Oi, gente?
Deixa logo eu dizer uma coisinha: eu sou uma crosdresser ou cdezinha ou popularmente chamada de transexual. Meu nome é Bruna Bianca. Se você não gosta de trans ou de homem que virou mulher saia imediatamente dessa história que vou contar.
Eu vou começar essa história como homem. Nasci em um lar feliz de pais professores do ensino médio. Comecei a estudar bem cedo e sempre fui nota dez em português e matemática. Minha vontade também é ser professora.
Na minha adolescência eu era um menino como outro qualquer. O que sempre me diferençou dos outros meninos foi que eu deixei meu cabelo preto crescer naturalmente. Por genética eu era magro, branco, mas minha cintura era diferente das dos outros meninos. Era mais fina. Outro ponto diferente era a minha bundinha. Apesar de eu ser magro, a minha bundinha era bem redondinha e grande, saliente. Isso me rendia brincadeiras de mau gosto tais como a de que eu era gay, boiolinha, Bruninha. Os meninos perguntavam se eu queria chupar no pau deles, se podiam comer meu cuzinho e etc.
Eu jogava futebol com os meninos todas as tardes. E batia bem uma bola. Tinha também uma namorada. Ela era apaixonada por mim. Perdi o meu cabaço de homem com ela. Ela é uma linda mulher! Morena; delicada e apaixonada de corpo e alma por mim. Eu gosto dela como pessoa... mas como mulher tornou-se insuportável. Ela sempre quis práticas sexuais que eu não conseguia fazer. Aquilo me enojava. Ela queria que eu chupasse a buceta dela. Ela chegava a brigar e chorar porque queria me dar o cuzinho e eu não queria. Eu não gostava. Eu até fazia sexo convencional com ela, mas eu não me sentia completo. Ela queria ter filhos comigo. Mas eu não me sentia preparado.
Eu não tinha sonhos eróticos com homens. Eu já entendia que não gostava de sexo com mulher, mas também não sentia atração sexual por homens. Certa vez roubei um vestido dela e despretensiosamente eu o vesti em casa diante do espelho. Soltei o cabelo e involuntariamente me vi como uma verdadeira mulher. Peguei escondido o estojo de maquiagem da minha mãe e, como se eu tivesse feito aquilo a vida inteira, me maquiei. Uma maquiagem leve. Eu vi ali no espelho uma mulher. Linda! Naquele momento eu me denominei uma transformista. Era isso. Eu era o Bruno. Sim, o menino Bruno que se parecia muito com uma menina. E me veio a mente: “Ei, eu posso ganhar dinheiro me transformando em menina. Sim, garota. Nesse momento você é a Bruna.” Pensando assim, ainda menor de idade, fui numa boate gay que tem aqui perto de casa. É um bar normal, mas que de noite, lá nos fundos, funciona a boate lgbt. Interessante o que dar de homens casados à procura de sexo com trans. Consegui falar com a dona da boate pra me deixar dançar lá. Ela não pediu documentação. Apenas quis saber a minha idade. Era totalmente clandestino. Eu disse para ela que eu era homem. Tudo o que eu queria era ganhar dinheiro com o meu transformismo. Na minha mente aquilo que eu estava fazendo era uma arte. Ela aceitou.
Com um único vestido e com uma sandália preta também roubada da minha namorada eu sensualizei dentro da boate dançando em cima do balcão. Tinha uns seguranças para não deixar os homens atacarem a gente.
De dia eu estudava e quase todas as noites eu ia dançar. Comprei muitas roupas femininas, maquiagem, acessórios e deixava tudo escondido dos meus pais. Foram três anos de trabalho escondido. Dava para eu me manter sem tá sugando as finanças dos meus pais. Mas algumas vezes minha mãe me deu muita porrada porque eu passava a noite fora sem avisar. Tudo o que eu escondia era o rosto para que ela não me acertasse ali. A minha beleza era o instrumento de trabalho. Mas pense numa mulher chata a minha mãe, mas pense no amor imensurável que eu tenho por ela. Mas na minha mente, tudo isso era apenas trabalho. De dia eu era o Bruno jogador de futebol com a galera. No colégio eu era o Bruno queridinho da professora de português e vítima das garotinhas que se apaixonavam por mim. Meus cabelos longos eram sempre escondidos por um boné.
(Uma curiosidade sobre mim)
Eu descobri que brincar com meus mamilos me dava muito prazer. Eu ficava imaginando como seria amamentar. Se eu fosse mulher? Eu gostaria de dar de mamar. Penso que um dia a minha namorada tentou chupar meus mamilos. Foi horrível! Nunca mais eu quis que ela tocasse nos meus mamilos. Era uma área muito erógena no meu corpo. Eu ficava brincando com eles por horas imaginando que era uma boca mamando. Outro ponto muito prazeroso no meu corpo era meu cuzinho. Eu descobri por acaso. Eu sempre gostei de me depilar. Um dia fui depilar o cuzinho e quando terminei passei o dedo e senti algo gostoso. Nunca sentira antes. Não era vontade de dar o cuzinho. Isso nem me passava pela cabeça. Eu nunca pensara em homem me penetrando. Nunca pensara em beijar uma boca masculina. Nunca pensara em ser abraçado, beijado, tocado e penetrado por homem. Tudo o que eu fazia era trabalho. Eu me vestia de mulher para trabalhar e ganhar uma grana.
Eu metera o dedo na boquinha e ficara massageando meu cuzinho. Fora uma sensação tão prazerosa que eu ejaculara como nunca. Mas eu entendera naquele momento que tal prática era apenas para o meu prazer solitário. Eu jamais aceitara isso vindo da minha namorada. Aquela prática solitária era apenas para o meu prazer. Só para mim.
Não sei o que fiz de errado, mas as coisas fugiram do controle. Eu tive que “matar” o Bruno dentro de mim. Foi como um escritor matar a personagem que ele mais ama. “Matei também a minha namorada. (gente, isso é tudo metáfora. Eu não mato uma barata). O Bruno foi o início de tudo. Sinto saudades dele. Mas tive que trazer à tona a Bruna. Bruna Bianca. A mulher. Eu sou minha melhor versão feminina. Eu sou linda! Mas o Bruno é inesquecível!
(Como tudo começou)
Mudou-se para vizinho à minha casa um homem. É um homem! Era negro. Um negro de traços finos. Muito bonito. Corpo atlético. Eu o achei bonito? Sim, achei. A Anjelina Jolie eu acho linda demais. A Paolla Oliveira é uma deusa. Ma sexualmente elas não me inspiram em nada.
Numa tarde eu fui jogar o futebol. Sempre de boné para esconder o cabelo. No campo eu já era conhecido como o gay. Hilário isso. Sempre na formação do time eles diziam: “chama o viadinho”. Às vezes eu dizia: “Quando eu comer o cu da tua irmã aí eu quero ver tu me chamar de viado, filho da puta.” Ás vezes eu perdia a cabeça. Eu não era gay. Eu nunca nem olhara para um homem com segundas intenções. Ao que eles respondiam: “É mais fácil a irmã dele comer o teu cu.” Que horror!
Nessa tarde precisávamos completar o time. Eu olhei pro lado e o meu vizinho estava em pé lá fora do campo. Era novato. Eu chamei: “Ei, negão, bora jogar”. Mano do céu. Eu branquinho e chamando o rapaz de negão. Ele aceitou. Ele era alto, forte. Pela primeira vez me peguei olhando para ele, suado. Alguém gritou: “Ei, viado, para de tá admirando o cara. Pega a bola, filho da puta.” Gente, um diabo daquele falar isso, merecia umas porradas boas.” “Eu estou admirando a puta da tua mãe”, foi o que eu disse. O meu vizinho me segurou pelo braço e disse: “Bora, garoto, a gente tá ganhando.”
Na verdade nós ganhamos aquela partida e depois fomos tomar refrigerante. Fiquei conversando coisas aleatórias com vizinho e fomos embora juntos. Ele era muito gato. Mas de boa.
À noite eu fui trabalhar. Eu sempre ia como Bruno. Lá pelas tantas eu estava dançando no balcão e vi de relance o meu vizinho. Estava só numa mesa. Uma garrafa de cerveja. Eu nunca tinha visto nenhum conhecido meu naquela boate. Quando terminava minha apresentação eu saía como Bruno. Ninguém associava a BrunaB (era o meu nome na boate) ao menino Bruno. No entanto, o meu vizinho acenou para mim e fez uma bandinha do coração com a mão. Como ele tinha me conhecido?!
Depois que saí do trabalho fui lá com ele. Eu era a BrunaB.
“Você é linda! Nem parece o Bruno, querendo brigar nos campos de futebol da vida”
Eu o fuzilei com um olhar negro. Tenho olhos pretos.
“Como me reconheceu?” Eu estava com uma vontade imensa de chorar. Meu mundo caiu naquele momento. Um homem me chamando de linda?! Ele tocou minhas mãos e eu não tive coragem de recusar. Ao que ele perguntou: “Você está bem? As mãos estão geladas.” Nós ficamos trocando olhares fixos. Eu nunca vou esquecer uma música do Zezé Di Camargo que o DJ colocou. Ela diz assim, no começo: “Diga logo o que te trouxe aqui? Fala que eu tô louco pra saber...” E o refrão diz assim: “Será que foi saudade que te machucou por dentro, que te fez por um momento entender de solidão?...”
Quando dei por mim estávamos dançando no salão. A BrunaB e aquele gigante. Minha cabeça batia no peito dele. Dançávamos música sertaneja. Românticas. Agarradinhos. Naquele momento o Bruno ainda estava comigo, mas não disse nada. A BrunaB dominou a situação. Meu corpo fervilhando. Eu estava com muito tesão. Ele me apertado assim como se estivesse apaixonado por mim. Minha cabeça batia na altura do peitoral másculo. Eu olhava para o alto para vislumbrar sua beleza e o apertava. Numa hora paramos e ele me beijou na boca. Um homem beijando a minha boca?! Eu nunca tinha sido tocada por um homem e nunca tinha tocado em homem como agora. Que beijo! Uma boca tépida. Um sonho. E a BrunaB não queria sair daquele sonho. Ficamos ali como dois namorados. Não adiantava nada eu dizer para ele que tudo o que eu estava vivendo com um homem era inédito. Ele não iria acreditar. Chegou a hora de eu ir para casa. “Preciso ir embora” Outro longo beijo de língua e carícias discretas. Principalmente de mim para ele. “Te levo em casa” Amei. “Vou me trocar” Outro beijo na boca. “Quero você assim, Bruna. Linda, gostosa, maravilhosa.”
Fui pegar a minha mochila e saí com o meu namorado pela porta da frente da boate. Ele estava de moto. Eu agarrei ele com força. Era a primeira vez que eu desejava um homem. Ele parou um pouco ante de casa e ficamos namorando por um bom tempo. Minha mãe ligou e eu disse para ela que estava na casa de uma amiga e ia dormir lá. Depois de um tempo eu disse: “Você se importa de me levar na casa da minha amiga? Eu vou dormir lá.”
Eu senti as mãos dele acariciando a minha bundinha. “Por que não dorme na minha casa? Prometo que não vou assediar você.” Eu falei com a voz do Bruno: “Tá bom. Se você promete. Sabia que você é lindo?” “Você tá dizendo eu acredito.”
Fomos para a casa dele. Ninguém me reconheceria entrando na casa do vizinho já que todos ali conheciam o Bruno.
Gente, vai fica muito longo. Vou parar por aqui, mas já vai ter a continuação.
Acessem meu instagram: @brhunab