizer é que eu sabia, sabia que em alguns anos a Noeli ia morrer, se eu conseguisse ela teria mais um ou dois anos pois a gente demorou demais para descobrir — Ele parou uns segundos — E eu vi na Rafa a chance de recomeçar
Ele olhou para Rafaela, ela ficou surpresa
— Comigo? — Rafaela perguntou sem entender
— Sim, você representava o recomeço, tudo do zero, eu precisava ser rápido, mas não consegui, não queria magoar a Natali nem a Rose nem cuspir no túmulo da Noeli — Ele falou surpreendo todas
E continuou:
— Eu queria me casar com você, ia propor casamento daquele dia que você me descobriu, aquela pessoa que te chamou para me desmascarar havia sido rejeitada por mim e eu disse que iria me casar com você e meu legado seria recomeçado com você
— O filho dela nasceu? — Rafaela perguntou
— Sim — Carlos disse
— Era seu mesmo? — Rafaela perguntou
— Sim — Carlos disse — É meu filho.
Rafaela fez um sinal positivo com a cabeça.
Novamente um silêncio na sala
— O que eu posso fazer para me desculpar com vocês, para reparar todo o mal que eu fiz, para colocar uma pedra em cima disso tudo?
Ele olhou para Rose
— É impossível você me magoar mais — Ela disse — Pensando bem, eu achava que não era possível, aí você magoou a minha filha e me atingiu em cheio, então resolva com ela, comigo eu não tenho mais pretensão e falo sério, por mim está tudo bem, eu já te conheço eu não sou mais enganada por você. — Disse sincera
Ele olhou para Rafaela
— Me perdoa, eu não quis te magoar, eu posso ser melhor, se você me dar outra chance, eu prometo que tento remediar e tento ser um homem incrível pra você
Rose sentiu uma pontada quando ouviu ele falando aquilo
Rafaela olhou para ele, para a mãe e para a irmã pedindo ajuda, ninguém reagiu
— Eu, eu — Rafaela disse — Não, você me magoou muito
— Como eu posso consertar isso? — Carlos se aproximou dela, ia tocá-la
Rose colocou a mão no peito dele
— De longe, sua manipulação com o toque é mais fácil, eu sei — Rose disse
Rafaela olhou confusa
— Acho que você se explicou o suficiente Carlos, melhor você ir — Rose disse
— Nati — Carlos olhou para filha
Ela se levantou, pegou a bolsa e colocou no ombro
Olhou para Rafaela
— Depois a gente fala — E abriu a porta saiu pisando duro
— Nati — Ele falou indo atrás dela.
Carlos foi embora, Rose também, Rafaela ficou sozinha no quarto, sentou-se de pernas cruzadas na cama, olhando para o infinito, queria se balançar, queria dormir, queria entrar no seu mundo, mas resolver ficar imovel.
Seu ouvido doeu, suas costas doeram, suas mãos tremeram, ela respirou fundo e se concentrou num ponto infinito no meio dos seus olhos, estranhamento tudo pareceu ficar em paz, pensou sobre tudo, tudo o que estava fazendo e por que tudo dava errado.
Abriu os olhos, já haviam se passado horas, era o fim da tarde.
Ela esticou a mão e pegou o celular
Tinha uma mensagem de Natali
“Eu te amo”
Mandou outra mensagem
“Também te amo, onde você está?” — Rafaela perguntou
Pensou consigo mesmo
Uma voz disse lá no interior dela, um pensamento
“Rafaela você precisa fazer algo diferente para ter um resultado diferente, ninguém comprometido, alguém só seu, ta na hora já, o tempo vai passar e você vai ficar para trás, chega de homem problema”
Olhou para o celular, foi até a agenda, desceu devagar os nome
“Paulo - Oficina”
Ligou, o telefone tocou cinco vezes
— Rafaela? — A voz do outro lado era abafada
— Oi — Ela disse num tom doce
— Caramba, achei que tivesse esquecido de mim — Paulo disse pensativo — Precisa de alguma coisa? Tá tudo bem aí?
— Tá tudo bem, você quer sair hoje? — Rafaela disse sendo direta
Do outro lado da linha Paulo ficou em silêncio, Rafaela não sabia se a linha tinha caído
— Alô, Paulo? tá me ouvindo? — Ela perguntou mexendo a cabeça para tentar encontrar sinal
— Éééé…. — Ele murmurou — Tô ouvindo sim, você quer ir que horas? Pra onde é o horario?
— O que? — Ela perguntou sem entender
— Desculpa — Ele falou atrapalhado — Pra onde você quer ir? Que horas?
Ela sorriu, gostava quando os meninos ficavam atrapalhados com a presença dela
— Só quero dar uma volta, to meio cansada sabe, queria conversar, sei lá. — Rafaela disse pensativa
— Tá, to só fechando aqui, em duas horas eu estou aí pra te pegar, pode ser?
— Pode sim, vou tomar um banho e ficar bonita — Rafaela disse, percebeu que sua auto estima estava baixa, a conversa com Carlos havia deixado-a triste
Ele riu
— Impossivel estar diferente disso, jaja chego aí, um beijo — Paulo falou animado
— Beijo — Ela respondeu e desligou
Olhou o celular, tinha uma mensagem e Natali
“Estou em casa, no apartamento, e você?” — Natali disse
“Estou na cama, vou sair com o Paulo da Oficina” — Rafaela disse
“Ele é gatinho, você gosta dele?” — Natali perguntou curiosa
“Ele é legal, eu só preciso sair um pouco, como você está?” — Rafaela perguntou
“Esse negócio do meu pai, eu não sei bem, foi uma bosta né?” — Natali disse
“Foi sim, eu não sei o que pensar, o que você pensa sobre tudo?” — Rafaela perguntou
“Eu ainda amo ele, mas estou magoada, e você?” — Natali disse
“Impossivel não amar esse filho da puta” — Rafaela disse
Em seguida mandou outra mensagem
“Desculpe” — Rafaela se desculpou por ter ofendido
“Não se desculpe, ele é complicado mesmo” — Natali disse
“Encontrou ele aí já?” — Rafaela perguntou
“Já sim” — Natali disse sucinta
“E?” — Rafaela insistiu
“Conversamos” — Natali disse parecendo economizar palavras
Rafaela pensou um pouco
“Transou com você né?” — Rafaela perguntou
“Sim” — Natali respondeu
Rafaela respirou fundo, outra mensagem chegou
“Pode me julgar” — Natali disse
“Não julgo ninguém, muito menos você” — Rafaela disse entristecida
“Obrigada” — Natali respondeu
Rafaela se levantou e foi ao banheiro, tomou um banho, voltou ao quarto, arrumou o cabelo que já crescia, colocou um vestido preto justo, por baixo uma lingerie preta, rendada, sem muita pretensão.
Olhou no relógio, estava quase na hora de Paulo chegar.
Desceu as escadas, a mãe, pai e tia conversavam na sala lendo uns papéis pareciam animados
— O que estão vendo? — Rafaela perguntou curiosa
— Tá bonita — O pai falando quando a viu
Ela se aproximou e sentou no colo dele no sofá
— O que estão vendo? — Tentou ver os documentos
— É so seu Padrinho Rafa, ele vai sair amanhã, o Juiz expediu já a ordem de soltura
— Que legal! — Rafaela ergueu as mãos e pulou no colo da tia — Finalmente! — Falou abraçando-a comemorando — Vamos ter que comemorar! — Rafaela falou animada — O que vamos fazer?
— Não sei, acho que quando ele chegar a gente vê, faz tanto tempo que não to acreditando — Roseane falou animada
— Primeiro fica com ele sozinha, depois você ve isso — Rose falou para a irmã
Rafaela se ajeitou no colo da tia
— Isso mesmo tia — Segurou na mão da mãe — Fica com ele tá
A mãe olhou para Rafaela
— Mãe, posso falar com você rapidinho ali na cozinha? — Perguntou
— Claro — Rose se levantou e foi até a cozinha, Rafaela foi junto
Rafaela deu uma braço na mãe e um beijo na bochecha
— Eu te amo tá, eu vi sua cara de dor, eu não queria te causar nenhuma dor, me perdoa
Rose a abraçou de volta, com força
— Você não tem culpa, meu tempo passou amor, o seu é agora — Rose disse — Independente de você ficar ou não com aquele velho sem vergonha eu não vou ter ação nenhuma
Continuaram abraçadas
— Eu também te amo — Rose disse — Obrigada por vir falar comigo, significa muito pra mim
Rafaela olhou para a mãe e arrumou o cabelo fino dela
— Você é linda — Rafaela disse
Rose sorriu
— Você é mais, onde vai? — Perguntou
— Vou sair com o rapaz da oficina, o Pedro, decidi que não vou ficar mais correndo atrás de quem me faz mal, vou fazer diferente para ter resultados diferentes — Rafaela falou sensata
Rose sorriu
— Que ótimo — Falou animada — Sabe da Natali?
— Falei com ela, ela tá lá com ele — Rafaela disse
— Entendo — Rose disse — Ela é a filha dele né — Falou pensativa — Enfim
— Eu não sei mãe, não sei se é perigoso pra ela
— Ela é sozinha Rafa, oferece pra ela vir morar aqui, pelo menos por um tempo, a gente da um jeito, eu sei que ela tem dinheiro, mas aqui ela tem a gente — Rose disse
Rafaela abraçou a mãe
— Ta bom, eu vou arrastar ela pra cá
O Celular de Rafaela tocou, era Pedro
— Estou indo — Rafaela disse
— Onde você vai? — O pai de Rafaela perguntou
— Ah — Ela se aproximou do pai — Vou sair com o Pedro da oficina, ele vai me levar pra jantar — Se inclinou e deu um beijo desajeitado no pai, acabou virando um selinho, Rafaela passou o dedo na boca dele para tirar o batom, ao sair disse para a mãe — Dona Rose seu marido tá com batom de sirigaita na boca — Saiu e fechou a porta
🥰🥰🥰🥰
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