Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 16 - Terapia de Choque - Parte 1

Um conto erótico de Mark e Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 5231 palavras
Data: 19/05/2024 00:15:55

Os acontecimentos haviam nos impactado violentamente e para pior: o nosso relacionamento já não era mais o mesmo, ficara bastante abalado. O Mark se esforçava e eu também, mas nossas conversas pareciam artificiais, às vezes, até meio forçadas. O sorriso já não era espontâneo, os carinhos escassos, os olhares fugiam, já não havia o mesmo envolvimento e engajamento de antes. Tornou-se normal respondermos um ao outro com duas ou três palavras, ou até mesmo sair do ambiente em que o outro estava só para não ter que interagir. O pior é que um parecia não sentir mais a falta do outro. Vários dias se seguiram assim e logo as boas conversas que costumávamos ter foram substituídas por discussões, cada vez mais frequentes e originadas nos mais variados e bestas motivos: um copo usado não colocado dentro da pia, um pano de prato fora do suporte, uma comida cujo tempero não havia ficado perfeito, etc., e outras tantas coisas do cotidiano sem a menor importância. Chegamos ao cúmulo de discutir na frente das nossas filhas e isso eu só consegui notar no dia em que a Maryeva me colocou contra a parede:

- Certo, mãe, o que está acontecendo entre vocês dois?

- Hein, amor? Do que você está falando?

- Para! Não sou criança, mãe. Estou vendo vocês dois, um pra cá e outro pra lá, e quando estão juntos, mal conversam e quando conversam, discutem. O que foi, brigaram?

- É complicado, querida. A gente se desentendeu, mas logo, logo vai se acertar. Fica tranquila.

- Tranquila!? De que jeito? Fica a senhora com essa cara de cu de um lado, o pai todo babaca do outro e a gente no meio tomando pancada por nada... Isso já “tá” chato pra caralho!

Senti na alma a reclamação mais do que justa da minha filhotona e, em uma noite, fui até minha suíte, onde o Mark já se encontrava só e nos tranquei, para que nenhum dos dois tentasse fugir. Resumi toda a situação e a reclamação da Maryeva, sendo ouvida sem interrupção e vendo a surpresa crescer a cada palavra em seu rosto, junto de um constrangimento sem igual. Posso dizer que foi a nossa primeira conversa de qualidade em dias, pois falamos e ouvimos um ao outro e no final, acabamos abraçados, selando um pacto de não agressão.

Passamos a nos fiscalizar melhor, principalmente na presença das meninas e isso fez toda a diferença, pois automaticamente criamos condições de termos conversas educadas e produtivas, algumas até mesmo muito divertidas e isso acalmou de vez os corações das meninas e até os nossos. Ainda assim, algo não ia bem e eu não sabia o quê.

[...]

Não que eu esperasse ser violentado pela Nanda, mas quando ela se trancou comigo na suíte, olhando-me com um olhar estranho, meio transtornado, fiquei cabreiro e sem saber o que fazer ou como reagir. Num primeiro momento, até pensei que teríamos uma tórrida noite de reconciliação, mas quando ela se sentou e começou a falar o que se passava com nossas filhas, entendi que a conversa seria num rumo bastante diferente, dolorosamente diferente.

Comecei a me questionar o que poderia estar acontecendo entre nós e apesar de estar ciente de que o clima não estava bom, eu não conseguia me lembrar das vezes em que eu havia iniciado as discussões, lembrando-me apenas que, quando me dava conta, eu já estava mergulhado até o pescoço em acusações sem sentido, rebatendo todas elas com força e altura. Lembrei-me de uma vez em que a Miriam me perguntou por que a mãe estava tão “rebelde” e acabei apenas respondendo ser uma fase, mas que logo ela ficaria bem:

- Sei não, hein!? Ela tá bem chata! - Minha caçula insistiu, balançando seus bracinhos como se estivesse incomodada: - Não tem um dia em que ela não briga com a gente. Com o senhor então… Afffff!

O pior é que ela estava certa. Quase todas as discussões, pelo menos as mais relevantes, se é que existe discussão relevante, começavam pela Nanda. Comecei a me questionar se toda aquela situação envolvendo o Rick não poderia ser a culpada por essa mudança em minha esposa e tive uma comprovação indireta quando novamente a Miriam veio me confidenciar que era habitual ver a mãe chorando pelos cantos e que, quando ela ou a irmã perguntavam, a resposta era sempre a mesma:

- Não é nada não, amor! A mamãe só tá meio emotiva. Deve ser porque aqueles dias estão próximos…

- Dias!? Que dias?

- Da cachoeira de catchup, pai. Qual outro? - Respondeu Miriam na sua inocência infantil.

Numa outra noite, foi a minha vez de enjaular a minha onça branca em nossa suíte e a conversa que eu pretendia ter de forma suave, amena, descambou para uma choradeira sem tamanho da parte dela, demonstrando que realmente alguma coisa não estava certo:

- Eu não sei, mor, juro que não sei. Tem dias que nem eu mesma me reconheço. Aquele desgraçado do Rick me tirou dos eixos de verdade e eu não quero brigar, mas quando vejo, já depenei o sabiá em cima de vocês.

- Mas, Nanda, você acha isso certo?

- Eu sei que não é, mas eu não consigo evitar. Tudo me irrita, qualquer errinho me tira do sério e daí já xinguei, discuti, esbravejei, e o único que me peita de verdade aqui é você. Elas, coitadinhas, acabam ficando chateadas e vão para os seus quartos. - Falou, triste e enxugando uma lágrima com o lençol da cama: - Aliás, a Mary, nem tanto! Aquela tem o seu gênio e já está aprendendo a me enfrentar. Ainda bem que é só quando eu abuso, porque vou te dizer, o geninho difícil...

- Dela, né?

- É… Eu sei! Desculpa.

- Olha, eu não sei exatamente o que fazer, mesmo porque não é a minha área. Então, por que você não marca um bate papo com o doutor Galeano?

- Ah… Terapia! De novo!?

- Uai e por que não? O doutor Galeano é um profissional dos mais competentes. Além disso, ele já nos ajudou antes, não?

- É… Sim, mas, sei lá, eu tenho vergonha…

- Vergonha!? Ah, Nanda, dá um tempo! Deveria ter vergonha de estar se entregando como está fazendo por conta de uma paixonite por “aquelezinho” lá e não de tentar resolver seus problemas. Ó só… Apoio eu te dou, mas quando a solução depende de você, só você pode resolver.

- Que paixonite o quê!? Eu já te expliquei que não estou apaixonada por ele. Foi só uma… uma… Ah, sei lá, uma coisa de momento!

- Se fosse realmente de momento, você já teria superado e estaria tocando a sua vida. Não foi tão simples assim e você sabe!

- Tá! E se o doutor disser que você também tem que participar porque também pode ter questões mal resolvidas?

- Com o Rick!? O que eu tenho a ver com aquele babaca?

- Comigo, Mark, comigo, não com ele! Tudo bem que ele não foi exatamente correto, mas ele estava apaixonado e, afinal, ele não te devia nada. Quem errou e traiu você, fui eu! Somente eu… - Falou e começou a chorar novamente.

- Nanda, você não me traiu. - Falei chateado com a situação, fazendo questão de levantar seu rosto e encará-la num olho a olho: - De certa forma, eu que te joguei no colo dele, pois se tivéssemos seguido a nossa regra de só sairmos juntos, nada disso teria acontecido. Você me ligou, falou da sua atração por ele e eu permiti que se envolvesse. A gente só não imaginava que essa transa iria te deixar de quatro por tanto tempo, né?

A conversa ainda seguiu noite adentro e, mesmo numa situação complicada como aquela em que nos encontrávamos, eu fiz questão que ela entendesse que eu estava do seu lado e a apoiaria sem pestanejar: primeiro, porque eu realmente me sentia meio culpado por todos os fantasmas que ela estava enfrentando; segundo, porque eu ainda a amava demais, embora estivesse meio atordoado com tanta pancada; e, por fim, porque nossa família não seria a mesma sem ela.

No dia seguinte, quando eu pensei que ela já havia entendido tudo, logo de manhã na mesa do café, num momento em que as meninas haviam retornado a seus quartos, ela insistiu:

- Pense o que quiser, diga o que quiser, mas eu sou a única culpada em tudo isso! Você só foi generoso e confiou em mim naquela maldita noite. Eu é que… acabei… - Suspirou sem coragem de assumir para si mesma algo que poderia nos trazer mais dor: - Desculpa! Eu… Eu vou ligar para o doutor Galeano. Você está certo. Eu preciso retomar as rédeas da minha vida.

[...]

A chacoalhada do meu marido me deu um certo choque de realidade e realmente eu liguei para o doutor Galeano nesse mesmo dia, mas, além de meus problemas pessoais, eu também tinha o meu emprego para me ocupar, e ele me ocupava cada vez mais o tempo. O doutor Galeano, entretanto, todo cordial e intencionado em nos ajudar, me passou toda a sua agenda livre para que eu pudesse me programar. Acabei não retornando, perdida em cuidar dos meus afazeres domésticos, profissionais e ainda tentando dar um mínimo de atenção ao Mark que agora fazia questão de conversar bastante comigo e me ajudar nas lidas domésticas.

No início, eu até consegui separar bastante minha vida pessoal da profissional, mas chegou num momento em que minhas preocupações se tornaram ansiedade e esta pouco depois começou a me deprimir. Meu rendimento caiu, algumas metas deixei de cumprir e acabei sendo chamada para uma séria conversa com o seu Paulo. Após explicar aquela fase que eu estava enfrentando, sem entrar nos detalhes sórdidos, ele me deu uma folga de uma semana para eu tentar recolocar minha vida nos eixos. Antes de eu sair de sua sala, ainda me cobrou:

- Você já pensou sobre o treinamento nos Estados Unidos? Vai aceitar?

- Ai, seu Paulo, eu ando tão sem cabeça…

- Eu imagino, mas pense a respeito com bastante carinho, Fernanda. Isso pode ser um diferencial imenso na sua carreira dentro do grupo.

- Eu vou sim. Prometo.

- Olha só… Pense por um outro lado também: talvez se afastar um pouco dos problemas daqui, seja uma forma de você se dar uma chance de reavaliar a importância de seus objetivos a médio e longo prazo para decidir melhor, entende? Não quero dizer para um divórcio, não é isso, mas para você enxergar com uma outra visão, de fora do problema, entender?

- Eu… Eu acho que entendo, mas agora não acho que seja o melhor momento para eu me afastar da minha família. Eles precisam de mim e eu mais ainda deles.

- Bem, o treinamento só terá início no final de janeiro do próximo ano. Pense com calma, mas, por favor, decida até por volta do dia dez de janeiro para que eu, caso você realmente não aceite, possa chamar o próximo, tudo bem?

- Farei isso. Fique tranquilo.

À noite, enquanto comíamos uma lasanha feita pelo Mark a pedido e com a ajuda da Mirian que, apesar da pouca idade, já demonstrava um dom culinário apurado, dei a notícia da minha folga, o que deixou minhas filhas muito felizes e meu marido bastante curioso. Quando ficamos a sós na ilha da cozinha, contei-lhe toda a minha conversa com o seu Paulo, ele compreendeu, mas ainda assim brincou:

- Esse “véio” “tá” é querendo te comer!

- Até não duvido disso, mas hoje ele só quis me ajudar e não pediu nada em troca. Bem, não nesse sentido…

- Como assim?

- Ele está insistindo para que faça aquele treinamento nos Estados Unidos, mas eu não “tô” muito afim não, mor.

Mark ficou em silêncio, raciocinando a respeito e perguntou:

- Se você não fizer, isso irá te atrapalhar profissionalmente?

- Eu não serei promovida e bem provavelmente não terei outra chance dessas no futuro. Acho que só ficarei estagnada na empresa, mas prejuízo, prejuíííízo mesmo, eu acredito que não terei.

- Você quer a promoção, não quer?

- Uai, e quem não quer crescer no emprego? Claro que quero! Seria um bom aumento no meu salário e beneficiaria a todos nós.

Ele ficou novamente em silêncio e olhou as meninas que agora estavam sentadas em frente a televisão a alguns metros da gente. Deu então uma suspirada e fez uma espécie de biquinho com os lábios, típico de quando está pensativo:

- Vou ser bem sincero... Hoje, eu acho que você não está muito bem para fazer esse treinamento fora; não por você, porque conheço a sua capacidade e sei que tiraria o treinamento de letra. O meu maior medo é o que poderia acontecer se o tal Rick ressurgisse das trevas e, bem, você, perto dele, já demonstrou que fica meio perdida.

- E como ele iria descobrir ou me achar nos Estados Unidos, mor? Nem eu sei ainda onde será esse tal treinamento!

- Nanda, ele é rico e não é bobo… Além disso, vivemos no Brasil: aqui uma “graxinha” faz milagres. - Disse esfregando o dedão no indicador, sinalizando uma propina: - Ele sabe em qual empresa você trabalha, pode também descobrir onde você mora ou está, basta ele querer.

Nossa conversa se transformou numa breve discussão porque me senti ofendida por ele não confiar em mim ou na minha capacidade de dizer “não”. Entretanto, calei-me rapidamente após um olhar julgador da Mary. Eu também não podia negar que ele tinha seus motivos para desconfiar de mim e, de certa forma, estava certo: errado e certo ao mesmo tempo. Aliás, essa dicotomia em que eu vivia, saber que ele estava certo e errado, da mesma forma como eu me sentia às vezes, bagunçava bastante a minha cabeça e eu não sabia como reagir.

Minha semana de folga passou voando e não me ajudou a resolver praticamente nada. Aliás, ajudou a piorar a minha culpa, pois um dia flagrei o meu marido sentado no quintal da nossa casa, distraído com um porta-retrato de nós quatro nas mãos. Ele estava pensativo, perdido, com olhar distante, e eu, mesmo amando aquele homem, não tive a menor iniciativa de ir até ele e acalmar a sua alma.

Concluí que realmente eu precisava de orientação e marquei uma conversa com o doutor Galeano para o início da tarde de uma terça-feira, sem avisar ninguém. Decidi ir de ônibus para a sua cidade porque eu andava muito ansiosa, nervosa e tinha medo de causar uma tragédia no trânsito; até mesmo dentro da cidade eu vinha evitando dirigir, usando motoristas de aplicativo quando precisava, então não seria prudente fazer o contrário numa rodovia. Fui até sua clínica e ele, quando me viu em sua sala de espera, “brigou” comigo:

- Fernanda Mariana!? Com a senhora tem passado, minha cara? - Disse já me abraçando e dando um beijo na bochecha para depois, olhando por sobre meus ombros, perguntar: - E onde está o Mark? Ele não veio com você?

Balancei negativamente minha cabeça, mas nem forças para xingá-lo da brincadeira de ter usado o meu nome composto tive e meus olhos se encheram de lágrimas. Ele entendeu na hora que a situação era muito séria e me puxou para dentro de sua sala, fechando a porta atrás de nós. Novamente me deu um abraço apertado que serviu para eu descarregar uma angústia em forma de lágrimas sobre o seu ombro e o pior é que eu não entendia bem de onde vinha essa angústia.

Sentamo-nos e ele me serviu um copo de água, dizendo que eu teria o tempo que fosse necessário para contar o que me afligia. Eu tinha pressa e, ainda balançando o copinho, comecei a contar tudo o que havia acontecido desde que conheci o Rick, mesmo que corresse o risco de ser repetitiva: desde a autorização e confiança do meu marido para que eu explorasse as situações longe dele; meu envolvimento sexual e do sentimento confuso que eu desenvolvi pelo Rick; da dor ou decepção que causei ao Mark quando confessei estar “apaixonada” pelo Rick; de nossos encontros em Manaus e de como nos dávamos bem; do conflito interno por eu querer o Rick, mas ao mesmo tempo o rejeitar, culpando-o por algo que eu não entendia bem; enfim, tudo, inclusive da última noite em que o encontrei no restaurante com o Mark e Denise a tiracolo. Não escondi nada, nem um único detalhe sequer! Ele me ouviu a tudo atenciosamente, sem condenar-me uma única vez sequer:

- E o Mark? Como ele está com tudo isso?

- O senhor conhece o meu marido: ele se finge de forte, mas sei que está sofrendo muito. O pior é que eu não tenho ajudado em nada, porque ando muito ansiosa, estressada, discutindo com todo mundo e brigando por coisas bestas, idiotas, sem qualquer importância mesmo. Até minhas filhas estão levando, doutor, justo as minhas menininhas… - Falei e sequei uma lágrima fujona.

- Calma! Eu vou te ajudar, aliás, a todos vocês. Vou te fazer algumas perguntas, só para eu entender melhor o contexto, ok? - Disse e eu concordei com um meneio de cabeça, bebendo o resto da água do meu copinho: - Fala pra mim, como o Mark reagiu quando você disse que havia se apaixonado pelo Rick?

- Ah, doutor… Ele ficou… Nossa! Ele… Ele ficou muito decepcionado e tenho certeza de que está até hoje. Ele sempre, sempre, sempre, sempre me avisou que nunca concordaria em dividir o meu sentimento com outro em nosso relacionamento. Esse ponto dele é inegociável! Ele fala que não, mas sei que sente muito ciúme de mim. - Suspirei lentamente e conclui: - Nossa! E quando eu falo do Rick então, vejo os olhos do Mark faiscarem de ódio. Eu queria nunca ter conhecido o Rick…

- Você deixou de amá-lo?

- O Rick!?

- Você ama o Rick!?

- Eu… Eu… Nããão! Claro que não. Nunca! Eu só amo o Mark, mais do que tudo na minha vida, aliás, ele e as meninas, é claro.

- É claro… Mas já parou para pensar se o que você sente pelo Rick é o mesmo que sente pelo Mark?

- Não, doutor, não é! Eu sempre disse isso para o Mark, sempre: o Rick é o meu homem, o meu amor, o meu companheiro, o meu…

- O Rick, Fernanda!? - Doutor Galeano interrompeu-me e me olhou surpreso, curioso.

- Não! O Mark, doutor! Por que o senhor está insistindo no Rick?

- Você acabou de falar o nome dele! Disse que o Rick é o seu homem, o seu amor, etc. e tal…

- Não falei não! Eu disse o Mark!

- Não, Fernanda, eu entendi que você queria se referir ao Mark, mas você, para concluir sua explicação, usou o nome do Rick.

Fiquei olhando inconformada para ele e balançando negativamente minha cabeça, certa de que ele estava equivocado. Ele, entretanto, pegou um gravador que estava próximo e só então notei que registrava aquela nossa conversa. Puxou então uma gravação de instantes atrás e ouvi, estupefata que ele estava certo. Arregalei meus olhos e coloquei uma mão sobre a boca, horrorizada comigo mesma:

- Doutor, é… O Rick foi só um… Ai, Deus! É… uma… - Calei-me por não me sentir capaz de definir.

- Uma paixão?

- Então… - Suspirei fundo novamente: - É… Esse é o problema, talvez seja, não sei! Isso me assusta tanto, doutor, porque paixão e amor, no final das contas, não são a mesma coisa?

- Será!? E se fosse? Como você encararia estar amando dois homens ao mesmo tempo?

- Eu não sei. Simplesmente, eu… não… sei! - Falei pausadamente, nervosa por aquela pergunta: - Eu nunca me vi num relacionamento assim, amando dois homens, nem consigo me imaginar numa situação dessas: o Mark e minhas filhas de um lado, e o Rick de outro.

- Por que você colocou o Mark e… suas… filhas… de um lado da balança e o Rick do outro, Nanda? - Agora ele falava pausadamente, usando a mesma técnica para dar peso àquelas palavras.

- Oi!?

- Ué! Se você ama tanto o seu marido, não seria lógico você tê-lo colocado sozinho de um lado quando o fosse comparar ao tal do Rick?

- É… Eu…

- Ou será que você precisa colocar suas filhas junto do pai porque o seu sentimento pelo Mark já não é tão forte como o que você talvez sinta por esse Rick?

Aquela constatação, feita por um profissional, me deixou sem chão. Será que eu inconscientemente já não amava o meu marido como antes e não havia me dado conta? Eu me calei, aturdida, perdida e ele continuou:

- Calma, Nanda, não estou dizendo que você não ame o Mark. Só estou dizendo que talvez esse sentimento já não seja mais o mesmo. - Ele explicava com voz serena, tentando passar calma em suas conclusões: - Além disso, veja bem, quando começamos a conversar, em dois momentos distintos, você se referiu ao Rick, quando deveria ter se referido ao Mark.

- Foi só um erro! Eu… Eu estou confusa. O que o senhor quer dizer, que eu não amo mais o meu marido como antes?

- Sim! Exatamente isso, mas não somen…

- Ah, doutor, qual é? - Eu o interrompi irada, já me levantando: - Acho que o senhor não está ajudando em nada.

- Calma, Fernanda, senta aí!

- E quer saber mais? Vou embora! Hoje, pra mim, já deu!

Saí pisando alto de sua sala e assim de sua clínica. Chamei um motorista de aplicativo e fui até a rodoviária. Comprei uma passagem para meu retorno e me sentei, aguardando dar o meu horário de partida que seria em apenas três horas. As horas não passavam e minha angústia só aumentava.

[...]

Eu estava concentrado em meus afazeres, preparando um delicioso Recurso Extraordinário para ser protocolado no STF, já imaginando que seria negado, afinal, os digníssimos ministros pareciam mais interessados em viver de suas picuinhas jurídicas ou quando envolviam grandes autoridades inimigas do sistema, quando fui surpreendido por uma ligação do doutor Galeano. Sua entonação demonstrava uma preocupação considerável e após um rápido cumprimento, foi bastante objetivo:

- Mark, a Fernanda acabou de sair daqui e parecia estar bem nervosa. Ela, por acaso, entrou em contato com você?

- Daí!? Da sua clínica?

- Isso! Ela veio se aconselhar comigo e notei que ela está bastante angustiada. Pelo que eu entendi, tem a ver o estilo de vida de vocês e uma certa rasteira que ela tomou por conta de um tal de…

- Rick... - Resmunguei, interrompendo-o e só me dando conta na sequência: - Desculpe, doutor. Na verdade, eu não sabia que ela iria aí hoje. É até uma surpresa para mim.

- Pois é... Ela te ligou ou avisou que estava voltando? Eu tentei ligar para ela algumas vezes, mas não estou sendo atendido. Tenho medo que ela possa fazer alguma besteira no trânsito.

- Eu não sabia sequer que ela tinha ido e…

Entendi de imediato sua preocupação e pedi licença para eu tentar contato com a Nanda. Desligamos e de imediato fiz uma chamada de vídeo para ela que me atendeu com uma expressão invocada:

- Você não está dirigindo, né, Nanda? - Perguntei de supetão, só notando que ela estava sentada com outros ao seu lado em seguida.

- Não, mor, estou na rodoviária.

- Ah… Você não foi de carro, menos mal…

- Não! Eu… - Deu uma pausa e perguntou, surpresa: - Quem te falou que eu estava aqui?

- Uai! Papai Noel, quem mais!?

Ela deu uma sonora risada e já concluiu corretamente seu delator:

- Pior é que o doutor Galeano deixou a barba crescer e está parecendo mesmo com o bom velhinho. - Parou de rir, deu uma pigarreada e explicou: - Eu preferi vir de ônibus porque não tô muito legal para dirigir e…

- Ótimo, morena! Muito bom mesmo. Ter esse discernimento prova que você está melhor do que você mesma imagina.

Ela se calou, mas pouco depois começou a chorar baixinho e não compreendi o porquê:

- Você está chorando, Nanda!? Por que isso agora?

- Ai… Bobeira minha. - Deu uma risada entre suas lágrimas: - Sabe há quanto tempo você não me chama de morena? Eu gostava tanto quando você me chamava assim…

Ela começou a rir de si mesma, meio constrangida e eu também passei a rir dela, e assim ficamos por um breve momento, rindo um para o outro. A situação pintada pelo doutor Galeano, enfim, não era tão grave e isso já me acalmou. Expliquei que ele havia me ligado, preocupado que ela pudesse se ferir no trânsito. De imediato, notei que ela ficou preocupada com o que ele pudesse ter me contado, mas eu a tranquilizei, dizendo que ele só havia me falado de sua visita e nada mais:

- Ah… Então… Ele me disse umas coisas que eu não gostei e eu fiquei chateada, e eu fiquei nervosa, e eu saí de lá. - Começou a choramingar novamente: - Ah, mor, não… não dá…

- Calma… Fica… Calma! - Falei pausadamente, tentando passar tranquilidade para ela: - Quer que eu vá te buscar?

- Não precisa. O ônibus sai daqui umas três horas…

- Três horas!? Ah, eu vou aí te buscar! Fica na rodoviária que eu só vou me organizar aqui, pedir para alguém pegar as meninas na escola e vou te buscar.

- Não precisa…

- Relaxa! Eu vou! - Falei com ênfase e concluí o óbvio: - Só vou levar uma horinha, mais ou menos…

Ficamos acertados e nos despedimos. Pedi para meu sogro buscar minhas filhas e deixá-las na minha sogra enquanto eu ia buscar a Nanda e saí em seguida. O trânsito colaborou, mas mesmo assim, levei uma boa hora para chegar até a rodoviária da cidade. Mesmo em meio ao turbilhão de pessoas, foi fácil encontrá-la. Seu semblante parecia calmo, mas ao mesmo tempo preocupado, afundado em dúvidas e medos.

Ao me ver, ela se levantou e veio me abraçar de imediato, caindo em prantos, chamando a atenção de todos ao redor. Pedi que se acalmasse e fomos até o carro, onde ela ainda chorou por um bom tempo, o suficiente para eu ligar e avisar o doutor Galeano que ela já estava comigo. Só me esqueci que, dentro do meu carro, meu celular se conecta ao sistema de som veicular e tudo o que conversávamos era automaticamente de conhecimento da Nanda:

- Ah, ótimo, Mark! Fico feliz que ela já tenha chegado sã e salva.

- Na verdade, não! Eu vim buscá-la na rodoviária, mas já estamos de saída…

- Vocês estão aqui?

- Sim. Ainda estamos.

- Venham me ver, eu insisto. É, bem, se a dona Fernanda Mariana ainda não estiver muito brava comigo.

- Fernanda Mariana é a mãe! - Nanda falou alto, fingindo estar brava, mas caindo numa gostosa risada na sequência: - Ara! E, sim, estou muito brava com o senhor, homem bocudo, linguarudo…

O doutor Galeano deu uma gostosa gargalhada da forma como ela o repreendeu e insistiu que fossemos vê-lo. Olhei para ela que deu de ombros, não recusando. Tomei o rumo e em menos de quinze minutos, estacionei próximo a sua clínica. Nos apresentamos e fomos encaminhados para a sua sala de espera, onde tivemos que aguardar quase uma hora porque ele estava atendendo e o caso não parecia ser simples. A demora começou a me incomodar, mas antes que eu convidasse a Nanda para sairmos, ele abriu a porta de seu consultório. Ao nos ver, até parece que agilizou a despedida de sua paciente. Veio então em nossa direção e cumprimento novamente a Nanda com um abraço apertado e não economizou na brincadeira, ao se virar em minha direção:

- Ô mineirinha brava, sô! Num sei como “ocê” dá conta, “doutô”?

- Nu! Né fácil não… - Entrei na brincadeira enquanto o cumprimentava com um abraço também.

- Há! Há! Há! - Resmungou a Nanda, já entrando em sua sala, sem sequer nos esperar.

Entramos logo atrás e ele nos convidou para sentarmos, enquanto ia em direção à sua máquina de café. Pouco depois já trazia duas xícaras:

- Não perguntei se vocês queriam porque sei que vocês sempre querem.

- Abusado mesmo, Nanda! - Brinquei e rimos, eu e ele, ela, ao contrário, permaneceu estranhamente séria.

Ele notou um certo clima que ficou ainda mais claro quando se sentou à nossa frente e a Nanda falou:

- O que nós conversamos hoje não quero que seja comentado com o Mark, doutor! Eu ainda estou pensando a respeito e quando achar que compreendi todo o contexto, eu mesma quero contar…

- Contar o quê? - Perguntei.

- Nada! - Ela resmungou, sem me olhar.

Olhei na direção do doutor Galeano que a encarava. Quando ele notou minha atenção e curiosidade, foi honesto:

- Mark, se ela não quiser que eu fale por enquanto, eu não posso. É uma questão de ética, sei que você entende…

Eu entendi, mas não gostei, confesso. Já estávamos vivendo uma situação estranha em nossa relação e aquilo me pareceu ainda mais despropositado, então ser colocado de lado, à margem de algum fato que poderia ser relevante, me incomodou bastante. Suspirei fundo para não falar algo que não devia e piorar o que já não estava bem, mas não pude evitar de me recostar em minha poltrona, ficando de cara amarrada e o meu silêncio repentino incomodou. Mesmo com o doutor Galeano tentando interagir, brincar, insultar a mim e a Nanda, eu apenas respondia protocolarmente, e o clima ficou muito pesado:

- Eu vou te contar, mor, prometo! - Nanda falou, colocando a sua mão sobre a minha para chamar a minha atenção: - Eu só preciso pensar um pouco a respeito para não interpretar de forma errada o que eu e o doutor conversamos, e causar algum mal estar entre a gente.

- “Talkey!” - Parafraseei um certo político que começava a despontar no cenário nacional como uma provável ameaça ao grupo político dominante.

O clima não prometia melhorar: as nuvens continuavam muito densas e a possibilidade de relâmpagos e trovoadas parecia cada vez mais próxima. Apesar de toda a sua habilidade, nem mesmo o doutor Galeano conseguia nos alcançar. Acabamos encerrando aquela nossa visita minutos depois, mas não sem antes a Nanda prometer que retornaria para continuarem a “conversa”.

O silêncio durante a nossa viagem para casa era absurdamente massacrante, chegava a doer fisicamente no corpo a tensão que eu sentia. Pelo jeito, a dor não era só minha, pois ela não aguentou:

- Foi sobre o Rick e eu, Mark. Nós estávamos falando sobre isso. Pronto, falei!

- Que era sobre você e ele, eu já imaginava. Eu só não entendi o porquê dessa… desse segredo todo. Não compreendo o que vocês podem ter conversado que eu não posso saber?

- O doutor Galeano falou tanta coisa que eu fiquei confusa e chateada. Foi por isso que eu saí de lá sem terminar a sessão.

- Tá… Entendi! E não seria melhor você conversar com alguém para tentar compreender o que ele te falou?

- Eu sei… Você está certo e eu vou, com ele, amanhã mesmo.

Voltamos a ficar em silêncio e pouco antes de chegarmos na casa da minha sogra, quem não aguentou ficar calado fui eu:

- Você ama o Rick, não é? Foi isso que o doutor Galeano te jogou na cara e você não quer me contar…

- Não, não foi! - Ela me interrompeu, surpresa: - Não foi assim! Bem, foi e não foi. Ah, por favor, eu te conto tudo, mas depois que eu conversar melhor com ele amanhã. Por favor…

Pegamos nossas filhas e fomos para casa. Fingimos estar tudo bem para não alarmar as meninas, mas eu, novamente, sentia meu mundo desmoronando. A Nanda podia não querer assumir, mas eu sentia que estávamos próximos de cruzar um limiar em nossas vidas do qual não haveria mais retorno.

[...]

OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NAO SER MERA COINCIDÊNCIA.

FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 204Seguidores: 566Seguindo: 19Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Nossa fiquei feliz da sua volta por aqui para contar a tua história.Mas como a narração deste ja e bem no passado,mas cara,continuo achando que a Nanda não te contou ainda toda a história vivida por ela com o Rick.Mas com certeza Mark ela te escolheu pelas 2 filhotas de vocês,penso eu e não fique bravo comigo pir favor.Mas esta história contada ja ficou no passado e vocês continuam juntos e sinal de que se acertaram.Vamos ver os próximos capítulos.....

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Não sei quem erra mais, o marido que passa pano em tudo que a esposa apronta, a esposa que só apronta e insiste em ser uma hotwife ou o psicólogo que insiste em rancar dinheiro do casal ao invés de jogar limpo e dizer que ou o casamento já acabou há tempos ou que ele não tem como ajudá-los mais.

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Mas já tivemos um capítulo que fala deles lá na frente juntos

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Desculpa!

Vim aqui e esqueci de falar que você é o meu autor preferido.

Não vou falar que o capítulo foi ótimo, porque só quem viveu essa fase, sabe como foi nebulosa.

Letras são letras, mas os sentimentos, só nos sabemos...

💋

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Eu ainda não tinha comentado, justamente para não parecer um julgamento ou uma intromissão. Só quem viveu e passou pelo que vocês passaram, sabe como é. É muito fácil confundir as bolas, se perder, mesmo que a própria pessoa não saiba o que está acontecendo dentro dela.

O importante mesmo, é saber que vocês superaram essa fase e hoje estão aqui, juntos, corajosos, sem medo do julgamento, dividindo essa história com a gente.

Beijocas, casal. 😘😘😘

⭐⭐⭐

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A mais pura verdade...

Só quem viveu, sabe o quanto doeu e ainda dói, às vezes.

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Foto de perfil de Ménage Literário

É tão triste ver como as pessoas hoje tratam o casamento como uma coisa descartável, como uma roupa que você comprou e não gostou e pode apenas trocar.

Se existe sentimento, respeito, deve-se lutar por quem a gente escolheu.

Sei que muitos podem se sentir ofendidos com o que vou dizer, mas só desiste facilmente de quem se ama, aqueles que são fúteis, supérfluos.

Só se desiste depois de dar tudo o que se tem, lutar até o final da nossas forças.

Parabéns a vocês, que mesmo contra tudo e contra todos, não escolheram o caminho fácil.

😘😘😘😘

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Obrigada, queridas.

Desculpe não ter respondido ontem, mas o meu caríssimo realmente subiu e acabamos nos embolando até altas horas.

💋

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Não precisa elogiar.

O que é teu, vou te dar daqui a pouco.

Só esperar...

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😳

Sério isso!?

As meninas fazem um comentário bonito e você vem e praticamente esfrega o p@# na minha boca, e na frente de todo mundo!?

Poxa, mor...

Se é homem, sobe agora e vem cumprir sua promessa.

Sobe já, seu gostoso!

😁😈

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A o casal voltou firme e forte mais sempre com problemas isso faz parte da vida diária kkkk boa sorte casal parabéns pelo retorno ao conto de vocês Mark saudades amigo.

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Adorei tê-los de volta...ficou uma sensação de vazio entre o último capítulo e este mas muitos parabéns é continuem assim, abraço.

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Estou super feliz que Vcs voltaram

Sou fã número um de Vcs 4 ( família toda )

Por favor peço humildemente q Vcs coloquem os contos q estão em outra plataforma por aqui para fazermos pix igual o Lael faz pq não consigo comprar por lá

Bejao proces

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fico feliz que retomaram essa historia Nanda e Mark, já estava com saudades das suas aventuras.

Agora sobre o capitulo, que barra o casal passou hein, Mark tendo que ser forte para ajudar a esposa a superar esse sentimento que a ela desenvolveu pelo outro, a Nanda se sentindo culpada por ter se apaixonado por outro.

por favor não demorem nessa continuação.

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Foto de perfil de rbsm

Que bom o retorno capítulo emocionante na vida de vcs

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Como é bom saber que vocês voltaram!!

Admiração sempre pelo casal.

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Foto de perfil de GTFreire

Realmente um excelente recomeço. Um marido tem que ter sentimentos muito fortes para tentar salvar a relação quando sua própria esposa se mostra em dúvida sobre seus sentimentos. Ouvir da esposa o que ouviu e se manter ao seu lado é impressionante. Não deve ter sido uma é para o casal, mas, no caso dele chega a ser heróica. Pelo que percebemos, muito mais agruras serão mostradas aqui. Parabens ao casal.

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Caramba.... novamente os melhores voltaram... ler o conto alem de aer maravilhoso faz com que os sentimentos aflorem.... raiva, tensão, etc... Parabéns.... milhao de estrelas.

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Foto de perfil de MisterAnderson

O único ruim deste capítulo, é que mesmo com quase 6k de palavras, ele acabou. Passou voando e mesmo com muito tempo sem postagem e com todo aquele NandaVerso se mesclando ao conto original, eu ainda consegui me lembrar bem dos acontecimentos antes desse fato. Sinal que quando a história é boa, fica gravada na memória.

3 estrelas Dr. Mark

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sabe MisterAnderson, acredito que vai ter algumas coisas do NandaVerso aqui, aquela conversa com o dr na historia "ENTRE O AMOR E A PAIXÃO!" vai ser explorado aqui

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Foto de perfil de MisterAnderson

Também suspeito disso

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Foto de perfil de Nanda do Mark

De certa forma, sim; mas não exatamente como escrevi lá, justamente porque lá eu tinha a liberdade de inventar a vontade, já aqui tentamos ser os mais fiéis ao que vivemos e isso limita um pouco.

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Foto de perfil de MisterAnderson

O ruim vai ser abstrair todo o Nandaverso, pra me ater a realidade, porque o Nandaverso ficou muito bom...

Mas sei que a realidade vai ser tão bom quanto... Abraços

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Poxa! Quanto tempo, mas ainda bem que retomou, ja sao varios contos iniciados e nao terminados...

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Foto de perfil de Beto Liberal

Bom dar continuidade a essa história.

Mas prefiro aguardar um pouco mais para comentar

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Voltaram! Viva! Saudade dessa história emocionante! O meu casal de escritores preferido! ⭐⭐⭐

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Foto de perfil de Hugostoso

Muito obrigado pelo retorno da história de vcs!

Foram meses de espera, e com muita ansiedade deste retorno, que digam minhas unhas, ou ex unhas! Kkkkkkkkkkk

Vcs são Phóda, estão na minha 1° prateleira!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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Ainda continua pesado e doído essa parte história, são emoções fortes demais! Eu penso se já é bastante angustiante para a gente que só lê, tento imaginar o quão difícil foi para todo mundo suportar!

Excelente capítulo, parabéns Mark!

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Listas em que este conto está presente