2010. Mais uma noite quente de sábado no subúrbio do Rio de Janeiro, meu corpo pedindo putaria e minha mente idem. Mamãe tava de viagem em Paraty com o namorado dela e eu passava a maior parte do tempo a sós no apartamento em Madureira, por isso tinha o espaço livre pra tomar uma cerveja com o Marcelão quando a mulher dele ia pra Caxias e o bombeirão ficava sozinho.
Já tinha mais ou menos um ano que eu batia punheta pro cafajeste e ele não me deixava mamar, tampouco me comia, mas pelo menos o quarentão não gostava de desperdiçar gala e me permitia engolir suas leitadas fartas, gordas e com cheiro forte de cloro masculino. Além de toda a safadeza, a gente costumava terminar a noite num bom papo de vizinhos embalados pela cerveja gelada, com Marcelo sentado na cadeira de praia e o pezão no meu colo pra eu massagear, nós dois à vontade na sacada do meu apartamento.
- Mas aí vocês quase não se veem, tipo... Sério mesmo?
- É complicado, Bento. Só quem convive com meu moleque sabe como é problemático. Ricardinho só faz merda, não tem como defender. – ele suspirou, parou de morder o cordão de São Jorge, depois bebeu da cerveja no copinho americano, enxugou o suor e procurou confortar os pés nas minhas mãos.
- Meu Deus, Marcelo! Como você fala assim do seu próprio filho? Ele é seu filho, cara, sangue do seu sangue.
- Eu sei, viado. Ele é meu filho, justamente por isso que eu conheço a peça. Vai por mim, Bento, a melhor coisa que tu faz da vida é ficar longe do Ricardo. Depois não diz que eu não avisei.
- Ele é tão vacilão assim? – não consegui acreditar, pra mim pareceu apenas aquele velho exagero que os pais adoram fazer quando falam dos erros dos filhos.
- Ricardinho não sabe a hora de parar, Bento. Ó, vou te contar uma história. – o bombeiro respirou fundo, bebeu mais cerveja antes de falar e eu subi a mão ao seu sacão preto. – Na época que eu vivia sem regra e comia um monte de puta por aí, eu e Ricardo competia pra ver quem ia pegar mais mulher na pista. Tu acredita? Pai e filho passando o rodo em Nova Iguaçu, moleque. Teve uma vez que eu comi uma piranha de lá e depois ela foi dar a xereca leitada pro moleque comer, isso não existe.
- CARALHO, NEGÃO! – minha pele arrepiou e o corpo estremeceu quando processei o excesso de putaria em família. – E ele, comeu ela!?
- Espero que não. Seria a parada mais nojenta. Só de pensar que meu filho pode ter comido a buceta que eu enchi de leite... – ele fez o desabafo e seu caralho deu um pulo entre meus dedos.
Acho que nem Marcelão se deu conta de que disse uma coisa, mas seu membro fez outra. Deixei passar, porém fiquei com esse detalhe cravado na mente tal qual uma semente esperando a hora certa de germinar. Notas mentais.
- Entendi. Então quer dizer que o filho tem o comportamento do pai, é isso? – debochei e me deixei levar pelo perfume da Armani no ambiente.
- Cai na real, Bento. Eu sou um cara adulto de 46 anos, me banco, me sustento, sou capitão dos bombeiros. Chefe de família, tu sabe. Ricardo é um fedelho de 19 anos que mal saiu das fraldas ainda. Tudo que ele sabe fazer é se envolver em briga de torcida organizada quando tem jogo do Flamengo, só isso. Esse merdinha fugia do colégio pra sair na porrada com os moleques da outra escola, tu acredita? Briguento, todo estouradinho, arranja treta por qualquer motivo. Por isso que eu digo que não dá pra defender. E agora aprontou a última... – Marcelo revirou os olhos, cruzou os braços e desviou o olhar nessa hora.
- Ah, meu Deus. O que ele fez dessa vez?
- Tem duas mulheres lá de Nova Iguaçu que tão grávidas dele. Uma é a mãe, a outra é a filha. Mereço, Bento, mereço. Eu sou safado, reconheço, mas nem eu apronto uma dessa. – sua voz rouca ficou até firme.
- Caralho, você vai ser vovô?! Bahahah! Jesus! Cê não acabou de falar que vocês já comeram a mesma buceta, Marcelão?
- É totalmente diferente. Como é que ele vai bancar dois filhos de uma vez, se não se sustenta e nem trabalha?
Nunca se passou pela minha cabeça que Ricardinho estava mais próximo do que eu imaginava. Foi no dia seguinte mesmo, domingo, que eu voltei da padaria com a quentinha de frango assado na mão, cumprimentei Damião na portaria, peguei o elevador e vi a porta fechar na minha frente. Ou quase. Quando ia fechar, a mão morena entrou no meio, impediu o elevador e foi a primeira vez que eu me vi frente a frente com o novo morador do apartamentoOpa. Boa noite. – fui educado.
- Fala tu. – ele respondeu. – Valeu, irmãozinho. Fé.
- Nada, tamo junto.
O sujeito era magrelo, da pele escura, com tanquinho, descidinha na cintura e um porte de macho novinho que me tirou dos eixos. Ele tava sem camiseta, com a blusa jogada no ombro direito, óculos de sol atrás da cabeça, chinelos Kenner, bermuda tactel e o cabelo mantido curto, com reflexo loiro gema. A barbicha também loira, tomando o queixo e fazendo contraste com sua pele negra, além de dois riscos no canto da sobrancelha grossa, o semblante sério e um rádio Nextel tocando funk alto dentro do elevador.
- “Sou foda! Na cama te esculacho. Na sala ou no quarto. No beco ou no carro. Eu sou sinistro! Melhor que seu marido, esculacho seu amigo, no escuro eu sou um perigo!” – a música encheu meus ouvidos.
O som foi interrompido por uma chamada, o molecão atendeu e começou a desabafar como se eu não estivesse ali dentro pra escutar.
- Fala tu, menor? Porra, tô mermo. Cheguei, tô daqui já. Uma merda. Queria tá soltando pipa, mano, papo reto. Ruim daqui é que não tem uma xerequinha pra nós gastar pica, aí é foda. Madureira é o caralho, mó saudade de Nova Iguaçu. – o filho da puta apertou a bengala enquanto falava, sem cueca por baixo do tactel e com um puta cheirão de suor dominando o elevador.
- “É ELE! CARALHO, SÓ PODE SER ELE!” – minha mente gritou.
O dito cujo, o motivo das últimas dores de cabeça do vizinho bombeirão, o enteado da síndica, o primeiro e único filho do Marcelo. Sabe o que mais me pegou? 2010 foi o ano que as tornozeleiras eletrônicas se tornaram comuns no Brasil, e a primeira pessoa que eu vi usar uma ao vivo foi justamente ele.
- Ricardo? – minha boca falou sozinha e o moleque me encarou torto.
- Te conheço, irmão? Qual foi?
- É que você é a cara do seu pai. Cê é filho do-
- Marcelo. Sou mermo.
- Entendi. Eu sou conhecido dele. Bem-vindo ao prédio.
- Valeu, cria. Geral dá o papo que eu pareço com ele mermo, teheheh!
- Me chama de Bento. E toma cuidado que o pessoal aqui é bem fofoqueiro.
- Já é. – ele ficou me olhando meio desconfiado e eu admito que talvez tenha sido apressado demais, mas valeu à pena me apresentar ao garotão.
Depois desse dia, perdi as contas de quantas vezes cheguei do trabalho por volta das 18h, 19h, e encontrei Ricardinho dando chutes descontrolados com a bola na quadra do condomínio. Sempre solitário, acelerado, com o corpo magro exaltado, o tanquinho destacado no abdome e encharcado de suor. Acho que ele nem percebia que eu parava pra admirar seus momentos de extravasar e botar a raiva pra fora. Tava na cara que o pivetão odiava estar ali em Madureira, Marcelão provavelmente fazia o pai linha dura e o impedia de sair, porque não queria o filho arrumando problema no condomínio.
- “Coitado... Ele não vai durar muito.” – eu pensava comigo.
Mas o encontro que marcou mesmo foi o terceiro, esse foi o fatídico pra cravar minha amizade com o filho do Marcelão. Eu tinha me arrumado pra encher a cara na Papa G, peguei o elevador do prédio pra descer e lá estava o meninão conversando no Nextel com o colega de sempre.
- Me espera aí, cuzão, tô chegando. De baixo do viaduto, isso. Minha madrasta tá em Caxias, o coroa liberou a verba pra eu dar um rolé na Lapa, tu já sabe, né? Bora cair pra dentro de um puteiro e gastar pica. É hoje! Encher buceta de leite, molecote, até que enfim! Heheheh! – igual da outra vez, ele apertou o jiló cabeçudo na calça enquanto falou e se empolgou.
- “Esse cara tá doido pra comer buceta. Sorte é da safada que vai ficar de quatro pra ele hoje, que inveja.” – pensei.
Ricardinho tava de tenizão doze molas nos pés e o boné abaixado na cara, produzindo sombra e escondendo o rosto. Trajadão com blusão da Volcom, relógio no pulso, cordãozinho, calça justa nas pernas, o perfume da Dior exalando forte e um Q de Marcelão que me deixou instigado. Tal pai, tal filho.
- Então quer dizer que é hoje, né? – puxei assunto.
- É hoje, fechamento. Hoje eu só volto amanhã. Hoje eu quero comer cu das mina de olho azul, heheheh! – ele comemorou. – E tu , vai dar rolé também?
- Pois é. Tô saindo pra boate.
- Vai pra onde, irmão?
A porta do elevador abriu, eu respondi e só depois saí.
- Tô indo pra boate gay. Até mais, Ricardo. – joguei um beijinho e me despedi, nem fiquei ali pra ver a reação dele.
Uma noite de festa e bebedeira amacia qualquer um, não sobra espaço pra briga. Pelo menos não antes da 1h da manhã, quando geral ainda tá sóbrio. Passei horas fora do apê, dancei, enchi a cara, beijei na boca e só fui voltar perto das 4h da manhã, sozinho, bêbado e ainda pegando fogo. Cheguei no portão do condomínio, escutei barulho de passos atrás de mim, depois o assobio e finalmente ele apareceu de loló na mão e voltando da night.
- Caralho, moleque. A noite foi boa, ein? Tá com o pescoço todo marcado. Heheheh!
- Foi sim. Pena que não deu em nada e eu voltei pra casa sozinho. – desabafei.
- Foda. Merma merda. – ele admitiu.
- Ué, você não ia... Pra Lapa? Beber e comer puta?
- Qual foi, tu tava ouvindo? Tá ligado demais no meu papo, Bento. – o garotão me tirou de baixo a cima.
- Foi no elevador, não deu pra não ouvir.
- Sei... Tô ligado. Voltei pra casa sem comer uma piranha, cria, tô como? Doido pra foder. Piroca tá o aço.
A gente andou junto até à entrada do prédio, eu abri a porta de vidro pra entrar e ele não me seguiu, ficou parado me olhando. Perguntei se Ricardinho não ia subir, ele botou a mão no bolso da calça e tirou um baseado bolado.
- Bora queimar esse malvado ali na quadra comigo?
- Pô, eu não fumo maconha. Mas faço companhia.
Fui atrás do filho do Marcelão, ele seguiu pra quadra do bloco e nós ficamos a sós na arquibancada, sozinhos no escuro. Ricardo acendeu o beck, deu dois puxões, me passou e eu recusei.
- Sério, não fumo.
- Experimenta. Não vou te morder, tô aqui contigo. – o jeito honesto como ele me olhou me deixou curioso pra tentar e eu não pensei de novo, peguei o cigarrinho e fumei.
Passei poucos segundos achando que não ia dar em nada, devolvi pra ele, fiz fumaça e a primeira sensação foi das camadas de ar preenchendo o espaço ao nosso redor. De repente só existíamos eu e Ricardinho no universo e meu mundo se resumiu à sombra na arquibancada, nada mais.
- Tu tá legal, Bento?
- Até demais. Teheheheh! – fiquei soltinho além da conta.
- Tô vendo. Beheheh! – ele achou graça e fumou mais.
Parte da onda da maconha foi perder minhas inibições, ver as barreiras de pudor caírem por terra e manjar o volumão de pica que o molecote não parou de apertar conforme puxava a fumaça do baseado. Até que ele me encarou de canto de olho, percebeu que eu tava olhando pra piroca e abriu a boca.
- Saí pra comer piranha, mas como? Muito caro programa no Centro, tá maluco. Deu nem pro gasto, nem uma mamada gostosa ganhei hoje.
A noite silenciosa, a tensão sexual explodindo, ele mexendo a perna nervosamente, mascando o travessão e me olhando.
- Mamada? – perguntei.
- Ganhei nenhuma, parceiro.
- Cê quer... Uma mamada, é isso?
- Por que, tu vai mamar?
Cheguei pro lado dele e o moleque não hesitou, apenas abriu as pernas e se acomodou relaxado na arquibancada. Eu abri seu zíper, abaixei a cueca e botei a escopeta longa pra fora, enchi a boca nela. E ao contrário de tudo que imaginei, Ricardo não bancou o bruto. Ele me deixou à vontade pra mostrar o que eu sabia e sequer usou a mão na minha nuca pra me forçar no boquete. Foi diferenciado.
- Mmmmm! Tava precisando de uma boquinha quente mermo. Caralho!
- Ghmm! – chupei na disciplina, deixei ele chegar na garganta e comecei a suar na vareta pontuda de 18cm.
- Tesão de boca, papo reto! UUURFFF!
O safado esticou as pernas, eu vi seus dedos tremerem dentro dos doze molas e os gemidos me tiraram do sério, foi adrenalina demais madrugada adentro. Enchi a garganta nos culhões do Ricadinho, ele fez carinho na minha cabeça e se deleitou com a profundidade da minha goela no bola gato.
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