Reencontrei o Gabriel, anos depois do ensino médio. Ele ainda estava perfeito, mas, agora, forte, completamente diferente do jeito moleque que ele tinha naquele tempo.
Nos conhecemos no time da escola. Ele chegou com aquele sorriso matador e aquelas covinhas, naquela pele levemente morena, aquele bundão, coxas de jogador, barriga quase sarada, porque ainda era muito novo e magro, mas muito lindo. Um garoto realmente bonito. Todos ficaram olhando pra ele — claro que, eu, estava começando a gostar dele, apesar de nunca ter gostado de ninguém. Lembro-me bem de ter ficado a noite toda me questionando sobre ser gay. Pensava: “como vou dizer pra meus pais que gosto de garotos?” É obvio que isso seria diferente, mas naquela época tudo era intenso e novo. Então, comecei da melhor forma, convidando o Gabriel pra ir lá em casa e fazermos amizade. Naquele dia, na escola, o treinador parecia saber que eu estava forçando o garoto a entrar no time.
— Bruno, deixa o moleque decidir
— É que ele é muito bom, professor — insisti.
— Você já o viu jogar? — ele perguntou.
— Não, mas ele tava contando como fez alguns dribles em uma galera do colégio onde estudava...
O professor logo me interrompeu. Devia estar pensando: “ele quer é dar o cu a esse outro”.
— Tudo bem — eu disse, parando de falar.
— Eu quero entrar no time — Gabriel falou.
Quase pulei de alegria quando ele disse isso.
— Como faço? — Gabriel continuou.
Os trâmites ficaram para o período da tarde, porque estávamos tendo aula ainda.
Semanas depois estávamos estreando no campeonato juvenil juntos. A regra era clara, se você estava começando no time, certamente começaria pelo juvenil. Eram dois tipos de time, o juvenil e a seleção da escola. Era bem organizado, visto que o professor (há 20 anos, pelo menos) tinha vindo de uma base boa do futebol de campo, e resolveu levar muito a sério aquele time da escola. Como ele já tinha pelo menos duas décadas naquela escola com o time, a escola já tinha enraizado boas histórias e um grande campeonato tinha se difundido honrosamente. As coisas iriam mudar e melhorar ainda mais no ano seguinte, quando seria investido um bom dinheiro pelo estado em reconhecimento ao seu trabalho e a expansão do campeonato para todas as escolas, inclusive para fora do estado — e foi aqui que eu e o Gabriel nos afastamos. Mas antes de falar disso...
Voltando ao dia em que estreamos no juvenil, as garotas da escola pareciam enlouquecidas com aquele moreno correndo para todos os lados, exibindo aquele corpo suado e aqueles sorrisos ao marcar três gols no jogo. Eu nunca arranquei nenhum sorriso delas porque eu era gordinho, tinha peitinho, e bunda gorda. Não fazia o tipo delas. Porém, o Gabriel tinha sido o único que me abraçava e sorria alegre comigo. Muitas de suas atitudes bugaram minha mente por um tempo. Fiquei muito confuso, mas sempre recatado e calado em relação ao Gabriel e meus desejos. Ficou difícil durante toda a temporada inicial, porque o Gabriel parecia ficar cada dia mais gostoso e perfeito. As garotas sempre estavam o espreitando, mas ele, ainda bem, recusava todas.
— A Daniela é linda — disse um dos garotos do nosso time a ele.
— Sim, muito bonita — ele falou, enquanto conversávamos assistindo um dos times jogarem.
— Sabe que ela é afim de você?
— Sério? — Ele perguntava sorrindo, como se fosse algum tipo de ironia.
— Olha aí, já pode namorar — falei por falar. Era a pior pessoa do mundo para falar sobre isso.
— Não quero — Gabriel disse.
— Por quê? — O outro carinha perguntou.
— Sei lá, não tenho muita vontade de perder o foco no time e nos meus objetivos com namoro.
Aquilo parecia estranho para qualquer pessoa, inclusive para mim.
— E você, por que não fica com ela? — Ele olhou para mim.
— Eu? — Dei uma risada.
— Bruno? — O outro carinha falou rindo.
— O quê? — Gabriel olhou para o outro carinha de forma estranha. — Por que você olhou para o Bruno assim? Você acha que ele não poderia ficar com ela?
O clima começou a esquentar repentinamente. Ele estava me defendendo. Ele levantou-se, colocando aquela bunda perfeita na frente do meu rosto, e eu olhei cada detalhe. Nossa! Pela primeira vez fiquei realmente arrepiado de imaginar em tocar naquele corpo gostoso e lindo.
— Vaza, vaza! — Gabriel ficou enfurecido.
— Olha, mesmo que ela quisesse eu não iria querer não — disse.
— Por quê? — Gabriel olhou para mim.
— Sei lá, nunca namorei. Tenho receio, igual você — completei.
— Mas eu namorei, só não quero namorar de novo.
E aqui foi quando nos tornamos mais próximos, pois ele me contou coisas que passou com sua ex etc. Ele passou a confiar muito em mim, de um jeito tão grande que deixava até dinheiro comigo. Mas o que eu realmente notei uma grande aproximação, foi ter me contado sobre o pai dele bater na mãe dele. Aquilo o deixava muito desconcertado. Tanto, que, em uma certa madrugada ele subiu na janela do meu quarto e bateu, à noite.
— O que foi? — Perguntei, ainda meio assustado.
— Abre aqui — ele estava literalmente pendurado na minha janela.
— Não era melhor ter ligado? Batido na porta?
— Cara, meu pai foi preso agora.
E ficamos a noite toda conversando sobre o que tinha acontecido. As duas semanas seguintes foram decisivas, mas eu convenci minha mãe de deixar o Gabriel ficar por lá, pois até a própria mãe dele parecia ter ficado hospitalizada por um tempo.
Quando o Gabriel estava melhorando, ele ficou realmente um cara incrível. Lá em casa ele fazia tudo para ajudar. Minha mãe até o comparava com o filho que perdeu antes do meu nascimento. Eu tentava evitar isso porque eu gostava dele, mesmo sem entender como eu gostava. Mas o que me fez bater o martelo sobre isso foi quando o vi pelado, completamente pelado.
— Vai dormir agora? — Perguntei, ainda jogando meu GTA no Playstation.
— Vou, cara, estou cansado. E logo cedo tem treino. — Gabriel bocejava muito.
— Beleza! Então dorme na minha cama, que eu durmo aqui. Já no outro quarto tá com aquele cheiro de tinta pow, e você não gostou muito, que eu sei.
— Posso mesmo?
— Vai, vai, sério.
E Gabriel foi dormir no meu quarto. Eu estava naturalmente tentando fazê-lo dormir melhor, porque ele tinha alergia ao cheiro forte da tinta, tinha dormido pouco, mas não tinha falado nada sobre.
— Boa noite! — Disse, ainda jogando.
— Valeu.
Se passaram ainda pelo menos duas horas até eu resolver ir dormir, mas antes, fui lá no quarto pegar uma roupa para tomar banho e ir dormir. Quando entrei, passei rápido para o guarda-roupas e nem tinha percebido. Ao ir no banheiro, me deparei com aquela cena: Gabriel completamente pelado, todo esparramado na minha cama, de cueca branca, não muito apertada, com aquele pau marcado duro, muito duro. Ele certamente estava sonhando com algo sexual. Algumas vezes latejava. Como eu sabia que ele tinha o sono pesado, pensei sério em tocar no pau dele, mas tive medo. Nossa! As pernas meio abertas, aquele volume na minha frente, aquele cheiro gostoso que não sei explicar, mas nunca esqueci. O pau dele era tão grande e grosso que encostava na borda da cintura, pelo menos do ângulo que eu estava. Era realmente algo novo pra mim, o que me fez ter certeza de que eu o queria e gostava de garotos. Foi pela primeira vez que meu cuzinho deu umas piscadas e fiquei de pau duro vendo aquilo. Foi tão difícil ter que sair dali, mas não sai antes de tirar uma foto no meu celular. Nossa, fiquei olhando todos os detalhes dele à noite toda. Dei zoom no pacote dele tantas vezes, mas eu nem me masturbava para tentar gozar vendo aquilo. Nossa! Como Gabriel me deixou louco nesse dia...
CONTINUA...