Tudo está desarrumado

Um conto erótico de Marquesa de Sade
Categoria: Heterossexual
Contém 708 palavras
Data: 24/06/2024 19:02:45
Última revisão: 24/06/2024 19:31:50

O meu bebê cresceu. Se trata agora, de uma moça de 20 anos, revigorada, envaidecida. Sou um qualquer caipira, mas bem sucedido, empresário do campo. Chegaram essas modernidades por aqui, e ouvi dizer que em baile funk só rola putaria. As moças dançam, e vão até em baixo, rebolam o traseiro sem parar. Mas eu sou da “época quadrada”, e não vou suportar, minha filha ser passada como maçaneta, e de mão em mão, ir parar nas profundezas da devassidão.

Fui com minha patroa para o cinema, assistir um desses filmes de época, em que a gente tenta assimilar, a paz com a ausência de guerra, e a fome com escassez de recursos, constatando que a fuleragem e a exploração não tem época para acontecer. Pensando na minha guria, qua há pouco tempo era uma promessa de me substituir, e ser a rainha desses campos de soja. Mas o que ela quer administrar, é uma boa loja de roupas, daquelas que a cada palmo a menos no comprimento da saia, acrescenta-se uma onça no pagamento.

Chegamos, e estava tudo desarrumado. Pelo jeito, e pelo assalto à geladeira, onde estavam faltando dois terços da carga anterior de bebidas, tinha tido uma festinha no meu rancho. A louça na pia, mancha na mesa da cozinha, eram condizentes com uma farra nunca vista por aqui. Fomos até a sala, e o controle da tevê estava quebrado. Mas que raio de troglodita faria isso, talvez batendo para funcionar? Tinha resquício de champanhe, ou sidra de pior qualidade. E se fosse leite, o gatinho poderia lamber o chão. Minha esposa disse que não teria problema, e tratou de me acalmar num cafuné, e apressar-se em pôr na minha boca, algumas colheradas do musse que sobrou.

No nosso quarto, ela me tirou o sapato, fez-me as massagens por sobre a cueca, e vestiu a camisola, apenas para tirar depois. Nesse rala e rola que a gente ainda faz, e estava sendo feito mais uma vez, não me tirou a imagem de minha filha da cabeça. Sendo assim, quando despertei lá por 3 da manhã, fui no quarto da diabinha. Diante do espelho em que estava escrito: “devassa”, talvez produzido pela mesma, eu vi que o meu semblante de garanhão ainda era o mesmo. Por trás desse bigodinho responsável, ainda existe aquele “cabra da peste”.

Puxei o lençol, e ela estava sem calcinha, fazendo concordância com a peça íntima que vi sobre a penteadeira. Resmungou algo assim, e quase inaudível: “Você não me deixa?”. Como virou-se no reflexo do sono, eu me deitei de conchinha, e a minha cueca estava estourando, e começando a liberar o pau, que já não se reconhecia como pai. Não tinha mais parentesco, e pelo menos naquele momento, era uma homem de 40 e uma moça de 20 que estavam ali. Ela nem tão dormindo, e ele não totalmente acordado.

Depois de uns resmungos, facilitou a penetração por trás, e em respostas aos beijos no cangote, virou o rosto para o beijo meio de virada. Igual às putas de zona, a mocinha deitou a mão, e foi guiando o meu cacete, da buceta até o cu, quando pareceu não ser a primeira vez que ela fez isso. A gozada, caso ela viesse, não seria a primeira da noite. Mas eu não queria gozar, e travei, pois sabia que a magia iria passar, reincorporando o senhor de terras, careta e insensível de sempre. A ejaculação veio mesmo depois, quando já sem a patroa na cama, eu acordei espumando esperma na calça. Levantei para tomar banho, e desci para a cozinha.

Lizinha estava na mesa, e comia o pão com felicidade. Arquei para fingir amarrar o cadarço, e constatei que não era um sonho, pois que estava usando uma calcinha, pelo menos da mesma cor que eu vi sobre a penteadeira, e agora por baixo da saia. Sentei à mesa, e enquanto minha mulher despejava da garrafa o café na minha xícara, minha filha me informou:

- Papai, sonhei com o senhor nesta noite, e estava mais carinhoso do que o normal.

Olhei para ela, e na certeza de que estava sendo irônica, questionei:

- Será que o sonho não começou agora?

E percebi que nada, mas nada mesmo, estava no seu devido lugar.

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Foto de perfil de Marqueza de SadeMarqueza de SadeContos: 34Seguidores: 14Seguindo: 0Mensagem Sou de Astorga, e qualquer título com nome de música de Chitãozinho e Xororó não é uma mera coincidência.

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