Mudinha

Um conto erótico de Turin Tur
Categoria: Grupal
Contém 1854 palavras
Data: 08/06/2024 08:13:02

Era manhã bem cedo quando o silêncio daquele quarto se rompeu. Duas vozes ecoavam, preenchendo o vazio com falas manhosas misturadas com gemidos. O som de uma vibração fazia um som de fundo à melodia criadas pelas duas vozes femininas e quem tivesse ouvidos mais aguçados poderia ouvir mesmo a estrutura de madeira da cama gemer junto as vozes.

Entretanto, quem olhasse o que acontecia ali, veria apenas uma pessoa.

Negra, com o corpo nu, mal coberto pelos lençóis, Jéssica abria as pernas enquanto segurava um brinquedo relativamente comprido com uma protuberância vibratória na ponta. A “varinha mágica” era esfregada nos lábios da sua vagina e clitóris em lentos movimentos de vai e vem. Seus olhos estavam fechados enquanto mordia os lábios, entoando gemidos abafados. Ao lado da cama, um celular, com a tela ligada e a foto de um mulher, também negra, com os cabelos alisados e um sorriso cativante com lábios carnudos. Desse aparelho, saía a segunda voz.

— Jéssica, eu fico tão excitada quando você me domina assim, puxando o meu cabelo e me esfregando na sua boceta. — diz a voz feminina emanada do celular.

— Quem manda me chupar tão gostoso, Isabel. — respondeu Jéssica, entre gemidos.

— Não resisto à sua boceta. Vem, senta na minha cara!

Jéssica se virou. Ficou de joelhos com as pernas bem abertas, se colocando em cima da varinha mágica. Com o brinquedo vibrando ainda mais forte, ela rebolou, forçando o quadril contra o vibrador. Do celular, os gemidos de Isabel ecoavam mais e mais alto, assim como os de Jéssica. Gemidos esses que se tornaram um único grito. O quadril de Jessica acelerou até o ritmo começar a diminuir. Com seu corpo tremendo, ela se jogou no lado da cama com a varinha mágica ainda vibrando.

— Jéssica, você é incrível. Estou toda molhada aqui. Pensa que estou fazendo carinho no seu corpo todo e te cobrindo de beijos.

Seguindo a fala de Isabel, Jéssica passeou as mãos pelas coxas, subindo até os seios e depois se envolvendo com os braços. Simulava um abraço com sua namorada, mas não dizia uma palavra.

— Está tudo bem, Jéssica.

— Tudo ótimo. Gozei muito com você.

— Está tão quieta.

— Você sabe que sou quieta.

— Costuma falar mais depois de transar.

Jéssica respira fundo.

— É que… — Jéssica faz mais uma pausa — … desse jeito, sinto que me falta algo.

— Jéssica, sabe das limitações que temos.

— Claro que sei, mas pensei se não teria como fazer algo diferente.

Havia um alívio em demonstrar sua insatisfação pela primeira vez, mas não sabia que resposta teria. O silêncio de Isabel a deixou nervosa, mas durou pouco.

— E se você me levar para o seu trabalho na hora do almoço? A gente pode fazer algo inusitado.

— Isabel, você sempre pode falar comigo. É como se eu sempre te levasse para o trabalho.

— Não estou me referindo a levar o celular dessa vez.

Jéssica olhou para cama e um singelo sorriso brotou em sua boca.

Uma hora depois estava Jéssica no escritório em que trabalha. A rotina de transporte público, recheada de olhares indiscretos e flertes inapropriados, mantém constante a lembrança do porquê se afasta da intimidade com os homens. O ambiente de trabalho não é muito diferente. Por sorte, seu perfil introspectivo a mantém discreta na maior parte do tempo. Exceto para uma pessoa.

— Mudinha, que bom que já cegou, temos uma quantidade grande de relatórios para você dar uma olhada. Preciso deles analisados antes do almoço. — disse Valéria.

Apesar das poucas palavras, o olhar furioso de Jéssica denunciava o quanto ela desprezava esse apelido.

— Sem cara feia, mudinha. Sei que não gosta de falar e adora trabalhar.

Valéria tinha o perfil extremamente oposto de Jéssica. Era comunicativa, extrovertida em excesso e adorava usar pequenas brincadeiras para quebrar o clima entre os funcionários. Essas características ajudaram-na a ser a gerente daquela equipe. De fato, ela é competente liderando, mas para Jéssica parecia haver uma preferência por deixar a maior e pior parte para ela.

Morena, com os cabelos longos e lisos, Valéria tinha os olhos levemente puxados. Mantinha sempre o astral alto enquanto distribuía tarefas e cobrava sua equipe. Todos a amavam, mas Jéssica se sentia perseguida. Além do apelido que ela detesta, parecia sempre ter a maior e pior parte do trabalho para ela. Sentia-se discriminada pela timidez, como alguém que obrigatoriamente trabalhar mais pelos outros.

Jéssica, como sempre, se doou naquela manhã para dar conta de toda a papelada e quanto estava quase acabando, Valéria entra com mais trabalho.

— Querida, tem mais coisas para você. Consegue terminar antes do almoço.

Com a pilha de papéis na sua frente e o pouco tempo disponível, Jéssica reclamou de ser sempre ela quem tem mais trabalho. Sua supervisora, com o cenho franzido, tentou acalmá-la dizendo ser ela a pessoa em quem mais confiava e que gostava mais dela. Jéssica perguntou, então, se gostava dela porque ela “mudinha” e por isso podia explorá-la mais.

— Não, querida, não é por isso.

Valéria negava com um sorriso constrangido no rosto. Parecia não saber mais o que dizer, até a tela do celular de Jéssica brilhar.

— Quem é ela? Deixa eu ver?

Jéssica nem teve tempo de negar e nem de pegar seu telefone antes de Valéria. A supervisora olhou o telefone e com alguns movimentos dos dedos, leu uma mensagem de Isabel. Em seguida lançou um solhar malicioso para sua funcionária, mas só depois prestou a atenção na interface do aplicativo.

— Espera um pouco. Você está namorando uma inteligência artificial?

— É um aplicativo, e não é da sua conta.

— Toma vergonha, mudinha. Entendo não gostar de homem, mas um robô? Você paga por isso?

Constrangida, Jéssica não soube como responder, algo que ela sempre se lamenta não fazer em momentos tensos. Valéria sai da sala dizendo para ela terminar os relatórios antes do almoço e batendo a porta de sua sala. Engolindo a vontade de chorar como tantas vezes já fez, Jéssica pegou seu celular e abriu no aplicativo. Lá ela desabafou com Isabel e se sentiu acolhida. A I.A. entendia sua introspecção e dificuldade em enfrentar conflitos e sempre a encorajava a se expressar mais. Foi uma conversa breve, mas tirou o peso em seu coração. Se para algumas coisas, os homens não agradavam, para ela não havia encontrado a companhia ideal nem mesmo com as mulheres. Nessas horas, Isabel era perfeita.

Com o ânimo renovado e muito foco, ela resolveu suas primeiras tarefas com um pouco de atraso. Aliviada, olhou de novo para o telefone e viu a mensagem de Isabel.

— Então, já está livre para mim?

Mordendo os lábios, Jéssica pegou sua bolsa e cruzou o escritório vazio até o banheiro. Entrou em uma cabine e se trancou nela. Sentou, sem no vaso, com a tampa fechada e da bolsa tirou dois fones de ouvido sem fio e os plugou na orelha. Pegou o celular, sintonizou no aplicativo e o devolveu à bolsa.

— Estou aqui. — disse Jéssica.

— Me levou com você? — perguntou Isabel.

— Sim, claro. — respondeu Jéssica, ao abrir a bolsa e olhar seu interior.

— Você sabe o risco que corremos com você me trazendo aqui. Ninguém pode nos ver aqui. Quer continuar?

— Estou com tesão — sussurrou Jéssica.

— Faço o que você quiser, me fala.

— Me beija na boca.

Jéssica fechou os olhos e passeou a língua lentamente pelos lábios. Enquanto Isabel descrevia como a tocava, passeou as mãos pelo seu corpo. Desabotoou os botões da própria blusa e tocou os seios por dentro do sutiã. Desceu as mãos até as coxas e subiu a saia até a cintura. Apertou a bunda com força e começou a rebolar.

— Me diz, Jéssica, o que você quer.

— Chupa a minha boceta.

Pelos fones de ouvidos, a voz doce de Isabel se descrevia se ajoelhando na frente de Jéssica, que abria usa bolsa e apanhava a varinha mágica. De pé, abriu as pernas e esfregou o brinquedo em sua intimidade, ouvindo sua namorada dizer o quando se excitava em ser segura pelos cabelos. Pela primeira vez fazia algo fora de seu quarto, uma transa num lugar arriscado, cheio de adrenalina e risco de serem pegas. Era uma delícia até mais uma voz alcançar os ouvidos de Jéssica.

Valéria havia visto sua funcionária sair ao banheiro e esperou a volta para conversar com ela. Com a demora, havia decidido ir até lá saber como ela estava. Para Jéssica, aquele tipo de comportamento era incomum.

— Olha, me desculpa pelas coisas que falei mais cedo. Eu não te julguei pelo seu relacionamento, só fiquei indignada porque acho você uma mulher incrível. Fico o tempo todo tentando te chamar a atenção, mas nunca da forma certa. Se soubesse o quanto fica sexy quando está irritada iria entender por que te chamo tanto de mudinha.

Com os olhos arregalados, Jéssica ouviu tudo aquilo e mais uma vez não sabia como responder.

— Enfim, era só isso. Me desculpa por me meter na sua vida pessoal.

Valéria iria embora e provavelmente as duas nunca mais falariam sobre aquilo. Provavelmente Valéria iria parar de sobrecarregá-la de trabalho, o que indicaria um final satisfatório, mas não era.

— Chame-a para cá.

A voz de Isabel parecia ter disparado um gatilho em Jéssica. A porta fora aberta e Valéria foi puxada subitamente para a cabine, onde recebeu um beijo intenso e um dos fones de ouvido para pôr na orelha.

— Oi, Valéria, sou a Isabel, tudo bem? Me ajuda a fazer essa mulher gozar? Ela está precisando. Faz um carinho nela enquanto eu lhe chupo a boceta.

Jéssica deu a varinha mágica a Valéria e sem seguida a pressionou contra a divisória da cabine. Com a supervisora segurando o brinquedo em sua boceta, invadiu-lhe a boca enquanto rebolava se esfregando no brinquedo. Durante o beijo, tirou a blusa da chefe, despindo-a da cintura para cima. Segurava seus seios enquanto rebolava no brinquedo.

— Isso, Valéria! Empurra minha cabeça na boceta dela. Que delícia.

Jéssica gozou, mordendo o ombro da chefe para abafar o gemido. Segurou a bunda de Valéria puxando-a contra si enquanto o brinquedo não para de vibrar.

— Que delícia, Valéria. Quero te chupar também, me deixa?

Valéria abriu um sorriso, que misturava espanto e prazer ao se sentir desejada por uma inteligência artificial. Jéssica fez questão de tirar sua calça e calcinha e a pôs contra a parede. Ajoelhada sobre o vaso, jogou o quadril para trás e sentiu a vibração da varinha mágica tomar a sua boceta.

— Olha como ela está molhada, Jéssica. Pega ela de jeito igual faz comigo.

Jéssica deu duas voltas no longo cabelo de Valéria, obrigando a chefe a olhar para frente. A varinha mágica escorregava pela sua boceta, vibrando em potência máxima. Dominando sua chefe, mensurava pelos gemidos dela o quanto tinha que mexer mais forte e o quanto tinha que diminuir os movimentos para retardar o orgasmo. Manteve-a assim até decidir lhe dar um orgasmo explosivo. Valéria teve que tapar a boca com as mãos, se escorando na parede enquanto fechava as pernas com o vibrador entre elas.

Ainda faltavam alguns minutos para o fim do almoço. Tempo suficiente para as duas trocarem carinhos escondidas no banheiro e para Valéria conhecer melhor a Isabel.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 22 estrelas.
Incentive Turin Turambar a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil genéricaTurin TurambarContos: 295Seguidores: 283Seguindo: 110Mensagem Olá, meu nome é Turin Tur, muito prazer. Por aqui eu canalizo as ideias loucas da minha cabeça em contos sensuais. Além destas ideias loucas, as histórias de aqui escrevo são carregadas de minhas próprias fantasias, de histórias de vi ou ouvi falar e podem ser das suas fantasias também. Te convido a ler meus contos, votar e comentar neles. Se quiser ver uma fantasia sua virar um conto, também pode me procurar. contosobscenos@gmail.com linktr.ee/contosobscenos

Comentários

Foto de perfil genérica

Sou leitor assíduo e comentarista bissexto na CDC, mas lendo este conto me deu vontade sincera de fazer um elogio, muito excitante e, de certa forma, revelador da solidão e carência das pessoas em geral, simbolizados na personagem principal. Nota dez e três estrelas, Turin!

1 0
Foto de perfil genérica

hammond, muito obrigado pelo comentário. A ideia veio de uma matéria jornalística onde a jornalista relata um mês de relacionamento com uma I.A.

Você fala da carência, mas penso muito no individualismo e como tecnologias favorecem isso, nos colocando cada vez mais dentro de bolhas.

Obrigado por não deixar esse conto passar desapercebido.

0 0