Aquela noite foi impossível de dormir, eu fechava os olhos e ouviu as gritos do Luke, eu sinceramente não queria ta na pele dele, e não havia nada que eu pudesse fazer, e isso me deixava mais triste ainda. Tudo isso por conta de um "simples" preconceito da sociedade, que não tolera o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Apesar de ver pela tv, internet, que sempre existia casos de homofobia, e não sabia que ia passar essa situação tão rapidamente, e de uma forma tão intensa, porém isso iria servir para a gente amadurecer, e a enfrentar melhor os problemas que ainda iriam vim pela frente. Apesar de muita coisa passar pela minha cabeça e a minha preocupação pelo Lukas ainda consegui dormir um pouco, pq eu tinha esperanças de no outro dia a gente se encontrar pela escola. Acordei me arrumei rapidamente e fui pra escola, eu necessitava encontrar com o Luke o quanto antes, quando cheguei fui até a nossa sala e verifiquei se ele havia chegado e nada dele, então fui para o patio e fiquei sentando esperando por ele e nada, os minitos passava e nada dele chegar, comecei a sentir algo ruim, uma sensação ruim, passou-se quase vinte minutos e nada, até que vejo o Luke descendo as escadas acompanhado pelo seu irmão e o seu pai logo atras, então fiquei na minha e acho que eles não me viram, o sinal tocou, então eu esperei uns quatro minutos e fui para a sala, quando entro no corredor vejo de longe o pai do Luke, então ele me olha com um olhar de odio e vem se aproximando em minha direção e fala:
- Você está proibido de falar com meu filho está ouvindo? Quero você longe dele.
- Você não manda em mim. - Respondi tentanto confrotar.
- Quero você com distancia do meu filho seu verme.
Eu não disse nada, tentei demonstrar todo o meu ódio com o meu olhar e me virei e fui em direção a sala, precisava falar com o Luke, então entrei na sala o Luke estava sentando mesmo na cadeira de frente, a gente se olhou e pude ver muita tristeza em seu olhar, então me sentei onde costumava me sentar, a aula parece que demorou uma eterninadade pra acabar, era impossivel se concentrar, não iria descansar até conversar com o Lukas, então na troca dos professores fui na cadeira dele:
- E ai, Luke como você tá?
- Péssimo, meu pai passou a noite me batendo, falando as coisas horriveis, ele me proibiu de falar com você.
- Ele deixou claro que me queria longe de você quando eu estava entrando na sala, olha seu pai é um idiota, isso que ele é.
- Eu sei, você não tem ideia do quanto que eu sofro, e eu não vou deixar de falar com você não, ele pode me bater, pode me tirar daqui dessa escola, pode me mandar pra Europa que eu não vou mudar, sempre serei desse jeito, eu nasci assim e ele não aceita.
a professora chegou e ele se sentou atras da minha cadeira, passamos a aula trocando bilhete, parei pra pensar e percebi que eu já amava aquele garoto, principalmente depois do nosso sexo quando ele me pegou de jeito fiquei mais apaixonado ainda, ele foi uma das melhores coisas que me aconteceu nos últimos tempos. O sinal para o recreio tocou, então fui para o banheiro que havia combinado com o Luke pelo bilhete, passei voando, e ele foi logo em seguida, entramos numa das cabines e começamos a nos beijar loucamente, e inevitavelmente ficamos excitados, passamos o restante do recreio ali dentro, trocamos beijos, chupamos o pau um do outro, e por fim dei um abraço forte nele, aqueles 15 minutos pra mim foram eternos.
Voltamos para a sala de aula, eu estava feliz e confiante, o pai dele não seria um problema para a gente, pelo menos naquele dia naquele momento, então a gente se despediu com o um abraço e fomos para fora esperar nossos pais, e lógico que quando chegamos lá fora o pai dele já estava lá fora com cara de poucos amigos. Minha mãe ainda demorou um certo tempo como de costume, e quando entrei no carro ela foi falando:
- Que historia é essa que você estava pelado no quarto do filho da Iza? O que aconteceu meu filho?
- Está louca mãe?
- A Iza me contou tudo, disse que o marido dela flagrou vocês pelados no quarto dele, que historia é essa?
- Não estávamos pelados, tinhamos acabado de sair do banho, estavamos de toalha.
- Filho e você acha isso certo?
- Ah mãe me deixa, quer saber, eu e o Luke a gente namora ta ok? Vai me expulsar de casa junto com o papai? Vou deixar de ser filho? - Falei em voz alta e minha mãe ficou calada por alguns segundos.
- Claro que não, você é meu filho eu amo você, porém isso ta errado, não foi essa educação que eu te dei, tudo isso é muito novo pra mim meu filho.
- Mãe, eu sou assim, sempre fui assim, e eu amo o Luke e vou fazer de tudo para ficar com ele, não quero saber se o pai dele aprova ou não. - Minha mãe novamente ficou calada por alguns segundos, e vi uma lagrima descer pelo seu rosto, então ela falou:
- O pai do Luke é um monstro, você não sabe com quem ta lhe dando, seu pai me ligou hoje cedo, dizendo que foi demitido e não soube o motivo, até que eu chego no escritório e a Iza falou o acontecido, fiquei em choque na hora sem reação, porém não contei ao seu pai o que houve, você sabe que da ultima vez que ele flagrou você não deu muito certo, e ainda mais agora se ele souber que você foi a razão dele ter sido demitido.
- Serio mãe? Que bicho idiota, o que o meu pai tem haver comigo e com o Luke? Essa cara é um monstro.
- Filho eu não sei, você sabe como é seu pai é, ele vai acabar descobrindo mais cedo ou mais tarde, e não vai gostar nada de saber que o motivo teve haver com isso, quando chegar em casa vá conversar com seu pai e explique, mesmo que ele não te der ouvidos, ele precisa saber a verdade, e eu como mãe e esposa não posso ficar calada.
Fiquei pensativo no resto do caminho para casa, como alguém poderia ser tão cruel a esse ponto, meu pai trabalhava na empresa do pai do Luke fazia um bom tempo já, e ele cresceu rapidamente, tinha um cargo importante, meu pai vivia praticamente para o trabalho, trabalhava até tarde, acordava com o notebook ligado, enfim, confesso que fiquei com pena do meu pai, mesmo ele não sendo um exemplo a um bom tempo, quando cheguei em casa ele estava de cara feia assistindo TV, coisa rara que eu não via meu pai fazer em casa durante anos, era sempre com um computador ligado, então me sentei ao lado dele e disse:
- Pai, podemos conversar?
- Não tenho nada pra falar com você, o pai do Lukas me ligou e contou tudo, não me considere mais como um pai. Você é uma grande decepção para mim, estou com nojo de você. e no que você se tornou - Então ele se levantou e foi para o quarto.
Fiquei sem reação, provavelmente o pai do Luke deve ter feito um inferno para meu pai, ter jogado toda a culpa pra cima de mim, e agora meu pai não me considerava como um filho, fiquei triste, mas tentei não me importar, até porque já fazia a um bom tempo que minha relação com o meu pai havia mudado, pra mim era triste um pai agir daquela maneira. Então fui para o meu quarto e me tranquei, passei a tarde deitado e pensativo, as vezes dormia, as vezes acordava, pegava meu celular e não tinha nenhuma mensagem do Luke, a última vez que ele havia olhado o whats havia sido ontem as 12:30 provavelmente o pai dele tinha tirado seu celular para ele não falar comigo. Minha mãe ficou um pouco preocupada comigo porque eu não quis comer nada o dia todo, e eu estrava visivelmente triste, coisa que ela nunca havia me visto. A noite comi um misto quente e depois fui para o meu quarto, e então adormeci.
Acordei com um aperto no peito não sei porque, era uma sensação estranha uma angustia, tomei café e fui para escola, quando cheguei encontro o Juninho irmão do Luke chegando em um carro com o motorista, o Luke não havia ido para escola, achei estranho, então fui falar com ele:
- Cade seu irmão Júnior? Não veio para aula hoje?
- NÃO - foi então que ele começou a chorar.
- O que HOUVE?? - disse arregalando os olhos.
- Meu pai ontem quando chegou do trabalho, deu uma surra no Lukas eu só consegui ouvi os gritos, então o Lukas surtou e começou a quebrar as coisas da casa, jogar os quadros, quebrar tudo e o mau pai continuou a batendo nele ate que colocou ele de castigo, quando foi de madrugada, minha mãe encontrou ele desmaiado, ele havia tomado quase todos os comprimidos que tinha lá em casa junto com meia garrafa de vodka, então eles levaram o Lukas as pressas para o hospital, ele terminou de contar e começou a chorar.
Fiquei sem reação, paralisado, não conseguia processar NADA, devo ter ficado em estado de choque por algum tempo, era um misto de raiva com preocupação e com medo:
- Minha mãe me ligou e disse que ele ia ficar bem, que teve que fazer uma lavagem, e estatudo tudo bem, que eu não deveria me preocupar. - então ele começou a chorar novamente.
- Eles estão em qual hospital você sabe?
- Sim, estão no hospital central, mas acho melhor você não ir, meu pai pode não gostar.
- Eu vou sim, preciso ver o Lukas agora mesmo!
Fiquei sem saber o que fazer por alguns segundos, e decidi que iria para o hospital, liguei para minha mãe contei por cima o que havia acontecindo e pedi pra ela voltar e me levar até o hospital, ela demorou alguns minutos e formos em diração ao hospital fui calado, apos contar por cima o que o Jr havia me dito, quando chegamos no hospital demos de cara com o Pai do Luke, e sua reação não foi a melhor:
- O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI SEU IDIOTA?