Me sentindo incompleto, meio que explodi, deixando Maitê completamente abismada com minhas palavras:
— Por que eu não posso ter vocês duas? Por que eu tenho que escolher? Por que alguém precisa sair perdendo?
Para completar minha total falta de noção, incapaz de tirar meus olhos daquele corpo que estava me deixando louco, eu sucumbi aos meus desejos reprimidos e apenas beijei a Maitê. Um beijo quase obsceno, de pura luxúria e saudade.
Ao invés de brigar comigo, ela sorriu e montou sobre mim, tirando rapidamente a blusa e retribuindo o meu beijo com ainda mais intensidade e desejo.
Quando a situação começava a esquentar, com nossos corpos ardendo de desejo, Maitê pulou do meu colo em pânico. Numa forte crise de ansiedade, se ajoelhando no chão. Ela se recriminava:
— Sua estúpida … idiota … você sabe que isso não é certo … não assim …
Me ajoelhei também, tentando abraçá-la, entender o que acontecia, mas ela me empurrou:
— Não, Rafa! Para, por favor. Eu te amo, sempre vou amar, mas eu sei o quanto uma traição é destrutiva, maligna … Olívia não merece.
Antes que eu pudesse me explicar para a Maitê, dizer que Olívia e eu, por mais que tivéssemos nos envolvido, ainda não podíamos nos considerar um casal e inclusive juntos havíamos decidido aguardar o desenrolar dos acontecimentos, ela se levantou apressada, chorando copiosamente. Com as mãos tampando seu rosto, sem coragem de me encarar, ela trombou em mim ao passar, tropeçou, mas logo recuperou o equilíbrio e saiu correndo para o quarto, trancando a porta ao entrar.
Tentei ir atrás dela e explicar. Bati na porta por vários minutos:
— Abre a porta. Por favor! Eu preciso te explicar a minha situação com a Olívia. Maitê? Fala comigo.
Eu podia ouvir o choro, mas ela não respondeu. Fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento e liguei para minha mãe. Fui direto:
— É melhor a senhora voltar. Maitê não está bem …
Nervosa, ela me interrompeu:
— O que aconteceu, filho? O que você fez?
Expliquei o que aconteceu, sem mentir ou omitir qualquer parte. Como estava próxima, em dez minutos ela chegou. Achei melhor voltar ao trabalho.
— Me desculpe por estragar seu passeio. Vou voltar ao trabalho. Nos vemos à noite.
Dei um beijo carinhoso em minha mãe e voltei para a empresa. Mas, foi difícil me concentrar no trabalho. A reação da Maitê foi apenas mais uma prova de que ela era uma mulher honesta, que teve a vida destruída por pessoas que se aproveitaram de sua ingenuidade.
Tentando ajudá-la a se recuperar, já que a justiça para o crime do qual ela foi vítima morreu com o meu pai, liguei na faculdade e busquei informações sobre a situação para ela voltar e terminar o último semestre. Eu já sabia que ela era bolsista, mas não que sua educação era paga por uma instituição que ajudava jovens mulheres a se recuperar de traumas sexuais. Como ela abandonou o curso sem dar satisfações, uma quebra de contrato, sua bolsa foi retirada e repassada a outra pessoa.
Consegui um acordo para as mensalidades e um desconto bem generoso para o pagamento antecipado de todos os últimos seis meses restantes do curso. Fiz o download do boleto e assim que Maitê me desse sua resposta, que eu tinha a certeza de ser positiva, eu faria o pagamento.
Aproveitei para conferir sua situação bancária também. Sempre soubemos as senhas um do outro e assim que acessei sua conta, vi que ela estava no vermelho. A taxa de manutenção bancária estava sendo debitada há alguns meses sem fundos terem entrado. Seu limite especial também estava estourado e os juros começaram a se acumular.
Acabei falando sozinho:
— Foi por isso que ela me pediu dinheiro, pois já não tinha mais limite de crédito ou nenhuma outra opção financeira para usar.
Ouvi uma voz bem conhecida perguntando:
— Quem pediu dinheiro? Tá fácil assim?
Vanessa sorria para mim, debochada como sempre:
— Patrão, preciso de ajuda. Olha isso aqui.
Ela me mostrou alguns memorandos com procedimentos que queria adotar e eu dei uma lida bem superficial, dando em seguida carta branca para ela trabalhar da forma que achasse mais correta.
Muito observadora, e já uma boa amiga, ela percebeu que eu não estava bem. Só que achando que era por outro motivo:
— Não fica assim. Olívia só disse aquilo para que você não se sentisse pressionado. Minha amiga não gosta de confronto e saber que a Maitê está grávida a deixa com medo. No fundo, ela já se considera derrotada.
Achei que Vanessa estava me sondando e entrei no seu jogo:
— Eu se eu disser a você que estou muito confuso? Que não consigo escolher entre as duas? Que amo o que Olívia e eu estávamos começando a construir, mas que também, depois de saber a verdade sobre a Maitê, de como ela não é uma traidora, eu não consigo parar de pensar que ela mereça uma nova chance? Você tem algum conselho para o meu problema?
Vanessa deu uma risada gostosa, vindo até mim e se sentando na minha mesa, bem na minha frente:
— Seja honesto com as duas, mande a real, diga o que sente. Olívia já é uma safada … tudo bem que, no momento, apaixonada, mas acima de tudo, uma safada. E Maitê? Será que é das nossas? Será que toparia dividir para conquistar?
Ela me deu uma piscadela de olho bem safada, se levantou e se despediu. Antes de abrir a porta para sair, ela ainda disse:
— Quer ajuda? Maitê parece gostar de mim. Posso, assim sabe, meio sem querer, deixar escapar o estilo de vida que eu e o Carlos levamos … curiosidade é uma coisa fascinante, parece até coceira quando estamos com as mãos ocupadas. Se você não coçar, ela não para.
Não resisti e acabei rindo junto com ela:
— Você não presta, sabia?
Ela me provocou:
— Ainda bem, né? Se eu não me engano, você gostou até demais.
Vanessa saiu e eu confesso que sua visita teve o poder de melhorar o meu humor. Voltei ao que estava fazendo e resolvi que era hora de a Maitê começar a ter mais independência e transferi uma quantia para sua conta. O suficiente para cobrir todos os débitos e também deixando um valor razoável para ela começar a pensar no enxoval do bebê. Também programei transferências mensais, como se fosse uma espécie de pensão para ela usar durante a gravidez.
Só então me dei conta de que já pensava naquela nova vida como minha responsabilidade. Busquei os dados para login no site do laboratório no meu telefone e, ao logar, vi que o resultado do exame já estava disponível. Nem pensei duas vezes e cliquei no link para download. Nenhuma surpresa, aquele filho realmente era meu.
Abobado, me dando conta do meu novo status, sorri sozinho na minha sala. Eu agora seria pai e prometi para mim mesmo que tentaria ser o melhor pai que pudesse. Mesmo que o meu não tenha sido nada além de uma grande decepção, o exemplo da minha mãe era forte o suficiente para eu me espelhar e dar o meu melhor.
Ouvi batidas na porta e a voz da Olivia:
— Rafael, posso entrar?
Com Vanessa, a porta estava aberta, mas porque minha secretária não anunciou? Respondi:
— Pode sim. Entra.
Eu estava curioso:
— Minha secretária não está na mesa dela? Que estranho.
Olívia estranhou:
— Está sim, quer que eu a chame?
Fiz sinal para ela entrar e disse:
— Tudo bem. Deixa quieto. Como é você, não tem problema. É que Vanessa veio antes e ela também não anunciou.
Olívia veio por um motivo parecido com o de Vanessa, mas meu sorriso me denunciou e ela ficou em pé, em frente à minha mesa, me encarando:
— Aconteceu alguma coisa? Alguma notícia boa?
Achei melhor ser honesto logo de cara e virei o monitor com o resultado do exame para ela. Após entender o que lia, ela me felicitou, se esforçando para esconder sua tristeza:
— Parabéns, né … sei que você será um pai incrível …
Era hora de ser totalmente honesto. De arrancar o band-aid de uma vez. Pedi:
— Precisamos conversar. Por favor, tranque a porta.
Enquanto Olívia fazia o que eu pedi, assustada com o que eu disse, acredito que pensando no pior, interfonei para minha secretária:
— Tenho assuntos importantes a tratar com a Srta. Olívia. Não devemos ser interrompidos.
Voltei minha atenção para Olívia, que estava tensa. Fui até ela e peguei em sua mão, fazendo com que me acompanhasse até o sofá na lateral da sala. Pedi que se sentasse e, sem soltar sua mão, abri meu coração. Primeiro contei o que “quase” aconteceu entre mim e a Maitê mais cedo e depois me expliquei:
— Eu gosto demais de você. Sei que estou apaixonado. Mas também, depois de saber que a Maitê jamais me trairia se não fosse forçada, não consigo esquecer e seguir em frente. Isso é uma coisa que eu tenho que lidar e eventualmente fazer minha escolha.
Olívia me encarava com olhos apaixonados, dando ênfase a apenas uma pequena parte do que eu falei:
— Você está … apaixonado por mim …
Confirmei:
— Sim, muito! Eu não quero te perder. Eu preciso de tempo para organizar meus pensamentos e domar esse turbilhão de emoções dentro de mim …
Olívia me beijou. Um beijo desesperado, intenso e explosivo.
— Eu também estou completamente apaixonada por você, não consigo me afastar. Sei que não é fácil concorrer com um filho, mas eu não quero abrir mão sem lutar …
Ela me beijou outra vez, com ainda mais desejo, com mais volúpia. Incapaz de resistir, esquecendo que estávamos em um ambiente profissional, ainda frustrado com a recusa da Maitê, acabei me deixando levar e não tentei impedir.
Olívia sempre foi ousada na hora do sexo e o ambiente parecia contribuir para uma pequena loucura.
— Me pega aqui. Agora mesmo.
Olívia já desabotoava minha blusa e começava a beijar meu tórax. Ela estava decidida a se entregar para mim.
— É isso que você quer, sua safada? Uma rapidinha no escritório, minha putinha tesuda.
Eu sabia que a sala tinha um excelente tratamento acústico, então peguei Olívia pelos cabelos e a coloquei de quatro no sofá, levantando sua saia, colocando a calcinha de lado e enfiando minha cara em suas carnes.
— Assim mesmo, seu puto gostoso. Chupa sua putinha. Vicia nessa xoxota e me faz sua mulher, sua amante, sua concubina … qualquer coisa, só não me abandona.
Dei uma mordida leve nas nádegas e passei a chupar a bucetinha com dedicação, alisando o grelinho que começava a inchar de tesão. Ela parecia uma gatinha no cio, ronronando de prazer:
— Hummm … que delícia … acaba comigo … que loucura … isso é bom demais.
Tirei o pau pra fora e comecei a pincelar o xoxota e o cuzinho, esfregando gostoso, pra cima e pra baixo.
— Soca esse pau em mim … fode sua putinha … eu quero … preciso de você dentro de mim.
Apontei a rola na entrada já bem lubrificada e fui enterrando devagar, mas sem parar, arrancando gemidos mais desesperados:
— Fode essa buceta … mete gostoso … que saudade desse pau …
Atolei o pau inteiro, indo até o fundo daquela buceta apertada e macia.
— Ahh … sim … assim mesmo … mete forte, me arregaça …
Comecei a estocar com força, do jeito que ela pediu. Socando forte, até o fundo. Eu tirava o pau quase todo e voltava a enterrar firmemente. Olívia delirava:
— Ai, caralho! Que loucura … pau gostoso, que me preenche inteira. Tá me rasgando, seu puto. Não para!
Estoquei com ritmo, sem aliviar. Nossos corpos se batiam, fazendo o som das minhas estocadas ecoar pela sala.
— Mais forte agora … vou gozar … mete, mete mais forte …
Aumentei mais o ritmo, sentindo a xoxota mastigar o meu pau. Os espasmos eram fortes. Para não gritar, Olívia mordia o tecido do sofá, gemendo de forma abafada:
— Que delícia, amor … tô gozando, não para … ahhhhh … você acaba comigo …
Não parei de estocar. Continuei socando fundo. Em poucos minutos cheguei ao clímax também, gozando forte dentro daquela buceta apertadinha.
Eu sabia que assim que tirasse o pau de dentro, o sofá receberia toda a mistura de nossos fluidos. Ainda tentando recuperar o fôlego, tive que usar minha camiseta para não sujar o sofá. Como era a camisa que eu usava por baixo da social, não era grande coisa.
Olívia estava momentaneamente saciada, me encarando com aquela cara safada provocante que só ela tem:
— Eu realmente amo você. Ouça o que eu tenho a dizer.
Enquanto eu ajeitava minha roupa, pois ainda tínhamos algumas horas de expediente pela frente, ela me surpreendeu:
— Tire um tempo para você, sem pressão. Marcar a consulta com o Dr. César é o mais urgente. Precisamos entender o que aconteceu, para que não se repita. Todas nós ficamos muito assustadas. Você acabou de descobrir que vai ser pai, curta o momento. Eu, você e até mesmo a Maitê, precisamos nos curar. Todos passamos por situações ruins e o que mais precisamos agora é de tempo para as feridas cicatrizarem.
Ela também ajeitou sua roupa e se levantou, me dando uma abraço muito carinhoso:
— Eu estou aqui, já disse que não vou a lugar nenhum. Se achar que precisa tentar se reconectar com a Maitê, vá em frente. Vocês agora terão um filho e precisam entrar em sintonia. Não apresse nada, apenas deixe rolar. As coisas vão se acertar. De um jeito ou de outro.
Olívia me deu um último beijo carinhoso, muito gostoso e se foi, voltando ao trabalho. No fundo, ela tinha mesmo razão. Todos nós precisávamos de tempo. Cada um a seu modo. Estávamos todos no fundo do poço, mas o único caminho agora era pra cima. Olívia perdera o pai, mas parecia estar reencontrando motivos para abandonar a tristeza e vivendo o luto de uma forma saudável. Maitê iria precisar de muita ajuda e carinho, mas ela tinha em mim, na minha mãe, e até mesmo no Cirilo — sem contar a Olívia, a Vanessa e o Carlos — pessoas em quem se apoiar. Pessoas que a protegeriam custe o que custar.
E eu, após todos os dissabores, das maldades do meu pai, saí dessa tempestade muito melhor do que entrei. Toda a falta de carinho e presença durante a minha infância e adolescência, foram pagas com dinheiro. Muito dinheiro. A empresa em que eu aprendi a trabalhar, agora era minha. Além dos imóveis e dinheiro que eu levaria mais de uma vida para gastar. Após o sofrimento, era hora de agradecer verdadeiramente a quem me ajudou. Liguei para o Dr. Mathias:
— Você disse que está tudo certo com os imóveis que eu herdei. Então eu quero colocar a mansão à venda. Sei que vou perder dinheiro, pois o que aconteceu vai desvalorizar o imóvel, mas mesmo assim, eu quero liquidar aquele lugar. Vocês podem lidar com isso?
Ele nem pestanejou:
— Lógico que podemos. Temos um setor imobiliário também. A mansão se encaixa no time de imóvel de alto padrão com o qual lidamos.
Fiquei satisfeito e impressionado com sua resposta:
— Então deixo em suas mãos. Pode aceitar o valor mínimo que considerar justo. Sobre os apartamentos, deixe apenas o maior, pois quero dar ao Carlos de presente. Gostaria que cuidasse da papelada para a doação. Os outros você pode vender também.
Falamos por mais alguns minutos e nos despedimos. Liguei em seguida para o Dr. César e marquei minha primeira sessão já para o dia seguinte.
Encerrei o expediente, deixei as chaves do carro com a Olívia e voltei para casa de Uber. Chamei a minha mãe e a Maitê e não enrolei. Olhando diretamente para a Maitê, eu disse:
— Já vi o resultado do exame e esse filho é meu. Parabéns, dona Celeste, você será vovó.
Minha mãe correu para me abraçar. Maitê, com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto em sua face, apenas se sentou no sofá, falando com Deus:
— Obrigada, Senhor! Eu tinha a certeza, mas obrigada por não me desamparar.
Minha mãe correu para abraçá-la também. Eu me aproximei e me sentei ao lado das duas. Apoiei minha mão carinhosamente na coxa da Maitê e terminei de contar tudo:
— Já me acertei com a faculdade. Você só precisa voltar e reabrir sua matrícula. Todo o seu curso está pago. Acredito que você possa terminar antes do bebê nascer. Você pode pensar na residência depois. A gente dá um jeito quando chegar a hora. — Ela me olhava admirada. Sem acreditar.
Sem perder o embalo, concluiu as boas notícias:
— Já acertei também sua situação financeira. Paguei os débitos e transferi uma boa quantia. Agora você pode começar a se preocupar com o enxoval do nosso filho.
Entreguei um dos meus cartões de crédito para ela:
— Também programei transferências mensais para a sua conta, mas se o dinheiro não der, pode usar esse cartão. Não precisa me avisar ou pedir autorização. Esse cartão é para emergências da gravidez. Guarde-o com você.
Senti que ela queria se jogar nos meus braços, mas não forcei a barra. Me levantei rapidamente do sofá e dei espaço para ela processar todas as boas notícias.
Aproveitando o momento, falei para minha mãe:
— Marquei uma consulta com o Dr. César. Vou vê-lo amanhã, logo no primeiro horário. Satisfeita?
Ela voltou a me abraçar:
— Muito satisfeita! Você nos assustou. Ainda bem que tem juízo.
Quando eu me preparava para tomar um banho, Carlos me ligou:
— Você precisa ir à delegacia de homicídios. E Maitê, à delegacia da mulher. A polícia quer falar com vocês antes de informar a imprensa. A Dra. Ester vai encontrar com a Maitê na delegacia. E você com o Dr. Mathias.
Percebendo que eu não sabia o que dizer, Carlos explicou:
— No caso da Maitê, eles vão informar que o caso será encerrado oficialmente, já que o réu não pode mais responder pelo crime. Já sobre o assassinato do seu pai, não temos informações, já que você é o único parente e só você pode ser informado diretamente. Eu estarei lá com o Dr. Mathias, ele mesmo me pediu para acompanhá-lo. Até daqui a pouco. — Nós nos despedimos e desligamos.
Informei para as duas, ansiosas e curiosas a minha frente, o que Carlos disse, e minha mãe, naturalmente, já se sentindo também meio mãe da Maitê, disse que iria acompanhá-la.
Como eu já estava vestido e as delegacias ficavam em lados opostos da cidade, chamei um carro de aplicativo e saí primeiro. Será que a polícia já tinha respostas para dar sobre o assassino do meu pai?
Continua ...