Pegamos nossas filhas e fomos para casa. Fingimos estar tudo bem para não alarmar as meninas, mas eu, novamente, sentia meu mundo desmoronando. A Nanda podia não querer assumir, mas eu sentia que estávamos próximos de cruzar um limiar em nossas vidas do qual não haveria mais retorno.
[...]
[CONTINUANDO]
Mark ter ido me buscar foi uma agradável surpresa, afinal, eu me sentia perdida e vê-lo se preocupando comigo foi bom demais, pois me senti protegida e amada, e isso me tocou fundo. Voltar à clínica também foi importante, porque pelo menos consegui mostrar que estava brava, mas nem tanto com o doutor Galeano e ele, provavelmente somente ele, era a única pessoa capaz, naquele momento, de me ajudar a resolver as minhas questões internas.
Não sei se fiz certo ou não em não revelar ao Mark o que havíamos conversado naquela tarde, mas tudo o que o doutor Galeano falou me levava a crer que talvez meu sentimento pelo Rick fosse maior do que eu imaginava. Eu não acreditava que pudesse ser maior do que eu sentia pelo Mark, mas, ainda assim, isso me deixou em pânico. Tudo o que eu não precisava era criar uma nova dúvida na cabeça do meu marido, por isso preferi não contar e eu estava certa: do pouco que contei, notei que ele ficou ainda mais tenso.
No dia seguinte, minha manhã foi ocupada com questões do meu trabalho que precisei resolver e adiantar tantas outras, afinal, à tarde, eu estaria novamente no doutor Galeano. Após o almoço, assim que cheguei em sua clínica, fui novamente recebida com um sorriso, um abraço e uma brincadeira:
- Tá mais calma hoje, oncinha?
Comecei a rir, lembrando-me do Mark que vivia me chamando de onça branca, revelando ao doutor e ele explicou:
- E de onde você acha que eu tirei isso? Dele, lógico!
Entramos em sua sala e após nos servir um café, ele entrou de sola:
- Hoje, nós não vamos focar no mundo do “pode ser”, tudo bem, Fernanda? Vamos tentar ficar só no mundo real. Depois que resolvermos as suas dúvidas reais, podemos até fazer algumas experimentações hipotéticas, caso você… - Calou-se como tendo uma ideia.
- O que foi, doutor? Por que se calou?
- Não, nada não... Foi só uma ideia que eu tive, um caminho em potencial que eu poderia adotar, mas quero deixar para te explicar mais à frente, tudo bem? - Concordei com um aceno de cabeça e ele mudou de assunto: - Bom, e o Mark, aliás, e vocês, como estão? Ele saiu daqui bem chateado ontem…
- Ah, nem me diga, doutor. Conversamos sobre algumas coisas, mas eu realmente não falei tudo o que havíamos conversado, nem sobre aquele absurdo que o senhor imaginou de o Rick ter mais peso no meu coração do que ele e as minhas filhas. Não gostei daquilo… - Falei, balançando negativamente a cabeça.
- Sei… Mas, novamente, a senhora utiliza sua família, seu marido e suas filhas, para se contrapor ao Rick; e, novamente, a senhora falou no Rick em primeiro lugar, antes do Mark e delas.
- Mas foi só na construção da frase! Poxa, doutor, isso não quer dizer que eu goste mais dele do que do Mark!
- Novamente, falou do Rick antes do Mark. - Insistiu e fiquei emburrada, brava, mas ele abrandou: - Pelo menos, agora não falou o nome Rick, apenas se referindo a ele como um simples pronome. Isso já é bom!
Respirei fundo para não brigar novamente e ele, após um gole em seu café, continuou:
- O Mark não aceitaria mesmo que você tivesse dois amores, aceitaria?
- Por outro homem!? Nunca! “Nunquin mes”… - Brinquei com meu sotaque.
- E o Rick, será que ele aceitaria que você amasse outro homem?
Refleti em silêncio, mas nem demorei para responder essa:
- Tenho quase certeza que também não, doutor. Por tudo o que eu e ele já conversamos, ele deu a entender que me quer só para ele, afinal, ele tem ciúme até do Mark. Acho até que ele não concorda muito com esse estilo de vida liberal. Com ele, acho que seria monogamia na certa!
- Oras, mas ele ter ciúme do Mark é bastante óbvio, afinal, o Mark é o seu marido, a pessoa que você diz amar e se o Mark não aceita o Rick, me parece bastante óbvio que o Rick também não aceitaria o Mark. É mais ou menos o que acontece com uma matilha de lobos: há apenas um alfa.
Ouvi tudo atenciosamente. Ao final de suas colocações, sorri em silêncio para mim mesma e a curiosidade tomou o doutor Galeano, que perguntou o porquê do meu sorriso:
- Ali só tem um alfa, doutor, e é o Mark! Nas vezes em que eles se encontraram, o Rick ficou mansinho na frente do meu marido e olha que o Rick é mais alto e mais encorpado que o Mark.
- Ah é!?
- Ahhhhh é!... - Suspirei, lembrando bons momentos vividos com o meu marido: - O Mark, ele é muito mais… é… Ah, nossa!... Ele… O meu marido é sem igual, doutor, ele tem uma presença, uma coisa que faz o meu sangue ferver. Não sei bem o que é, se é a inteligência, beleza, charme, aquele humor ácido, mas ele é único! Eu, de verdade, não sei o que faria sem o Mark.
Ele agora me encarava de uma forma bastante satisfeita, parecia ter encontrado o que procurava e eu o olhava sem entender nada:
- O que!? - Perguntei, naturalmente curiosa.
- Ah, Nanda, como eu gostaria que você pudesse ter visto a expressão em seu rosto agora enquanto falava do Mark… Está na sua cara o quanto ama e admira o seu marido. - Disse e virou o seu café sem tirar os olhos de mim: - Você pode até gostar desse Rick, e eu acredito que seja muito, bastante mesmo, talvez até esteja apaixonada, mas amor mesmo, esse é só pelo Mark.
Adorei ouvir aquilo e não sei o porquê, fiquei envergonhada, ruborizada mesmo, o que arrancou uma alta gargalhada do doutor Galeano. Ele havia gostado da minha reação e eu ainda mais da conclusão dele:
- Bem, bem, bem… Minha queridinha Nandinha, para mim parece então que você terá que fazer uma escolha, já que não pode conciliar o sentimento por esses dois homens que não se aceitam. A pergunta é: com quem você quer ficar? E vou além: com quem você deve ficar? Lembre-se que o mundo real é bem diferente da fantasia romântica dos poetas: aqui, você não tem o luxo de decidir pelo “pode ser”, mas sim pelo “deve ser”.
- Ah, doutor, eu… eu amo o meu marido! Eu não tenho o que decidir. Eu só preciso fazê-lo voltar a acreditar nisso.
- Tem o que decidir sim! Oxi, se tem! - Disse num sotaque baiano bem desengonçado: - Se acha que não tem para você, tem para o Mark! Então, diga isso para ele: fale alto, grite, mas que seja com convicção, com vontade, com intensidade. Coloque para fora o que tem nesse seu coraçãozinho e faça ele acreditar novamente.
- Oxi!? Mas que porcaria de oxi é esse? Será que até aqui esse negócio vai me perseguir?…
- Por que? - Ele perguntou, curioso, mas sorridente.
- Numa outra hora, eu te conto, doutor.
Nessa mesma hora, tive uma ideia e abri um baita sorrisão. Se funcionaria, eu ainda não sabia, mas eu iria tentar; com certeza, eu iria tentar.
[...]
Saber que a Nanda estava se aconselhando com o doutor Galeano era algo que já me deixava bastante tranquilo. Lá, eu sabia que ela estaria em boas mãos e isso me dava condições de poder me concentrar com tranquilidade em meu trabalho. Tanto que decidi tentar o despacho de uma liminar numa ação possessória que havia acabado de finalizar e eu sabia que a luta seria grande, porque além de defender meu cliente, eu ainda teria que remover alguns posseiros do imóvel. Pacientemente, aguardei duas horas para que o juiz pudesse, muito a contragosto, me atender, e quando consegui, já em meio a minha explanação, fui interrompido por uma chamada de vídeo da minha digníssima e inoportuníssima esposa. Naturalmente, recusei a chamada. Ela insistiu e recusei novamente. Insistiu uma vez mais e o juiz, já com cara de poucos amigos, decretou:
- Doutor Mark, pelo amor de Deus, homem, atenda o telefone e continuamos depois!
- Eu vou só silenciar, Exa., posso atendê-la depois…
- Homem, já é a terceira chamada que essa pessoa te faz: ou ela está morrendo, ou matou alguém, ou irá matar se tiver que fazer a quarta chamada… - Disse com um sorrisinho forçado e ainda brincou: - E é bem capaz de a vítima ser você!
Dei de ombros e, para piorar, agora era uma chamada de vídeo. Atendi a chamada da Nanda, já intencionado em finalizá-la em seguida, mas não tive chance porque assim que o rostinho da minha onça surgiu na tela, ela emendou de imediato:
- Mark, eu te amo! Ouviu!? Eu… te… amo! Muito, muito, muito! Só você! Só, só, só; só, só, só; só, só, só… Só VOCÊ! - Gritou, por fim, frisando bastante.
“Maldita hora que fui comprar um celular com som estéreo…”, pensei em silêncio para mim mesmo, altamente constrangido por notar que todos no gabinete me encaravam curiosos após aquela declaração de amor. O juiz, então, estava até levemente debruçado sobre sua mesa, sorrindo um pouco mais espontaneamente, enquanto tentava olhar quem se declarava tão efusivamente para mim:
- Ah… é… minha esposa, doutor. - Falei, ruborizado, aliás, arroxeado com a situação.
- Doutor!? - Nanda perguntou, surpresa do outro lado da ligação.
- Aham! Diga oi para o doutor Cláudio, Nanda, juiz da primeira vara da comarca de nossa cidade. - Falei e virei o aparelho na direção dele que fez um “tchauzinho” com uma mão para ela.
Virei o aparelho para mim e agora quem estava roxa era ela, além dos olhos arregalados e boquiaberta:
- Eu estava despachando uma liminar com ele quando fui interrompido seguidamente pelas tentativas de chamada de vossa senhoria, minha digníssima esposa. - Falei, mordendo os lábios e constrangido enquanto a olhava.
Ela nada falava e chegou a fechar os olhos por um breve instante, mas agora eu é que insistia:
- É… Tem mais alguma coisa que você queira me dizer, Nanda?
- Ai… - Resmungou, ainda de olhos fechados.
- Mais alguma coisa além disso, Nanda? - Insisti, controlando toda a minha ira.
- Melhor deixar para depois, né? - Ela falou, agora abrindo um olho apenas para ver como eu a encarava.
- É! Eu acho que seria melhor sim. Eu te ligo, ok?
Despedimo-nos rapidamente e só quando guardei o meu celular, agora devidamente silenciado pelo modo avião, é que notei que todos no gabinete ainda me encaravam com sorrisos maliciosos no rosto. Um a um, voltaram a seus afazeres. Por fim, o juiz voltou a analisar meu pedido e como eu já esperava, negou. Claro que eu não gostei do resultado, mas ele não perdeu a chance de me cutucar:
- Uai, doutor, azar no jogo, sorte no amor!
Dei de ombros com um sorriso amarelo e saí de seu gabinete, já imaginando o trabalhão que me daria recorrer daquela decisão preliminar.
[...]
Saquei meu celular e decidi ligar de imediato para o Mark para dizer o tanto que o amava. Só isso, simples, objetivo, direto, um grande e forte: eu te amo! Sob o olhar curioso do doutor Galeano, busquei o seu rosto na lista de contatos do meu aparelho e fui recusada:
- Uai! Atende aí, caramba! - Resmunguei para mim mesma e insisti, novamente teclando e novamente sendo recusada: - Aaaara!
Olhei inconformada para o doutor Galeano e decidi fazer uma chamada de vídeo. Chamou duas vezes e fui atendida:
- Mark, eu te amo! Ouviu!? Eu… te… amo! Muito, muito, muito! Só você! Só, só, só; só, só, só; só, só, só… Só VOCÊ! - Gritei, colocando para fora uma verdade que eu queria que ele voltasse a acreditar também.
O doutor Galeano ficou surpreso, mas sorriu de imediato, feliz com minha iniciativa. O Mark, entretanto, era a antítese do que eu esperava. Ele estava surpreso, mas estranhamente frio, constrangido, vermelho e eu só entendi na sequência quando ele falou com um outro alguém, explicando que era eu quem falava, aliás, quando ele disse a palavra “doutor”, congelei por um instante e, inadvertidamente, repeti essa mesmíssima palavra, temendo que ele estivesse sendo atendido por alguma autoridade, e estava…
Para piorar, ele virou o aparelho em direção a essa pessoa e vi surgir na tela do meu aparelho um senhor muito bem vestido, mas com cara de poucos amigos que me cumprimentou com um aceno de mão, enquanto eu continuava paralisada. Mark virou novamente seu aparelho e trocamos umas poucas palavras, ambos altamente constrangidos, e desligamos:
- Ai, doutor, que merda!
O doutor Galeano que me olhava ainda sorrindo, agora mantinha as pontas dos dedos de suas mãos em contato uns com os outros e quando fiz essa afirmação, ele somente os desconectou e virou suas palmas para cima e balançou os ombros como quem diz: “Fazer o quê, né!?”. Eu não sabia o que fazer, aliás, não tinha mais o que fazer e só fiquei aguardando o contato do Mark, que não demorou mais do que dez minutos:
- Você está louca, Fernanda!? Que… que… mas que porra você está pensando!?
- Desculpa, mor, é que eu queria que você soubesse o tanto que eu…
- Porra, saco! Eu já sei que você me ama, mas podia ter deixado para me falar pessoalmente, em casa, né, ô!
- Desculpa! Eu te atrapalhei, né?
Eu o ouvi dar um fungada chateada do outro lado da chamada:
- Ah, deixa pra lá, agora já foi!
Ele ficou em silêncio por um instante e agora eu o chamei:
- Mor?
- O que foi?
- Eu te amo, tá?
- O saco de mulher complicada, sô! - Resmungou e riu: - Também te amo, encrenca!
Desligamos e um sorriso estampou meu rosto. O doutor Galeano também sorria sem cessar. Ele decidiu encerrar aquela nossa conversa naquele momento, afinal, tudo parecia correr bem e ele queria me mandar embora, para que eu pudesse colher pessoalmente os louros de uma vitória com o meu marido, que eu mesma ainda não estava bem certa de ter conseguido.
[...]
Já estávamos em casa, eu e as meninas, quando a Nanda entrou pela porta. Seu semblante, embora leve e feliz, também demonstrava todo o constrangimento de ter me feito passar uma baita vergonha na frente do juiz. Ela deu um beijo em cada uma das meninas e depois veio em minha direção, dando um selinho:
- Desculpa… - Resmungou, com olhos suplicantes, choramingando toda a sua vergonha.
Comecei a rir da situação e naturalmente não fiquei bravo com ela. Decidimos sair para comer uma comida diferente na praça dos “Food Trucks”. A noite foi deliciosamente temperada com comida mexicana para mim e Nanda, enquanto a Mary optou por um hambúrguer gourmet e a Miriam por não um, mas três espetinhos mistos de carne bovina, suína e aves. Eu e ela aproveitamos para tomar algumas boas rodadas de um chope artesanal delicioso, enquanto as meninas aproveitavam alguns brinquedos infláveis num parquinho ali montado para um evento qualquer. Já passava da meia noite quando, enfim, voltamos para casa. As meninas logo dormiram e fui cobrar o porquê daquela ligação:
- Ah, mor, eu tava tão feliz…
- Há! Não diga… Eu nem notei isso, sabia? Aliás, nem eu, nem o juiz, nem os serventuários do gabinete dele…
- Nossa… Desculpa! Desculpa, desculpa, desculpa…
Comecei a rir para aliviar a tensão e ela fez o mesmo, embora não tenha me convencido tanto:
- Então, vamos dizer assim que a minha conversa com o doutor Galeano tenha sido melhor do que eu imaginava e eu fiquei tão feliz, mas tão feliz, que tive que ligar no mesmo momento só para te dizer o tantão que eu te amo.
- Joia… Mas da próxima vez, se eu não te atender, não insista! - Frisei, sempre sorrindo: - Porque eu posso estar justamente um pouquinho ocupado com alguém, entendeu?
- Entendi… Desculpa!
- Chega! Para de pedir desculpa, caramba!
- Tá bom! Desculpa… - Ela falou novamente, mas agora com um sorriso malicioso nos lábios.
Resultado é que nos atracamos na cama como há tempos não fazíamos. Quando vimos que aquilo iria descambar para um sexo forte, ela se levantou para se certificar se as meninas dormiam. Assim que ela voltou, fechou a porta, pulou na cama e já puxou minha bermuda para baixo, caindo de boca em meu pau. A velha Nanda parecia estar de volta, sedenta, carente e disposta a reescrever um novo capítulo em nossa história com os mesmos versos que soaram em nossos melhores momentos. A chupada estava tão boa e intensa, além de variada no estilo, que eu tive que segurá-la pelos cabelos ou eu gozaria cedo demais. Só então ela me olhou, mas parecia inconformada:
- Ah… Você vai ter que se virar nos trinta, mor, porque eu tô muito necessitada.
Puxei-a pelos cabelos até colocá-la olho a olho comigo e a beijei com intensidade, tomando-a em meus braços. Ela estava realmente fervendo, parecia até ter febre naquele momento. Conforme eu a acariciava, percorrendo seu corpo com minhas mãos, ela retribuía, mas quando cheguei nas zonas erógenas, em especial sua vagina, sua respiração começou a se transformar:
- Mor, não faz issuuuuuii… - Reclamou quando passei a alisar seu clítoris.
- Faço! Ô se faço… - Retruquei, sorrindo, olhando para ela que agora mantinha os olhos fechados, curtindo aquele contato: - Não foi você que pediu, então agora aguenta!
Ela realmente estava no auge da excitação, tanto que, enquanto meus dedos ainda trabalhavam, começou a rebolar, tentando fugir ao meu toque. Posicionei uma perna entre as dela, de modo que ela não conseguisse fechá-las e insisti, fazendo Nanda gemer abafado para não acordar as meninas. Desci beijando seu pescoço, seios e barriga, mas ao tocar seu clítoris com minha língua, imaginei que ela fosse tentar fugir para não gozar rapidamente. Que fugir o quê! Ela me agarrou a cabeça e passou a esfregar sua buceta em meu rosto. Ela já estava totalmente úmida, praticamente transbordando e me molhou todo. Adorei! Quando consegui recuperar um pouco da dominância, passei a lambê-la, chupá-la e sentir todos aqueles deliciosos odores de uma mulher no cio. Ela não durou mais que cinco minutos e gozou forte, chegando a molhar o lençol de nossa cama. O que eu pude beber, bebi, mas uma boa parte se perdeu no tecido macio que cobria nosso colchão.
Ela estava ainda respirando forte, com os olhos fechados, curtindo os espasmos do orgasmo que teve quando eu me posicionei em meio as suas pernas e ajeitei meu corpo de modo que meu pau ficasse na altura de sua buceta. Ela ainda estava com os olhos fechados quando comecei a roçar a cabeça dele em seu clítoris. Na terceira ou quarta roçada, ela abriu os olhos e me encarou com um desespero na alma:
- Ai, mete, vai! Eu quero… quero muito! Me come de jeito, do jeito que eu mereço. Vai!
- Não sei se anda merecendo… - Brinquei.
- Eu mereço, eu preciso e você também! Ai… Me fode, mor… - Sussurrou com uma voz rouca em meu ouvido: - Mostra para esta safada quem é o seu macho e o amor da sua vida de verdade!
- Depende… E quem é ele?
- Você, seu bocó, sempre foi você! - Disse e me encarou novamente, com um certo temor nos olhos que eu entendi bem em seguida: - O Rick não é ninguém comparado a você, nunca foi. Me perdoa se eu te magoei, mas é você o meu amor, sempre foi e sempre será, aconteça o que acontecer.
Aquilo era música para os meus ouvidos e a penetrei sem pestanejar. Pensei em ser carinhoso, ir devagar, pois o momento pedia amor e não apenas sexo, mas ela estava tão molhada que meu pau entrou sem qualquer dificuldade só parando quando nossas púbis estavam coladas. Ela deu um suspiro profundo, fechando os olhos e arqueando a cabeça para trás, curtindo cada milímetro daquela penetração. Vê-la tendo tanto prazer, me causou um frisson e comecei a me movimentar para dentro e para fora suavemente, mas sempre com cadência e profundidade. Ela respirava forte, curtindo o momento, e passei a alternar os movimentos, ora rápidos, ora lentos, ora rasos, ora profundos, além de, às vezes, também jogar meu corpo todo para a frente, fazendo com que nossas púbis se roçassem mais intensamente. Foram minutos calmos e deliciosos, mas ela, sem aviso algum, entrou numa convulsão de um gozo tão forte que foi necessário cravar suas unhas em minhas costas para que ela se sentisse segura do que estava acontecendo. Eu também merecia gozar e acelerei os movimentos, agora tentando obter um momento só meu, mas ela arregalou os olhos, olhando ferozmente o teto da nossa suíte, enquanto gemia de uma forma rouca em meu ouvido, emendando dois ou três orgasmos em seguida, até que consegui o meu próprio, inundando o fundo de sua vagina:
- Aaaaaaiiiiiii… Isso! Goza gostoso em mim! Me enche com essa sua por… essa… sua… ai… ai… Ahhhhhhhhh! - Gemeu alto, enquanto tentava rebolar o quadril embaixo de mim, tomada por aquele frenesi gostoso de um orgasmo forte.
Tombei de lado assim que meus espasmos cessaram, deitando-me de costas, agora de olhos fechados enquanto recuperava o controle da minha própria respiração. A Nanda se virou de lado e jogou um braço sobre o meu peito e uma perna sobre a minha púbis. Passou a me beijar o rosto, grata por aqueles orgasmos, mas, sejamos francos: num sexo bem feito, onde todos aproveitam, não há o que se agradecer, apenas comemorar. Ficamos em silêncio, apenas nos curtindo com carinhos e toques sutis, suaves. Pensei que fôssemos dormir naquela posição, mas estava enganado:
- Posso te falar uma coisa? Mas eu preciso que você me escute sem se estressar. É uma confissão que tenho a fazer… - Disse com uma solenidade incomum para o momento.
Aquilo me deu uma sensação ruim depois de todos aqueles bons momentos e fui sincero:
- Tem que ser agora? A gente está tão bem, se curtindo tanto… Tem certeza que quer falar mesmo sei lá o quê?
- Por favor…
- Ai, meu Deus! - Resmunguei e me virei de lado, ficando de frente para ela: - Fala, Nanda, joga a bomba!
Ela me encarava com uma certa preocupação e respirou fundo, duas vezes, antes de continuar:
- Eu gosto do Rick…
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NAO SER MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.