Depois daquele evento, Gabriel começou a prestar mais atenção em mim. Não sei se isso era bom ou ruim. Por um lado, eu deixei de ser um pária e passei a receber tarefas, finalmente exercendo minha função de vice-presidente na empresa. Por outro lado, tive que interagir com Gabriel, que é uma pessoa detestável. Ele fazia questão de me mostrar sua troca de mensagens com minha filha mais nova. Os dois estavam em um flerte que já durava cerca de duas semanas, e pela conversa, era evidente o interesse mútuo.
No início, eu pensava que o garoto buscasse minha aprovação ao compartilhar as mensagens comigo. No entanto, mesmo deixando claro que não tinha interesse nas conversas e que ambos eram livres para fazer o que quisessem, ele insistia em me manter informado sobre tudo. Comecei a suspeitar que ele se divertia com a situação, uma espécie de sadismo, já que eu não podia reagir às suas provocações.
Maíra era maior de idade, e não cabia a mim decidir com quem ela podia se relacionar. Claro que eu sentia ciúmes das minhas filhas, como todo pai, eu acreditava que ninguém era bom o suficiente para elas. No entanto, era uma etapa natural do crescimento delas ter relacionamentos, e o máximo que eu poderia fazer nesse momento seria dar conselhos. Estava decidido a não interferir no relacionamento dela com meu chefe, não só porque acreditava na liberdade de escolha da minha filha, mas também porque não podia correr o risco de perder aquele emprego.
Eu era muito ingênuo e ainda não sabia o perigo que Maíra corria, mas estava prestes a descobrir. Um dia, eu acordei com uma centena de notificações no meu WhatsApp. Desesperado, imaginei que algo terrível havia acontecido, mas não sabia a natureza dessa calamidade. Conforme deslizava pelas minhas conversas, percebi que nenhuma das minhas conversas tinha novas mensagens, exceto um grupo que era responsável por todas as notificações. Era um grupo que não existia na noite anterior, e cada nova mensagem que eu visualizava, meu estômago embrulhava.
O grupo foi criado por Gabriel, e além de mim, tinha alguns funcionários da empresa que costumavam cair na farra junto com ele. “Putinha Caiu na Net” era o nome do grupo, e a foto de perfil era uma foto da minha filha mais nova de costas, com uma calcinha minúscula enfiada no seu rabo, mandando um beijinho para câmera. Gabriel também compartilhou vários prints de conversas, extremamente explícitas entre ele e Maíra, basicamente combinando toda putaria que iriam fazer quando se encontrassem.
Nem nos meus piores pesadelos eu conseguiria imaginar aquela conversa. Maíra não estava se expondo virtualmente por estar apaixonada por Gabriel, ele havia pago pelas fotos e agora estava combinando valor para se encontrarem. Ou seja, o CEO da minha empresa estava transformando minha filhinha em prostituta, ao mesmo tempo, que a expunha na internet.
Meu primeiro instinto foi contar tudo para minha filha e exigir que ela se afastasse de Gabriel. No entanto, quanto mais eu refletia sobre como revelar o que estava acontecendo, mais percebia o quanto esse plano tinha falhas. A situação era complexa e envolvia muitos fatores: como Maíra reagiria, o que Gabriel poderia fazer com as fotos e até mesmo o sustento da minha família, caso eu entrasse em conflito com o dono da empresa e fosse demitido.
Enquanto eu ponderava sobre o que deveria fazer, recebi um e-mail agendando uma reunião com Gabriel, que eu tinha certeza absoluta seria para tratar do tema do grupo. Embora minha vontade fosse assassinar ele, meu lado racional sabia que eu precisava ouvi-lo com bastante calma. Precisava entender todas as intenções dele, e a família dele tinha tanto poder e dinheiro que poderia facilmente destruir minha vida se quisesse.
Na reunião, eu pouco falei. Gabriel discursou sobre as coisas que eu já tinha percebido sobre a situação, como o fato dele poder expor minha filha a qualquer hora que quisesse e que eu perderia o emprego caso interferisse na relação entre os dois. Aquela reunião não era para discutir os termos do nosso acordo e do relacionamento dos dois. Gabriel estava apenas esfregando na minha cara de forma presencial agora que comeria minha filha e eu não poderia fazer nada. Eu estava impotente diante daquela situação, aquele rapaz era doente, e eu seria forçado a participar do seu jogo de perversão.
Honestamente, embora eu tivesse dentro de mim a vontade de proteger minha filha de todo mal do mundo, ela havia entrado nessa situação por vontade própria. Depois de considerar muito o que fazer, cheguei a conclusão que não havia nada a ser feito. Aquele emprego era nossa chance de nunca mais precisar pensar em dinheiro na vida, e mesmo diante daquela situação bizarra, não tinha como eu simplesmente desistir. Tanto pai, quanto filha, estavam se vendendo.
<Continua>
Quem quiser já ler a parte 4, já postei no meu blog www.ouroerotico.com.br