Estávamos preparando o terreno, Eric estava muito nervoso por conta do sequestro da Nina, eu estava puto até as bolas e só desejava acabar de vez com aquele bandido do Ernando, ela estava correndo perigo de vida e eu não podia sequer ligar pra alguma autoridade competente, a não ser pro marido dela, mas eu temia que ele escancarasse demais as buscas e comprometesse a missão. Enquanto eu estava com o telefone na mão, Eric apareceu e disse: “Ele mandou o local do encontro, insistiu pra eu ir sozinho, você não deve se envolver nisso, Emerson, ele é osso duro de roer!” Nisso, eu pirei, ele achava mesmo que eu ia ficar de braços cruzados sendo algum tipo mensageiro enquanto minha irmã estivesse em poder de um lunático? Olhei pra ele desacreditado e disse: “Não adianta, Eric... eu não vou ficar aqui, eu não posso deixar que ela pague pelos meus erros...” Nisso, Eric me interrompeu: “Erro? Acha que nossa relação é um erro agora? A essa altura do campeonato?” ele estava muito abalado e sensível também, compreensível, mas eu me aproximei dele, abracei e beijei-o afirmando: “não, amor, não é isso! Eu digo erro porque não tomei as devidas precauções, entende? Agora que você está divorciado, os riscos aumentaram e eu... perdi o meu caminho... eu não posso me omitir, então, se for preciso, eu me entrego, digo que sou eu quem ele quer, vou chutar o pau da barraca, desde que ele solte a Nina...” Eric tomou um susto com isso e disse em tom de nervosismo: “tá maluco, cara? Você não sabe do que tá falando! Se contar pro Ernando que tu é o motivo de eu estar assim agora, ele vai te retalhar, te meter bala ou pior... com mulheres ele age um pouco diferente, mas com gays ele não tem filtro, ele faz o que tem que fazer, entendeu? E eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com você, amor... Sua irmã me mataria e eu morreria de desgosto, eu morreria duas vezes... e eu não quero viver num mundo onde não tenha você...” Apesar das palavras de aviso eu insisti: “já tá decidido, Eric... eu vou com você, mas antes, preciso fazer uma ligação...” Eric se afastou aflito, esperou que eu desse o tal telefonema, enquanto isso, ele estava mexendo em seu celular como um louco, teclando sem parar, parecia algo compulsivo, confesso, mas resolvi logo agir.
Liguei pro Julian. Ele atendeu: “Hola, Emerson, ¿como esta? ¿Dónde está Nina?” na hora eu não soube o que dizer, eu estava nervoso, eu abria o jogo ali mesmo ou enrolava? Mas a essa altura mandei logo a real:
EMERSON: Escucha Julián, Nina está en problemas, la secuestró un loco y necesita nuestra ayuda... (Escuta Julian, a Nina tá numa enrascada, um lunático sequestrou ela e precisa da nossa ajuda...)
JULIAN: ¿Como es? ¿A qué te refieres con secuestrado? ¿Qué hizo ella? ¡Explícame esto, hombre! (Como é? Como assim sequestrada? Me explica isso direito, cara!)
EMERSON: Todo es culpa mía Julián, lo siento, comencé a salir con un chico casado, luego rompió y ahora su hermano está con mi hermana porque cree que la mujer que le volvió la cabeza a este chico es ella, cuando en realidad la verdad es que yo... Ella quería implicarse y ayudarnos, ya sabes cómo es. El caso es que necesito ayuda, Eric, el chico con el que estoy, se enfrentará solo a su hermano, pero no lo dejaré. ¡Por favor, Julián, deja todo lo que estás haciendo y ven aquí ahora! ¡Esperaremos por ti! (É tudo culpa minha, Julian, eu sinto muito, eu comecei a namorar um cara casado, depois ele se separou e agora o irmão dele está com a minha irmã porque ele acha que a mulher que virou a cabeça desse cara é ela, quando na verdade sou eu... Ela quis se envolver e nos ajudar, você sabe como ela é. A questão é que eu preciso de ajuda, o Eric, o cara que está comigo, vai enfrentar o irmão sozinho, mas isso eu não vou deixar. Por favor, Julian, para tudo o que você tá fazendo e vem pra cá agora! Vamos te esperar!)
JULIAN: ¡Muy bien, Emerson! ¡Estoy llegando! (Tudo bem, Emerson! Estou chegando aí!)
Deliguei o telefone ainda com as mãos tremendo, Eric ouvira toda a conversa, se aproximou de mim e disse: “caralho, Emerson! Não sabia que mandava tão bem assim no espanhol! Eu te daria um beijo agora, mas tô tão...” nem deixei ele completar a frase e larguei o maior beijão naquela boca linda dizendo: “um beijo seu vale em qualquer momento, Eric... e quando se trata da família, eu falo até em japonês! Eu fui bem?” Ele respondeu: “muito! Tô besta, cara...”, com toda aquela muvuca, informei a ele a situação atual: “acabei de falar com o marido da minha irmã, o Julian, ele disse que tá vindo pra cá, e amor, eu tive que contar a verdade, toda ela, resumida claro, mas nosso foco principal agora é salvar Nina...” ele me olhou com um olhar compreensivo: “eu entendo, baby... mesmo porque já tô divorciado e apesar da minha reputação, você sabe, pelo menos você só contou pra ele, né? Que mal pode fazer?” Mal ele acabou de dizer isso e BLAM! Alguém arrombou a minha porta e eram dois caras bem altos, engravatados, eram negros, fortes e com uma cara nada amigável. Nisso, Eric deu um pulo e se preparou pro ataque, quando entre os dois brutamontes apareceu o Julian, que disse: “¡Perdón por el susto y la puerta, Emerson!” (Desculpem pelo susto e pela porta, Emerson!) Eu disse nervoso: “¡Julian! ¿Valió la pena golpearlo? ¿Por qué invadir así? Somos los buenos, ¿recuerdas? ¡Derribaste mi puerta!” (Julian! Custava ter batido? Pra que invadir desse jeito? Somos os mocinhos, lembra? Você quebrou a minha porta!). Eric, ao presenciar tudo aquilo disse com raiva: “eu pensei que fossem bandidos, caramba! Esse cara é da máfia, Emerson?” O Julian, ao ver tudo isso, olhou para o Eric e depois para mim com uma cara desconfiada, ao que eu respondi: “Calma, Eric! Esse é o Julian, marido da Nina, ele tem esse costume de andar com guarda costas quando viaja, entendeu? Agora se acalma!” Dito isso, me aproximei do Julian, mas quase não consigo, pois os dois truculentos se meteram na frente, mas ele fez um sinal pra eles se afastarem, alegando que eu era um cara do bem, ou algo do tipo, então, cheguei perto e disse baixinho: “me alegra que hayas traído las tropas, gracias por llegar rápido, solo vamos a intentar hablar en portugués porque Eric no entiende muy bien el español, ¿te parece bien?” (Que bom que trouxe a tropa, agradeço que chegou rápido, só vamos tentar falar em português porque o Eric não entende muito bem espanhol, tudo bem pra você?)
E assim, meu apartamento virou um conselho de guerra naquele momento, Eric forneceu a localização precisa do cativeiro de Nina e Julian colocou no celular em um aplicativo especial, calculando a rota mais segura para que pudéssemos invadir com mais segurança. Eric estava falando no celular no canto da sala, e assim que me aproximei dele, ele desligou, confesso que achei aquele comportamento estranho, então perguntei: “tava pra ligando pra quem, amor?” Ele respondeu: “Era o Ernando... ele disse pra eu me apressar senão, ele disse que vai começar a “provar a mercadoria...” Nesse momento, Julian, que estava na mesa com seus guarda-costas, parece ter ouvido e disse: “preci... precisamos ir...” Ele se enrolava um pouco no português, então eu disse: “Júlian, necesitamos más ayuda...” (Julian, precisamos de mais ajuda), sendo assim, nos reunimos todos e saímos dali para salvar a Nina das mãos daquele psicopata, nos deparamos com dois carros pretos executivos, então eu perguntei atônito: “Eric, em qual deles?” Eric espantado respondeu temeroso: “Isso só vai chamar a atenção dele, pessoal...” Julian e seus guarda-costas se entreolhavam meio acabrunhados, pensando em como ele poderia ter razão, então, ele disse alguma coisa para os seus homens em voz baixa, então um deles entrou em um dos carros e arrancou dali na velocidade da luz.
Quando eu e Eric estávamos no carro com o Julian, o telefone dele tocou, e era o Ernando! Imediatamente ficamos em silêncio para ouvirmos as novas diretrizes dele, quando Nina gritou: “Não se preocupem comigo!” Claro que naquele momento eu não estava pra brincadeiras, então eu esbravejei: “se você encostar as suas patas sujas na minha irmã, eu juro que eu te mato!!!” Eric já estava com os nervos à flor da pele, ele queria aquilo tanto quanto eu, mas disse: “Eu já tô chegando, cara! Não faz nada com ela! Esfria essa cabeça!” Julian estava ouvindo tudo ao volante mas não podia dizer nada, para que a operação não fosse por água abaixo e o pior acontecesse, mas eu fiz o possível para acalmá-lo, então Ernando disse: “o tempo tá passando, vacilão! A mina aqui não tem muito tempo! Brota logo aqui, falou?” Já estávamos a poucas quadras do tal local que Ernando tinha mostrado pro Eric por foto, era uma casa de alvenaria abandonada, uma fachada coberta por plantas e muitos pedregulhos ao redor, parecia ser o esconderijo perfeito pra aquele lunático se esconder, então, depois que ele desligou o celular, o GPS avisou que estávamos a apenas 500 metros do local, então eu disse: “Julian, para aqui!” Na mesma hora ele freou., descemos todos. Eric foi logo dizendo: “tá na minha hora, gente... eu tenho que ir daqui sozinho, Emerson, fica aqui com o Julian...” Julian imediatamente tirou uma arma da cintura e quis entregá-la para o Eric, quando eu disse: “Uma arma? Acha mesmo que ele não vai te revistar?” Ao ver aquela cena, Julian interrompeu: “E se o cabrón tambiem estiver?” Na hora eu saquei que ter uma arma não era tão ruim assim, mas ainda assim, eu não tinha coragem de deixar ele ir sozinho, e se algo acontecesse de pior com o meu homem? Foi quando Eric me abraçou forte, depois me beijou e disse: “eu prometo pra você que eu volto! E prometo que vou trazer a Nina sã e salva... realmente eu sinto muito...” Julian estava com lágrimas nos olhos, afinal, era a esposa dele em poder daquele maníaco, então ele disse pro Eric: “apurate! Salve Nina! Confío en tí!” Eu pude ver a confiança nos olhos dele, mas ainda assim o medo insistia em me manter refém de um futuro triste, mas eu não deixei que aquilo me abatesse, eu já tinha chegado até aquele momento, não ia voltar atrás, agora era matar o ou morrer!
Enquanto Julian e eu estávamos do lado de fora do carro esperando notícias, eu me virei pra ele e disse: “No puedo esperar!” Ele também parecia inquieto, então combinamos de nos aproximar um pouco mais do local do cativeiro, mesmo temendo o pior, não queria deixar o Eric sozinho, mesmo que eu tivesse que levar uma bala por ele, e de quebra salvar a Nina, faria isso com certeza. Com as coordenadas no celular avistamos de longe o tal lugar, exatamente como o da foto. Não havia ninguém do lado de fora, nem capangas, o que pelo menos era uma boa notícia, Eric já estava lá dentro. Julian ficou escondido, enquanto eu me aproximava ainda mais da casa, morrendo de medo de ser visto, apesar do Ernando não fazer ideia de quem eu era, mesmo assim eu ainda estava cauteloso, quando de repente, ao chegar mais perto, comecei a ouvir vozes vindas de dentro da casa, e era a voz do Eric: “Eu já falei, cara! Eu já tô aqui! Solta a garota! Ela não tem nada a ver!” Eu não podia acreditar na relativa calma na voz dele, tendo em vista que ele poderia estar armado e ameaçando os dois a essa altura. Mesmo assim o maluco disse: “Claro que ela tem a ver, seu otário! É ela a culpada do fim do teu casamento! Essa desgraça só aconteceu por culpa dela! Mas não pensa que eu vou aliviar teu lado, não, meu parceiro! Tu também tem culpa no cartório!” Enquanto eu ouvia aquela gritaria generalizada, decidi entrar com todo o cuidado dentro da casa, tinha uma porta dos fundos com o cadeado enferrujado, então foi só eu tocar nele, e ele caiu, fazendo a tranca se abrir. Então, com todo o cuidado, abri a porta, com medo dela ranger, mas ainda bem que não... era um local escuro, mas uma clareira iluminava o caminho, sendo esse o local onde eles estavam, então, parei bem perto da porta e continuei a ouvir a conversa dos dois. Quando o Eric disse: “Mano, deixa de onda! Tu pegou a mina errada! Não é ela!” Mas não importava o que ele disse pra aquele psicopata, ele não acreditava, e Nina não podia dizer nada pra se defender, pois ela estava amordaçada, coitada! Eu já estava perdendo a paciência quando de repente... clec! Ouvi um barulho de arma, na hora pensei que fosse o Eric, mas na verdade era o Ernando: “Beleza, irmão! Pode dar adeus pra tua concubina!” Nesse momento, me desesperei, o que me fez tomar uma atitude drástica! Entrei com tudo no lugar e me coloquei na frente do Eric gritando: “Não é ela, seu lunático! SOU EU! EU! Agora solta a minha irmã! É a mim que você quer!” Na hora ele ficou confuso, pois não acreditara que um homem seria capaz de gostar de outro no sentido bíblico, por assim dizer, então ele de risadas e disse: “Fala sério, mano! Trouxe reforços? Quem é essa carinha aí? Um dos teus alunos? Mó comédia!” Nessa hora, eu tasquei o maior beijão na boca do Eric, ao que ele correspondeu, então tudo ficou claro! Ernando ficou tão desiquilibrado com a cena que quase deixou a arma cair, era uma de calibre 45 preta. Na mesma hora ele gritou com sangue nos olhos: “QUE PORRA É ESSA? Erickson! Esse viadinho te beija na lata e tu ainda deixa! Que putaria é essa, mano?” Na mesma hora, Eric toma coragem e fala: “Eu te disse! Não era ela! Eu amo esse cara aqui, seu otário! E não vou deixar você machucar ele! Vai ter que me matar antes!” nessa hora eu gelei! Ele tinha mesmo coragem de falar essas doideiras mesmo sob a mira de uma arma! Foi quando ele instruiu: “fica atrás de mim, Emerson!” Foi quando Ernando, apontando a arma pra gente disse surpreso: “Emerson! Então teu nome é Emerson? Qual o sobrenome?” Nessa hora Eric com raiva disse: “o sobrenome dele é: Chupa meu Pau!” Nessa hora o doido endoidou de vez! Ele apontou a arma pra nós dois, quando eu fui pra trás do Eric, não para me proteger, mas para sorrateiramente pegar a arma que estava em sua cintura, mesmo não sabendo como usar direito, eu ainda tinha uma chance, eu não ia deixar nenhum dos dois morrer por minha causa. Fiquei por uns minutos quieto, quando Ernando zombou: “Esse é o cara que voce trouxe? Não presta nem pra te defender, mané!” Nesse momento, puxei a arma da cintura do Eric e mirei no maluco e disse com todas as letras: “Engano seu, seu babaca! Eu sei muito bem defender aqueles que eu amo!” Eric se assustou com as minhas palavras, pois apesar da Nina estar inclusa na frase, ele nunca tinha ouvido isso de mim, o que deu ainda mais coragem a ele: “Meu namorado não brinca em serviço! Acabou o recreio pra você, meu chapa!” De repente, ouvi um estrondo do lado de fora. E do nada, uns cinco caras invadiram o local e todos armados! Nessa hora eu pensei: “o Julian não soube esperar! Puta merda! Já tava tudo sob controle!” Em resumo, cinco caras armados e eu apontando a arma pro Ernando, tínhamos mais poder de fogo do que ele agora! Ele agarrou a Nina pelo pescoço com a arma apontada pra ela dizendo: “Ninguém chega perto, porra! Ou eu mato a irmã desse baitola!” Um dos caras, um branco alto, cabelo e barba ruiva disse: “pode ficar parado aí otário!” Espera! Ele falou em português! Se esses não são os homens do Julian, então... Foi quando Eric disse: “Ainda bem que vocês chegaram a tempo, camaradas!” Um deles disse: “tamo junto, cara!” Foi aí que eu entendi o tal telefonema misterioso do Eric! ele estava armando essa emboscada, mas não me disse nada! Na certa ele já tinha um plano de resgate e agora eu estava ali entre a cruz e a espada aguardando um desfecho daquela situação.
Pra completar, Julian aparece de surpresa e pou! Acerta o Ernando no braço, que, irritado acaba acertando o Eric na perna, ele cai, eu fico louco, porque tive a impressão de que ele fosse morrer, foi quando eu peguei a arma, engatilhei e mirei na cabeça do Ernando, e rindo ele perguntou: “acha mesmo que um viadinho inútil como você vai saber usar isso em mim?” Na hora eu com o sangue fervendo disse: “você duvida? Eu desafio você!” Foi quando o cara ruivo chegou por trás e dominou o maníaco com facilidade, foi quando a arma dele caiu no chão e eu a chutei para o mais longe possível! Nina estava no chão, amarrada, eu imediatamente a soltei e tirei a mordaça da sua boca: “você está bem, hermana?” Ela me abraçou e disse: “ahora estoy! Vocês me salvaram! Amo vocês!” Eric, que ainda estava no chão disse:; “também te amo, Nina...” Foi quando eu me aproximei dele e finalmente respondi: “Eu também te amo, Eric!” Ele sorriu sem ligar pra dor do tiro, me abraçou e me beijou, foi quando o clima foi cortado pelo Ernando: “que nojo, meu irmão!” Então, um dos amigos do Eric deu um soco nele, fazendo ele calar a boca! Isso foi a coisa mais satisfatória que eu vi... Me voltei pro Eric e curioso perguntei: “então esses são os seus amigos da Marinha?” Ele sorrindo disse: “é isso aí, amor... eles não discriminam, são gente fina mas não dê confiança não... eles são uns pervertidos!” Nisso, o que tinha socado o Ernando disse rindo: “Não deixo você falar assim, camarada! Mas a gente tá aqui por vocês... precisando já sabe!” Era realmente uma irmandade de elite aqueles caras, se não fossem eles, talvez a gente ainda estaria preso ali.
Julian foi pra perto de Nina, foi quando eu ordenei que ele tirasse ela dali, pra decidirmos o destino o Ernando. Então Eric disse: “Eu devia te matar, bicho! Ameaçou a vida de uma garota inocente e a minha e a do Emerson! Mas meus caras já ligaram pra polícia! Dessa vez tu não sai tão cedo!” Ernando estava espumando de raiva, eu pude sentir todo o ódio dele por mim, ao me olhar com aqueles olhos avermelhados, esse era mesmo totalmente anti-gays. Depois que tudo foi resolvido, a polícia chegou, pegou nosso depoimento e foi concluído que o Ernando seria preso por sequestro, cárcere privado, e tentativa de homicídio, então a pena seria longa, o que me deixou mais tranquilo, apesar da péssima política brasileira, o delegado Saldanha nos garantiu que ele seria julgado por um magistrado honrado, sem atalhos, nem nada.
Saímos juntos dali, juntamente com a turma da Marinha, que nos deu carona em uma Hilux branca, um foi no banco da frente com o ruivo que estava no volante e os outros foram na parte de trás, para dar mais espaço pra mim e pro Eric, que ficamos no banco de trás do motorista. Estávamos mais unidos do que nunca, eu estava com a maior dor de cabeça do mundo naquele momento, então recostei minha cabeça no ombro ele, seu braço esquerdo me envolvia, me mantendo seguro, quando de repente, o cara que estava no banco do carona disse todo meloso: “huuumm, mas que casal apaixonado!” Eric mostrou o dedo da frente xingando ele: “vai se foder, Zeca!” Foram muitas risadas a caminho do meu apartamento, que já estava próximo. Descemos, agradeci aos homens: “aí, pessoal! Eu agradeço mesmo pela ajuda de vocês! Por terem se arriscado pra salvar a mim, o Eric e a minha irmã... vocês são demais!” Eles apertaram minha mão e foram embora. Eric subiu comigo até minha porta, quando eu perguntei cansado: “você não quer tomar um banho comigo?” Ele sorriu e disse: “eu que ia perguntar isso!” Então entramos na sala, tiramos nossas roupas, nos beijamos e eu disse ofegante: “que dia, heim... hoje eu tirei coragem de onde eu tinha pouca, você, com essa perna... MEU DEUS! Você ainda tá com essa bala na perna! O que a gente tá fazendo aqui? Temos que te levar pro hospital já!” Foi quando ouvimos bater na porta. Nos vestimos mais do que depressa, então abri, era o Julian, a Nina e um senhor de jaleco branco, foi quando eu perguntei: quem é esse? Nina respondeu: “esse é o doutor Walter, amigo do Julian, a gente trouxe ele aqui pra cuidar da perna do Eric, ele tá aí?” Foi quando ele apareceu na porta: “Eu tô sim! Tratamento particular? Vai me acostumar mal, hein, Nina...” Julian respondeu: “é o mínimo que puedo hacer por ustedes, amigos... salvaram minha mujer, su hermana...” Nisso, o médico deitou Eric no sofá com todo o cuidado, aplicou uma anestesia no local do tiro e então, retirou a bala, costurou o local da ferida, enfaixou e disse: “precisa ficar de repouso por alguns dias, rapaz...” Nina se aproximou da gente e disse alegre: “não tenho palavras pra agradecer o heroísmo de vocês, hermanos... Eric, agora sei que usted ama o Emerson de verdade e eu desejo tudo de bom nesse novo relacionamento de vocês, mas... tô curiosa: ahora vocês são namorados ou marido e.... marido? Porque bater boca com o Vaticano a essa altura não vai rolar, né?” Eric e eu rimos, foi quando ele colocou a mão no meu ombro e disse: “namorados... mais ainda precisamos traçar um plano pra aparecermos em público, mas a gente consegue...” Eu fiquei feliz de ver o quanto ele estava se esforçando pra fazer aquilo dar certo... eu tive medo de dizer ao Eric que eu o amava, mas agora eu sabia que, não importava o que viesse, eu enfrentaria tudo por ele, e ele por mim...
Nina e Julian fizeram um contive para nós visitarmos eles na Guatemala futuramente, dizendo que as passagens seriam por sua conta, o que parecia uma ótima ideia depois do fim do ano letivo, então aceitamos. Nina disse que iriam voltar pra casa daqui três dias, então, nos despedimos, claro que ela ainda ia aparecer pra uma despedida oficial, segundo ela, prometendo que iriamos ter um happy hour a uma noite dessas. Depois que todos saíram, Eric fez um esforço pra levantar pois a cama era mais confortável pra ele descansar, então, o ajudei a chegar lá. Tomamos um banho rápido, nos enxugamos e nos deitamos... senti algo se acordando entre as pernas dele e vi eu era o seu imenso cacete, que eu o agarrei e coloquei na minha boca, ele estava delirando de prazer, estava super duro, então eu aproveitei bastante. Não deu dez minutos e a leitada veio! Ele estava mesmo com vontade, pois o mingau grosso invadiu minha boca, me deixando mega cheio do seu leitinho doce... olhei pra suas bolas e vi que elas estavam murchas, pois o seu depósito de leite agora estava em outro lugar, dentro de mim, o que me fez me deitar no seu saco, beijando-o sem parar, foi quando ele disse: “eu nunca mais quero ficar sem você, Emersonzinho... meu biscatinho boqueteiro safado que eu amo!” Mesmo sendo romântico, Eric não deixava de ser desbocado, o que eu adorava, as duas partes dele unidas... eu era mesmo um cara de sorte, e a partir daquele momento, agora com ele legalmente livre, eu agora estava amarrado àquele bombado lindo e gostoso, o meu Eric...
CONTINUA...