Meu nome tem cinco letras - DOIS - (06/18)

Um conto erótico de Gui Real
Categoria: Gay
Contém 1245 palavras
Data: 20/05/2024 08:40:03

T– Chico

Pedro liga e diz que Tomás finalmente parou de sofrer, peço pra que ele venha imediatamente pra casa, Pedro respira fundo e esse som no meu ouvido me faz sentir o cheiro do amaciante nós lençóis do navio, ele diz que vai esperar o ano acabar. Pedro fala que havia uma documentação e o funeral e precisava respirar e pensar em quem era antes de pular para a próxima aventura. Ele respira fundo novamente, diz que não consegue chorar, estava seco, havia chorado tanto que agora sofria sem conseguir demonstrar isso.

Mauro havia comprado a casa em que cresci para fazer a casa geriátrica de Dário. Agora meus pais estão voltando para lá, minha mãe está cansada, ela disse que talvez venha nos ver no fim do ano, Mauro arrumou uma arquiteta e um decorador para repaginar a casa onde Jaime e eu fomos casados com a irmã dele, ele disse que o muquifo de Artur ia ser excelente para os hóspedes, para as festas de putaria e para todo tipo de merda que queiramos fazer em um lugar e não em casa. Dário pergunta se isso incluí deixar ele no muquifo, Artur diz que não é nenhum muquifo mas concorda com a possibilidade de deixar Mauro em qualquer lugar, Renan diz que...

Artur diz que ele era funcionário de Mauro, não era um voto válido, aquilo não era uma república e ele (Artur) era um senhor feudal muito nervoso com aquilo que nossa casa estava se transformando.

Um escritório imenso, Mauro tinha dois compradores e eles estavam desmembrando a empresa em duas outras, agora temos duas secretarias, uma moça para limpeza da casa, Mauro e Renan (o advogado/ dublê do Childish Gambino, o Donald Glover). A casa estava uma zona, mas Mauro estava precisando dessa força e apenas Artur se incomodava com isso.

Foi nesse dia do senhor feudal que à noite Mauro pede para nós levar a um restaurante, precisávamos, Mauro estende o convite a Renan diz que ele precisava seu amigo pedir desculpas a seu braço direito, Artur diz que não ia pedir desculpas e não era amigo de ninguém, Mauro fez algo que não fazia desde que há três semanas atrás chupou o pau de Artur e pediu para Artur e eu gozarmos dentro de sua boca, naquela época ele acordou sem mencionar o ocorrido e fez parecer que esqueceu com a ressaca. Mas no momento que estou descrevendo: Mauro se aproxima de Artur e diz que lembra que fez algo por Artur que não tinha como Artur fingir que não havia acontecido, eram brothers um do outro, Mauro diz que era um homem que nasceu com oportunidades e usou todas elas, mas na segunda metade da vida queria o que não teve na primeira, começando por amigos de verdade e Artur era o primeiro, Artur o abraça, pede desculpas por ter tão pouco espaço para os seis computadores em nossa sala, Mauro bate na bunda de Artur e diz que não era culpa dele.

Ficou de pau duro, Mauro é um executivo padrão, a cara do Igor Rickli, o sorriso e sei lá o que além dos olhos felinos do Jason Momoa. Um homem desses me pediu para meu marido e eu esperarmos na boca dele. Saudade.

Artur e eu tomamos banho, Mauro invade o banheiro e diz que lembra muito de nós dois, diz que minha barriga é sexy, fico vermelho, ele diz que comprou ternos para nós dois e colocou no lado correto da cama, mas pede para a gente terminar logo, quer tomar banho também.

Já no carro, Artur e eu conversando sobre um caso de um paciente quando olho para trás e vejo nosso caroneiro, Renan segurava um sorriso de um boneco de Olinda, pergunto o que o preocupava, ele desfaz o sorriso, diz que se formou em direito e depois, a pedido de Mauro, administração; falou que o processo de venda da empresa estava acelerado em dois dias tudo terminaria, então ele ficaria desempregado, por uns três ou quatro meses Mauro iria manter o salário e o vínculo dele e depois ele iria cair inseguro desemprego se os contatos dele... mas ninguém estava contratando e...

Artur manda ele se comportar como um homem, deixar de choramingar, pergunta a Renan se ele o considerava um bom senhor feudal, Renan diz que era o melhor, haja vista não conhecia nenhum outro, portanto Artur era insuperável, Artur disse que ele era um sujeitinho bem nojento como um excelente advogado deve ser, portanto era possível que Jaime fosse precisar expandir o número de pessoas que trabalham com ele (Jaime nunca dividiu o escritório com ninguém, e disso Artur sabia).

Chegamos ao restaurante num hotel cinco estrelas, estava praticamente vazio, além de nossa mesa apenas uma senhora sozinha e em outro canto um casal comemorando algo, sentamo-nos e o maitre nós deseja “Feliz Natal”, era dia vinte e três, Mauro já havia escolhido tudo ele pede para vir a entrada, as músicas no piano mudam para uma seleção de rocks dos anos noventa, Cranberries, Oasis, Alanis, Skank, Barão Vermelho. Foi uma noite maravilhosa. Dois motoristas pegam nossos carros e nós conduzem, estávamos bêbados, não vou mentir, deixam os carros na garagem do prédio que eu tinha medo de visitar, eu sentia como se pudesse ser algo...

Subimos o elevador, Artur me pergunta o quanto rico eu sou, Mauro diz que o suficiente para me invejar, eu solto um risinho, digo que nunca fui tão feliz quanto aquela noite, ganhei um terno lindo.

Estava diferente, tudo estava diferente, eu não reconhecia paredes, umas desapareciam, era outro lugar, a mesma vista da cidade iluminada a noite, as plantas, as obras de arte, o piano agora era branco, fazia tantos anos que eu não tocava piano, olhei para Jaime, eu tinha de o segurar, ele estava nervoso e chorava meio irado, minha língua invadiu a boca dele e de repente ele me diz que somos outras pessoas. Verdade.

Mauro diz que precisava mostrar os quartos, o maior nem estava maior, agira eram quatro e não três, mais ou menos do mesmo tamanho. Mauro pede para escolhermos, gosto de espaço, mas fico num do meio, sei que nenhum tem a luz do fim de tarde tão linda quanto o que aquela janela vai trazer, e era o maior. Mauro pergunta a Artur se ele ia se sentir o maioral ali como se sentia no muquifo, Artur diz que é o maioral em qualquer lugar, mas era impressionante aquela casa e estar vestido como estávamos.

Mauro pede para Renan escolher um quarto, o beija e diz que sabia que o irmão havia pago pra falsificar a paternidade dele, disse que tinha certeza e não netinha provas, mas na discussão com o outro ouviu a confissão, segura o rosto do sobrinho e diz que a família perde um homem digno, honesto e trabalhador, e o beija, diz que ele ia ficar bem desse lado da família, o beija novamente e diz que era possível de ter sido um traste com Dário, mas... Renan já era assumido a mais tempo, deu tempo para deixar parte dos preconceitos para trás. Renan pergunta se eles iam dormir juntos, Mauro diz que sim, mas só aquela noite, outra não, não iam formar par. Mauro pergunta a Artur se as funcionárias que vão morar no muquifo iam trabalhar aquela ou na próxima noite. Artur diz na próxima, queria ficar em casa com o marido e os irmãos.

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